– A Inteligência e as Drogas

Interessante, e ao mesmo tempo preocupante, a reportagem da Revista Época, ed 573 de 11 de maio de 2009, sobre as drogas que as pessoas tomam para se tornarem mais inteligentes.

Nela, há uma sequência de ações e efeitos colaterais daqueles que se tornam dependentes químicos, buscando reações psíquicas a respeito da tentativa de “turbinar o cérebro”. Há uma narrativa das drogas utilizadas para o aumento da inteligência, e personalidades que fazem uso de tais artifícios, que vão desde a Cocaína (erroneamente utilizada) a drogas sintéticas (no final da matéria).

Extraído de: Revista Época, ed 513

Existe Remédio para ficar mais inteligente?

Maurício não é um workaholic. Engenheiro de 40 anos, gerente de uma seguradora, ele acredita que a esta altura da vida tem direito a aproveitar suas horas livres nas baladas, viagens, leituras, esportes e namoros. É por isso que ele toma Ritalina, um remédio indicado para portadores de síndrome de deficit de atenção (TDAH). Maurício não sofre de deficit de atenção. Mas diz que, quando toma a droga, sua capacidade de concentração aumenta e ele trabalha seis horas sem intervalos. “Sou chefe de 40 funcionários e preciso funcionar a qualquer custo.”

Maurício (o nome é fictício, para proteger sua identidade) diz tomar Ritalina apenas uma vez por semana, quando seus prazos para a entrega de relatórios apertam. Ele afirma que a droga o ajuda a encarar planilhas recheadas de números, elaborar relatórios com rapidez e falar com desinibição em reuniões. “Como me recuso a trabalhar mais de nove horas por dia, preciso render mais nesse tempo.” Ritalina é um remédio de tarja negra. Deveria ser consumido apenas por pessoas que precisam dele e têm uma receita médica para provar isso. Mas conseguir a receita não é muito difícil. Maurício obteve a sua de um amigo psiquiatra. Outros usuários pesquisam os sintomas conhecidos do deficit de atenção, marcam consulta com um psiquiatra e dizem sentir aquilo. Alguns compram cartelas de amigos. Ou pela internet.

A Ritalina – que atua como um estimulante do sistema nervoso central (entenda seu funcionamento no quadro) – está longe de ser a única droga usada para incrementar a eficiência do cérebro. Há milênios o ser humano testa receitas de vários tipos. Entre aquelas em voga hoje está o Gingko biloba (uma erva de origem chinesa que supostamente melhora a circulação de sangue no cérebro e a transmissão de impulsos entre os neurônios), a cafeína (um estimulante que melhora a concentração), a nicotina e diversas anfetaminas. Também vem ganhando adeptos no mundo um estimulante genericamente conhecido como modafinil, desenvolvido para tratar narcolepsia (uma sensação de sonolência exagerada). O modafinil, assim como o café, restaura o desempenho cognitivo em pessoas com sinais de fadiga.

No Brasil, o remédio que tem por base o modafinil se chama Stavigile. “Como a droga é nova aqui, muitos médicos ainda não a conhecem e por isso não a receitam”, diz a neurologista Rosa Hasan, coordenadora do Departamento de Sono da Academia Brasileira de Neurologia. “A Anvisa autorizou seu uso para tratamento de narcolepsia, mas em muitos países ela é usada por pessoas que têm trabalhos noturnos.” Ou executivos que precisam evitar os efeitos do fuso horário em viagens de negócios.

Outra droga capaz de incrementar o funcionamento do cérebro é o donepezil, vendido sob a marca Aricept. Ele é um dos remédios aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, o órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos) para reduzir a perda de memória característica do mal de Alzheimer. Um estudo publicado em 2002 na revista Neurology concluiu que pilotos que tomaram donepezil melhoraram seu desempenho. Eles fizeram manobras complicadas com mais precisão e reagiram a situações de emergência melhor que os demais pilotos da experiência, a quem foi dada uma dose de placebo (comprimidos sem droga nenhuma).

Há mais de 600 drogas para distúrbios neurológicos em
desenvolvimento. Várias estarão prontas em alguns anos

E esses são apenas os remédios disponíveis hoje. Segundo uma recente pesquisa da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, cientistas de diversos laboratórios estão trabalhando em mais de 600 drogas para distúrbios neurológicos. A maioria delas deverá ser reprovada pelos órgãos reguladores de saúde, mas é provável que muitas estejam em farmácias do mundo inteiro nos próximos anos. Cada uma dessas drogas mexe com algum dos processos químicos que regulam a atenção, a percepção, o aprendizado, a memória recente, a memória de fundo, a capacidade de tomar decisões, a linguagem. Espera-se que, com elas, pacientes com deficiências como Alzheimer, demência ou deficit de atenção consigam levar uma vida mais próxima do normal. Mas remédios desse tipo costumam atrair um mercado bem além do seu público-alvo original.

