O Gigantismo das Organizações

Na última semana, trabalhamos com alguns cases em sala de aula. E, em determinada turma, discutiu-se sobre o tamanho e poderio de determinadas empresas, suas influências e repercussões sociais. Utilizou-se um texto da Revista Exame a respeito da Cadeia Supermercadista Wal-Mart, onde se falava do poder de negociação da mesma, repassando preços baixíssimos aos americanos, causando deflação econômica, a um custo social alto (salários das mulheres inferiores aos dos homens, não-pagamento de horas extras, entre outras queixas). Tal rede tem simpatia dos pobres, pois possibilita maior poder de compra, e antipatia da sociedade, pois elimina com os pequenos comércios e explora sua mão-de-obra.

Diante da questão: você seria um consumidor do Wal-Mart nos EUA, ou boicotaria a empresa pelas ações politicamente incorretas?, obteve-se uma divisão de respostas. Uma corrente defendeu que a sociedade agisse contra a empresa, forçando condições justas de trabalho (já que ele é o maior empregador privado americano). Outra corrente declarou que tais ações independem das questões de mercado, pois preço baixo faz com que se tornem consumidores, independente das ações trabalhistas, já que economizar é preciso.

Duas citações interessantes: a do aluno Maurílio Peressuti, que disse que “a sociedade tem que rejeitar esse tipo de comportamento organizacional”, enquanto a aluna Tatiana Zapolla alegou que “o importante é o consumidor sendo beneficiado, pois uma coisa não tem a ver com outra”.

Esse é apenas um confronto de idéias e opiniões de universitários num país democrático.

Os dentes da discórdia

 

A Guarda Municipal carioca abriu concurso público para seleção de novos GMs. Entretanto, um item de exigência se tornou extremamente curioso: o de que os candidatos deveriam ter, no mínimo, 20 dentes!

Mas qual a lógica para se exigir boa dentição para os futuros guardas municipais?

Segundo a própria corporação, para que seja sinal de boa aparência!

É claro que tal condição é relativa, pode ser considerada estúpida e preconceituosa. Há tempos existe uma lei que proíbe contratação com os argumentos de exigência “ter boa aparência” ou “curriculum com foto”. Será que o preparo desses oficiais será tão rigoroso quanto a contratação? Esperemos o desenrolar dos fatos.

Momentos de Lucidez no Futebol

Há certos momentos em que o orgulho de participar do esporte faz sentido. Na Inglaterra, Nottingham Forest e Leicester protagonizaram um destes lampejos. Há dois meses, essas equipes disputavam uma partida de futebol e, de repente, um atleta sofreu um ataque cardíaco. Placar: Forest 1 X 0 Leicester. Partida suspensa. E volta-se a jogar na última quarta-feira, com o placar de 0 X 0, pois, de acordo com as regras da Liga Inglesa, a partida foi anulada. E não é que o time que outrora perdia, e agora não perdia mais, deixou o seu adversário atravessar o campo dominando a bola (era o goleiro este atleta), invadir a área e marcar um gol, justamente para que a partida recomeçasse do 1X0? Isso é o que venho alardeado sempre: precisa-se lembrar que futebol, acima de negócio, é simplesmente um esporte. Parabéns pelo Fair Play! Em tempo, o placar final da peleja: N Forest 1 X Leicester 2 (isso mesmo, o time que deixou marcar um gol ganhou de virada!).
Também vale ressaltar a Copa do Mundo Feminina de Futebol. Poucas infrações, quase nenhuma reclamação das atletas, e poucas ações temerárias. No máximo, jogadas imprudentes, sem intenção. E aqui a gente assiste (ou apita) a jogos com mais de 60 faltas…

