– A Decadência do Grau de Civilidade, por Cláudio Lembo, citando o “Filósofo Ronaldo Fenômeno”

Para este post, não é preciso comentário. Apenas leia:

(foi escrito pelo ex-governador Cláudio Lembo, especial para o Terra Magazine):

Extraído de: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3770320-EI8421,00-Gol+de+placa.html

GOL DE PLACA

por Cláudio Lembo

(a respeito da cidadadia – por quê a opinião de um boleiro repercute mais do que a de um educador?)

Vai mal. Muitos já perceberam a decadência de nosso grau de civilidade. Falam. Pregam no deserto. Ninguém quer escutar. É bom viver o dia que passa. O futuro a Deus pertence. É o pensamento hegemônico.

Caíram por terra os nossos mais sadios traços de convivência. Ninguém respeita ninguém. Os professores são desconsiderados em salas de aulas. Os pais não se relacionam com seus filhos.

Uma confusão geral. Esta se desdobra em todos os setores da sociedade. Nas relações de trabalho, os conflitos são comuns. No interior das religiões, atos impensáveis. Nada de bom exemplo.

Uma onda de deboche. Uma malícia disseminada em todas as conversas. Avança para a política. Todos se “lixam” de todos. As relações sociais se deturpam. As condutas ferem o sentimento médio acumulado por séculos.

A que se deve tão ampla onda de rompimento da convivência entre as pessoas? As causas podem ser muitas. A urbanização desenfreada que trouxe, para um único local, culturas diversas.

Ou então os meios de comunicação eletrônica que lançaram uma avalanche de costumes desconhecidos de amplos setores da sociedade. Os hábitos de determinados setores urbanos transferiram-se para todo o país.

Deu no que deu. Ninguém respeita ninguém. Uma entropia invade todos os segmentos da sociedade. Há campanhas publicitárias sobre tudo. Não há campanhas informativas sobre como proceder.

Inexiste preocupação sobre aspectos mínimos da razoável forma de se conduzir por parte das pessoas. Elas não são incentivadas a praticarem formas civis de convívio.

Tudo se tornou uma luta de todos contra todos. A agressividade invadiu o contexto social. Viver em sociedade, apesar do ensinamento em contrário, dos antigos filósofos, tornou-se oneroso.

Daí a fuga para um individualismo perverso. A retirada para o interior das moradias. O não conhecer o vizinho. A ausência da boa troca de idéias. Tudo recuou para o individual.

Quando se busca o convívio surge, comumente, o desafio do diálogo pobre. Entrecortado por frases desconexas e tratamento desprimoroso. Perdeu-se o traço singular do ser humano: a capacidade de convívio.

Isto acontece em todas as sociedades. Atingiu grau superior por aqui. Deformaram-se nos costumes. O melhor da brasilidade perdeu-se na mediocridade.

Nada foge a esta realidade. Da universidade à várzea, proliferam as formas incivilizadas de agir. As escolas são depredadas pelos alunos. Os templos violados. As cidades agredidas pelo mau uso.

Perderam-se os núcleos básicos de aprendizado da boa educação. As crianças e os jovens estão soltos. Já não contam com os pais para ensinar as regras mínimas de conduta. Estão ao Deus dará.

Este amargor alcança muitas pessoas, particularmente os que tiveram a felicidade de viver outros tempos. Não se trata de pessimismo ou saudosismo.

É mais. Trata-se de simples constatação de uma realidade envolvente. Ela surgiu com mais vigor nesta semana. O jornal Folha de São Paulo sabatinou Ronaldo, o jogador do momento.

Quando um educador fala, ninguém dá importância no atual contexto. É mais um chato a oferecer opiniões desagradáveis. Um pernóstico recheado de doutrinas e preconceitos.

Agora, quem pôs o dedo na ferida foi ele, Ronaldo, a figura mais exposta pelos meios de comunicação nos últimos tempos. Foi duro. Salutar, porém. Ronaldo foi enfático, mais do que enfático, marcou um gol à distância.

Ao ser indagado como e onde educará seu filho, respondeu o jogador do momento, na Europa. As crianças brasileiras são maliciosas. Possuem palavreado de adolescentes. Proferem palavrões.

E ao ser provocado por grito da platéia, Ronaldo foi além. Afirmou ser seu filho brasileiro, mas que prefere que ele conte com amiguinhos europeus, sem malandragem dos amiguinhos brasileiros.

Concluiu o fenômeno: “A gente quer sempre o melhor pros filhos, e eu, podendo escolher, prefiro que ele tenha educação européia”. Acertou na ferida. Não deixou saídas.

Lamentável. Lição, porém, legítima porque retrata a realidade social de degenerência dos costumes. É bom tomar atenção, se ainda houver tempo. Um pouco de boa educação não faz mal a ninguém.

É Ronaldo quem diz. Não um pedagogo qualquer.

– Um Dia Sem Impostos

Pois bem: um movimento de vendas de produtos sem impostos, como forma de protesto, está sendo programado para os próximos dias. Por exemplo: um Posto de Combustível, em SP, venderá sua gasolina que hoje custa R$ 2,459 a… (sabe quanto?)

Extraído do DCI

GASOLINA SEM IMPOSTO

SÃO PAULO – O Brasil é um dos países em que mais se cobram impostos no mundo. Todos os anos, os brasileiros têm de trabalhar 145 dias (de 1º de janeiro até 25 de maio) apenas para pagar os tributos cobrados pelo governo. Para lembrar a data e chamar a atenção da opinião pública para a questão, será realizado pela primeira vez em São Paulo o Dia da Liberdade de Impostos, em que a população poderá adquirir gasolina sem o preço dos tributos. O evento também será realizado em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

No dia que simboliza a data em que o consumidor para de trabalhar para pagar impostos, a venda de gasolina será subsidiada no Centro Automotivo Portal das Perdizes, que fica na Avenida Sumaré, esquina com a rua Dr. Franco da Rocha.

Em lugar dos R$ 2,459 por litro normalmente cobrado, os consumidores pagarão o valor de R$ 1,4624 por litro, que é quanto a gasolina custaria se sobre ela não incidissem tributos como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

(Cide), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

As vendas serão limitadas a 25 litros de gasolina por veículo. As senhas para abastecer com desconto serão distribuídas a partir das 9h e a venda se inicia as 10h. Somente os consumidores que tiverem a senha poderão abastecer com desconto e, depois de encerrada a cota de 6.000 litros, a ação será encerrada. Será aceito somente pagamento em dinheiro. A diferença no preço do combustível será paga pelas entidades organizadoras do protesto.

 

O Dia da Liberdade de Impostos foi realizado em 2003, em Porto Alegre pela primeira vez. Desde então, diversas cidades no Rio Grande do Sul aderiram ao movimento.

 

O Dia da Liberdade de Impostos foi realizado em 2003, em Porto Alegre pela primeira vez. Desde então, diversas cidades no Rio Grande do Sul aderiram ao movimento.

 

O Dia da Liberdade de Impostos foi realizado em 2003, em Porto Alegre pela primeira vez. Desde então, diversas cidades no Rio Grande do Sul aderiram ao movimento.