“O uso das drogas psicoativas por indivíduos saudáveis vai se tornar um evento crescente em nossa vida”, disse o pesquisador Gabriel Horn, que liderou a pesquisa de Cambridge. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Viagra e seus congêneres. Originalmente destinados a homens com problemas de ereção, tornaram-se rapidamente campeões de venda porque milhões de pessoas sem sintomas decidiram experimentá-los, seja para garantir o desempenho depois de uma balada, seja para incrementar a rotina com uma parceira.

O mesmo parece estar ocorrendo com a Ritalina. Suas vendas no Brasil triplicaram em cinco anos, atingindo mais de 1 milhão de caixas em 2006. Existem pelo menos 12 comunidades dedicadas à Ritalina no site de relacionamentos Orkut, com quase 5 mil participantes. Muitos estão nessas comunidades para discutir os problemas reais de deficit de atenção que os acompanham desde a infância. Mas sobram comentários sobre os efeitos da Ritalina no organismo de uma pessoa sem deficiência. “Mesmo depois de ter acabado com duas cartelas, fiquei com vontade de tomar mais”, diz um adolescente na comunidade Amigos da Ritalina, cuja foto de identificação é um garoto sorrindo dentro de uma caixa de cereal.

Em outras comunidades, encontram-se anúncios de venda do remédio. “Vendemos pela internet há mais de três anos”, diz um deles. A demanda parece corresponder. “Preciso comprar esse medicamento, mas não tenho receita médica…”, diz uma adolescente. Por R$ 25, compra-se uma caixa do remédio, despachado pelo correio.

Segundo o neurologista Anjan Chaterjee, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, estamos diante de um novo fenômeno social, que em 2004 ele apelidou de “neurocosmética”. Ele acredita que daqui a alguns anos o uso de drogas para melhorar o raciocínio será tão aceitável quanto a cirurgia plástica. Não há dúvida de que existe demanda para isso. Dos idosos ávidos por combater os sinais de envelhecimento; dos trabalhadores submetidos a uma pressão crescente pela produtividade; até dos pais e mães que fazem questão de dar o máximo de oportunidades a seus filhos. Se é verdade que vivemos hoje na era do conhecimento, como dizem tantos gurus e sociólogos, é natural que as pessoas cobicem a ferramenta dessa era: cérebros melhores.

Em alguns ambientes, essa competição já está em curso. Um estudo da Universidade de Michigan, citado em reportagem recente da revista New Yorker, concluiu que 4,1% dos universitários de 119 faculdades americanas usaram estimulantes sem receita médica em 2004. A revista científica Nature fez no início do ano passado uma pesquisa informal com seus leitores (a maioria cientistas). Das 1.400 pessoas que responderam, 20% disseram que já haviam tomado Ritalina, modafinil ou algum betabloqueador (droga que reduz a ansiedade) com o intuito de estimular a memória ou melhorar a concentração. A pressão por resultados explica essa tendência. Nem sempre o intuito é melhorar o desempenho. Muitas vezes, trata-se de manter o desempenho normal e conseguir uma energia extra para usar na vida social. É o caso de Maurício, citado no início da reportagem. Ou de Fábio (também nome fictício), um estudante de engenharia de Campina Grande, na Paraíba. Ele diz tomar cinco comprimidos de Ritalina por dia. “Acho que as 24 horas do dia são muito pouco para quem precisa estudar o que estudamos.” Ele diz usar o remédio para se concentrar nos trabalhos da faculdade durante a semana. O rendimento extra proporcionado pela Ritalina serve para deixá-lo livre no fim de semana.

O uso de drogas para melhorar o desempenho suscita questões éticas, além das médicas. A prática não seria equivalente ao doping dos atletas, tão condenado? Mais: na pesquisa informal da Nature, a maioria dos 1.400 respondentes se disse contra a oferta de remédios para as crianças que não tivessem deficiências, mas cerca de um terço afirmou que ficaria tentado a dar drogas a seus filhos se descobrisse que os pais das demais crianças estivessem dando. Numa sociedade já tão competitiva, não estaríamos todos pressionados demais a nos drogar? Como diz Elaine (de novo, um nome fictício), gerente na mesma seguradora de Maurício, que também faz uso da Ritalina: “Eu recomendaria o remédio para alguns dos meus funcionários mais lentos, para que eles acompanhassem meu ritmo”.

No entanto, há um bom grupo de defensores dos neurocosméticos. Em dezembro, acadêmicos renomados como os neurologistas Michael Gazzaniga, da Universidade da Califórnia, e Martha J. Farah, da Universidade da Pensilvânia, publicaram um artigo na Nature em defesa do “uso responsável” de medicamentos para aumentar a concentração, assim como estímulos para que os alunos durmam melhor e pratiquem exercícios físicos. “As sociedades têm usado drogas para potencializar o cérebro durante toda a história”, diz o neurocientista inglês Steven Rose, autor do livro O cérebro no século XXI – como entender, manipular e desenvolver a mente? (Editora Globo). “Se há pessoas que cursam escolas de elite ou usam o privilégio de uma classe social mais elevada para alcançar o sucesso, por que os estimulantes para o cérebro deveriam ser proibidos?” Em recente reportagem sobre drogas para o cérebro, a revista The Economist defendeu seu uso: “Se os cientistas conseguirem desvendar os segredos do Universo com auxílio da química, tanto melhor. Se a química ajudar a aumentar o espectro da vida humana, os benefícios poderiam ser enormes”.

