– Dia de Santa Rita de Cássia

Hoje, 22 de maio, é dia de Santa Rita de Cássia !

Compartilho a bela história dessa santa que serve de inspiração a nós:

No dia 22 de maio celebramos a vida santa da esposa, mãe, viúva e depois religiosa : Santa Rita de Cássia que tornou-se popular pela sua intercessão em casos impossíveis.

Nascida em 1381 de uma pobre família que muito bem comunicou-lhe a riqueza que é viver o Evangelho.

Desde pequena manifestava sua grande devoção a Nossa Senhora, confiança na intercessão de São João Batista e de Santo Agostinho. 

No coração de Santa Rita crescia o desejo da vida religiosa, porém foi casada pelos pais com Paulo Ferdinando, que de início aparentava de boa índole, porém começou a se mostrar grosseiro, violento e fanfarrão.

Santa Rita de Cássia grande intercessora sofreu muito com o esposo, até que este foi assassinado e acabou gerando nos dois filhos gêmeos grande revolta e vontade de vingança.

Santa Rita de Cássia se entregava constantemente a oração, e ao testemunho de caridade, tanto que perdoou o esposo e assassinos, mas infelizmente perdeu cedo os filhos.

Como viúva conseguiu a graça de entrar na vida religiosa. Chagada, e em meio a novas situações humanamente impossíveis, conseguiu superar com a graça de Deus todos os desafios pela santidade.  

Oração àSanta Rita pelos que sofrem

Deus, nosso Pai e Amigo, sois o criador e conservador da vida e do mundo, sois a fonte de onde brotam todas as graças e bênçãos. Abençoai Vossos filhos que, confiantes, vos dirigem esta prece, pela intercessão de Santa Rita de Cássia.

Socorrei os pobres, as viúvas, os órfãos, e dai-nos um coração pobre e generoso. Curai os doentes, os alcoólatras, os drogados, e dai-nos um coração puro e misericordioso. Confortai os aflitos, convertei os pecadores, iluminai os que andam nas trevas do erro, da ignorância e da mentira, e dai-nos um coração sábio e verdadeiro. Abençoai nossas famílias nossos amigos, os que conosco trabalham e todos aqueles por quem somos obrigados a rezar, e dai-nos um coração justo e fraterno.

Ajudai-nos em todas as nossas dificuldades, para que levemos uma vida digna da vocação cristã e construamos um mundo que seja verdadeiro sinal do Vosso Reino.
Rogai por nós, Santa Rita de Cássia, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Ó Deus, nosso Pai, Santa Rita correspondeu plenamente às vossas graças e imitou de tal modo o Vosso Filho, no perdão e no amor aos inimigos, que mereceu trazer um seu coração e em sua fronte os sinais da paixão. Concedei-nos, por sua intercessão e exemplo, que amemos a Vós de todo o coração e aos irmãos com a mais perfeita caridade, a fim de recebermos, uma dia, a recompensa prometida no Evangelho. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!

Oração Pela família

Ó gloriosíssima Santa Rita, padroeira e advogada nossa, consolação das almas aflitas, modelo de esposa e mãe cristã. Vós que tivestes nesta vida um esposo terreno que purificou a Vossa virtude e agora sois esposa amantíssima de Jesus Cristo, alcançai-me de Deus a graça de conservar meu coração puro e limpo de todo pecado e levar com santa resignação a cruz do matrimônio.

Guardai, como anjo do paraíso, a religião e a piedade em minha casa e em minha família.

Compadecei-vos de meu esposo e muito especialmente dos meus tenros e amados filhos. Não me abandoneis na vida e na morte para que, imitando Vossos exemplos e virtudes, possa gozar em Vossa amável companhia, da glória eterna. Amém!

Agradecimento a Santa Rita

É com o coração profundamente comovido e perturbado que hoje venho a vós, ó gloriosa e poderosa Santa Rita. Na hora do perigo, no momento em que estava ameaçada a minha felicidade e a dos que me são caros, a vós roguei com a alma aflita e cheia de apreensão. A vós supliquei, a vós que todos chamam de Santa dos Impossíveis, Advogada nos Casos Desesperados, Refúgio na Última Hora… Não foi iludida a minha confiança em vós.

Agora volto a vós, não mais com as lágrimas do sofrimento nos olhos, mas com alegria e serenidade no coração, para vos ofertar meu infinito reconhecimento. Esta alegria, esta serenidade, a vós as devo, cara Santa, a vós que intercedestes em meu favor junto a Deus, apesar da minha indignidade, e me alcançastes a graça desejada.

