– A triste hipocrisia no caso Bobadilla e Navarro.

Reclamamos da prática de racismo contra jogadores negros brasileiros, quando em jogos da Conmebol. E devemos mesmo fazer isso! Porém, sabemos que existe uma hipocrisia social. Travestimos como “brincadeiras” de gozadores quando associamos chineses a “Xing-lings”, paraguaios a “fruto de falsificação” e bolivianos como “oriundos de suspeita de tráfico”.

O que aconteceu no Morumbi em SPFC x Talleres (Bobadilla sobre Navarro) é o cúmulo da ignorância e desrespeito do nosso continente: um jogador paraguaio de time brasileiro praticando xenofobia contra um venezuelano que joga em equipe argentina. Pode?

Que o São Paulo seja honesto e pontual para apurar e se posicionar dignamente. Afinal, nesse mesmo estádio Desábato foi preso após racismo contra Grafite (e permaneceu dois dias detido), em um momento até então inédito à época.

Em tempo: dizer “venezuelano morto de fome”, dito como foi a quem está sendo vítima da ditadura Chávez-Maduro, é de uma tremenda insensatez… pude lecionar em projeto inclusivo a refugiados venezuelanos (em Mairiporã-SP, numa parceria Sebrae e Senai), e os relatos dessas pessoas são doloridos… esse sofrido povo tem passado muitas dificuldades.

– Ota Benga, o jovem pigmeu africano que vivia numa jaula.

A humilhante vida de Ota Benga, um membro da tribo Mbuti do Congo (que ficaram popularizados com o nome de “pigmeus”, por conta da baixa altura e dentes afiados), nos faz pensar: até onde o racismo pode chegar?

Em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/vitrine/historia-ota-benga.phtml

OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA

Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20.

Por Victoria Gearini

Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.

Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito). 

Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.

Em 1904, Ota foi vendido por traficantes para o missionário Samuel Phillips Verner, que tinha o objetivo de fazer uma exposição nos Estados Unidos com pessoas consideradas “exóticas” pelos norte americanos.

Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada “Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo”, na Feira de St. Louis. 

Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.

Entre as inúmeras humilhações, era obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cutura era comum afiá-los.

Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: “exibido todas as tardes durante setembro”. A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.

No mesmo ano, em 1906, um grupo de pastores negros passou a protestar contra a exposição do jovem e, após 20 dias, Ota foi libertado. Logo em seguida, foi encaminhado para um orfanato e depois foi para um seminário teológico.

Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos. 

 

– Abolição da Escravatura: E aí?

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml

– Miguelito é solto após acusação de injúria racial em jogo da Série B: caso segue sob investigação.

Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante por injúria racial após ofender Allano, do Operário-PR, em jogo da Série B. Foi solto no dia …

Continua em: Miguelito é solto após acusação de injúria racial em jogo da Série B: caso segue sob investigação

– Adianta passar bafômetro, se tem racismo?

No Paraguai, as autoridades proíbem a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, bem como os torcedores são submetidos ao teste do bafômetro. 

Tomou álcool, está fora!

Pergunto: o que adianta isso, se em muitos casos, de maneira sóbria, pratica-se o racismo?

Totalmente sem sentido… o governo paraguaio deveria endurecer tal questão!

– Que pisada na bola, Flamengo!

Curto e Grosso: enquanto que diversos clubes assinaram um manifesto anti-racista contra a Conmebol, o Flamengo se omitiu.

Justificativa da Diretoria: as relações institucionais devem ser de CBF (que representaria os clubes) para a Conmebol!

Que coisa feia… Manifeste-se por você, Mengão.

– Que pisada na bola, Flamengo!

Curto e Grosso: enquanto que diversos clubes assinaram um manifesto anti-racista contra a Conmebol, o Flamengo se omitiu.

Justificativa da Diretoria: as relações institucionais devem ser de CBF (que representaria os clubes) para a Conmebol!

Que coisa feia… Manifeste-se por você, Mengão.

– Abra o olho com a Conmebol, Palmeiras.

Eu tive um instrutor de arbitragem honestíssimo, que dizia eventualmente: “Não brigue com a Conmebol. O [Nicolás] Leóz é rancoroso.”

Certa vez, ele viu uma escala de Libertadores da América, e disse: “Nunca confie em árbitro do Paraguai quando tem clube brasileiro brigado com a Conmebol”.