Consequência da Absolvição do Renan

Que vergonha! Nossos senadores absolveram na surdina (ao pé-da-letra) o nobre Presidente do Senado Renan Calheiros. E, depois da votação, as justificativas foram as mais descabidas possíveis. Alguns que secretamente votaram contra a cassação, declaram-se publicamente a favor da mesma (vide resultado das bocas de urna e entrevistas pós-votação). Mas o que isso trouxe a nação?
Primeiro: Renan Calheiros, pelo cargo de Presidente da Casa, pode se ausentar por um período de férias utilizando-se do avião oficial, e já anunciou que exercerá tal mordomia, pelo desgaste do ocorrido. Mais despesas às nossas custas.
Segundo: a oposição declarou que boicotará a cada sessão presidida por Calheiros. Isso quer dizer que eles não trabalharão, e as leis ficaram paradas. E nós pagamos o salário deles.
Terceiro: enquanto se discutia a vergonhosa absolvição, no Congresso os deputados votaram a favor da manutenção da CPMF até 2011. Detalhe: durante a madrugada.
Alguns acontecimentos, paralelamente a tudo isso, precisam ser lembrados: já perceberam que o Presidente Lula novamente estava em viagem internacional? Foi assim a cada episódio mais forte na crise do Mensalão, da CPI do Palocci, dos Correios, do Valdomiro Diniz, etc e etc. Sempre o homem está fora do país nesses momentos de turbulência. Mera coincidência?
Por fim, declaração do Senador mais votado da história de SP, Aloísio Mercadante, que outrora levou meu voto também: Não votei contra a cassação, pois esta situação precisava de mais debates (mais ainda, senador???), e também não votei a favor, pois não me convenci das provas (haja prova!!!). Por isso, abstive-me.
Que país é este…

Trabalhos de 10 a 11 de setembro

Novamente os alunos de Administração estiveram envoltos à temas pertinentes à sua formação. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: Após diversas discussões sobre o protecionismo econômico e modelos viáveis de administração, questionou-se, dentre algumas reflexões, a defesa ou não de práticas protecionistas em relação ao mercado global. Na maioria absoluta, os alunos defendem práticas protecionistas por parte do governo brasileiro em defesa, principalmente, da invasão de produtos chineses. E condenam as ações protecionistas de países estrangeiros. Ora, há uma clara contradição nessas respostas, ou pode-se afirmar que esses alunos são Policarpos Quaresmas extremados; nacionalistas ufanos que não querem sofrer conseqüências concorrenciais da globalização.

SEXTO SEMESTRE: Discutiu-se a discriminação nos ambientes organizacionais, seja racial, sexual ou qualquer outra. Questionou-se: Você se sente discriminado no ambiente de trabalho; e tem praticado a discriminação?
As respostas foram impressionantes. Realizadas anonimamente, de aproximadamente 120 alunos de 2 salas, apenas 3 alunos responderam nunca discriminar, nem sentir-se discriminado. As causas discriminadas são variadas: discriminam por opção sexual, por cor, por odor (sim: pessoas mal-cheirosas, segundo 1 aluno, trazem repulsa), por origem oriental (chinês e japonês, segundo um estudante), por estética (excesso de peso) e pelo sotaque. Um aluno citou que se constrange com jargões como “tem que ser preto” ou “tem que ser loira”.
Uma resposta que destaco, foi de um aluno que, mesmo com a opção de anonimato, se identificou na atividade (Sérgio Malinski), e com extrema sinceridade relatou:
“Acho que todos nós, no nosso íntimo, somos preconceituosos. Mas entendo essa visão, Procuro me policiar e agir com justiça e sensatez, e ver a pessoa que está dentro do corpo, porque o externo não interessa”.
Finalizando, de uma resposta anônima: “Deus fez todos à sua imagem e semelhança; então não há pessoa diferente. Todos são iguais dentro dos seus modos diversos de viver”.
Boas respostas. É isso que a gente quer!

SEGUNDO SEMESTRE: Após discutir as ações das ONG’s, questionou-se o verdadeiro papel que as mesmas deveriam ter na sociedade. Números aproximados: 75% dos universitários disseram que as ONG’s deveriam substituir a ação do governo, já que ele é ineficiente. Outros 20% disseram que deveriam fiscalizar o governo, e 5% alegaram que deveriam apenas complementar a ação governamental.
Tais respostas mostram uma clara evidência de que há um certo conformismo na ineficiência dos órgãos públicos, e que as ONG’s precisam fazer algo, pois a sociedade deve ser agente de mudança.
Particularmente, acredito que as ONG’s devam fiscalizar o Governo, e, no máximo, auxiliar em missões difíceis. É cômodo para as autoridades transferir a resolução de problemas para o 3º setor. Haja voluntário neste país!

