Ninguém está contente com o atual momento da Seleção Brasileira, pois o futebol é mal jogado. Exceto, claro, os supersticiosos, que defendem que quando o Escrete Canarinho vai mal nas Eliminatórias, acaba indo bem na Copa, exemplificando 1994 e 2002 (mas tínhamos Bebeto e Romário; depois Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho).
Mas por que vivemos um mal momento? O(s) culpado(s) seria(m)…
A CBF – que contrata treinador sem entender a filosofia do mesmo? O “bola da vez” é o chamado? Sem contar Ancelotti, que ninguém sabe se vem ou não?
De Fernando Diniz – que tem um estilo ótimo para o clube (eu elogio o Dinizismo), de toques, tabelas e domínio de bola, mas sem tempo de treinar na Seleção, já que o entendimento da sua metodologia não acontece do dia para a noite?
Dos Jogadores Apáticos – que nos clubes rendem e na Seleção são meros atletas, não fazendo nada de diferente?
Da Estrutura do Futebol Brasileiro – temos um time como outro qualquer, nada acima da média como tínhamos em outras décadas, e não entendemos que o momento é outro (de evasão de jovens e de necessidade de intercâmbio)?
De parte dos Torcedores e parte da Imprensa – que ainda acreditam em “Dream Team”, e que na hora que quisermos, reverteremos toda essa má fase, pois “brotam talentos”?
Particularmente, penso que é tudo isso. Não temos um jogador para colocar a bola embaixo do braço, bater no peito e decidir. Dependemos demais de um bom dia de Neymar, que hoje não consegue render como antes e já parte para uma fase maior de Departamento Médico do que campo de jogo, infelizmente.
Ao ver Richarlison, respeitosamente, penso: tivemos Careca, Evair, Reinaldo, Ronaldo… e se voltarmos no tempo, Leônidas da Silva, Ademir de Menezes, Vavá… é muito desnivelamento.
Talvez já não era hora de renovação, de acabar com a dependência de Neymar (que deve estar de saco cheio das cobranças e quer viver a vida dele e se recuperar fisicamente)? O Uruguai se despediu de Cavani e Suárez, e se recompôs. O Chile ficou refém de jogadores do time campeão de Sampaoli, não se renovou e agora está mal. Corremos esse risco?
Aí temos duas linhas:
- Dar tranquilidade ao Diniz para fazer o seu trabalho, aguardando a chegada de Ancelotti, pois o Brasil, mesmo assim, estará na Copa de 2026 (e o italiano montará seu time a partir das suas próprias ideias, sem se importar com o que está sendo feito agora).
- Dar uma base ao Brasil visando 2026, independente de confirmar ou não Ancelotti, imaginando a chance de Diniz estar no Mundial da América do Norte.
A renovação deve ser paulatina, mas perceptível. E imagino a dificuldade em fazer isso, com poucos nomes de jogadores de qualidade disponíveis.
Pitaco final:
O príncipe MBS deve “estar feliz” com a Data-FIFA… Neymar (que ganha R$ 1,2 mi por dia) mal jogou a Liga Saudita, e já se contundiu de novo. Mas sejamos justos: ele apanhou demais na carreira (por culpa de adversários que “batiam e batem nele com gosto”, dos árbitros que “deixaram bater” e dele próprio “que simulou demais” no começo da carreira, atingindo o auge dos engodos em 2018).
Uma pena que não temos um substituto à altura dele hoje. Vinícius Jr, que é o nome forte depois dele (e eu gosto da luta desse menino contra o racismo e sua história humilde de superação) não rende a mesma coisa na Seleção (se comparar com o Real Madrid), nem é dotado da mesma qualidade técnica.
Aguardemos. Quem sabe surge um craque-referência, como sempre tivemos na história?
Em tempo, meu amigo Zé Boca de Bagre disse: “Tomara que venha o estrangeiro mesmo para ser o técnico. Ele se chama Carlo MICHELANGELO Ancelotti. Tem que ser artista mesmo pra fazer esse time render…”

Imagem: Claudio Villa Archive / Claudio Villa/Getty Images, extraído de https://www.90min.com/pt-BR/posts/os-10-melhores-centroavantes-da-historia