Tempos depois, o Corinthians teve que jogar com os portões fechados devido ao ocorrido com o garoto Kevin Spada. E colocou meia dúzia de torcedores e diretores na arquibancada, com liminar na Justiça, contrariando a decisão da Conmebol.

Na rodada seguinte… Corinthians x Boca Jrs jogaram com a arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, e vimos uma arbitragem direcionada (não costumo usar esses termos, mas os erros foram de árbitro iniciante, e Amarilla era experientíssimo).

Ao ler que Leila Pereira deu uma resposta contestando Alejandro Rodriguez no episódio da Macaca Chita (ela foi firme, confrontante e assertiva), pensei: “Abra o olho, Palmeiras…”.

– O Brasil é a macaca Chita para a Conmebol?

Alejandro Dominguez, o presidente da Conmebol, perguntado sobre uma possível saída dos clubes brasileiros da Libertadores para disputarem a Concacaf, disse que:

Seria como o Tarzan sem a Chita.

Ora, os clubes do Brasil são os protagonistas, portanto, o Tarzan. Mas…

Muita gente viu racismo na fala (já que a pouca eficácia da instituição no combate ao Racismo é nítida). O motivo: Chita é a macaca de estimação do Tarzan…

Que tal mudar para Batman sem o Robin? Mas o Brasil, insisto seria o Batman, pois os valores altos se devem à presença dos clubes do Brasil.

(em tempo: Alejandro Dominguez pediu desculpas pela fala).

– Abra o olho com a Conmebol, Palmeiras.

Eu tive um instrutor de arbitragem honestíssimo, que dizia eventualmente: “Não brigue com a Conmebol. O [Nicolás] Leóz é rancoroso.”

Certa vez, ele viu uma escala de Libertadores da América, e disse: “Nunca confie em árbitro do Paraguai quando tem clube brasileiro brigado com a Conmebol”.

Tempos depois, o Corinthians teve que jogar com os portões fechados devido ao ocorrido com o garoto Kevin Spada. E colocou meia dúzia de torcedores e diretores na arquibancada, com liminar na Justiça, contrariando a decisão da Conmebol.

Na rodada seguinte… Corinthians x Boca Jrs jogaram com a arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, e vimos uma arbitragem direcionada (não costumo usar esses termos, mas os erros foram de árbitro iniciante, e Amarilla era experientíssimo).

Ao ler que Leila Pereira deu uma resposta contestando Alejandro Rodriguez no episódio da Macaca Chita (ela foi firme, confrontante e assertiva), pensei: “Abra o olho, Palmeiras…”.

– O Brasil é a macaca Chita para a Conmebol?

Alejandro Dominguez, o presidente da Conmebol, perguntado sobre uma possível saída dos clubes brasileiros da Libertadores para disputarem a Concacaf, disse que:

Seria como o Tarzan sem a Chita.

Ora, os clubes do Brasil são os protagonistas, portanto, o Tarzan. Mas…

Muita gente viu racismo na fala (já que a pouca eficácia da instituição no combate ao Racismo é nítida). O motivo: Chita é a macaca de estimação do Tarzan…

Que tal mudar para Batman sem o Robin? Mas o Brasil, insisto seria o Batman, pois os valores altos se devem à presença dos clubes do Brasil.

(em tempo: Alejandro Dominguez pediu desculpas pela fala).

– A nota sem sentindo do Cerro Porteño.

A nota do Cerro Porteño, pedido “desculpas” contra o que aconteceu com Luighi, repercutiu pouco no Brasil.

O clube lamentou o ocorrido, diz que combate o racismo, mas… por duas oportunidades, dá a entender que o racismo ocorre pois os torcedores são provocados!

O cara que redigiu essa nota precisa ter vergonha na cara. Veja só:

Screenshot

– Força, Luighi.

Força, Luighi.
E que o idiota racista (e que carregava uma criança no colo!) seja exemplarmente identificado e responsabilizado.

– Triste mundo que achou o Racismo normal…

… ou que ainda acha?

Essa imagem é real e chocante:

– Eugenia, a Ciência do Preconceito.

Após ler a reportagem de Karina Ninni, da Revista Superinteressante (pg 78-81, edição Março), fiquei impressionado com o tema tratado: a EUGENIA.

