A Campanha politicamente correta

Todd Domke, do Boston Globe escreveu; a Revista da Semana (ed Abril, 24/12/07) reproduziu, e eu ouso reafirmar: os americanos, por mais que sejam criticados, são democráticos. Se escolhem bem ou mal seus governantes, ou se o sistema é falível, é outra história. Mas veja que curiosa está a disputa à sucessão de George W. Bush. Qualquer eleito será pela primeira vez um presidente de perfil nunca antes visto na Casa Branca. Eis os pré-candidatos mais fortes:

– Hillary Clinton, seria a primeira mulher na presidência;

– Ruddolphi Giuliani, seria o primeiro ítalo-americano;

– Bill Richardson, o primeiro hispano-americano;

– Barack Obama, o primiro afro-americano;

– Mitt Rommey, o primeiro mórmom. 

Destes, dois serão candidatos, um pelos democratas e o outro pelos republicanos. Todos tem como plataforma a recuperação da economia americana, que pelo quinto ano consecutivo, vira o ano sugerindo recessão.

Obs: Qualquer um dos eleitos sairá do atual perfil WASP, como os americanos chamam (Branco, Anglo-Saxão, Protestante).

Esse tal de ranking…

Novamente divulgou-se o ranking da arbitragem paulista. Alegria aos que subiram, tristeza aos que caíram. Mas lá vai uma singela sugestão: porque não tornar o ranking aberto, com atualizações mensais ou bimestrais, em espécie de campeonato, com pontos em disputa. Em determinada semana, o melhor árbitro seria Fulano, a x pontos de vantagem sobre Ciclano. Conforme a atuação da última rodada, o ranking mudaria. Como isso é trabalhoso, dever-se-ia montar um programa de informatização, onde apenas se inseria as notas e o ranking automaticamente estaria atualizado.

O bom exemplo disso é a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), onde seus concorrentes tem o ranking de entrada e o da corrida dos campeões.

Democraticamente, vale a sugestão? 

A Escolha Diária

 

Como é interessante reviver alguns momentos! Jogando algumas tralhas fora, encontrei um lembrete que fiz à mim mesmo. Se já postei anteriormente, lá vai uma segunda vez:

Mesmo se amanhecer com inúmeros problemas, a cada manhã você terá uma escolha: ficar feliz ou aborrecido; pois os compromissos serão os mesmos daquele dia.

Então, já escolheu o seu humor para hoje?

A Neurose do fina de ano

Fico impressionado em ver a necessidade de algumas pessoas de consumir neste fim-de-ano. Há pessoas que sentem coceira quando tem dinheiro no bolso, e necessitam gastá-lo. Confesso não sentir atração nenhuma em entrar em um shopping lotado para fazer compras, muito menos encarar tediosas viagens e congestionamentos. Se vou viajar, é para relaxar!
Me assusta assistir nas Tvs as intermináveis filas nas rodovias, e as pessoas, de maneira ritualizada, como se fossem obrigadas a ir ao litoral, por exemplo. Por que todos juntos irem à praia? Por que todos saírem nas mesmas datas? Por que as mesmas manias e superstições?
São os costumes. Cada um se diverte da forma que melhor interessar. Nestes tempos, prefiro o sossego e a serenidade. Há o ano todo para trabalhar e ao mesmo tempo se divertir. Só o fato de estar vivo já é uma grande aventura. Não precisa ser nos últimos dias do ano.
Será lamento de quem não foi viajar? Não, já fui viajar. E ao litoral! Que ironia tal comentário…

O Bom mocismo popular

José Geraldo Couto, brilhante colunista da Folha de SP, abrilhantou-nos novamente com um comentário polêmico (sábado 22/12, Caderno Esporte, pg D3) sobre Kaká. Basicamente, atacou o bom-mocismo do atleta, e teceu comentários sobre os bem e mau comportados jogadores. As vezes, reflito e concordo com alguns pontos do mesmo, e, refletindo um pouco mais, acabo discordando. Abaixo, algumas impressões para você comentar:

“A escolha de Kaká como melhor futebolista do planeta não surpreendeu ninguém (…). O que me assustou um pouco foi ouvir no rádio e tv uma porção de gente exaltar o rapaz como “modelo positivo para a juventude”. (…) Não me entendam mal. Nada contra ele casar virgem e estampar na camiseta que ‘pertence a Jesus’. Mas daí a tomar isso como exemplo de caráter vai uma grande distância. Kaká, é bom lembrar, foi um dos primeiros a sair em defesa do casal Hernandes, os líderes da Renascer em Cristo, que foram parar na cadeia por ludibriar a fé dos incautos e sonegar impostos (…)”.
Lembro um episódio ocorrido com o grande ex-jogador e ex-treinador Elba de Pádua Lima, o Tim (1915-1984) (…) Tim era técnico de um grande time do RJ quando, numa peneira, um garoto ansioso por agradá-lo declarou: ‘Não bebo, não fumo nem farreio’. Tim respondeu: ‘Pois aqui você vai aprender a fazer tudo isso’. (…) Millôr Fernades escreveu uma vez que a mais incompreensível das taras é a abstinência. Ernest Hemingway, por sua vez, quando indagado sobre as coisas que poderiam atrapalhar a atividade do escritor, respondeu: ‘Mulheres, bebida e dinheiro. E também falta de mulher, a falta de bebida e a falta de dinheiro’. João Saldanha, sábio do futebol e da vida, ajudava seus jogadores a fugir da concentração para se divertir. (…)
Kaká entregou a alma a Jesus, o dinheiro à Renascer e a virgindade à noiva”.

Diante dessa final frase de efeito, questiono: No frigir dos ovos, Kaká não é o melhor do mundo hoje? E as particularidades do atleta não pertencem só a ele, desde que produza em campo?
Certamente, alguém dirá: Romário foi o Kaká às avessas na sua vida particular, e levou o prêmio de melhor do mundo. Então direi: isso é verdade também.
Assim, como não consigo concordar ou discordar plenamente do sábio José Geraldo Couto, resta uma questão complementar: Daqui a 50 anos, quem terá sido, na memória futebolística mundial, o melhor: Kaká ou Romário?

O Faltoso do senado

Nas universidades, se o aluno extrapola o percentual de 25% de ausência nas aulas, está automaticamente reprovado. E no Senado Brasileiro? Fernando Collor de Melo tem apenas 33% de presença, e quando indagado sobre suas faltas ao trabalho (pago com nosso dinheiro), justificou ironicamente: “Não tenho que justificar minhas ausências a ninguém”.

Que belo exemplo…

As leis árabes

 

Causou espanto, mas ao mesmo tempo deve ser feito um comentário respeitoso, o acontecido em Riad, com a prisão de uma jovem de 19 anos condenada à prisão perpétua.

Pasmaram-se as pessoas quando ouviram a notícia de que a garota fora estuprada ao sair de um shopping em Riad, capital da Arábia Saudita, por três rapazes. Ao ser levada à delegacia local, a vítima foi presa imediatamente. Seu crime? Estava em um shopping sem estar acompanhada de um homem da família, mas de um amigo. Como é sabido, em alguns lugares islâmicos mais radicais, as lojas são exclusivas para homens ou mulheres. Ambientes mistos, apenas entre familiares. Assim, de acordo com a lei, tal situação impediria a imoralidade.

O que pode nos parecer absurdo, é entendível se respeitarmos os costumes árabes. Mas é descabido mesmo assim que a jovem estuprada fora presa (e com pena perpétua) por estar acompanhada de um rapaz em um shopping. Dá-se, infelizmente, a impressão de que o estupro foi um crime menor.