A principal questão, aí, seriam os efeitos colaterais. O café – um relativamente poderoso estimulante – tem vários efeitos colaterais e é aceito há séculos pela sociedade. Como disse Larry Squire, um pesquisador da área de memória da Universidade da Califórnia, à revista Scientific American: “Pode-se dizer que toda a história desse campo de pesquisa tem se concentrado no controle dos efeitos colaterais de drogas que já conhecemos”.

Há outra questão que o uso de remédios levanta, e ela é ainda mais difícil de responder. Afinal, o que é inteligência? Vários usuários de Ritalina afirmam que seus efeitos estão no campo da concentração, na velocidade e disposição com que se entregam ao trabalho. Dizem que, uma vez ordenadas as ideias, a droga ajuda a pô-las em prática. Mas afirmam que, se as ideias não estão lá, o remédio apenas cria uma disposição infrutífera. “Você não cria nada, só executa melhor”, diz Maurício. Há até o risco de executar demais: tornar-se prolixo, falar mais alto que o desejável, ficar aflito. Disso eu posso falar com conhecimento de causa. Para escrever esta reportagem, tomei dois comprimidos de Ritalina. À primeira vista, o efeito foi positivo. Eu me senti confiante para executar a tarefa, as palavras saíam fáceis, o bloco de anotações quase podia ser deixado de lado – eu lembrava de tudo. O chato foi reler o que escrevi. Na primeira revisão, desfez-se a minha ilusão de brilhantismo. Percebi que a memória não tinha melhorado tanto quanto a impressão de que ela tinha melhorado. Não sei dizer se minha confiança vinha do aumento da capacidade ou da diminuição da autocrítica. Percebi que meus reflexos melhoraram muito – mas meus dotes analíticos, não. Tive de refazer todo o texto.

Segundo a neurologista Martha J. Farah, esse resultado decepcionante se explica porque os efeitos dos estimulantes cerebrais em algumas formas vitais de inteligência, como pensamento abstrato e criatividade, foram muito pouco estudados até agora. “A literatura disponível trata de tipos de raciocínio enfadonhos: quanto tempo você consegue ficar em vigília enquanto olha para uma tela à espera de uma luz piscar”, disse ela à New Yorker.

Mesmo assim, os avanços da ciência rumo à melhoria do funcionamento do cérebro são incontestáveis. Uma das maiores promessas para o desenvolvimento de novas drogas são os ampakines, compostos que atuam sobre o neurotransmissor glutamato, essencial nos circuitos ligados à memória. Curiosamente, drogas à base de ampakines servem tanto para melhorar a memorização quanto para apagar fatos do cérebro (isso acontece porque o processo de desaprender algo é similar ao de aprender, segundo os neurologistas). O esquecimento pode ser muito útil não para apagar um caso de amor não correspondido, como no filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças, com Jim Carrey, mas para tratar distúrbios pós-traumáticos ou mesmo reprogramar o cérebro para se livrar de um vício.

O segredo para o desenvolvimento de drogas assim não é tanto o estudo de substâncias químicas, e sim os avanços no entendimento de como funciona o cérebro humano. Esse é o tema da próxima reportagem.

As drogas dos gênios

 FRANCIS BACON (1561-1626)
Além de fumar
cachimbo , o filósofo, político e escritor costumava usar o tempero de açafrão para estimular o cérebro. Ele acreditava que o consumo da especiaria ajudava a deixar os ingleses “animados”

           

HONORÉ DE BALZAC (1799-1850)
O
café era usado pelo escritor francês para dedicar até 16 horas seguidas ao trabalho. Especula-se que o consumo excessivo tenha agravado os problemas cardíacos que o mataram

           

JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)
O filósofo francês fumava dois maços de cigarro por dia, quando não os trocava por charutos ou pelo cachimbo. Alguns trechos de seu livro
O ser e o nada são dedicados ao tabaco

           

SIGMUND FREUD (1856-1939)
Aos 28 anos, o criador da psicanálise publicou um artigo sobre os benefícios da
cocaína – droga que ele chegou a consumir e receitar para pacientes. A substância ainda não era ilegal, nem se sabia quanto viciava

           

CHARLES BAUDELAIRE (1821-1867)
O poeta autor de
Flores do mal e Paraísos artificiais usava ópio , éter e haxixe para aliviar as dores da sífilis, doença que contraiu ainda jovem. As drogas têm um papel de destaque em sua obra

           

ALDOUS HUXLEY (1894-1963)
O escritor inglês, autor de
Admirável mundo novo, indicou as substâncias alucinógenas para expandir os limites da mente no livro As portas da percepção. Inspirou Jim Morrison, do grupo The Doors                                                                                     

– Chuteiras que valem Ouro… mas para quem?