A Eugenia é a ciência do preconceito, ou seja, da purificação das raças. E para quem pensava que isso fosse idéia de Nazistas que defendessem a purificação ariana, engana-se. No Brasil, durante o século XX, muitos cientistas eugênicos velada ou abertamente defenderam um Brasil livre de outras raças diferentes à branca.

Em 1911, durante um Congresso realizado em Londres, o antropólogo brasileiro João Antonio Batista proclamou radiante que em 2010 não haveria mais negros ou índios no país!

Um dos maiores defensores da Eugenia foi Francis Galton (primo de Charles Darwin, da teoria da Evolução), que defendia a crença que a evolução humana dependeria da seleção genética e controle das raças.

No Brasil, os eugenistas verde-amarelos não conseguiram ir adiante, mas chegaram a sonhar com programas similares ao da Alemanha de Hitler: esterilização de “raças inferiores” e sacrifícios de deficientes e inválidos. Na política, infiltrados, tentaram até colocar artigos na Constituição que defendesse a raça branca.

Notadamente, foram pessoas de expressão na sociedade, destacando-se Vital Brazil (fundador do instituto Butantan), Arnaldo Vieira de Carvalho (diretor da Faculdade Paulista de Medicina, hoje da USP), o sanitarista Belisário Penna, o médico Olegário de Moura (que dizia: sanear é eugenizar – imagine essa frase dita hoje!) e o fundador da Sociedade Eugênica Brasileira, o limeirense Renato Kehl, que escreveu mais de 30 livros defendendo a raça branca brasileira.

Felizmente, todas essas ações frustaram-se ao longo do século passado, mas um legado triste pode ser observado: a ainda defesa da discriminação racial por parte de muitos brasileiros.

Algumas frases eugências destacadas da matéria citada:

“O Brasil vem sofrendo, desde a colonização, as consequências da mestiçagem” Renato Kehl

“Os índios, em geral, são muito sôfregos e pouco amigos da disciplina” Oliveira Vianna

“Está provado que casamentos entre raças dão origem a tipos inferiores física, psíquica e moralmente”Nina Rodrigues

“O negro, raça inferior, apresenta uma indiscutível e franca animalidade” Luiz Silva

“Os mulatos são, na maioria, elementos feios e fracos. Apresentam instabilidade de caráter e perturbam o progresso nacional” Renato Kehl

“Deus perdoe esses idiotas racistas” Eu mesmo.

Imagem extraída de: https://www.saopauloinfoco.com.br/sociedade-eugenica-sao-paulo/

– O novo Protocolo contra a Discriminação a ser usado em Brasil x Uruguai.

Em 2017, a FIFA criou um Protocolo contra a Discriminação (de qualquer origem) para ser implantando nos jogos de futebol dos campeonatos de sua organização. Basicamente, ele funciona assim:

1 – O árbitro interrompe a partida, quando percebe atos discriminatórios, aguardando que os torcedores parem.

2- Em caso de reincidência, a partida é interrompida novamente e os atletas vão aos vestiários, criando um pequeno “intervalo de jogo”.

3- Na persistência dos atos, a partida é encerrada.

Em 15 de julho de 2019, esse protocolo passou a ser universal: ou seja, não só nas competições de organização da FIFA, mas também para os campeonatos de todas as federações filiadas e de todas as divisões. E entendeu-se como discriminação: Imitar Macaco / Jogar Banana (Racismo), Gritar “Bicha” / “Puto” no Tiro de Meta (Homofobia), Fazer gestos sexistas (ironizar uma atleta / oficial de arbitragem por ser mulher), cantar música que possa fazer alusão a jingles políticos ou gestos (cantos neonazistas) e ou manifestação religiosa preconceituosa (atos anti-semitas). E em agosto do mesmo ano, ma França, ele foi usado pela primeira vez (vide em: https://wp.me/p4RTuC-nLd).

O problema foi: tudo dependia do árbitro! A iniciativa partia dele, que considerava se alguma atitude poderia ser discriminatória ou não, sendo ele também o “julgador” (se algum gesto ofendia um atleta, era ele que decidia). E sendo assim, vimos muitos jogos de práticas racistas (especialmente na Espanha) onde faltou empatia dos sopradores de apito.