A Guerra do Natal americano

Interessante o artigo publicado pela Folha de SP, na última segunda (17/12/2007), pelo jornalista Sérgio Dávila, enviado especial à Dês Moines (Iowa), EUA. O mesmo retrata o episódio recente batizado de “Guerra do Natal”, onde comerciantes, comerciários, população e Igreja se debatem na questão: é politicamente correto desejar Feliz Natal aos consumidores?
Alguns argumentam que por ser uma festa cristã, e nos EUA existirem grande número de judeus, mulçumanos e ateus, e estes não celebrarem o Nascimento de Cristo (Natal=Natalidade=Nascimento), seria um importuno muito grande para essa parcela ter que conviver com tal cumprimento e com a própria celebração. No entanto, algumas cadeias de lojas aderiram ao modismo, orientando a seus funcionários que desejassem “bom feriado” ou “boas festas de descanso”. Em contrapartida, outras redes orientaram à exaltação do Happy Christmas.
Se formos extremamente politicamente corretos, o feriado seria uma data de guarda exclusivamente aos cristãos, de qualquer profissão de fé (católica, evangélica). É uma prova da separação do Estado e da Igreja. Mas a qualquer fiel, de qualquer crença, não respeitar a sua festa religiosa é blasfêmia. E por esse prisma, se formos politicamente corretos ao extremo novamente, também temos que respeitar esse argumento.
Talvez o problema maior seja o desvirtuamento do sentido do Natal, que passa de uma festa religiosa a uma festa comercial. E isso há um bom tempo, desde que a Coca-Cola criou a imagem do bom velhinho, que se tornou Papai Noel, que substituiu a tradição cristã de São Nicolau.
Em tempo: o Natal é a segunda festa mais importante aos cristãos, sendo a primeira festa a Páscoa de Cristo.

A Finasterida e o Romário

E novamente o baixinho está envolvido em polêmica. Mas parece não estar nem aí para a mesma, e particularmente, acho que faz bem em agir assim.
O atleta foi flagrado no exame anti-doping, após disputar a partida Vasco 02 X 02 Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, acusando o uso de Finasterida. Diante disso, ele teria direito a uma contra-prova do exame, mas acabou abrindo mão dela, devido à certeza do que havia tomado.
A Finasterida estava presente no TÔNICO CAPILAR do atleta, e não melhora nem piora o rendimento da prática esportiva. Bem humorado, o próprio Romário avisou que houvera ocorrido o resultado positivo para a droga.
Com 41 anos, apresentando sinais de calvície e vaidoso como é, dificilmente acreditaria-se que um talentoso craque de futebol pudesse se dopar com tal substância. Embora não seja julgador nesse caso, mas como observador, acredito piamente que não houve intenção alguma para dolo, apenas um descuido de um atleta em final de carreira.
Mas por que a Finasterida é considerada substância proibida pelos organismos esportivos? Simplesmente pelo fato da mesma mascarar outras substâncias dopantes, e destas, como principais, os esteróides anabolizantes. Ou seja: péssimos exemplos de atletas utilizam drogas diversas para potencializar seu rendimento, e tomam esse tônico capilar para encobrir o doping.

Castello Branco e o Presidente Lula, segundo Élio Gáspari

Compartilho texto publicado pelo jornalista ítalo-brasileiro Élio Gáspari, extraído do jornal “O Globo” (ed 07/12/2007),  enviado pela exemplar aluna Rosiele Vignoli.

Obs: Inicialmente, ressalto que o texto não é apologia ao marechal ditador, apenas um cumprimento da atitude digna do governante da época frente ao referencial atual:

 

“Castello Branco e Lula

Ao ver Lula defendendo seu filho que recebeu R$ 15 milhões de reais da TELEMAR para tocar sua empresa, Élio Gáspari publicou essa história buscada no fundo do baú:

Em 1966 o presidente Castello Branco leu nos jornais que seu irmão, funcionário com cargo na Receita Federal, ganhara um carro Aero-Willys, agradecimento dos colegas funcionários pela ajuda que dera na lei que organizava a carreira. O presidente telefonou mandando ele devolver o carro. O irmão argumentou que se devolvesse ficava desmoralizado em seu cargo. O presidente Castelo Branco interrompeu- o dizendo:

“Meu irmão, afastado do cargo você já está. Estou decidindo agora se você vai preso ou não”.

E o Lula ainda ‘sonha’ que não existe ninguém nesse país com mais moral e ética que ele. ”

Élio Gáspari

O Imperativo dominador 2

Há alguns dias, escrevi sobre os imperativos dominadores das nações e quais seriam as próximas tendências. Gostaria de mudar, ou melhor, ponderar o artigo anterior, postado em: http://rafaelporcari.blog.terra.com.br/o_imperativo_dominador
Meu motivo é forte: tenho acompanhado os passos da Conferência de Bali, onde as nações estão discutindo desde os resultados do protocolo de Kyoto e seu futuro, até o que realmente será necessário para a sobrevivência do planeta. E diante das conversas sobre créditos de carbono, sobre recursos econômicos de defesa do verde, e sobre zonas internacionais de proteção ambiental, vislumbro uma nova possibilidade (que na prática não ocorrerá), que é a do Ecoterrorismo. O imperativo econômico do século 21 poderá ser o … mato! O verde, as plantas, a Amazônia, enfim! Com o fim das áreas verdes, na era do desmatamento desenfreado, as nações poderão trocar a preservação das florestas por generosos recursos financeiros, usando argumentos de que “poderiam desmatar para criar novas áreas de plantio de alimentos”, ou “desmatar para exploração de recursos”, ou, ainda, “desmatar para plantar bioenergia, como o álcool”.
Decerto, vale pensar que quem tiver maior área de preservação ambiental pode ganhar mais dinheiro. Ou pensar que quanto mais florestas, mais riscos de invasão estrangeira “em nome da defesa do planeta”, procurando criar um cinturão verde de preservação.

Desejando a volta da cpmf já!

Calma, não achem que fiquei maluco. É apenas uma introdução simplista para começar a explanar as razões que levaram um imposto tão inteligente e necessário a um nefasto instrumento de arrecadação.
Nos idos de 90, o IMF, como foi criado, tinha a única intenção de socorrer a saúde pública. Entretanto, passou a se chamar IPMF, acrescentando o termo provisório apenas para dizer que estava no fim. Na sua volta derradeira, o “Imposto do Cheque”, que nunca foi só do cheque, pois movimentava toda e qualquer transação financeira, ganhou o status de contribuição, arrecadando, neste ano de 2007, aproximadamente R$ 40 bilhões, para toda e qualquer gastança pública.
Alguns países da América Latina também adotaram esse imposto, a exemplo do Brasil, já que tais cifras engordam verdadeiramente os cofres públicos. Porém, é um encargo maldoso, pois fere indistintamente ricos e pobres. Se qualquer brasileiro sacar da poupança 1 mês de rendimento, sua aplicação financeira terá, aproximadamente, 60 % de perda devido aos 0,38% cobrados.
Mas por que intitulei este post desejando a CPMF novamente?
Pelo simples fato de que há anos tal tipo de cobrança poderia ter sido defendida como Imposto Único Brasileiro. Já imaginaram que maravilha? Um só imposto no Brasil; com uma carga tributária coerente, é claro. O problema é que a CPMF sempre foi MAIS UM imposto, e não o único imposto.
Por fim, a Europa discute, atualmente, a implantação de tal medida e sua viabilidade por volta de 2011. Isso quer dizer que nós, brasileiros, estamos na vanguarda, ou é ilusório imaginar que os nobres parlamentares farão essa vontade popular?
Lembrando apenas: Mesmo sem a CPMF ter sido votada (e derrotada) para 2008, o governo já havia incorporado no Orçamento Geral da União tais recursos.
Mas que vontade de arrecadar…
Não seria mais fácil gastar melhor o dinheiro público, findar a autopromoção estatal e as mordomias administrativas?

Eu sou contra a CPMF como ela sempre foi, mas a defenderia nesta nova roupagem, a de imposto único. E você?

A Transposição do São Francisco

Muitas vezes, os interesses escusos estão acima da necessidade popular. Tenho acompanhado a greve de fome do Bispo Dom Luiz Cappio, contra a não-discussão da transposição do Rio São Francisco. A queixa, em si, não é contra a transposição dessas águas, mas a não participação dos envolvidos no processo para a discussão da real necessidade da transposição. Há pouco tempo, confessava-me incompetente para a discussão de tal tema. Mas, após um acompanhamento e estudo do caso, concluo que o benefício de tal obra seria de nenhum acréscimo às pessoas de baixa renda, de impacto ambiental desnecessário e de grande desperdício de dinheiro público.
Sintetizo meu ideal contra tal obra com um artigo do ex-governador sergipano João Alves Filho, reproduzido pela Folha de São Paulo em 07/12/2007, pg 3. (ops: nenhuma conotação política ao texto, mas apoio às idéias e ideais da não-transposição):

D. Cappio e o mito da falta d`água
Por João Alves Filho
D. Luiz Flávio Cappio tem consciência também de quatro fatos dos quais a nação precisa tomar conhecimento

Com a retomada da greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio, o presidente Lula e seus áulicos tentam passar a imagem de que ele é um fanático religioso. O ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, ousa desrespeitosamente associar a imagem do bispo a uma espécie de fundamentalista islâmico.