A impunidade da justiça brasileira

Certas decisões judiciais são verdadeiramente inaceitáveis. O promotor de justiça Thales Ferri Schoedl, réu confesso do assassinato de um rapaz a tiros em Bertioga (Dez/2004), continua recebendo seu salário mensal de R$ 10.500,00. Após quase 3 anos do ocorrido, ele continuava até a última semana trabalhando normalmente na promotoria.
Ué, nada aconteceu?
Onde está a punição?
E nós, brasileiros, que pagamos os salários desses senhores, aceitamos passivamente a isso?
O que mais nos deixa pasmado: O cargo é de Promotor de Justiça… e que justiça mais injusta, não? Ele está afastado do seu cargo, e ainda recebe normalmente seus vencimentos!

A prosmicuidade da bolsa família

Deve estar sobrando dinheiro nos cofres públicos, ou estamos em um patamar diferente do entendimento do que é “sentir necessidade” e “pobreza”. Digo isso pois, após denúncia do Jornal Diário de São Paulo, onde foi exposto que a progenitora da atriz da Rede Globo Grazielli Massafera (D. Cleusa) era uma das beneficiárias do programa social Bolsa-Família, fico imaginado quantas famílias realmente necessitadas não estão recebendo tal rendimento, e outras, por diversos motivos, recebem sem precisar. No caso de Cleusa Massifera, residente em Jacarezinho-PR, a mesma foi beneficiada pois seu município recebeu 3204 benefícios da bolsa-família (e também do vale-gás). Assim, distribui-se todos os recursos, mesmo a quem não necessitava.
Por que não se devolveu a sobra do número de famílias não-carentes contempladas, a fim de auxiliar quem precisa? É confiável o número de recursos distribuídos? Quem fiscaliza de fato a condição social dessas pessoas, e a quanto tempo estão vivendo destes recursos?
Será que o assistencialismo social está acomodando as pessoas e ao invés de “darmos o peixe”, deveríamos “ensinar a pescar”, conforme o jargão popular?
Obs: D. Cleusa poderia sair dessa situação desconfortável tranqüilamente: era só dizer que sua filha Grazi não contribuia com seu salário global para com as despesas do lar.
Obs2: Já repararam que as revistas de celebridades não cobriram tal acontecimento, já que a atriz é recorrentemente solicitada para matérias desse nicho?

Cybertorrismo

Muitas formas de terrorismo foram praticadas ao longo da história. E, a cada passo da evolução tecnológica, novas ações são praticadas. Desde as video-provocações da Al-Qaeda, até mesmo ao modismo dos golpes de seqüestro-relâmpago via ligações telêfonicas dos presídios cariocas, muito se tem praticado.
Diante disso, uma nova forma se alardeia: o Cyberterrorismo. Para os cinéfilos de plantão, o exemplo vivo é o filme “Duro de Matar 4.0”, onde até mesmo o Capdólio é atingido virtualmente.
O mais preocupante de tudo são os novos hackers chineses, cuja ação, segundo os diversos serviços de inteligência, poderiam ser bancados pelo governo comunista. Ilusão, excesso de imaginação ou real ação?
Na última semana, o respeitado jornalista Joelmir Betting, durante o Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, falou a respeito da repercussão da invasão dos sistemas de informação do Pentágono, sendo propiciada por chineses, e que os mesmos já agiram de tal forma contra os governos da Alemanha, Inglaterra e França.
Vale uma reflexão: já imaginaram o mundo, hoje, sem sistemas de computação? Não precisa ser em relação à tecnologia digital. Basta pensar em questões menos complicadas: imagine, agora, um mundo sem energia elétrica?
Haja lampião e lamparina…