Neste ano, a FIFA testou uma novidade no Mundial Feminino Sub 20 da Colômbia: se alguma atleta se sentisse discriminada, ela deveria cruzar os braços e suas companheiras acompanharem o gesto. Dessa forma, o árbitro ficou obrigado a iniciar o Protocolo contra a Discriminação (ou seja: a iniciativa era exclusiva de decisão do árbitro; agora, ele tem que iniciar o procedimento, quando perturbado por atletas).

Torçamos para que não aconteça nenhum ato discriminatório. Mas se acontecer, que o protocolo funcione e gere conscientização.

Em tempo: o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, declarou que a FIFA escolheu Salvador para oficializar a medida por ser “a maior cidade negra fora da África”. Confesso, não tenho esse dado e nem li algum pronunciamento da entidade sobre a escolha.

– Vinícius Jr contra o Racismo e, agora, também contra a Homofobia.

Onã Rudá, fundador da Torcida LGBTQ do Bahia (LGBTricolor), em pareceria com a Orgulho Rubro Negro e contando com o apoio das torcidas que a CBF tem parceira (diversos coletivos), entregou no Estádio Barradão uma camisa com a representação da diversidade a Vinícius Jr, durante o treino da Seleção Brasileira (visando o jogo contra o Uruguai).

É sabida a luta do atleta contra o racismo, e na oportunidade, prometeu se engajar também na causa contra a homofobia.

A foto abaixo é de autoria do próprio Onã:

– A fala de Luxemburgo, fora de contexto, pode soar racista. Mas não foi… foi simplesmente infeliz!

Ao podcast “Benja Me Mucho”, o treinador Vanderlei Luxemburgo criou (voluntariamente ou não) uma desnecessária polêmica. Questionado sobre a Bola de Ouro de Vinícius Jr e as questões de Racismo, disse:

Não tem nada a ver com racismo. Racismo no futebol é tratado como uma coisa totalmente diferente. [Não acha que ele é perseguido na Europa?] Eu acho que o Vinicius provoca muito essa perseguição fazendo coisas que não cabem. O adversário devolve a bola pra ele com educação, ele pega a bola e joga no chão e sai ironizando… (…) Ali é campo de futebol, a porrada come. Aí os caras chegam com uma porrada no Vinicius Júnior, ele levanta, agride o cara como se ele não pudesse tomar uma porrada. Ele se irrita com a porrada como se fosse uma perseguição por ele ser preto. Imagina o Pelé quantas porradas tomou, o Zico“.

Vejo muita gente dizendo que Luxemburgo foi racista. Ao que me parece, foi uma declaração onde ele usou mal as palavras, e deu a entender que ele poderia ter praticado racismo, se tirada fora de contexto a frase acima destacada em azul. E quando tenta se justificar (destacado em verde, no final da fala), se embanana todo.

Deu para entender o cerne: Luxa quis dizer que as pancadas que Vini Jr leva é por um estilo debochado de jogo, e não por ser negro. E eu não concordo com o treinador! Para mim, houve racismo sim e muitas das pancadas que ele leva – na bola e na vida – são frutos da sua louvável e hercúlea luta (muitas vezes sozinho…).

Imagem extraída da Web.

– A fala de Luxemburgo, fora de contexto, pode soar racista. Mas não foi… foi simplesmente infeliz!

Ao podcast “Benja Me Mucho”, o treinador Vanderlei Luxemburgo criou (voluntariamente ou não) uma desnecessária polêmica. Questionado sobre a Bola de Ouro de Vinícius Jr e as questões de Racismo, disse:

Não tem nada a ver com racismo. Racismo no futebol é tratado como uma coisa totalmente diferente. [Não acha que ele é perseguido na Europa?] Eu acho que o Vinicius provoca muito essa perseguição fazendo coisas que não cabem. O adversário devolve a bola pra ele com educação, ele pega a bola e joga no chão e sai ironizando… (…) Ali é campo de futebol, a porrada come. Aí os caras chegam com uma porrada no Vinicius Júnior, ele levanta, agride o cara como se ele não pudesse tomar uma porrada. Ele se irrita com a porrada como se fosse uma perseguição por ele ser preto. Imagina o Pelé quantas porradas tomou, o Zico“.

Vejo muita gente dizendo que Luxemburgo foi racista. Ao que me parece, foi uma declaração onde ele usou mal as palavras, e deu a entender que ele poderia ter praticado racismo, se tirada fora de contexto a frase acima destacada em azul. E quando tenta se justificar (destacado em verde, no final da fala), se embanana todo.