Na realidade, d. Cappio é um líder religioso profundamente comprometido com sua principal missão, que é divulgar a fé aos sertanejos e levar a eles os eternos ensinamentos de Deus, mas sem desconectá-los do mundo injusto em que habitam.

Daí por que, convencido de que quem convive com a miséria não tem serenidade para cultivar dignamente a religião, se empenha em extirpar a miséria, defendendo os sertanejos daqueles que tentam legitimá-la com demagogia e promessas enganosas.

Trata-se de um sábio, culto, avesso à demagogia, conhecedor do sertão nas suas entranhas e, em especial, do Velho Chico, cujas margens percorreu a pé denunciando sua degradação bem antes de se falar em transposição. Um estudioso das técnicas de convivência com as secas e equacionamento dos recursos hídricos locais tão simples e baratas que os chineses e os indianos as praticam com sucesso há milênios em regiões de climas bem mais hostis do que o nosso.

D. Cappio tem consciência também de quatro fatos dos quais a nação precisa tomar conhecimento. Primeiro, a transposição não é destinada a salvar os nordestinos da seca, pois apenas uma minoria irrelevante do semi-árido receberá água na porta, mas se destina ao agronegócio, que utilizará uma água caríssima, levada a 700 km, que terá que ser subsidiada a vida inteira. Porém, temos milhões de hectares de terras à beira do rio cuja irrigação, sem subsídio, proporcionaria alimentos baratos e geraria 1 milhão de empregos.

Segundo, o governo, maquiavelicamente, esconde uma realidade que surpreenderia a nação: não há falta de água no Nordeste setentrional, mas, isto sim, ela existe em abundância tal que, teoricamente, daria para abastecer 100% dos nordestinos.

Terceiro, o rio São Francisco está na UTI e a transposição ameaça provocar sua morte, gerando o maior desastre ecológico e socioeconômico da história brasileira.

Quarto, Lula mentiu para conseguir a interrupção da primeira greve de fome de d. Cappio, certamente com receio das conseqüências para a reeleição, com promessas enganosas de que iria parar a obra da transposição para discutir com ele, com membros da sociedade civil e ecologistas que têm propostas alternativas, demonstrando tecnicamente projetos racionais para levar água na porta pela metade dos custos para a totalidade dos dez Estados do semi-árido nordestino e mineiro. Por dois anos, o bispo esperou pacientemente a abertura do prometido diálogo, mas a resposta de Lula foi ameaçadoramente mandar o Exército iniciar a obra.

Por falta de espaço, não posso aqui detalhar o gigantesco manancial de água disponível nos Estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba, explicando a simplicidade do supracitado projeto alternativo. Faço, contudo, um convite ao ministro Geddel, que executa a obra que tanto combateu, para um debate aberto, para que a nação saiba de toda a verdade sobre essa obra freneticamente aplaudida pelos empreiteiros, seus felizes apaniguados, pelo agronegócio retrógrado, que pleiteia água subsidiada, e pela indústria da seca, que, após sua conclusão, continuaria abastecendo os famigerados carros-pipas e as latas d’água na cabeça da pobre gente dos próprios quatro Estados “beneficiários” da obra da transposição, que, tardiamente, compreenderia que foi a principal enganada pelo governo Lula, que fomenta a cizânia entre irmãos nordestinos.

Finalmente, uma ponderação final para que o presidente Lula, que, do alto de sua autolouvação, costuma ser infenso a conselhos, avalie melhor o artigo de frei Leonardo Boff, que, com a autoridade de ex-professor do então seminarista dom Cappio, com quem ele já se destacava por “uma aura de simplicidade e santidade”, advertiu: “Entre o povo que não quer a transposição e as pressões de autoridades civis e eclesiásticas, dom Luiz ficará do lado do povo. Irá até o fim. Então a transposição será aquela da maldição, feita à custa da vida de um bispo santo e evangélico. Estará o governo disposto a carregar essa pecha pelo futuro afora?”.
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JOÃO ALVES FILHO, 66, é engenheiro civil. Foi governador de Sergipe por três mandatos (1983-87, 1990-94 e 2003-06) e ministro do Interior (gestão Sarney). É autor de, entre outros livros, “Transposição de Águas do São Francisco: Agressão à Natureza vs. Solução Ecológica”.
jafsergipe@gmail.com

O Bebedouro da Discórdia

Cansamos de ouvir falar sobre leis que não funcionam ou cuja praticidade é comprometida pelo mau funcionamento dos órgãos de fiscalização. Há outras que atendem certos interesses particulares, e que nunca beneficiam a população. Por fim, há aquelas que efetivamente não pegam. Lembram da lei dos 6% de juros anuais?
Pois bem: o vereador paulistano Carlos Gianazi propôs, e ganhou apoio incondicional da também vereadora (e possível candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB, desde que saiu do PT) Soninha Francine, a respeito da obrigatoriedade das casas noturnas possuirem um certo número de bebedouros em suas pistas de dança. Motivo: o excessivo consumo de ecstasy pelos jovens.
Calma, você não entendeu tudo errado. É isso mesmo: o ecstasy, droga sintética “em moda” nas casas noturnas e festas raves, causa secura na boca, e potencializa o efeito da droga no usuário. Assim, o nobre parlamentar sugere que com a instalação de bebedouros, o consumo de ecstasy não seria tão nocivo.
Não seria mais fácil incentivar o não-consumo das drogas? Aumentar a fiscalização, combater o tráfico e orientar os jovens sobre os reais efeitos?
A própria Soninha, segundo a coordenadora da plausível campanha Jovem Pan pela vida contra as drogas, Izilda Alves, declarou que não se pode encarar isso como lei de incentivo às drogas, mas sim como (pasmem) “questão de saúde pública em respeito aos usuários de substâncias psicoativas”.
Se eu fosse político, meu discurso começaria como os demais, mas seria neste tom:
“Nobre colega, vossa senhoria sabe a asneira que está defendendo?” OPS – melhor parar por aqui, pois tal estúpido incentivo pode me levar a falar ou escrever bobagens.
Durma-se com um barulho desses…

As avaliações do segundo semestre

 

Pessoal, gostaria de parabenizar a todos pelo ótimo desempenho nas avaliações do segundo semestre. Corrigi duas turmas na terça, e acabo de terminar a correção das outras duas. E os resultados, em geral, foram muito bons.

A Avaliação ocorreu através de análise crítica de artigo paradidático e, como feito anteriormente, o mesmo texto à todas as turmas, com enfoques e questionamentos diferentes, com nível de dificuldade e cobrança proporcional ao semestre. E uma novidade: aos alunos do segundo semestre, 40 minutos para a feitura; do sexto, 35 minutos, e para o oitavo, 30 minutos. Assim, como teoricamente os semestres mais adiantados são mais capazes neste processo avaliatório, menos tempo para a realização.

Gostei dos textos. Confesso que algumas avaliações são exemplares. Além de espírito crítico, muitos alunos demonstraram, felizmente, CIDADANIA. E é essa a formação desejada para o administrador: acima do desejo de se tornar um executivo de sucesso na sua corporação, se tornar cidadão!

Parabéns à todos. Àqueles que já alcançaram seu objetivo no semestre… Boas Férias!!!! 

Os presidentes educados

 Ontem, o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a educação do país, alegando que se esquece do ensino no Brasil, e deu-se a entender que isso ocorre justamente pela falta de educação do nosso presidente Lula. O PT respondeu que isso é preconceito sobre alguém que não teve oportunidade de estudar, e que reafirmava o elitismo dos tucanos.