Nesta última semana, a Revista Veja trouxe uma interessante matéria sobre “jogadores tipo exportação”. Nela, se fala muito sobre como o jovem atleta é preparado para ser vendido ao exterior, e mostra que tal investimento pode dar até 2300% de retorno.

Entretanto, em muitos momentos, a reportagem faz uma apologia a esses investidores. Mas, aparentemente, o que pode parecer bom, nem sempre é. Abaixo há a matéria completa, mas convido à seguinte reflexão:

– Os grandes clubes de futebol estão reféns das exportações dos atletas. Isso faz com que os jovens talentos saiam logo. A busca de títulos se tornou secundária devido ao primeiro objetivo: sanear dívidas.

– Os jovens atletas estão nas mãos dos empresários. Hoje, não é mais o “clube dono do atleta”, mas, numa burra lógica, o “empresário patrão do jogador”. Não deveria ser esse agente o empregado dos talentosos atletas?

– Essa exportação dá a oportunidade de jovens carentes realizarem a independência financeira e ajudar suas famílias. Ótimo. Mas… se o “filé” das transações ( o dinheiro grosso da negociação ) ficar com o jogador, tudo bem. Se o clube formador se beneficiar, ok. Mas infelizmente os empresários inescrupulosos ficam com a maior parte.

– Insisto num termo: há um neocolonialismo europeu sobre nossos talentos. Temos que buscar a sustentabilidade esportivo/futebolística, não a dependência desses recursos financeiros externos.

A seguir, extraído de: http://veja.abril.com.br/130509/p_076.shtml

 

Chuteiras que valem ouro

O futebol é um negócio rentável não apenas para
os clubes e jogadores. Empresários e investidores
estão ganhando muito dinheiro com a venda de atletas

Em dezembro de 1962, o escritor e cronista Nelson Rodrigues, o primeiro a traduzir o lirismo do futebol brasileiro, escreveu o seguinte sobre a proposta do Juventus, clube da cidade italiana de Turim, para comprar o craque Amarildo, que brilhara na Copa do Chile, vencida meses antes pela seleção nacional:

Amigos, o Juventus da Itália reiterou o lance nababesco: 250 milhões (de cruzeiros) por Amarildo. Para um futebol pobre como o nosso e, repito, para um futebol barnabé, a oferta soa como um escândalo: 250 milhões! Aí está uma quantia que muitos só farejam ou apalpam nalgum delírio furioso. Há reis, impérios, cidades, nações que não valem tanto. E esse dinheiro todo por um rapaz, ali, de Vila Isabel, que faz a barba num salão do Boulevard e que apanha o lotação no Ponto de 100 réis.

Nelson Rodrigues se estende, na crônica publicada na revista Manchete, sobre a negativa do Botafogo de vender Amarildo – “Tratou os 250 milhões com o nojo de quem afasta com o lado do pé uma barata seca” – e a penúria dos nossos times, “que boiam num lago de dívidas como vitórias-régias”. Era um baita dinheiro – dezesseis vezes o maior prêmio pago pela Loteria Federal no mesmo ano. Quase 47 anos depois, os clubes nacionais continuam paupérrimos, mas, associados a investidores, já não se recusam a vender – nem por um minuto – suas estrelas por quantias nababescas. Muito pelo contrário. O futebol brasileiro tornou-se o grande celeiro que abastece os gramados da Europa e da Ásia. Só nos clubes europeus, há 551 atletas nacionais, o suficiente para formar trinta equipes completas, com sete reservas cada uma. Se um jogador de futebol brasileiro pudesse ser negociado na Bolsa Mercantil de Chicago, seria um investimento dos mais concorridos: a “mercadoria” está rendendo mais que o ouro. A venda de atletas para o exterior vem crescendo há três anos consecutivos e, em 2008, totalizou 1 176 transferências – 46% a mais do que em 2005. Só a transferência de Breno, ex-zagueiro do São Paulo, para o Bayern de Munique rendeu ao grupo investidor um lucro de 2 300% em menos de cinco meses.

Na corrida aos craques nacionais, a pressa de chegar antes do concorrente vem fazendo com que a idade dos contratados caia na mesma proporção com que dispara a cotação dos atletas no mercado: os gêmeos Rafael e Fabio da Silva, ex-Fluminense, foram comprados aos 15 anos pelo Manchester United, da Inglaterra. Philippe Coutinho, de 16 anos, joga no Vasco, mas já pertence ao Internazionale de Milão (que só poderá levá-lo quando ele completar 18 anos). Há ainda o incrível caso de Caio Werneck, “craque-bebê” brasileiro de apenas 10 anos e já selecionado pelo Roma. “Jogador de futebol virou commodity e o Brasil, seu maior exportador”, diz o italiano Raffaele Poli, pesquisador do Centro Internacional de Estudos do Esporte, na Suíça.