Quisera poder melhor exprimir-vos o profundo sentimento de gratidão que enche meu coração, ó Santa milagrosa, ó consoladora dos aflitos, mas a própria emoção causada pela felicidade de ter obtido esta graça paralisa minhas expressões e somente sei murmurar: graças vos dou, muitas graças, mil graças, Santa Rita.

Para vos demonstrar, então, de maneira mais eficaz meu infinito reconhecimento, prometo-vos propagar com zelo cada vez maior o vosso culto, fazer-vos amada por aqueles que não vos conhecem ainda e que não têm, como eu, a felicidade de ter experimentado vossa infinita benevolência. Prometo-vos auxiliar, segundo as minhas possibilidades, a manutenção do vosso culto e participar, sempre que possível, das cerimônias celebradas em vossa honra. Para tornar-me sempre mais digno do auxílio do céu e da vossa santa proteção, tomo a partir de hoje a resolução de cumprir com maior zelo e fervor os meus deveres cristãos.

Ó cara Santa Rita, a vós confio o cuidado de apresentar a Deus estas sinceras resoluções e de lhe agradecer por mim a graça generosamente concedida. Dignai-vos, enfim, não me desamparar jamais e continuai a dispensar-me vossa santa e ativa proteção, a fim de que possa um dia encontrar-vos no céu e dizer-vos melhor todo o meu reconhecimento. Amém!

– O Dono da Bola; ou melhor, do Jogador

Falamos tanto de clube-empresa, lei Pelé, ética nas transações, time autossustentável, passe…

Mas tal nota me impressionou: segundo Eduardo Arruda, na sua coluna Painel FC desta sexta-feira, no confronto entre Vasco da Gama X Corinthians, válido pela semifinal da Copa do Brasil, haverá em campo 17 jogadores agenciados pelo empresário Carlos Leite (6 do SCCP e 11 do CRVG), além dos 2 treinadores (Mano Menezes e Dorival Júnior).

Para quem esse agente torcerá?

Acho um perigo as equipes possuirem “controladores de carreira” agindo em seus times. A preocupação em valorizar seus atletas deve ser grande, mesmo que os treinadores sejam profissionais e não escalem atletas do seu par (já que é comum entre si).

– Administrando em Tempos de Fusão: não só boas receitas uma empresa herda

Todos estão entusiasmados com a fusão da Sadia e Perdigão. A nova empresa, batizada de Brasil Foods (a propósito, se o nome é em inglês, porque não Brazil Foods ou Brasil Alimentos?) impressiona no poder de mercado, na força dos números e percentuais de liderança. Maior exportador de aves do mundo, líder na AL em comida congelada e outros tantos índices. Mas a herança não é de toda tranquila: as dívidas também assustam. Mais de R$ 10 bi!

Abaixo, extraído de Exame: http://portalexame.abril.com.br/negocios/sadigao-nasce-divida-r-10-4-bilhoes-471353.html

“Sadigão” nasce com dívida de R$ 10,4 bilhões

Empresa resultante da fusão Sadia-Perdigão fará oferta de ações de R$ 4 bi para reduzir débitos

A empresa criada pela fusão entre a Sadia e a Perdigão, denominada de Brasil Foods, nascerá com uma dívida líquida de 10,4 bilhões de reais. A maior parte herdada da Sadia, que fechou o primeiro trimestre deste ano com uma dívida líquida de 6,8 bilhões de reais, sendo 47,5% desse valor com vencimento no curto prazo.

O montante é considerado por analistas bastante elevado quando comparado à capacidade de geração de caixa da nova empresa. A dívida líquida da Brasil Foods será equivalente a 4,5 vezes o lucro antes de juro, impostos, depreciações e amortizações (Ebtida). “O ideal seria a metade disso”, ressalta Peter Ping Ho, analista da corretora Planner.

A origem da dívida

A situação da Sadia se complicou no ano passado, quando a empresa contabilizou 2,6 bilhões de reais de perdas com operações financeiras. A empresa apostou em derivativos de câmbio fora do BM&FBovespa – portanto, no mercado a termo.

Com medo de perder rentabilidade com as exportações devido à queda do dólar, a empresa montou contratos bilionários em que apostava na manutenção da tendência de fortalecimento do real.

Com a quebra do banco americano Lehman Brothers e o agravamento da crise do crédito em todo o mundo, a moeda americana disparou no Brasil e obrigou a Sadia a levantar bilhões de reais para arcar com os compromissos assumidos com os bancos que estavam na outra ponta dos contratos de derivativos.