Discussões a parte, os dois estão certos e ao mesmo tempo errados. Faltou apenas a principal consideração: o que importa não é a educação, a oportunidade de estudo ou a classe social, mas sim a Competência Administrativa.

O prejuízo da Eurocopa para os ingleses

Os inventores do futebol (Inglaterra) estão fora da Eurocopa. O torneio, que é uma espécie de Copa do Mundo sem Brasil e Argentina, mobiliza todo o continente a cada quatro anos. Entretanto, os ingleses que foram há pouco reticentes com estrangeirismos na seleção local, mostram-se extremamente desorientados por tal acontecimento. Na última Copa do Mundo, o treinador era o sueco Erickson, bombardeado por críticos por não ser inglês (imagine um uruguaio ou argentino dirigindo a nossa seleção canarinho). Devido aos resultados do Mundial, resolveram contratar um inglês legítimo, o técnico vice-campeão da Copa da Inglaterra pelo Middlesbourgh, Steve MacLaren. O fato é que fizeram um contrato com multa rescisória de, aproximadamente, 9 milhões de reais. Assim que a Inglaterra foi eliminada nas Eliminatórias do torneio, a demissão foi anunciada.
Uma inocente perguntinha: não deveria se demitir quem o contratou e aceitou uma multa nesses termos?
Como nossa praia também é administração, calcula-se que o prejuízo à economia inglesa pela não participação do English Team no torneio é de 4 bilhões de dólares, segundo estudos de uma Universidade Britânica.
Já imaginaram o prejuízo (técnico-esportivo, financeiro) da não-participação do Brasil em uma Copa do Mundo?

A jovem de Abaetetuba

Há certas situações que não só constrangem, mas nos levam a uma reflexão da vida-cão que muitos levam. E nos trazem à outra ponderação: quantos problemas nós temos frente aos problemas dos outros… Quais são eles, e a profundidade deles!
Dito isso, vamos ao episódio motivador de tal comentário. Na cidade de Abaetetuba, interior do Pará, uma jovem de 15 anos foi encarcerada juntamente com outros 20 homens, sem qualquer tipo de separação. A adolescente, acusada de roubo de comida (portanto, leva-se a crer que passava fome), foi presa conforme a lei (como se todas as leis fossem cumpridas e todos os criminosos fossem detidos – principalmente os de crimes de colarinho branco). Mas, aos olhos da justiça, independente da moral ou imoralidade, tudo ocorreu legalmente. O problema é que após a detenção, ela foi colocada numa cela comum, com superlotação de homens, com a justificativa que a cidade não possuía presídio feminino. Isso, porque a jovem é menor de idade. E, de acordo com o ECA, não pode ser presa, mas enviada à recuperação / ressocialização. Não estou aqui defendendo a impunidade, apenas relatando tal indignação.
O fato é que durante todos os dias (exceto às quintas, dia de visita), a garota foi obrigada a manter relações sexuais com os presos, que faziam rodízio de horário e de posições com a infeliz. Tudo isso permitido pelas autoridades locais.
O que mais choca é a hipocrisia social. Não há um responsável para ser punido: policiais jogam a culpa no Estado, que joga a culpa nas Instituições, que devolve para o Sistema, e assim se faz a impunidade.
O fato é que tais atitudes tiveram outro propósito. Como é sabido, mas não provado, é que muitas carceragens permitem entrada de entorpecentes para acalmar os presos mais rebeldes. Outras, abrem mão de algumas regalias. E a presença de uma mulher numa cela masculina para satisfazer alguns bandidos que se rebelam, lamentavelmente, é entendida como usual, apesar de descabida. Claro, ressalto que isso não é provado, mas é subentendido como provável.
Indícios de tudo isso ser verdade: cortaram o cabelo da moça, para se misturar com o cabelo curto e calvície dos demais. Segundo depoimentos dos presos, todas as relações aconteciam com preservativos. Ué, como os preservativos entram na cadeia se os presos estão, literalmente, presos em uma cela?
É por essa e outras situações que se questiona, até mesmo, os princípios pessoais. Em quem acreditar? Vale a pena ser honesto? Como mobilizar a sociedade para que novos casos como esse não aconteçam?
Abaixo, a primeira manchete sobre o caso ocorrido no começo da semana:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2086855-EI5030,00.html

O Imperativo Dominador

Lembram-se da frase, que para muitos era utópica, de que “o Brasil será o país do futuro”? Pois bem, para o inglês The Economist, esta profecia já está se realizando. E nem o maior ufanista tupiniquim esperaria um texto tão otimista quanto o publicado. Em sua última edição, o magazine publicou os motivos que fazem crer que o Brasil será a grande potência das próximas décadas, principalmente pela bioenergia. Mas alguns outros fatores podem ser lembrados. Eis os argumentos:
As reservas de água doce se concentram, em sua maioria, em nosso país. Como bem escasso dos próximos anos, a água será uma riqueza inestimável. Lembremo-nos de que água é, de fato, vida.
Somos auto-suficientes de petróleo, e enquanto que o mundo está esgotando as reservas árabes, as brasileiras estão apenas no início de exploração. Sem contar o fato de que as reservas do Campo de Tupi aumentariam em 40% nossa produção, tornando-nos exportadores.
Mas quem precisa de Gasolina? Temos o álcool, ecologicamente correto, renovável, a custo baixo! A exportação da indústria sucroalcooleira trará recursos importantes.
Das nossas terra cultiváveis, menos de 1% (segundo o presidente Lula discursou na ONU) são destinadas a culturas de soja e cana. As outras 8% utilizadas, são destinadas a alimentos. O restante do solo fértil está virgem. Celeiro do mundo é um título que será justo.
A exportação de minérios nunca esteve tão alta. Podemos ser cada vez mais o principal fornecedor de ferro e aço para China, por exemplo.
Ops: Com tantas características favoráveis, porque ainda temos fome, violência, falta de infra-estrutura, corrupção…
Por fim, ao longo da história vemos grandes impérios dominando o mundo por imperativos peculiares. O Império Romano, pela força. O Grego, pela sabedoria. Os Portugueses, pelo conhecimento naval. A Espanha, pela riqueza das colônias. A Inglaterra, pela industrialização. Recentemente, os americanos e soviéticos pelo domínio armamentista. E, atualmente, os próprios EUA, China e Japão pela tecnologia. Provavelmente, o próximo imperativo será a capacidade energética de produção.
Dá-lhe Brasil. Ao menos, aos mais exaltados.

Na Surdina do feriado

Alguns acontecimentos da véspera do feriado acabam não repercutindo como devem, devido, evidentemente, ao “descanso físico, moral e intelectual” dos brasileiros. Mas veja alguns fatos interessantes:

1- Renan Calheiros renunciou, curiosamente, logo após as revistas semanais terem suas edições fechadas (devido a antecipação da entrega do feriado), evitando mais repercussão de sua renúncia. Pelo simples fato de deixar de ser Presidente do Senado Federal, perdeu algumas mordomias como: jato oficial da FAB à disposição, escolta em tempo integral, e outros benefícios financeiros.

2- O presidente Lula declarou, lamentavelmente, que “o brasileiro deve pagar mais impostos, já que aumentou a sua renda neste período histórico do país.”  Confesso que é revoltante. Nada contra o presidente, mas tal asneira é absurda. E também houve pouca repercussão.