 
Um negócio só é bom mesmo quando é bom para os dois lados. Por tal critério, esse de selecionar, treinar e vender para o exterior jovens craques brasileiros é um excelente negócio. Para o jogador, a diferença entre os salários pagos por um clube brasileiro e por um time europeu de porte equivalente quase sempre é de um dígito, ou perto disso. Um atacante de um time médio, de primeira divisão, que ganhe 15 000 reais por mês no Brasil facilmente conseguirá emplacar um salário equivalente a 100 000 reais em um time de igual tamanho na Itália. Diante disso, os pobres clubes nacionais, as vitórias-régias de Nelson Rodrigues, fazem malabarismos para tentar segurar um pouco seus craques – pelo menos até o momento de conseguir vendê-los ao melhor preço. Os dirigentes do Santos, por exemplo, além de pagar salários expressivos a suas estrelas mirins – o promissor Jean Chera, de 14 anos, ganha 18 000 reais mensais, incluindo patrocínios –, esmeram-se em agradar àqueles a quem cabe a palavra final diante de um convite vindo do exterior: os pais dos meninos. Telefonemas simpáticos de integrantes da diretoria e visitas ocasionais para um cafezinho são as formas mais comuns de, digamos, “fidelizar” a família do pequeno jogador. A família do craque Neymar, de 17 anos, é íntima da diretoria do clube. O potencial de valorização do passe de Neymar atrai investidores como abelhas ao mel. Certamente, para a tristeza das arquibancadas da Vila Belmiro mas para a alegria do jogador, da sua família, da diretoria do clube e dos investidores, Neymar logo será vendido por uma fortuna. Quanto? Bem, o grupo Sonda comprou 40% do valor de uma venda futura quando o atleta ainda nem tinha entrado em campo pela primeira vez por 6,5 milhões de reais. Hoje, a multa rescisória do contrato dele com o Santos é de 90,5 milhões.

O sonho de fama e fortuna de milhares de jovens candidatos a craque materializa-se nas peneiras – testes que os grandes clubes fazem para identificar novos talentos. As peneiras são de trama apertada. As organizadas pelo Flamengo fora do Rio de Janeiro atraem 800 meninos a cada vez. Desses, apenas quatro são selecionados para um período de testes. No Santos, segundo Guto Assumpção, diretor de futebol de base do clube, de cada 100 garotos que entram nas categorias de base, apenas dez acabam vestindo a camisa profissionalmente. Outros cinquenta poderão até se tornar profissionais, mas em equipes de segundo ou terceiro escalões. Só três de cada cinquenta jogadores convocados para uma seleção de base chegam a vestir a camisa canarinho da seleção principal.

Se a peneira é apertada, as recompensas são também desproporcionalmente milionárias para quem chega lá. Por essa razão, o garimpo de novos talentos tem se revelado um ótimo negócio. Atraídos pelo baixo custo e pelo potencial de lucro fantástico, investidores dos mais variados setores têm feito suas apostas. É o caso do grupo de supermercados Sonda e da empresa EMS Sigma Pharma. Juntos, eles detêm direitos sobre futuras vendas de mais de uma centena de jogadores. Esse modelo de negócio surgiu quando o passe (título de propriedade de um jogador que, na maioria das vezes, pertencia ao seu clube) foi abolido pela Lei Pelé, em 2001. A partir daí, os times, eternamente endividados, começaram a vender aos interessados porcentuais do valor da venda futura de seus atletas, numa operação similar à divisão de capital entre os acionistas de uma empresa – com a diferença de que, nesse caso, o lucro só aparece quando o jogador é negociado. A Sigma Pharma, que detinha 42,5% dos direitos sobre a venda do ex-atacante do Cruzeiro Guilherme Gusmão, de 20 anos, embolsou em torno de 6 milhões de reais com a ida do atleta para o Dínamo de Kiev. O grupo Sonda tem participação na cota de venda de trinta jogadores profissionais, entre eles o argentino Andrés D’Alessandro, do Internacional, e de mais de setenta jogadores de base. “Nossa expectativa é duplicar o capital investido em até dois anos”, diz Thiago Ferro, um dos sócios do grupo. Para não falar de empresas dedicadas exclusivamente ao negócio esportivo – como a Traffic, que, além de ter um plantel de setenta jogadores, acaba de inaugurar uma verdadeira incubadora de talentos (veja o quadro).

 O assédio de clubes e investidores às chamadas “promessas do futebol” vem criando miniestrelas – jovens sem fama, mas já familiarizados com a pose de um David Beckham e a bajulação que cerca um Ronaldinho Gaúcho. Tome-se o caso de Luiz Henrique Muniz Batista, o Esquerdinha. Aos 16 anos, ele assinou com o Santos seu primeiro contrato como profissional. Dias depois, foi levado a um passeio na Oscar Freire, rua que abriga as lojas mais elegantes de São Paulo. Acompanhado por três empresários, o adolescente – de regata branca e chinelo de dedo – lotou sacolas de chuteiras, camisetas e bermudas de marcas caras. No momento em que a reportagem de VEJA o encontrou, Esquerdinha estava sendo levado para escolher seu próximo presente: um celular novo. O jogador contou que seus novos empresários reservaram um preparador físico para ajudá-lo a desenvolver a musculatura e contrataram um professor para lhe dar aulas de inglês. Como em Santos o idioma é português, está claro o objetivo final dos investidores.