Deu para entender o cerne: Luxa quis dizer que as pancadas que Vini Jr leva é por um estilo debochado de jogo, e não por ser negro. E eu não concordo com o treinador! Para mim, houve racismo sim e muitas das pancadas que ele leva – na bola e na vida – são frutos da sua louvável e hercúlea luta (muitas vezes sozinho…).

Imagem extraída da Web.

– O Racismo em River Plate x Atlético Mineiro:

Que imagem triste! Esses ditos torcedores em ato explícito de racismo. Concordo com o comentário do Mauro Cézar!

Veja a cena:

(#RiverPlate X #AtléticoMineiro)

– Vini Jr perdeu a Bola de Ouro para Rodri, que perdeu uma enorme chance de se consagrar…

O espanhol Rodri ganhou a Bola de Ouro da France Football, e em seu discurso falou que a conquista premiou os meio-campistas, que tiveram a chance de serem representados por ele.

Talvez seria utopia, mas e se o atleta discursa-se: “Agradeço a quem votou em mim, mas o verdadeiro Bola de Ouro é Vinícius Jr, pelo que mostrou em campo e por tudo o que está representando na luta contra o Racismo”.

Já pensaram? Se consagraria e seria ovacionado por muito tempo.

Vini Jr, diplomaticamente, escreveu dizendo em outras palavras que repetirá tudo 10 vezes, ou seja, continuará a sua luta, mesmo que outros a achem insuportável por não “estarem preparados”.

Cá entre nós: que infelicidade levar o grande liberiano George Weah, um negro, como se estivessem fazendo média aos pretos pela não escolha de Vinícius. Um nítido simbolismo que não agradou a ninguém.

– Quando o torcedor de futebol quer ser racista…

Ao ver essa imagem, de um torcedor do Atlético de Madrid fazendo campanha para xingar com ofensas racistas Vini Jr, penso: que caminho a humanidade está indo?

Deplorável… a máscara virou ferramenta para racista se esconder! Abaixo:

– Quando o torcedor de futebol quer ser racista…

Ao ver essa imagem, de um torcedor do Atlético de Madrid fazendo campanha para xingar com ofensas racistas Vini Jr, penso: que caminho a humanidade está indo?

Deplorável… a máscara virou ferramenta para racista se esconder! Abaixo:

– As multas contra o racismo no futebol… não funcionam!

De novo, o San Lorenzo foi multado por atos racistas. A Conmebol puniu em 420 mil dólares a equipe, pelos atos racistas de torcedores contra o Atlético Mineiro no mês passado, pela Libertadores da América.

Detalhe: o valor, na verdade, se refere a 35% da premiação do clube pela entidade, que é paga descontando a multa.

Já o Botafogo, pelos atos racistas de torcedores contra o Palmeiras (sendo “réu primário”), foi multado por 60 mil dólares.

Fico pensando: a Conmebol não puniu nenhum torcedor, não tirou nenhum ponto de clube, não tomou nenhuma outra iniciativa contra o racismo do quê… multar.

Percebamos: a cada ato racista, a Conmebol FATURA com isso!

Será que ela quer acabar mesmo com o racismo? Pela falta de atitude, parece que sim…

Foto: Reprodução/Redes Sociais – Legenda: Reincidência de prática teve peso na decisão de valor da multa / Jogada10, extraída de: https://www.terra.com.br/esportes/atletico-mg/conmebol-multa-san-lorenzo-por-caso-de-racismo-contra-o-atletico-mg,9d47980a9189401738123cf235e46472fiq2jgqn.html?utm_source=clipboard

– As multas contra o racismo no futebol… não funcionam!

De novo, o San Lorenzo foi multado por atos racistas. A Conmebol puniu em 420 mil dólares a equipe, pelos atos racistas de torcedores contra o Atlético Mineiro no mês passado, pela Libertadores da América.

Detalhe: o valor, na verdade, se refere a 35% da premiação do clube pela entidade, que é paga descontando a multa.

Já o Botafogo, pelos atos racistas de torcedores contra o Palmeiras (sendo “réu primário”), foi multado por 60 mil dólares.

Fico pensando: a Conmebol não puniu nenhum torcedor, não tirou nenhum ponto de clube, não tomou nenhuma outra iniciativa contra o racismo do quê… multar.

