– O Protocolo FIFA foi acionado duas vezes em Bulgária 0x6 Inglaterra. Mas a resposta…

Em Sofia, capital da Bulgária, uma noite para envergonhar a humanidade. Durante o jogo válido pelas Eliminatórias da Eurocopa, torcedores búlgaros entoaram cantos racistas e nazistas aos jogadores negros ingleses, fazendo com que o Protocolo FIFA contra a discriminação (que engloba qualquer tipo de situação, incluindo homofobia, sexismo ou religião) fosse adotado por duas vezes.

Ao anúncio que no terceiro passo do Protocolo a partida seria encerrada, houve uma grande vaia na arquibancada ao invés de conscientização. Uma tristeza à espécie humana, dita “racional”…

Dentro de campo, a resposta foi boa: Bulgária 0x6 Inglaterra. Uma vitória não de uma equipe, mas a derrota dos preconceituosos.

Sobre o Protocolo FIFA citado, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/

A capa do jornal britânico foi perfeita. Abaixo:

– O Racismo no Futebol ainda impera na Itália!

Às vezes, é melhor ficar calado do que falar uma bobagem. Na Itália, onde os casos de racismo no futebol são frequentes, o presidente da Lazio (que por muitos é uma equipe mal vista por ter sido o time de Mussolini), declarou que imitar um macaco nem sempre é racismo e é normal isso acontecer com quem não tem a pele normal (que seria branca).

Pela lógica, a coloração negra da pele é algo “anormal”?

É complicado ver que esse câncer da humanidade – o racismo – está aculturado em nossa sociedade de maneira a cegar as pessoas. Lembrando ainda que, em casos de racismo na arquibancada, existe o Protocolo FIFA a ser aplicado pela arbitragem.

Para conhecer os procedimentos do protocolo, clique aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/

A matéria do racismo abaixo, extraído de: https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/6145875/presidente-da-lazio-diz-que-imitacao-de-macaco-nem-sempre-e-racismo-e-cita-pele-normal-como-branca

PRESIDENTE DA LAZIO DIZ QUE “IMITAÇÃO DE MACACO NEM SEMPRE É RACISTA” E CITA “PELE NORMAL” COMO BRANCA.

O presidente da Lazio, Claudio Lotito, deu uma declaração polêmica, de acordo com a agência de notícias ANSA.

Segundo Lotito falou à ANSA, os gritos de “macaco” no estádio não são sempre racistas.

“Os gritos nem sempre correspondem a atos racistas ou discriminatórios. Eu lembro quando era pequeno, as pessoas que não eram de cor, que tinham pele normal, branca, frequentemente usavam esse grito para atrapalhar o atacante adversário na frente do goleiro” (…)

“Nós temos que tratar isso individualmente. Nós temos muitos jogadores negros. Eu não acho que a Lazio faz distinção da cor da pele. A conduta da Lazio nesse aspecto está aí para todos verem”, completou.

Recentemente no Campeonato Italiano, o atacante belga da Inter de Milão Lukaku foi chamado de macaco pela torcida do Cagliari.

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Lukaku, uma das vítimas de racismo na foto acima.

– A era da contraditória esquizofrenia social

Recebi esse texto, cujo autor (Almir Favarin) por ignorância eu não conheço, mas que é sensacional ao explicar com perfeição esses tempos de intolerância a certas coisas e, contraditoriamente, tolerância irrestrita a outras.

Compartilho:

ESQUIZOFRENIA SOCIAL

Por Almir Favarin, Teólogo e Psicanalista

Vivemos numa época onde querem que os padres se casem e que os casados se divorciem.

Querem que os héteros tenham relacionamentos líquidos sem compromisso, mas que os gays se casem na Igreja.

Que as mulheres tenham corpos masculinizados e se vistam como homens e assumam papéis masculinos. Querem  que os homens se tornem “frágeis” e delicados e com trejeitos, como se fossem mulheres. Uma criança com apenas cinco ou  seis anos de vida já tem o direito de decidir se será homem ou mulher pelo resto da vida, mas um menor de dezoito anos, não pode responder pelos seus crimes.

Não há vagas para os doentes nos hospitais, mas há o incentivo e o patrocínio do SUS para quem quer fazer mudança de sexo.