3-  Al Gore ganhou o Prêmio Nobel da Paz, e se alardeia como possível candidato à sucessão do atual Presidente dos EUA George W Bush. Tal acontecimento precisa de uma grande reflexão: os americanos (e porque não o mundo, já que o presidente americano tem um cargo quase de imperador do planeta Terra), precisam de um ambientalista, de um pacifista ou de um economista? Qual o perfil necessário aso anseios globais hoje? Tal discussão passou desapercebida…

O Título do Paulistão77 do Corinthians

Hoje faz 30 anos que o S.C. Corinthians Paulista conquistou o troféu do jubileu de diamante da FPF, e quebrou assim o período ininterrupto de 23 anos sem título. Placar: Corinthians 1 X 0 Ponte Preta.
Durante o jejum corinthiano, a torcida se agigantou, e quanto mais o time sofria, a torcida crescia. Daí surgiu a expressão “fiel torcida”. Que foi aproveitado por um grupo de torcedores autodenominados “Gaviões da Fiel”, o qual visava ser uma resistência ao período da ditadura. Propósitos mais nobres do que os de hoje…
Mas, folclore ou não, alguns fatos curiosos e marcantes ficaram na história devido a necessidade que o chamado Timão tinha em conquistar um título. Abaixo, uma coletânea:
– O presidente da época, Vicente Mateus, na véspera, desenterrou sapos no Parque São Jorge, acompanhado do pai-de-santo Guarantã, que ajudou no trabalho de “restauração” do clube.
– O árbitro Dulcídio W. Boschila havia sido “vendido” para o Corinthians, mas ele simplesmente não foi avisado. Ou seja, algum dirigente levou dinheiro sugerindo suborno ao árbitro, que após descobrir tudo isso, tirou satisfação com os dirigentes alvi-negros. A integridade moral de Boschila é indiscutível, pois tinha um caráter incorruptível.
– A Polícia Militar foi ao vestiário da Ponte Preta antes do início da partida, levando um plano de fuga emergencial, para em caso de tumulto, ele escapassem com segurança (imaginem a pressão…).
– Um caminhão da antiga Eletropaulo estava próximo de um transformador para forçar um blackout, caso a Ponte Preta saísse na frente no placar.
– Três jogos foram necessários para o título. No segundo jogo, houve um gol corinthiano em completo impedimento.
– Por fim, o campeonato foi decidido em 3 turnos (turno, returno e… ). Um dos critérios de classificação era o de maior torcida.
Tais observações aqui relatadas foram extraídas dos programas que trabalharam na última sexta e sábado os jornalistas Flávio Prado, Mauro Betting e Juarez Soares, respectivamente Jovem Pan, Bandeirantes e Record.
Em tempo: são contos do folclore futebolístico. Quais seriam verdades e quais mentiras?

As avaliações do Primeiro bimestre

Nesta semana, realizamos as avaliações do Primeiro Semestre, e resolvi ousar na proposta acadêmica. Apliquei a mesma prova para diversas salas de diversas disciplinas. Claro, com muito cuidado e responsabilidade. A proposta foi a realização de um paper sobre determinado texto, adaptando-o à realidade das turmas. A resposta foi extremamente positiva em âmbito didático, pois percebi que não só pude avaliá-los, mas também prepará-los um pouco mais para os desafios vindouros da vida acadêmica. E o caráter sistêmico, ou holístico, como virou modismo alardear, também se tornou um fator positivo.
Os papers, para quem não conhece, são resenhas crítico-analíticas, onde você, de maneira isenta, relata as idéias centrais do autor, e paralelamente discute-as, mostrando seu espírito de crítica. É verdadeiramente interessante como instrumento preparatório para os alunos do 8º semestre, já que devem escrever um TCC; é desafiador para alunos do 6º semestre, pois exercem uma atividade de interpretação e debate; e, por fim, instigante ao 2º semestre, vista as dificuldades de redação e clareza da proposta.
Diante dessas particularidades, o rigor foi diferenciado conforme a turma, embora ocorreu em um nível suficiente de dificuldade aos discentes. Afinal, devemos fazer o melhor para os nossos alunos, e exigir dos mesmos é saudável para todos. Ademais, queremos alunos inteligentes, não decoradores de textos; analistas, não redatores simplistas; mentes pensantes, não oscilantes.

O texto trabalhado foi o do colunista Max Gehringuer, intitulado Pressão e Carinho.

Aqui, o link do texto:

 http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78801-6047-484,00.html

Começaremos a falar dos resultados de maneira geral, pois as notas e críticas pessoais serão feitas individualmente, aluno a aluno. Antes, confesso que é um trabalho hercúleo corrigir tais trabalhos, pois apesar de excepcional academicamente, é desgastante para o professor. Afinal, são 350 provas.

1- Os erros ortográficos.
Nesta seara, há momentos de risos e lamentos. É impressionante os absurdos ortográficos. Há uma prova sem um ponto, nem vírgula, nem letra maiúscula, e que de cabo-a-rabo tornou-se um emaranhado só. Outra avaliação está completamente escrita de forma coloquial, como se fosse fala de botequim, onde o aluno esqueceu que é um administrador de empresas e usa expressões como “Cara”, “legal” e “tipo assim”. Puxa, o tal de “tipo assim” é de matar…
Mas há muitas gírias ao longo das provas. É necessário lembrar de que são universitários, e a linguagem da administração tem que estar familiarizada.
Também não podemos nos esquecer dos erros clássicos: ipótese, empreza (de novo), infelismente, ouzado, proficional (é para reprovar o aluno, não?), brasil, “têm” ao invés de “tem”, e “tem ao invés de têm”, “mais” ao invés de “mas”, compreenção, insentivo, onestidade, quiz ao invés de quís (Não é o quis de enquete, é o quís de querer). Ufa… Chega, né? A propósito, há uma prova onde as reticências estão presentes em todas as linhas… Dá para acreditar?… Ops, quase peguei a mania dos 3 pontinhos… Chega de reticências.
A observação positiva é que sumiu o concerteza. Alguns escreveram corretamente “com certeza”, e outros evitaram escrevê-lo.
Há um erro muito grande em citar os EUA no singular. Escreveram demasiadamente: “os EUA é um país…”. Escreva-se: “os EUA são…”
Observação: apesar de todos nós sermos falíveis, exige-se aos universitários um conhecimento mínimo da língua portuguesa. Imagine um relatório com tais erros?

2- As considerações dos alunos.
Muitos se preocuparam em concordar com o texto. Outros, e foram poucos, discordaram do artigo, porém as justificativas foram ruins. Apesar de ser opinião pessoal, o argumento tem que ser fundamentado, e alguns esqueceram disso. Confesso novamente que foi uma surpresa ter opiniões discordantes do texto. Um aluno pecou em escrever: “concordo com algumas coisas do texto”. E simploriamente encerrou sua análise. Que nota dar ao espírito crítico?

3- Qualidade dos papers.
De péssimo a ótimo. Resumidamente, é essa a amplitude do conceito das avaliações. Há provas que se preocuparam em contar as idéias do autor, mas não fizeram análise nem crítica. Outros só criticaram e não trouxeram as idéias do autor. O pior foi o fato de alguns copiarem pedaços do texto, ao invés de relatar com suas próprias palavras.
Há provas muito longas, outras extremamente curtas (isso independe na nota, mas as vezes pode influenciar o aluno). Há dois ou três alunos que ousaram escrever comentários completamente paralelos, fugindo do assunto. Notou-se, até mesmo, ódio explícito aos americanos.
Basicamente, o resultado foi razoável para o oitavo semestre; ótimo para os sextos semestres, e regular para o segundo. No segundo, aliás, ocorreu um desnivelamento muito amplo das notas.

4- Menções Honrosas:
Os pouquíssimos merecedores da nota máxima (é difícil, todos sabemos disso) estão realmente de parabéns. Ótimos argumentadores, esses alunos entenderam na íntegra o propósito do trabalho e tenho certeza de que a nota não veio pelo acaso. Há também boas provas que quase levaram 10, mas até pelo curto espaço, congratulo os alunos que conseguiram o aproveitamento maior: Elaine Franklin, Joaquin Esteban, Welleen Pricila, Adriana Fialho, Silvano Oliveira, Rafael Barbiéri, Gabriela Cavageiro e Michele Savioli. E parabenizo a todos os demais, pois todo o esforço deve ser reconhecido. Afinal, a vida acadêmica é uma luta prazerosa. Há necessidade de sofrer pressão muitas vezes, mas certamente terão todo o carinho para crescer na carreira.

5- Observação Final:
Aos alunos que não conseguiram boas notas, lembro: calma, há um bimestre todo pela frente e vamos recuperá-lo. Aos que estão satisfeitos: não se acomodem, há um bimestre todo para manter o esforço.
Finalmente, lembro que a Correção e entrega de provas só é feita na próxima semana. Não adianta procurar em outra oportunidade para reclamações, pois a data é pré-determinada. E lembro ainda que as médias foram influenciadas pela participação ao longo das aulas, já que há uma nota específica para isso, a ser somada e dividida com a prova.