Os brasileiros formam de longe o maior grupo de jogadores estrangeiros na Europa. Em geral, eles chegam lá por meio de uma negociação entre clubes. Mas podem também ser levados diretamente por um dos muitos olheiros que os times estrangeiros mantêm espalhados pelo Brasil. Essa rede de caça-talentos – em geral, constituída de ex-jogadores – acompanha desde os principais campeonatos regionais até as mais obscuras partidas de várzea. O inglês John Calvert-Toulmin, observador do Manchester United na América do Sul, assiste a cerca de cinquenta partidas por mês: “A minha função não é procurar o melhor jogador, mas o jogador que melhor se adapte às necessidades do meu clube”.

Ao contrário de barras de ouro, jogadores de futebol podem ter saudade de casa ou detestar o clima do novo país – isso quando não se metem em boates de reputação suspeita, com frequentadoras idem, ou dão chá de sumiço nos treinos para visitar os amigos no Brasil. VEJA acompanhou a rotina de três jogadores que estão vivendo na Europa: Willian Borges da Silva e Guilherme Gusmão, na Ucrânia, e Breno Borges, na Alemanha. Em comum, os três ganham pelo menos dez vezes mais do que recebiam no Brasil, mantêm-se sintonizados nos canais brasileiros de TV a cabo e mostram um notável desinteresse pela cultura local. O atacante Guilherme chegou à Ucrânia há três meses como a mais cara contratação do Dínamo de Kiev. Ele reclama do frio e do fato de que ninguém lá “parece fazer questão alguma” de entendê-lo, ainda que o atleta não fale outra língua. O ex-corintiano Willian, um dos seis brasileiros do Shakhtar, é um dos poucos a estudar um idioma, mas não com vistas à adaptação na Ucrânia. Ele está aprendendo inglês porque não pretende renovar o contrato com o clube de Donestk.

Com pouca idade e, em geral, baixa escolaridade, os jogadores brasileiros raramente tiram proveito pessoal da experiência de viver no exterior. Nesse sentido, ex-jogadores como Leonardo Nascimento de Araújo e Dunga são exceções. Ambos se beneficiaram com os anos passados na Europa. Dunga aprendeu italiano e alemão e se orgulha de ter podido visitar locais históricos fechados ao público (veja o depoimento). Leonardo diz que sempre teve curiosidade de conhecer outras culturas. “Procurei passar apenas dois anos em cada país e me esforcei para aprender a língua e conhecer o modo de vida de cada um deles”, diz. Na Itália, pouco antes de abandonar os campos, fez um curso de gestão esportiva. Hoje, aos 39 anos, é diretor técnico do Milan.

Leonardo deixou o Brasil para jogar na Espanha quando tinha 22 anos de idade. Dunga foi para a Itália pouco mais velho: aos 23. Coisas do século passado. Hoje, apesar de a Fifa proibir transferências internacionais de menores de 18 anos, uma série de subterfúgios permite que se drible a regra: uma das formas mais frequentes é a contratação fictícia do pai do atleta para um cargo em uma das empresas patrocinadoras do clube. Dessa maneira, a família se transfere para o exterior e o pai recebe o salário que seria do filho, mas que a lei impede que seja pago. A história do mineiro Caio Werneck, de apenas 10 anos, seria diferente também nesse aspecto. Em julho do ano passado, em Petrópolis, no Rio, o menino participou de um acampamento promovido pelo Roma. Assim como o Milan, o time da capital italiana realiza periodicamente esse tipo de evento com o objetivo oficial de “fortalecer a marca do clube” fora da Itália e a intenção inconfessada de detectar talentos precoces, também fora das fronteiras do seu país. Caio, segundo o técnico Ricardo Perlingiero, responsável pelas categorias de base do Roma, sobressaiu tanto nas partidas disputadas no acampamento que foi chamado para fazer um estágio de uma semana no clube romano. Lá, acabou sendo convidado a ficar. O fato de seu pai, Israel Werneck, ter conexões com o clube italiano ajudou.

A família se mudou para Roma e Caio passou a integrar a categoria de base do clube. “Ele tem um passe muito acima da média”, diz Perlingiero. O técnico, que é brasileiro, afirma que nem o menino nem sua família recebem nenhum tipo de remuneração. Israel Werneck revela que colocou o filho numa escola de futebol assim que ele completou 5 anos. Caio é um caso especial. Mas já se contam nos dedos das duas mãos os jogadores brasileiros que brilham no futebol no exterior e às vezes chegam à seleção canarinho sem nunca ter brilhado com a camisa profissional de um clube brasileiro. Ah, sim, quanto a Amarildo, o da crônica de Nelson Rodrigues, ele foi vendido para o Milan e jogou muitos anos na Itália antes de voltar ao Brasil para encerrar a carreira no Vasco.