Há acompanhamento psicológico gratuito para quem deseja deixar a heterossexualidade e viver a homossexualidade, mas não existe nenhum apoio deste mesmo SUS para quem deseja sair da homossexualidade e viver a sua heterossexualidade e se o tentarem fazer, é crime.

Ser à favor da família e religião é ditadura, mas urinar em cima dos crucifixos é liberdade de expressão.

Se isso não for o Fim dos Tempos, deve ser o ensaio…

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– O Protocolo FIFA contra a discriminação foi usado pela 1a vez no Brasil. Mas a Conmebol não queria…

Muito se repercute a paralisação da partida entre Vasco da Gama 2×0 São Paulo por conta de gritos homofóbicos.

Três coisas importantes sobre isso: 

1- O árbitro Anderson Daronco não parou o jogo por ordem da CBF, mas sim por determinação do Protocolo FIFA de 3 etapas, visando o combate a qualquer tipo de discriminação (sexista, racista, política, entre outras tantas coisas).

Sobre o Protocolo FIFA, aqui: https://professorrafaelporcari.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao-no-futebol/

2- Independente do Protocolo FIFA (que na etapa 3 das 3 existentes determina automaticamente que o jogo seja encerrado e o time cuja torcida praticar a discriminação tenha oficializada a derrota na partida), o TJD determinou que aqui no Brasil punirá conforme a intensidade da discriminação os clubes (independente do protocolo), podendo até sugerir que se percam os pontos do jogo apenas com os gritos, sem outras manifestações. Há de se aguardar!

3- A Conmebol quis que a FIFA não colocasse esse protocolo em vigor no dia 15/07/2019, justificando que em nosso continente existiam práticas culturais enraizadas e que não deveriam ser punidas. É mole?

É esperar se existirá uma punição para o Vasco por parte da CBF. Pela FIFA, não haverá!

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– Por homofobia, pela 1a vez partida é interrompida na França pelo Protocolo FIFA.

Lembram quando postamos sobre o Protocolo FIFA que deveria ser executado em caso de discriminação (das diversas naturezas) quando ocorresse?

(Para recordar, clique aqui: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2019/07/26/os-3-passos-para-o-protocolo-fifa-contra-a-discriminacao/)

Pois bem: ocorreu o 1o caso, e foi na França.

Extraído de: https://jamilchade.blogosfera.uol.com.br/2019/08/17/na-franca-arbitro-interrompe-jogo-diante-de-cantos-homofobicos/

NA FRANÇA, ÁRBITRO INTERROMPE JOGO DIANTE DE CANTOS HOMOFÓBICOS

Por Jamil Chade

O jogo da segunda divisão do campeonato francês, entre os modestos Nancy e Le Mans, entrou na sexta-feira para a história do futebol do atual campeão do mundo. Trata-se da primeira vez que, por conta de um comportamento homofóbico por parte da torcida, um árbitro decide suspender o jogo, ainda que por apenas alguns minuto. Os torcedores do Nancy devem ser punidos e o clube pagará uma multa. Mas foi o gesto do árbitro Mehdi Mokhtari que se transformou numa referência e abriu um amplo debate. A ministra dos Esportes, Roxana Maracineanu, foi a primeira a comemorar a decisão, tomada depois de uma pressão de governos para que a Uefa modificasse suas leis para permitir que uma partida pudesse ser alvo de uma interrupção, em caso de incitação ao ódio ou homofobia.

Em abril, o jogo entre Dijon e Amiens já havia sido suspenso por alguns minutos, desta vez por conta de ataques racistas. A decisão, naquele momento, foi dos jogadores. Agora, aos 27 minutos, foi a vez do árbitro assumir a decisão.

Jean-Michel Roussier, o presidente do Nancy, admitiu que a regra deve ser aplicada e afirmou ter ido encontrar, ainda durante a partida, com os representantes das torcida organizadas para alertar sobre a situação. Na França, a lei permite que um clube proíba a entrada de um torcedor que tenha sido identificado como autor de uma provocação homofóbica, racista ou que promova o ódio e violência.

Se na França a nova lei começa a ser aplicada, na Fifa o assunto já foi alvo de um acalorado debate. Com as seleções sul-americanas acumulando multas milionárias aplicadas pela Fifa, em diversos jogos das Eliminatórias, a Conmebol tentou explicar à entidade máxima do futebol que os cantos homofóbicos eram “culturais”. A Fifa se recusou a aceitar a explicação e continuou a multar as federações.