Como equacionar a dívida

A fusão com a Perdigão não resolve de imediato o problema do endividamento da Sadia porque os acionistas vão receber ações – e não dinheiro – após a conclusão do negócio. O plano da Brasil Foods é realizar nos próximos meses uma oferta de ações com o objetivo de captar 4 bilhões de reais.

Os acionistas de Sadia e Perdigão terão prioridade na oferta, que será estendida ao mercado caso não seja completamente absorvida pelos acionistas. “Esse dinheiro servirá para dar fôlego à empresa. Assim, ela poderá se reestruturar, incorporar a sinergia gerada pela união e elevar sua geração de caixa. Mas não resolve de imediato o problema do endividamento”, explica Ping Ho.

Se os recursos forem totalmente direcionados ao pagamento de dívidas, o endividamento da Brasil Foods deverá recuar para cerca de 2,8 vezes o Ebtida, calcula o analista da Link Investimentos, Rafael Cintra.

O mercado esperava que o anúncio da fusão viesse acompanhado de um aporte de capital por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou ao menos de uma promessa do banco de que participará dessa operação de venda de ações.

EXAME apurou, no entanto, que isso não será anunciado agora porque o acordo com o BNDES ainda não está fechado. Tanto a Brasil Foods quanto o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disseram que a participação do banco é possível, mas ainda depente de negociações futuras.

A falta de segurança de que o BNDES vai adquirir papéis suficientes para garantir o sucesso da operação foi uma das razões apontadas pelo mercado para a queda das ações das duas empresas nesta terça-feira na BM&FBovespa.

Apesar do forte passivo, a Brasil Foods será a maior processadora de carne de frango do mundo, a décima maior empresa do setor alimentício das Américas e a segunda maior do Brasil, atrás somente da JBS-Friboi, com um faturamento anual de mais de 22 bilhões de reais. 

– Sandro Mabel: Nome a se Recordar

Se recordar e lembrar do desrespeito ao eleitor! Veja só: Esse deputado federal cansou de insitir em proposta para uma nova reeleição,  permitindo 3 mandatos presidenciais! Vencido, agora ele sugere prorrogação de mandato, a fim de unificar as eleições para economia de despesas.

Ora, como teremos economia, se ele mesmo propõe plebiscito público para dizer se devemos ou não ter prorrogação de mandato? Aliás, isso é legislar em causa própria, pois ele se beneficiaria com um mandato de 6 anos!

Pior: parece que a população brasileira está tão satisfeita com o trabalho dos políticos, que querem presenteá-los com mais dois anos de lambuja

Para quem não se lembra, há um importante movimento defendendo a não-reeleição dos corruptos, cujo link está em:

http://professorrafaelporcari.blog.terra.com.br/2009/05/20/campanha-nao-reeleja-ninguem/

Extraído de: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lider-do-pr-quer-prorrogar-mandatos-ate-2012-por-eleicao-unica,374630,0.htm

Líder do PR quer prorrogar mandatos até 2012 por eleição única

Sandro Mabel argumenta que medida economizaria ‘bilhões’ porque concentraria as eleições em um ano só

Agência Brasil e Denise Madueño, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – O líder do PR, deputado Sandro Mabel, propôs nesta quinta-feira, 21, a prorrogação de todos os mandatos atuais até 2012. Ele defende eleições únicas para os executivos federal, estaduais e municipais, assim como para os legislativos. Segundo ele, a população se manifestaria em plebiscito sobre a proposta de pleito único. Mabel argumentou que a medida proporcionaria economia “de bilhões” aos cofres públicos. 

“Não se juntar as eleições é antiprodutivo e não é econômico”, disse Mabel ao deixar a casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), onde participou de reunião de líderes para discutir a reforma política. Mabel também defende o fim do foro privilegiado.

Atualmente o brasileiro vai às urnas de dois em dois anos. Nas eleições gerais ou majoritárias são escolhidos presidente, governadores, deputados federais e estaduais e senadores. As eleições proporcionais definem prefeitos e vereadores. Esses mandatos não coincidem e por isso há eleições de dois em dois anos.

O vice-líder do governo, Ricardo Barros (PP), descartou a possibilidade de a unificação de eleições voltar a ser discutida. Segundo ele, existem várias propostas nesse sentido. “Não vejo consenso sobre isso e acho que isso não vai ser aprovado”. Os líderes se reuniram para discutir a reforma política, mas o tema mais polêmico, que é a lista fechada, ainda não tem consenso entre os parlamentares. 

Para ser aprovada este ano e valer para 2010, há a proposta de um modelo misto de financiamento público de campanha. Além disso, votar temas que deixem claras as regras eleitorais para evitar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baixe resoluções durante a campanha que surpreendam os candidatos.

O ponto de partida será o projeto elaborado pelo deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que deverá sofrer emendas para contemplar todos esses pontos. Basicamente, o projeto de Ibsen prevê a lista fechada e o financiamento público, mas enfrenta resistência de grande parte dos partidos.

Na reunião, ficou descartada a proposta defendida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de diminuir de um ano para seis meses o prazo de filiação partidária para permitir a troca de partido.

– Pouco Tempo e Boa Sorte!

Caros alunos, estamos há apenas 2 semanas das provas do 2º Bimestre. O conteúdo programático está em dia, as atividades acadêmicas também e a disposição idem!

Nessa reta final, desejo antecipadamente boas provas e reforço: quaisquer dúvidas, me procurem via email já disponível por vocês.

Vamos manter o alto desempenho de até então. Parabéns àqueles que estão indo para as provas já com boas notas no bimestre anterior, e força para aqueles que ainda precisam de notas altas!

– O Neonazista Paulista e sua Nova República

É impensável que um coordenador da Camargo Correa, jovem, estudado, e de boa família, possa ter idéias tão estúpidas quanto as citadas abaixo, como a fragmentação do Brasil e o neonazismo oficializado. Pior: o idiota tem muitos seguidores.

Veja essa importante matéria investigativa da Revista Isto É, ed 2062, 20/05/09, pg 84-89, por Suzane Frutuoso e João Loes:

OS NAZISTAS BRASILEIROS
Um duplo homicídio revela a existência de novos seguidores de Hitler no País, com plano político, armas e conexões no Exterior

Neuland é uma “nova terra”, onde não falta emprego aos cidadãos e o salário mínimo é de 840 euros (R$ 2,4 mil). Nesta República Federativa, o hino nacional é o último movimento da Nona Sinfonia de Beethoven e a capital foi batizada de Magno – para afirmar sua grandiosidade. Há três prédios interligados, com 200 mil metros quadrados e 160 andares cada um. Neuland poderia ser o país fictício de uma narrativa fantasiosa. Mas a mente de quem criou esta nação-babel, com 20 idiomas oficiais, é a mesma que está sendo acusada de planejar a morte de um rival, motivada por uma ideologia que já foi usada para justificar o assassinato de milhões de pessoas no século passado e se mostra viva no Brasil de 2009: o nazismo.

O paulista Ricardo Barollo, 34 anos, coordenador de projetos especiais da empreiteira Camargo Corrêa, foi apontado como mandante do crime que tirou a vida do estudante de arquitetura mineiro Bernardo Dayrell, 24, e sua namorada, a estudante Renata Waechter, 21, na madrugada de 21 de abril em Campina Grande do Sul, no Paraná, devido a uma disputa de poder. O crime descortinou uma rede organizada de nazistas no País, com ramificações em vários Estados e conexões com outros países.

Barollo e Dayrell eram líderes dos dois maiores movimentos nacionais. Defendiam que a raça branca estava em extinção e, por isso, a miscigenação deveria ter fim. A Neuland seria o país de extrema direita pautado na mesma ideologia que o ditador Adolf Hitler implantou na Alemanha a partir de 1934. Primeiro, o grupo tomaria São Paulo e os Estados do sul do País. Depois, conquistaria o território de 22 países da Europa.

Essa história veio à tona em 1º de maio, quando Barollo foi preso no bairro de Moema, em São Paulo, no apartamento de alto luxo em que morava com os pais – outros cinco acusados de participar do crime também foram detidos no Paraná. A partir daí, a polícia começou a ter acesso ao universo neonazista do qual faz parte o grupo. A rede com ramificações no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País é formada, em sua maioria, por jovens de classe média ou alta, com boa formação intelectual. A exigência é tão grande que, para ser admitido na facção, o candidato precisa passar por uma rigorosa prova.

A avaliação é realizada pelo computador, em um documento enviado por e-mail com uma senha de acesso e 30 perguntas dissertativas como “Os fins justificam os meios?”, “Quem era Adolf Hitler?” e “Quais e como eram os principais governos da Europa na década de 40?”. Quem responde de acordo com o que os fatos históricos comprovam é reprovado. Passa aquele cujas respostas são inspiradas no revisionismo, teoria que, entre outras coisas, nega o Holocausto. Os aprovados são “batizados” num lugar confirmado poucas horas antes do evento – apenas a cidade onde acontece a reunião é divulgada com antecedência. Segurando tochas de fogo, prometem honrar a imagem do Führer e o nacional socialismo.

Tamanha devoção é contida em ações discretas, como uma sociedade secreta. O movimento não tem sede, página na internet, nem nada que o identifique perante a sociedade. Os integrantes preferem se comunicar por e-mail ou mensagens instantâneas. Telefonemas, só em casos excepcionais. Encontros, quando inevitáveis, acontecem sempre em lugares diferentes, para não levantar suspeitas. Não há amadorismo. Os grupos são divididos em células.

A da propaganda serve para divulgar a ideologia por meio de revistas e cartazes. Na política, o foco é a formação de futuros partidos e a conquista de novos membros. Já a paramilitar é o setor armado, que dizem ser para defesa (não há indícios de que participem de algum tipo de treinamento). Mulheres não podem participar.

Mas é permitido que elas frequentem as festas, onde a bebida é controlada e as drogas são proibidas. Negros também podem ingressar no movimento, mas precisam ser “puros”, sem mistura de raças. E jamais chegariam a líderes.

O detalhado plano da Neuland foi apresentado por Barollo aos seus seguidores em setembro de 2008. Primeiro, o grupo elegeria vereadores e o prefeito no Balneário Piçarras, em Santa Catarina. Em alguns anos, fortalecido, tomaria os Estados do Sul e São Paulo, num movimento separatista que criaria o novo país.

As fronteiras, porém, seriam fechadas a imigrantes. Barollo confirmou essas informações à polícia no dia da prisão, quando vestia uma camisa da seleção de futebol alemã. O que não contou é que o objetivo do grupo era bem mais ousado. Neuland, uma “terra prometida” fundamentada em “união, justiça e liberdade”, ocuparia países que fazem parte da União Europeia, como Alemanha, Dinamarca, Espanha, Itália, Polônia, Suécia, entre outros.

Está tudo documentado como um plano de governo em pastas às quais ISTOÉ teve acesso. Barollo seria o presidente, com um salário de 10.560 euros (R$ 30 mil). Superior aos R$ 8.348,95 que ele recebia na Camargo Corrêa. Seu aniversário, 18 de julho, constaria como feriado nacional. Bandeiras, ministérios, empresas, cargos e leis também já estavam definidos.

Além de Dayrell, a polícia já sabe que mais dois possíveis líderes estavam marcados para morrer por divergirem de Barollo: um na cidade gaúcha de Caxias do Sul e outro na capital paulista. O grupo detido também teria apoio de lideranças no Chile e na Inglaterra. Da Argentina, onde há uma rede neonazista com três mil membros, vieram as armas do crime. No Brasil, até onde se sabe, a maioria luta pela ideologia e defende a estratégia, não o uso de armas, para que com o tempo o neonazismo ganhe força. A violência seria o último recurso, diferentemente dos skinheads, que têm como principal estímulo a agressão às minorias, como nordestinos e homossexuais.

A reportagem de ISTOÉ entrevistou três jovens dos grupos neonazistas – dois detidos, acusados pelo assassinato de Dayrell, e um dissidente que será testemunha de acusação. Todos na faixa dos 20 anos. Eles se mostraram arrependidos de entrar na facção, mas confirmaram suas crenças. “A extrema direita faz as coisas ficarem mais firmes”, acredita Gustavo Wendler, 21 anos, um dos presos. Também ressaltaram que tinham amigos negros, judeus e estrangeiros. Até conheciam homossexuais. “Só não permito que eles invadam meu espaço”, disse Rodrigo Mota, 19 anos, outro detido.

Além de Wendler e Mota, foram presos Jairo Fischer, 21 anos, Rosana Almeida, 22, e João Guilherme Correa, 18. Segundo o delegado Francisco Caricati, do Centro de Operações Policias Especiais (Cope), em Curitiba, eles apontaram Barollo como o mandante. O advogado dele, Adriano Bretas, disse à ISTOÉ que seu cliente não concederia entrevista, que nega todas as acusações e só falará em juízo.

Na noite do crime, o grupo de Dayrell organizou uma festa numa chácara em Campina Grande para comemorar os 120 anos do nascimento de Hitler. Os acusados atraíram Dayrell e Renata, que saíram de Minas para participar do evento, para uma emboscada na BR-116. Todos eram amigos, apesar de fazerem parte de facções rivais. “Eles vão a júri popular e podem pegar até 72 anos de prisão por duplo homicídio qualificado, motivo torpe e apologia ao nazismo”, afirma Caricati. Na casa dos envolvidos e de pessoas que participaram da festa, foi encontrado material referente à ideologia de Hitler, como bandeiras, cartazes, revistas, livros e broches.

As divergências entre Barollo e Dayrell começaram em 2007, três anos após a formação do grupo. O mineiro teria criado camisetas, bonés e bandeiras com símbolos nazistas para vender. Barollo passou a acusá-lo de capitalista, afirmando que o ideal do grupo era de uma raça pura e de igualdade social. Dayrell chamou o líder de controlador, rígido, excêntrico, e também forjou uma votação autointitulando-se o novo comandante do grupo em Minas Gerais e no Paraná. Tempos depois, Dayrell convidou pessoas que não conseguiram entrar no grupo de Barollo, por causa da dificuldade da prova de admissão, a seguir com ele. A facção de Barollo contabiliza 50 membros. A de Dayrell, 300 pessoas.

Os grupos revelados pelo crime no Paraná não são os únicos do Brasil onde se encontram seguidores de Adolf Hitler. ISTOÉ apurou que há pelo menos mais três facções neonazistas organizadas no País. Uma no Rio Grande do Sul, com 70 pessoas, outra também gaúcha, que existe apenas para importar armas, com 20 membros, e uma terceira em São Paulo, com cerca de 40. Não há dados consolidados de quantos são os neonazistas no Brasil. Mas uma pesquisa da antropóloga Adriana Dias, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dá pistas. Para sua dissertação de mestrado ela estudou sites que pregavam o neonazismo em português, espanhol e inglês.

Chegou a um total de 13 mil páginas em 2007. “Hoje, são 20 mil, quase o dobro”, diz Adriana. A pesquisa revelou que ocorreram cerca de 150 mil acessos a esses endereços a partir do Brasil. Com a chegada da internet, buscar parceiros que se identificam com a ideologia nazista ficou mais fácil. Entre 2006 e 2008 a Safernet, que combate os crimes cibernéticos, viu aumentar vertiginosamente o número de denúncias de conteúdo de ódio na web.

“A maior parte estava na rede de relacionamentos Orkut, mas também havia fóruns, sites e blogs”, conta Thiago Tavares, presidente da Safernet. Ele conta que diminuíram as denúncias depois de uma grande operação para coibir essas páginas em 2008, mas a atividade online continua. “Os neonazistas são organizados e têm conhecimento técnico para criar mecanismos que escondem a origem das conexões”, conta.

Prova disso é a revista online O Martelo, criada por Bernardo Dayrell para divulgar o neonazismo. Na edição de fevereiro de 2009, dez páginas da publicação são dedicadas a um guia de segurança na internet. O texto fala, basicamente, da importância da rede para o movimento Nacional Socialista e explica, passo a passo, como navegar de forma anônima (e assim acessar conteúdo proibido sem ser identificado).

A internet também facilitou a criação de dissidências dos grupos mais conhecidos, como o Front88 e o Valhalla88, por exemplo. Esses dissidentes se anunciam com nomes pomposos e em sites elaborados, mas têm, em média, cinco ou seis membros. “Na rede, vemos grupos surgir e desaparecer rapidamente”, conta Alexandre de Almeida, historiador e mestre em antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), autor do estudo Skinheads: os mitos ordenados do Poder Branco paulista.

Especialistas são unânimes: a repressão é o principal caminho para que movimentos neonazistas não se disseminem ainda mais – e ganhem poder como as facções terroristas alcançaram em outros países, tornando-se um risco para a segurança do Estado. Há, porém, uma alternativa que depende exclusivamente da sociedade, que é a educação para a tolerância e a diversidade. “Não se vê isso nas escolas e poucos pais abordam o assunto”, diz a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora da Universidade de São Paulo, especialista em racismo e antissemitismo.

É desde cedo que se ensina respeito pelo outro, afirma o delegado chefe do Cope, Miguel Stadler, que destaca o desconhecimento dos pais dos envolvidos no caso do Paraná – nenhum deles sabia que os filhos tinham simpatia por Hitler. “A discussão sobre preconceito é urgente”, afirma o delegado Caricati. “Quem imaginaria que, décadas depois, uma ideologia baseada em barbárie seria responsável por um crime desses?” Ainda mais no Brasil, onde a miscigenação é uma marca indelével do País.