1-“Não renovo por valor nenhum” – “Eu nunca quis jogar na Ucrânia. Vim para cá em 2007 porque insistiram muito. O presidente do clube fez de tudo para me convencer: cheguei da Alemanha no jatinho particular dele – até a torneira do banheiro era banhada a ouro. Fiquei impressionado com a proposta que me fizeram e assinei na hora. Ganho por volta de 200 000 dólares por mês. Com o passar do tempo, comecei a ficar infeliz. Jogando na Ucrânia não tenho visibilidade. Não quero ser um milionário desconhecido no resto do mundo. Depois, os treinos parecem de atletismo. Nos fins de semana, fico em casa, entediado. No inverno chega a fazer 25 graus negativos! Mas o que mais odeio aqui é a polícia, que sempre me para. Como eles sabem que sou jogador, fazem isso para tentar me tomar dinheiro. O Shakhtar pode me dar um caminhão de dólares, mas eu não renovo por valor nenhum.”

Willian Borges da Silva, 20 anos, jogador do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia

 

2- Tradução até na hora do parto – “Tudo é muito diferente na Alemanha: o povo e o clima são mais frios, os vizinhos cuidam mais da sua vida e nos treinamentos não tem ‘rachões’ (partidas disputadas entre reservas e titulares). No começo, senti dificuldade para me adaptar, mas tive a ajuda dos meus empresários, que moraram comigo durante quase cinco meses. Eles fizeram de tudo. Até colaram etiquetas na máquina de secar com as palavras em português, já que não falo inglês e não entendia nada de alemão. Também arrumamos uma ajudante ótima. Ela chegou a fazer a tradução do parto do Pietro, meu filho, já que minha mulher não entendia nada do que o médico falava. Hoje estou totalmente adaptado e, apesar de ter estudado apenas um mês, consigo até entender o alemão. A vizinhança é o que mais me atormenta aqui. Eles vasculham nosso lixo para ver se estamos fazendo corretamente a separação e já até ameaçaram chamar a polícia porque acharam que estávamos maltratando os cachorros por deixá-los na garagem no inverno. No geral, sou feliz aqui, mas queria poder jogar mais do que estou jogando. No tempo livre, geralmente fico em casa assistindo a partidas de futebol. Quando saio em Munique, costumo ir ao shopping, ao centro ou a lojas e restaurantes legais. Não me interesso por museus. Quando estou em São Paulo, não sou tão caseiro assim. No Brasil tem muito mais coisa para fazer.”

Breno Vinicius Borges, 19 anos, jogador do Bayern de Munique, da Alemanha, desde janeiro de 2008

 

3- Na Itália, como um italiano –  “Meu pai foi jogador de futebol e vendedor de bilhetes de loteria. Não tive berço de ouro. Quando fui jogar no Pisa, em 1987, não falava língua nenhuma. Se via alguma coisa e não sabia o nome, pedia para os colegas escreverem num papel. Um jogador estrangeiro não pode ser um corpo estranho na equipe. Quem vai para fora tem de se desvencilhar do Brasil, e não ficar procurando o Brasil lá fora.É por isso que, quando morei na Itália, tentei viver como um italiano, na Alemanha como um alemão, e no Japão como um japonês. Em Florença, por exemplo, ia sempre aos mercados tradicionais e a museus. Cheguei a entrar em lugares históricos reservados apenas para secretários de governo. No Japão, visitei vários templos budistas. Na Alemanha, tinha aulas com uma professora que me levava a festas típicas. Além disso, em todos os países, fiz amizade com famílias que me mostraram o modo de vida local. Isso foi bom não só pelo aspecto cultural. De certa forma, essas experiências me deixaram com a cabeça mais aberta e me ajudam a lidar com os jogadores como treinador.”

Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, 45 anos, treinador da seleção brasileira 

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O misterioso dono da bola

Um dos homens mais ricos da Ucrânia, o deputado e empresário Rinat Akhmetov, de 42 anos, tem uma fortuna estimada em 1,8 bilhão de dólares e duas paixões: é louco por futebol e fanático pelo estilo brasileiro de jogar. Nos últimos quatro anos, importou nove atletas do Brasil para atuar no seu time, o Shakhtar Donetsk, um dos mais populares da Ucrânia. Além de dono do clube, Akhmetov é seu presidente. Foi o bilionário quem o elevou à categoria dos grandes de seu país. Ele sucedeu no cargo a Akhat Bragin, assassinado num misterioso atentado no estádio do Shakhtar, em 1995. Bragin era acusado de ser um dos chefes da máfia ucraniana.