O Gigantismo das Organizações

Na última semana, trabalhamos com alguns cases em sala de aula. E, em determinada turma, discutiu-se sobre o tamanho e poderio de determinadas empresas, suas influências e repercussões sociais. Utilizou-se um texto da Revista Exame a respeito da Cadeia Supermercadista Wal-Mart, onde se falava do poder de negociação da mesma, repassando preços baixíssimos aos americanos, causando deflação econômica, a um custo social alto (salários das mulheres inferiores aos dos homens, não-pagamento de horas extras, entre outras queixas). Tal rede tem simpatia dos pobres, pois possibilita maior poder de compra, e antipatia da sociedade, pois elimina com os pequenos comércios e explora sua mão-de-obra.

Diante da questão: você seria um consumidor do Wal-Mart nos EUA, ou boicotaria a empresa pelas ações politicamente incorretas?, obteve-se uma divisão de respostas. Uma corrente defendeu que a sociedade agisse contra a empresa, forçando condições justas de trabalho (já que ele é o maior empregador privado americano). Outra corrente declarou que tais ações independem das questões de mercado, pois preço baixo faz com que se tornem consumidores, independente das ações trabalhistas, já que economizar é preciso.

Duas citações interessantes: a do aluno Maurílio Peressuti, que disse que “a sociedade tem que rejeitar esse tipo de comportamento organizacional”, enquanto a aluna Tatiana Zapolla alegou que “o importante é o consumidor sendo beneficiado, pois uma coisa não tem a ver com outra”.

Esse é apenas um confronto de idéias e opiniões de universitários num país democrático.

Os dentes da discórdia

 

A Guarda Municipal carioca abriu concurso público para seleção de novos GMs. Entretanto, um item de exigência se tornou extremamente curioso: o de que os candidatos deveriam ter, no mínimo, 20 dentes!

Mas qual a lógica para se exigir boa dentição para os futuros guardas municipais?

Segundo a própria corporação, para que seja sinal de boa aparência!

É claro que tal condição é relativa, pode ser considerada estúpida e preconceituosa. Há tempos existe uma lei que proíbe contratação com os argumentos de exigência “ter boa aparência” ou “curriculum com foto”. Será que o preparo desses oficiais será tão rigoroso quanto a contratação? Esperemos o desenrolar dos fatos.

Momentos de Lucidez no Futebol

Há certos momentos em que o orgulho de participar do esporte faz sentido. Na Inglaterra, Nottingham Forest e Leicester protagonizaram um destes lampejos. Há dois meses, essas equipes disputavam uma partida de futebol e, de repente, um atleta sofreu um ataque cardíaco. Placar: Forest 1 X 0 Leicester. Partida suspensa. E volta-se a jogar na última quarta-feira, com o placar de 0 X 0, pois, de acordo com as regras da Liga Inglesa, a partida foi anulada. E não é que o time que outrora perdia, e agora não perdia mais, deixou o seu adversário atravessar o campo dominando a bola (era o goleiro este atleta), invadir a área e marcar um gol, justamente para que a partida recomeçasse do 1X0? Isso é o que venho alardeado sempre: precisa-se lembrar que futebol, acima de negócio, é simplesmente um esporte. Parabéns pelo Fair Play! Em tempo, o placar final da peleja: N Forest 1 X Leicester 2 (isso mesmo, o time que deixou marcar um gol ganhou de virada!).
Também vale ressaltar a Copa do Mundo Feminina de Futebol. Poucas infrações, quase nenhuma reclamação das atletas, e poucas ações temerárias. No máximo, jogadas imprudentes, sem intenção. E aqui a gente assiste (ou apita) a jogos com mais de 60 faltas…

Consequência da Absolvição do Renan

Que vergonha! Nossos senadores absolveram na surdina (ao pé-da-letra) o nobre Presidente do Senado Renan Calheiros. E, depois da votação, as justificativas foram as mais descabidas possíveis. Alguns que secretamente votaram contra a cassação, declaram-se publicamente a favor da mesma (vide resultado das bocas de urna e entrevistas pós-votação). Mas o que isso trouxe a nação?
Primeiro: Renan Calheiros, pelo cargo de Presidente da Casa, pode se ausentar por um período de férias utilizando-se do avião oficial, e já anunciou que exercerá tal mordomia, pelo desgaste do ocorrido. Mais despesas às nossas custas.
Segundo: a oposição declarou que boicotará a cada sessão presidida por Calheiros. Isso quer dizer que eles não trabalharão, e as leis ficaram paradas. E nós pagamos o salário deles.
Terceiro: enquanto se discutia a vergonhosa absolvição, no Congresso os deputados votaram a favor da manutenção da CPMF até 2011. Detalhe: durante a madrugada.
Alguns acontecimentos, paralelamente a tudo isso, precisam ser lembrados: já perceberam que o Presidente Lula novamente estava em viagem internacional? Foi assim a cada episódio mais forte na crise do Mensalão, da CPI do Palocci, dos Correios, do Valdomiro Diniz, etc e etc. Sempre o homem está fora do país nesses momentos de turbulência. Mera coincidência?
Por fim, declaração do Senador mais votado da história de SP, Aloísio Mercadante, que outrora levou meu voto também: Não votei contra a cassação, pois esta situação precisava de mais debates (mais ainda, senador???), e também não votei a favor, pois não me convenci das provas (haja prova!!!). Por isso, abstive-me.
Que país é este…

Trabalhos de 10 a 11 de setembro

Novamente os alunos de Administração estiveram envoltos à temas pertinentes à sua formação. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: Após diversas discussões sobre o protecionismo econômico e modelos viáveis de administração, questionou-se, dentre algumas reflexões, a defesa ou não de práticas protecionistas em relação ao mercado global. Na maioria absoluta, os alunos defendem práticas protecionistas por parte do governo brasileiro em defesa, principalmente, da invasão de produtos chineses. E condenam as ações protecionistas de países estrangeiros. Ora, há uma clara contradição nessas respostas, ou pode-se afirmar que esses alunos são Policarpos Quaresmas extremados; nacionalistas ufanos que não querem sofrer conseqüências concorrenciais da globalização.

SEXTO SEMESTRE: Discutiu-se a discriminação nos ambientes organizacionais, seja racial, sexual ou qualquer outra. Questionou-se: Você se sente discriminado no ambiente de trabalho; e tem praticado a discriminação?
As respostas foram impressionantes. Realizadas anonimamente, de aproximadamente 120 alunos de 2 salas, apenas 3 alunos responderam nunca discriminar, nem sentir-se discriminado. As causas discriminadas são variadas: discriminam por opção sexual, por cor, por odor (sim: pessoas mal-cheirosas, segundo 1 aluno, trazem repulsa), por origem oriental (chinês e japonês, segundo um estudante), por estética (excesso de peso) e pelo sotaque. Um aluno citou que se constrange com jargões como “tem que ser preto” ou “tem que ser loira”.
Uma resposta que destaco, foi de um aluno que, mesmo com a opção de anonimato, se identificou na atividade (Sérgio Malinski), e com extrema sinceridade relatou:
“Acho que todos nós, no nosso íntimo, somos preconceituosos. Mas entendo essa visão, Procuro me policiar e agir com justiça e sensatez, e ver a pessoa que está dentro do corpo, porque o externo não interessa”.
Finalizando, de uma resposta anônima: “Deus fez todos à sua imagem e semelhança; então não há pessoa diferente. Todos são iguais dentro dos seus modos diversos de viver”.
Boas respostas. É isso que a gente quer!

SEGUNDO SEMESTRE: Após discutir as ações das ONG’s, questionou-se o verdadeiro papel que as mesmas deveriam ter na sociedade. Números aproximados: 75% dos universitários disseram que as ONG’s deveriam substituir a ação do governo, já que ele é ineficiente. Outros 20% disseram que deveriam fiscalizar o governo, e 5% alegaram que deveriam apenas complementar a ação governamental.
Tais respostas mostram uma clara evidência de que há um certo conformismo na ineficiência dos órgãos públicos, e que as ONG’s precisam fazer algo, pois a sociedade deve ser agente de mudança.
Particularmente, acredito que as ONG’s devam fiscalizar o Governo, e, no máximo, auxiliar em missões difíceis. É cômodo para as autoridades transferir a resolução de problemas para o 3º setor. Haja voluntário neste país!

A impunidade da justiça brasileira

Certas decisões judiciais são verdadeiramente inaceitáveis. O promotor de justiça Thales Ferri Schoedl, réu confesso do assassinato de um rapaz a tiros em Bertioga (Dez/2004), continua recebendo seu salário mensal de R$ 10.500,00. Após quase 3 anos do ocorrido, ele continuava até a última semana trabalhando normalmente na promotoria.
Ué, nada aconteceu?
Onde está a punição?
E nós, brasileiros, que pagamos os salários desses senhores, aceitamos passivamente a isso?
O que mais nos deixa pasmado: O cargo é de Promotor de Justiça… e que justiça mais injusta, não? Ele está afastado do seu cargo, e ainda recebe normalmente seus vencimentos!

A prosmicuidade da bolsa família

Deve estar sobrando dinheiro nos cofres públicos, ou estamos em um patamar diferente do entendimento do que é “sentir necessidade” e “pobreza”. Digo isso pois, após denúncia do Jornal Diário de São Paulo, onde foi exposto que a progenitora da atriz da Rede Globo Grazielli Massafera (D. Cleusa) era uma das beneficiárias do programa social Bolsa-Família, fico imaginado quantas famílias realmente necessitadas não estão recebendo tal rendimento, e outras, por diversos motivos, recebem sem precisar. No caso de Cleusa Massifera, residente em Jacarezinho-PR, a mesma foi beneficiada pois seu município recebeu 3204 benefícios da bolsa-família (e também do vale-gás). Assim, distribui-se todos os recursos, mesmo a quem não necessitava.
Por que não se devolveu a sobra do número de famílias não-carentes contempladas, a fim de auxiliar quem precisa? É confiável o número de recursos distribuídos? Quem fiscaliza de fato a condição social dessas pessoas, e a quanto tempo estão vivendo destes recursos?
Será que o assistencialismo social está acomodando as pessoas e ao invés de “darmos o peixe”, deveríamos “ensinar a pescar”, conforme o jargão popular?
Obs: D. Cleusa poderia sair dessa situação desconfortável tranqüilamente: era só dizer que sua filha Grazi não contribuia com seu salário global para com as despesas do lar.
Obs2: Já repararam que as revistas de celebridades não cobriram tal acontecimento, já que a atriz é recorrentemente solicitada para matérias desse nicho?

Cybertorrismo

Muitas formas de terrorismo foram praticadas ao longo da história. E, a cada passo da evolução tecnológica, novas ações são praticadas. Desde as video-provocações da Al-Qaeda, até mesmo ao modismo dos golpes de seqüestro-relâmpago via ligações telêfonicas dos presídios cariocas, muito se tem praticado.
Diante disso, uma nova forma se alardeia: o Cyberterrorismo. Para os cinéfilos de plantão, o exemplo vivo é o filme “Duro de Matar 4.0”, onde até mesmo o Capdólio é atingido virtualmente.
O mais preocupante de tudo são os novos hackers chineses, cuja ação, segundo os diversos serviços de inteligência, poderiam ser bancados pelo governo comunista. Ilusão, excesso de imaginação ou real ação?
Na última semana, o respeitado jornalista Joelmir Betting, durante o Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, falou a respeito da repercussão da invasão dos sistemas de informação do Pentágono, sendo propiciada por chineses, e que os mesmos já agiram de tal forma contra os governos da Alemanha, Inglaterra e França.
Vale uma reflexão: já imaginaram o mundo, hoje, sem sistemas de computação? Não precisa ser em relação à tecnologia digital. Basta pensar em questões menos complicadas: imagine, agora, um mundo sem energia elétrica?
Haja lampião e lamparina…

Os Radicais Neoliberais conservadores

Na última semana de aula, as diversas classes responderam questões que envolviam, dentro das suas disciplinas, indagações reflexivas sobre análises e atitudes dentro do mundo administrativo. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: Basicamente, dentro de 3 mini-cases voltados à área de marketing, varejo e empreendedorismo, surgiu a pergunta: na questão do risco, como você se enquadraria> conservador, arrojado ou moderado?
Os alunos, predominantemente (com surpresa) responderam serem conservadores, citando que acreditam que a moderação e o arrojo são eventuais, somente em casos específicos, e para usá-lo, “necessita-se do feeling muito apurado”.

SEXTO SEMESTRE: Através de um artigo paradidático, trabalhou-se a questão dos clientes misteriosos, ou seja, a ferramenta em que pessoas são pagas para avaliar algum produto ou serviço. E tal ação tem sido usada cada vez mais com constância, a fim de analisar a qualidade e buscar através dessa diversa alternativa, meios mais fidedignos de resposta do consumidor.
Os alunos valorizam tal prática, mas se contradizem quando exaltam essa mesma ferramenta, pois citam ter ressalvas na mensuração dos dados.

SEGUNDO SEMESTRE: Quando discutiu-se a questão das organizações públicas versus privadas, instigou-se o debate sobre estatização e privatização dos serviços essenciais.
Os resultados foram radicais! Quase todos os alunos privatizariam tudo. Correio, Presídios, Petrobrás, e até, pasmem, o Congresso Nacional (sic). Quanta fúria! Essa grande massa de privatistas cita a ineficiência do serviço público, criticando a saúde, os transportes e outros serviços.
O ponto falho desta turma é a ortografia. Quantos erros… A palavra essencial, por exemplo, foi grafada por muitos como essêncial, excencial, exencial, escensial.
Tá na hora de usar mais o dicionário…

Trabalhos em 22 de agosto

É só elogiar, que muitos começam a relaxar! Foi assim que aconteceu com alguns alunos que, num primeiro momento, teceram ótimas opiniões sobre assuntos discutidos em sala de aula, e que posteriormente parecem que responderam as atividades apenas para cumprir protocolo. Entretanto, há muitas e boas respostas que surgiram das cabecinhas iluminadas dos nossos queridos alunos. Vamos lá:

OITAVO SEMESTRE: A partir de uma coluna escrita por Max Gehringer, sobre a pressa da mudança, a virtude da paciência e o radicalismo dos jovens, questionou-se basicamente sobre a força dos jovens em revolucionar o mundo nos dias atuais, frente às características citadas pelo autor, além da mudança como fato desafiador ou desestimulante.
Das respostas obtidas, praticamente há uma unanimidade de que os jovens administradores hoje podem revolucionar o mundo, principalmente pela qualidade das informações através da globalização pelos meios eletrônicos de comunicação. Um aluno, em especial, citou que “O jovem de hoje é mais capacitado tecnicamente do que os de outros tempos”. Tal resposta leva-nos a uma reflexão: esse novo “técnico” é mais politizado do que os jovens de antigamente? A capacitação digital superará a malícia nos dias atuais?
Fica a análise no ar.
Quanto a mudança, houve, digamos, empate. Metade da sala acredita que a mudança o motiva, desafia, aguça o profissional, citando muitos exemplos de trabalho. Outra metade acredita desestimular, pois um processo de mudança muitas vezes não é aplicado com perfeição, provocando a resistência. Claro, tais resposta talvez surgiram por fruto de experiências vividas. Mas e quando os processos são bem aplicados?

SEXTO SEMESTRE: Quanto a atitudes inusitadas das organizações, houve muita irreverência nas respostas. A partir de exemplos de organizações que buscam caminhos alternativos para o desenvolvimento de seus funcionários, utilizando de alguns exemplos, como profissionais de outras áreas invadindo o mundo administrativo, questionou-se basicamente se o risco de ações inusitadas é aceitável ou não.
Alguns foram enfáticos com o NÃO, questionando aconselhamentos de pessoas que nunca viveram no mundo dos negócios. Outros, creditaram ao modismo no mundo dos negócios, e um aluno citou com perfeição toda essa situação: alguns administradores confundem risco com aventura, o que pode levar a níveis de instabilidade organizacional.