Percebamos: a cada ato racista, a Conmebol FATURA com isso!

Será que ela quer acabar mesmo com o racismo? Pela falta de atitude, parece que sim…

Foto: Reprodução/Redes Sociais – Legenda: Reincidência de prática teve peso na decisão de valor da multa / Jogada10, extraída de: https://www.terra.com.br/esportes/atletico-mg/conmebol-multa-san-lorenzo-por-caso-de-racismo-contra-o-atletico-mg,9d47980a9189401738123cf235e46472fiq2jgqn.html?utm_source=clipboard

– O pensamento racista é natural ao torcedor argentino?

Li na publicação de Bruno Vicari, a partir do original de Marcelo Bloc: as orientações do Rosário Central aos torcedores argentinos para se comportarem em Fortaleza (Copa Sulamericana)!
Veja o comunicado e perceba: o pensamento racista é, aparentemente, natural a eles. Triste:

– O racista de Botafogo 2x 1 Palmeiras:

O que podemos falar sobre essa pessoa racista?

Abaixo:

– Ser “não branco” ajuda nas enchentes?

Eu me assusto com o radicalismo ideológico. Digo isso pois tinha ouvido que uma rapper havia respondido a um questionamento sobre ajuda humanitária na tragédia do RS, alegando que “não sendo branca, ajudava”.

Que loucura! Que bobagem… só aí descobri, dias atrás, que isso era verdade. Flora Matos é o nome da artista.

Segundo o jornal “O Tempo”, ela escreveu que:

É muito bonito ver a população se organizando para ajudar a galera no RS. Dentro e fora do Brasil, mobilização. Espero que essa mobilização sirva de inspiração e aconteça quando outros estados enfrentarem catástrofes semelhantes. You know”, declarou ela. 

Na sequência, uma internauta indagou como a artista estava contribuindo para ajudar a população, ao que ela respondeu: “Sendo não branca”. 

“Me explique o que eu disse de errado aqui. Porque eu não estou encontrando o erro em defender que essa mobilização sirva de inspiração para outros estados quando precisarem? Qual é o problema?”, perguntou ela após ser criticada ferozmente. 

“Até no desespero vocês são egoístas. Não pode falar sobre mobilização em outros estados porque branco se ofende, vai tomar no **”, pontuou Flora Matos.

Pra quê tal generalização e ódio? Respeito todas as convicções, mas parece ser um típico caso de racismo inverso desmedido.

Extraído de: https://www.otempo.com.br/entretenimento/2024/5/7/flora-matos-diz-que-ajuda-vitimas-de-enchentes-no-rs–sendo-nao-1

Flora Matos

Foto: Crédito Victor Affaro, extraído de Revista Trip, em: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/flora-matos-e-parte-da-historia-do-rap-nacional

– Racismo no Futebol: Espanhóis Condenados por Ofensas Racistas Contra Vinicius Jr.

Três espanhóis foram condenados nesta segunda-feira (10) a oito meses de prisão por injúrias racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Jr. A …

Continua em: Racismo no Futebol: Espanhóis Condenados por Ofensas Racistas Contra Vinicius Jr.

– A multa contra o racismo no futebol resolve?

A Conmebol multou por R$ 624 mil o San Lorenzo pelo ato racista da sua torcedora contra os torcedores negros brasileiros. Veja a foto abaixo:

A pergunta é: isso resolve?

O clube pediu imediatamente desculpa ao Palmeiras, logo após o incidente. Certamente, isso não basta. E a grande questão que não cessa: como acabar com o racismo no futebol?

Eu iria defender a melhor educação das pessoas, mas isso não é, infelizmente, suficiente…

Imagem recortada de Globoesporte.com

– A multa contra o racismo no futebol resolve?

A Conmebol multou por R$ 624 mil o San Lorenzo pelo ato racista da sua torcedora contra os torcedores negros brasileiros. Veja a foto abaixo:

A pergunta é: isso resolve?

O clube pediu imediatamente desculpa ao Palmeiras, logo após o incidente. Certamente, isso não basta. E a grande questão que não cessa: como acabar com o racismo no futebol?

Eu iria defender a melhor educação das pessoas, mas isso não é, infelizmente, suficiente…

Imagem recortada de Globoesporte.com

– Einstein racista? O que ele disse quando veio ao Brasil?