O passado de Akhmetov também é um tanto obscuro. Segundo seus funcionários, ele “ganhou muito dinheiro jogando pôquer” nos anos que precederam o colapso da União Soviética. Já o jornalista Serhiy Kuzin, autor do livro Donetsk Mafia, afirma que o bilionário teria trabalhado como capanga da organização mafiosa, a mando da qual executara várias pessoas. Akhmetov só se desloca acompanhado de pelo menos cinco seguranças, em um comboio de três Mercedes-Benz S550 pretos e blindados. Quando seu time vence, costuma dar prodigiosas demonstrações de generosidade – distribui até 200 000 dólares para cada jogador.

Dono de um conglomerado de setenta empresas dos ramos de metalurgia, extração mineral e telecomunicações, ele mora em uma casa que ocupa praticamente três quarteirões, quase na divisa de Donetsk com Makeevka. Só na cozinha da mansão trabalham onze empregados, sem contar os treze garçons que se revezam para servir o empresário e sua família – a mulher e os dois filhos raramente são vistos em público. Vaidoso, Akhmetov tem personal stylist e maquiador.

Até o fim deste ano, ele deverá concluir mais um grande investimento: vai inaugurar um portentoso estádio em Donetsk, o Donbass Arena, orçado em 450 milhões de dólares (apenas 50 milhões de dólares mais barato que o Ninho de Pássaro, o célebre estádio que a China construiu para sediar a Olimpíada do ano passado). Não se trata do único investimento previsto para 2009: rumores na cidade dão conta de que a contratação de mais um brasileiro, o atacante Ciro Ferreira e Silva, do Sport Recife, é só uma questão de tempo.

– A Importância de Bento XVI em Amã

“A religião fica desfigurada quando é obrigada a servir a ignorância e o preconceito, o desprezo, a violência e o abuso”
Papa Bento XVI, em sua primeira viagem pelo Oriente Médio. Para evitar a “perversão da religião”, o sumo pontífice recomenda a “confiança no dom da liberdade”

O Papa Bento XVI está em visita na área historicamente devastada por guerras e conflitos religiosos, na Palestina. A importância dessa visita é máxima, pois se torna simbólica pelo fato de estar no epicentro das 3 maiores religiões monoteístas: Judaismo, Cristianismo e Islamismo. O congrassamento de tais crenças é vital para a paz no Oreinte Médio, colaborando para o fim de uma série de conflitos, desde que haja boa vontade.

Abaixo, apenas um relato de cristãos viventes na área: http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3756205-EI308,00-Ser+catolica+em+regiao+muculmana+e+tarefa+ardua+diz+brasileira.html

por Renato Beolchi – Direto da Amã

Para as irmãs brasileiras Maria Laudis Gloriae e Maria Rainha do Céu ser católica em uma região muçulmana é uma tarefa árdua. As duas, missionárias no Egito, compareceram à missa celebrada pelo Papa no Estádio Internacional de Amã e afirmaram que a Jordânia é uma exceção de boa convivência inter-religiosa em uma região consideravelmente intolerante.

“Aqui na Jordânia é mais fácil. Há paz, tanto que católicos e muçulmanos adoram o Rei Abdullah II mesmo ele sendo islâmico”, afirmou Laudis. Após a visita do Papa à Jordânia Laudis disse que retornaria ao Egito antes de partir em uma missão humanitária no Iraque. “Lá, por causa da guerra é onde a situação dos católicos é pior. No Egito também é ruim, mas bem menos.”

Já a irmã Rainha afirmou que seguria a peregrinação de Bento XVI pela Terra Santa. Amanhã, o pontífice deixa Amã e parte para Tel Aviv para uma visita de cinco dias pelo país. Rainha disse que só conseguiu autorização para ir a Israel porque os agentes de fronteira da Jordânia não carimbaram seu passaporte na entrada. Do contrário as autoridades israelenses dificultariam sua entrada no país.

Maria Laudis, natural de Pernambuco, afirmou que está fora do Brasil há seis anos e meio e que a visita de Bento XVI ao Oriente Médio significa que o pontífice tem interesse em perpetuar o diálogo interreligioso propagado por seu antecessor. “Ele passa uma mensagem de paz, de dignidade humana e de unidade.”

– Feliz Dia das Mães!

(Copiado do original de Marisa: – “Marisa – Comercial” marisa@intertank.com.br, enviado por Cintia Porcari –  cintiapcor@terra.com.br).

Uma mensagem especial 

 

 

-A você,

Mãe jovem,
Mãe velhinha,
Mãe rica ou pobrezinha.
A você,
Mãe solteira,
Mãe sozinha,
Mãe de um ou mãe de muitos,
Mãe do filho que não veio,
Mãe do filho que já se foi.
A você,
Mãe pretinha,
Mãe branquinha,
Mãe corajosa, que educa seus filhos.
Todos os dias, a todo o momento.
Mãe que às vezes ri e que às vezes chora…
Mãe que às vezes fala e às vezes cala…
A você,
Mãe que estimamos,
Mãe que desconhecemos,
Mãe do filho que não é seu,
Mãe – Dindinha, Mãe – Titia.
A você,
Princípio de todo amor,
Esta mensagem
Com muito carinho. 

Feliz Dia das Mães!