SEGUNDO SEMESTRE: Utilizando das habilidades do administrador (técnica, humana e conceitual), questionou-se, a luz de um estudo de caso intitulado “Microsoft Co.”, qual habilidade Bill Gates tem em destaque. Algumas respostas foram evasivas, creditando as 3 habilidades na mesma proporção. Outros, fugiram da questão e deram respostas genéricas, exaltando o empreendedorismo do mesmo. A maior parte dos alunos creditou a habilidade humana, pois se utilizaram textualmente da expressão “ele é a cola que une a empresa”. Alguns citaram a conceitual, e poucos a técnica.
De uma forma geral, não há resposta correta. São pontos de vista. E um posto de vista influenciador pode ser este: A habilidade destacada é a CONCEITUAL, pois se não tivesse qualificação suficiente para administrar o conglomerado, as outras habilidades por si só não estariam tão afloradas.

Trabalhos da Última semana

Post em resposta aos trabalhos acadêmicos realizados pelos alunos do Oitavo, Sexto e Segundo Semestre de Administração de Empresas na última semana (respectivamente, alunos das disciplinas “Prática de Negociação e Administração de Conflitos”, Tópicos Especiais em Adm 1” e “Gestão das Organizações”).

Aluno é sempre um indivíduo maravilhoso. Instigue-o, provoque-o, dê a ele liberdade de expressão e você terá respostas maravilhosas. Ajude-o, motive-o, e certamente ele dará o retorno esperado. Às vezes, extrapolará as expectativas. Eis algumas impressões de questões pertinentes ao mundo da Administração de Empresas em atividades na sala de aula:

Oitavo Semestre: O assunto inovação, administrar o conflito da mudança e negociar tal transição em processos levou a auto-reflexão da capacidade inovadora de cada administrador. As respostas foram parelhas: a maioria aceita as mudanças, buscam a inovação, e, o fator positivo no trabalho, é de que insistem na busca contínua à inovação. Gostar de desafios predominou como argumento, enquanto que poucos se disseram conservadores e resistentes. Fico feliz com esses alunos, pois são abertos à mudanças, lembrando que a busca da atualização, enfatizada em aula, foi lembrada nos comentários discentes.

Sexto Semestre: A questão envolvendo benchmarking, ética e pirataria surtiu ótimas respostas. Quando indagados se compravam produtos pirateados, 96% (números somados das duas turmas) confessaram tal prática. Aliás, sinceridade é o forte deste pessoal! Contaram abertamente o que motiva tal ato. Grande parte compra CDs, alegando diferença de preço. Outros, diversificaram suas respostas, creditando a atitude de protesto (a fim de que os fabricantes baixem seus preços), ao governo (pelos impostos), à facilidade de acesso, por possuírem amigos sacoleiros e ajudarem o conhecido, pela cultura brasileira (opinião isolada do aluno),e, até mesmo, por culpa da corrupção política (justificado pelo universitário de que o mundo comercial é reflexo do político. Nota- Apesar de filosofar nesta questão, tal argumento pode ser facilmente derrubado).
Já aqueles que não compram, justificam pela ética (embora os que compram estejam conscientes de que não seria correto), pelo incentivo à indústria nacional em contrapartida da invasão de cópias chinesas, pela lisura nas relações comerciais, e pela busca da qualidade.
A irreverência das respostas e justificativas foi tão variada, que um aluno sugeriu textualmente: “Professor, estarei indo no feriado municipal à 25 de março, e sei de uma loja que vende tênis barato e com a mesma qualidade dos shoppings. É quente, não tem problema de qualidade. Quer alguma coisa?”
Caro aluno, obrigado. Não serei acusado de receptação. Nem te denunciarei.

Segundo Semestre: O embate sobre ações administrativas cotidianas e às vezes inconscientes, extrapolando a esfera organizacional, buscou o questionamento sobre as boas e más coisas administráveis pelos alunos. Tudo foi possível na argumentação dos acadêmicos. Boa parte se refere a estar administrando muito bem a vida profissional, pois se esforça no trabalho e investe na formação acadêmica. Contraditoriamente, alguns que alegaram isso, também afirmaram que administram mal a vida acadêmica, já que não têm tempo para os estudos. A vida financeira foi muito citada, bem como as dificuldades da administração familiar e social, devido a falta de tempo. Dois alunos foram explícitos quanto administrar mal a saúde: 1 porque emagreceu demais por trabalhar e estudar, outro por engordar pelo mesmo motivo. Lazer, tempo, timidez e espiritualidade foram lembrados.
Nesta turma, pôde-se observar a conscientização dos alunos em relação às suas virtudes e dificuldades na condução da administração de sua vida em diversas esferas, principalmente pessoal e profissional.
Uma resposta em particular me chamou a atenção e parafraseio-a para ilustrar o tópico: “Me considero um administrador em formação (…). Tenho me esforçado para administrar meu egoísmo, orgulho, ira e outras coisas mais (…), porém, o mais importante [da transformação] tem sido influenciar outras pessoas a viverem de um modo diferente (…) para serem felizes.

Quer maior consciência do que tal resposta?

Não disse que aluno é um indivíduo maravilhoso?

Laranja ou Preposto?

Tenho ouvido (e confesso, cansado de ouvir), o noticiário envolvendo os escândalos do senador Renan Calheiros. Impunidade, Culpa, tudo isso que traz indignação a nós, simples e mortais eleitores e cidadão brasileiros, faz com que cansemos de tais informações.

Deixando isso de lado, atento-me as colocações sobre o fato de que o ex deputado João Lira poderia se laranja de Renan em uma rádio. Ambos eram proprietários, mas o nome do senador não aparecia, fazendo com que Lira fosse laranja.

Ora, me corrijam se eu estiver errado: LARANJA, na terminologia policial, se refere ao indivíduo que está à frente de um negócio sem saber, veladamente, ignorando tal fato. Normalmente é um inocente que está sendo enganado. Pois bem, se João Lira é dono e sócio de Renan Calheiros, ele não pode ser chamado de laranja, mas sim de PREPOSTO, ou seja, alguém que agiu de maneira consciente e cúmplice.

Por favor, alguém post comentários de correção se for um lêdo engano.

O caso Mattel e o desrespeito chinês

 Por várias oportunidades escrevi sobre lamentáveis ações de hipocrisia de autoridades internacionais em relação ao desrespeito chinês nas ações comerciais, direitos humanos e outros mais (por exemplo, o artigo sobre liberdade religiosa http://rafaelporcari.blog.terra.com.br/a_liberdade_religiosa_da_china ).O caso da americana Mattel, líder mundial na fabricação de brinquedos, que para muitos foi uma surpresa, já era esperado. Em algum momento, alguma empresa respeitada tería sérios problemas devido as práticas escusas de chineses. Neste caso, a unidade da empresa em Guangdong fabricou uma séria de brinquedos fora de padrões internacionais de qualidade, sendo que oficialmente eram apenas imãs que poderiam se despreender dos produtos (o que levaria uma criança a sofrer um acidente, engolindo-o por exemplo), mas também já se repercutia a informação de que houvera sido utilizada tinta tóxica, a base de chumbo, na produção de brinquedos. Tamanha confusão levou ao seu executivo chinês um repente de preocupação e, porque não, medo de responder criminalmente, culminando em um suicídio.
É sabido que os brinquedos chineses, em geral, são extremamente baratos, sem controle de qualidade adequado, plageando marcas líderes. Mas não é só neste setor. A China não tem marcas sólidas, empresas reconhecidas e de capital própria. Desafio você: rapidamente, cite uma empresa líder de mercado, presente em todo o mundo, com boa qualidade e que seja chinesa?

Viu como não é tão simples?
Recordo-me do episódio recente em que chineses exportaram carne para a Rússia, passando a mesma como produto brasileiro, e falsificando certificados sanitários internacionais.
Pior do que isso, a não-repercussão ou sanção para esse país que não respeita patente, gente, nem presidente.

Abaixo, o site da Mattel com a relação dos produtos retirados (quase 22 milhões no mundo, sendo que perto de 850 mil no país).
http://service.mattel.com/us/recall/J1944_IVR.asp?prod=