Xi… olhe só que situação lamentável: sabe o que Albert Einstein disse sobre o Brasil e sobre o povo brasileiro, quando esteve em nosso país?

Abaixo, extraído de: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/05/26/einstein-se-referiu-a-brasileiros-como-macacos-e-amolecidos-pelos-tropicos-em-diario-entenda.ghtml

EINSTEIN SE REFERIU A BRASILEIROS COMO ‘MACACOS’ E ‘AMOLECIDOS PELOS TRÓPICOS’ EM DIÁRIO. ENTENDA:

Relatos de viagem ao Brasil, Uruguai e Argentina foram reunidos em obra lançada neste ano

“Os diários de viagem de Albert Einstein: América do Sul, 1925”, publicado pela editora Record, reúne os relatos da estadia do físico no Brasil, Uruguai e Argentina, ao longo de três meses. De acordo com a editora, os documentos “demonstram – sem censura – um homem peculiar, violinista apaixonado, espirituoso e carismático, mas também intolerante e rabugento, isto é, o ser humano comum, com todos os seus defeitos e preconceitos, por trás do gênio e do maior físico da história”.

“Ao meio-dia, na casa do Prof. Castro, legítimo macaco, mas companhia interessante”, escreveu Einstein ao se referir ao professor Aloísio de Castro, na época diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em outro trecho, o pai da Teoria da Relatividade afirma: “Aqui sou uma espécie de elefante branco para os outros, eles são macacos para mim”.

Segundo a introdução do livro, organizado pelo historiador Ze’ev Rosenkranz, esses trechos demonstram como, mesmo quando tinha opiniões positivas em relação aos seus anfitriões, Einstein adota uma postura “paternalista em relação à população local em geral”.

Menções também são feitas às paisagens naturais do país. O Rio de Janeiro, por exemplo, é descrito como sendo dotado de penhascos gigantes que causam uma “impressão majestosa”. Em outro trecho, Einstein destaca que a vegetação supera as narrativas das Mil e Uma Noites. “Tudo vive e prospera (…) sob os próprios olhos”.

Essas mesmas descrições, no entanto, acompanham referências ao pensamento racista comum na Europa do século XIX e do início XX do determinismo geográfico, que atribui ao clima influência decisiva no desenvolvimento intelectual. Ao se referir a alguns de seus interlocutores no Brasil, por exemplo, Einstein afirma terem eles aparentemente sido “amolecidos pelos trópicos” e que o clima local não era adequado ao europeu.

“É difícil não ver esta observação como uma expressão da superioridade europeia”, afirma a introdução do livro, sobre trechos como o acima. O físico critica também a eloquência e os”floreios linguísticos” demonstrados por seus anfitriões brasileiros em reuniões e palestras, também atribuidos a uma consequência do clima.

Albert Einstein durante visita ao Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista,

Foto: Arquivo do Museu Nacional (UFRJ)

– O futebol e a educação antirracista.

O que os dias 24/10/2021, 31/12/2022, 15/03/2022, 06/02/2023, 19/03/2023 e 30/03/2024 têm em comum? Em todas essas datas, em um espaço de 2 anos e …

Continua em: O futebol e a educação antirracista

– Sobre o racismo em Bragança Paulista.

Muito bem, Red Bull Bragantino!

– Ota Benga, o jovem pigmeu africano que vivia numa jaula.

A humilhante vida de Ota Benga, um membro da tribo Mbuti do Congo (que ficaram popularizados com o nome de “pigmeus”, por conta da baixa altura e dentes afiados), nos faz pensar: até onde o racismo pode chegar?

Em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/vitrine/historia-ota-benga.phtml

OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA

Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20.

Por Victoria Gearini

Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.

Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito). 

Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.

Em 1904, Ota foi vendido por traficantes para o missionário Samuel Phillips Verner, que tinha o objetivo de fazer uma exposição nos Estados Unidos com pessoas consideradas “exóticas” pelos norte americanos.

Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada “Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo”, na Feira de St. Louis. 

Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.

Entre as inúmeras humilhações, era obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cutura era comum afiá-los.

Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: “exibido todas as tardes durante setembro”. A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.

No mesmo ano, em 1906, um grupo de pastores negros passou a protestar contra a exposição do jovem e, após 20 dias, Ota foi libertado. Logo em seguida, foi encaminhado para um orfanato e depois foi para um seminário teológico.

Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos.