– 13 anos de apito

Há exatos 13 anos, apitei minha primeira partida de futebol oficialmente. Conto meus jogos a partir desta data, onde, me lembro, estreiei meu uniforme da “nr” (nem existe mais esta marca esportiva), e fiquei todo pimpão! Afinal, era a primeira vez que entrava em campo devidamente uniformizado e para algo que valesse.

A partida foi um jogo Sub 15, válido pela Copa do Trabalhador Campineiro, entre Grêmio Sanasa 2 X 0 Expresso Taquaral. Recebi R$ 25,00, devo ter errado muitos impedimentos (pois nesses jogos não costumam ter bandeiras, para economia, e o árbitro se encarrega de marcar esses lances também), e o jogo foi no tradicional Estádio da Mogiana, hoje Cerecamp, em Campinas-SP.

O que começou como um inocente aprimoramento de regras para aprofundar os conhecimentos de futebol, numa desejável carreira no jornalismo esportivo, despertou a talvez sempre vontade de exercer tal sacerdócio (mas isso é outra história…).

Passado tanto tempo, de lá para cá trabalhei seja como quarto árbitro ou como árbitro principal em todo o tipo de jogo: Amador de Campinas, Itu, Jundiaí; Amador da FPF; Campeonatos Inusitados: de clubes, de ligas, de veteranos, de circo (pois é, apitei campeonato de circo; neste, o juizão é o palhaço… rsrs). Profissionalmente, cheguei à B1B e B1A, que depois viraram B3, B2 e B1 (B3 era a sexta divisão!), daí para A3, A2 e A1 (na A1, como quarto árbitro – por enquanto!). Já tive a oportunidade de trabalhar muitas vezes no Canindé, Morumbi e Palestra Itália; também de conhecer, creio eu, todos os estádios profissionais de todas as divisões profissionais de SP. “Tomei conta” do Emerson Leão, do Muricy Ramalho e do Vanderelei Luxemburgo. Contracenei em Reality Show futebolístico no papel de “Juiz ladrão“. Fiz parte da história positiva e negativa: presenciei ao vivo o “Gol de Gândula” que nunca existiu (a propósito, uma injustiça à árbitra Sílvia Regina). Sai de camburão 2 vezes (é pouco) e escoltado outras. Apitei partidas com jogadores famosos quando ilustres anônimos – do Kaká nas categorias de base ao Robinho. Presenciei profissionalmente grandes nomes do futebol brasileiro trabalhando na arbitragem – Rogério Ceni, Marcos, Ronaldo, Edmundo, entre outros tantos.

Em suma, nem adianta perguntar se valeu. A resposta é: VALE A PENA ! Entre tantas cobranças, alegrias e decepções, irei até o fim da carreira! São quase 700 partidas oficiais em campo (sem nunca ter contado jogos em society), dos quase 350 profissionais.

Neste interim, devo agradecer aos que confiaram na minha carreira desde o começo: o Marcão da Liga Campineira (primeiro professor de arbitragem); ao Luis Antonio de Oliveira/Cobrinha (que sempre me arranjou jogos para apitar); ao Adilson Freddo (que deu uma força danada e praticamente me trouxe para apitar em Jundiaí, intermediando uma conversa entre mim e o Daniel P. Nielsen, da Liga Jundiaiense); à todos os dirigentes de arbitragem da FPF (seria injusto citar nomes pois poderia esquecer de alguém); ao amigo José Mauro Leite (que me inspirou, mesmo sempre apitando mal e roubando para o time do Barroca), e, é claro, aos meus pais – Meu pai que sempre esteve comigo em diversas aventuras no mundo da bola (aventuras mesmo, pois temos histórias engraçadíssimas que um dia contaremos!) e à minha mãe, que veja só, assistiu a uma única vez um jogo meu (o pior de todos), mas que do Céu assiste a todos e torce e ora por mim)

Obrigado Senhor, pela possibilidade de me deixar viver tudo isso! É tudo muito bom!

Obrigado Nossa Senhora Aparecida, patrona dos Árbitros de Futebol, por essa graça!

– Professor racista é algo intolerável

Lamentáveis e condenáveis as infelizes brincadeiras (se é que podem ser chamadas assim) de um professor gaúcho, que de forma racista se referiu a negros em sala de aula.

Compartilho este péssimo exemplo de como não agir, não só em sala de aula, mas em toda a sociedade. Lembrando que o temro raça deveria ser banido dos nossos questionários sócio-econômicos. Afinal, só existe uma raça: a raça humana.

Extraído de: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/05/01/

Professor de universidade é condenado por racismo

Um professor da faculdade de agronomia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) foi condenado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região a pagar multa por ato de racismo em sala de aula em 2000. Cabe recurso. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”.

A multa corresponde ao salário de um mês do professor José Antônio Costa, incluindo vantagens e adicionais que recebia na época. A Justiça Federal não cita o valor na decisão.

A denúncia do Ministério Público afirma que o professor disse, no primeiro dia de aula da disciplina “Leguminosas de Grãos Alimentícios“, em março de 2000, que “os negrinhos da favela só tinham os dentes brancos porque a água que bebiam possuía flúor” e que “soja é que nem negro, uma vez que nasce é difícil de matar“. Na classe, havia um aluno negro.

Na época, foi aberta uma sindicância na faculdade. A apuração concluiu que não havia conotação racista nas falas do professor, que ele tinha “intuito de criar um ambiente mais descontraído no primeiro dia de aula” e que fez uso de expressões informais sobre a raça negra utilizadas no meio rural.

O Ministério Público, então, entrou com ação civil na 6ª Vara Federal de Porto Alegre, que a considerou improcedente. Depois, recorreu ao TRF alegando que “houve ação discriminatória e racista e que teria provocado constrangimento e indignação em todos os presentes e principalmente no único aluno negro presente”.

A defesa de Costa afirmou, entre outras coisas, que ele disse as frases sem intenção pejorativa e que utilizou ditado comum na zona rural, principalmente entre agricultores de origem italiana, inclusive com conteúdo positivo, relativo ao vigor da etnia negra.

O juiz federal Roger Rios, da 3ª turma do TRF da 4ª região, relator do processo, considerou que “não é crível que indivíduo com o grau de formação intelectual [mestrado e doutorado] […] não perceba o explícito e textual conteúdo racista na expressão utilizada -tanto que ao final da aula preocupou-se em manifestar suas desculpas“.