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– Os 3 passos para o protocolo FIFA contra a Discriminação no Futebol!

Desde 15 de julho, a FIFA ampliou como norma mundial um procedimento em 3 etapas que adotou como “Protocolo contra a Discriminação”. Entenda isso com os exemplos de: Imitar Macaco / Jogar Banana (Racismo), Gritar “Bicha” / “Puto” no Tiro de Meta (Homofobia), Fazer gestos sexistas (ironizar uma atleta / oficial de arbitragem por ser mulher), cantar música que possa fazer alusão a jingles políticos ou gestos (cantos neonazistas) e ou manifestação religiosa preconceituosa (atos anti-semitas).

Se isso acontecer, 3 passos a serem providenciados pela arbitragem:

  1. Interromper o jogo, com o sistema de som e imagens do estádio advertindo a conduta. Se possível, identificar quem iniciou. Reiniciar em seguida.
  2. Interromper o jogo novamente por minutos, com a permissão de que se crie um intervalo e os atletas possam deixar o campo, ir aos vestiários e voltarem com tudo controlado / mais calmo. Somente aí o jogo é reiniciado.
  3. Interromper o jogo, anunciar o motivo que será comunicado pelo árbitro às pessoas responsáveis pela informação aos torcedores e encerrar definidamente a partida.

Claro que tudo isso depende de qual ato e como tem sido feito. Mas é uma forma de advertir em 3 momentos uma torcida que não se comporta bem para o clube não perder os pontos do jogo por conta da conduta discriminatória dos seus aficcionados. 

Reforçando: isso já valia para jogos FIFA desde 2017, mas desde o dia 15 passou a valer mundialmente em qualquer tipo de jogo, de Copa do Mundo até a 4a divisão regional.

Na imagem abaixo, o quadro que relata os 61 casos de discriminação oficialmente contabilizados no futebol brasileiro em 2017:

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– A Pequena Sereia, da Disney, será negra. Virão os críticos ou não?

A Disney escolheu Halle Bailey, uma talentosa e jovem atriz para ser a Ariel, a princesinha dos mares das histórias de “A Pequena Sereia“, a fim de fazer seu filme live action.

O detalhe que levará às polêmicas: ao invés de “branquela ruivinha” como a personagem é, a sereia será negra!

Por mim, entendo perfeitamente a questão da diversidade e oportunidade a todos. Mas fatalmente questionarão: por quê não ser fiel às caraterísticas da sereia do desenho?

Abaixo, extraído de: https://www.omelete.com.br/filmes/conheca-halle-bailey-a-nova-pequena-sereia-da-disney

CONHEÇA HALLE BAILEY, A NOVA PEQUENA SEREIA DA DISNEY

Atriz é mais conhecida por seu trabalho musical em Chloe X Halle

Ontem a Disney anunciou a atriz escolhida para viver Ariel no live-action de A Pequena Sereia, Halle Bailey. A cantora e atriz nascida em 2000 em Atlanta, Geórgia, apesar de desconhecida por muitos, não é uma estranha ao mundo das telas, mas é mais associada ao mundo da música por fazer parte da aclamada dupla de R&B, Chloe X Halle.

Halle e sua irmã tem uma carreira mais que consolidada na música, e foram descobertas por vídeos no YouTube por ninguém menos que Beyoncé, que se impressionou com o cover de “Pretty Hurts” feito pelas duas. Em 2013, elas foram contatadas pela Parkwood Entertainment, gravadora fundada pela cantora, e se tornaram as primeiras artistas a assinarem contrato com a empresa. Em uma de suas primeiras grandes aparições, Chloe e Halle podem ser vistas no álbum visual de Beyoncé, Lemonade.

O papel de Halle em A Pequena Sereia será a sua estreia em uma grande produção cinema, mas a atriz tem um papel recorrente em Grown-ish ao lado da irmã. Na produção, as duas interpretam irmãs gêmeas, apesar de na vida real Halle ter dois anos a menos que a irmã. Atualmente com 19 anos, Halle também já apareceu em As Férias da Minha Vida, além das séries Austin & Ally e House of Payne. Confira uma cena de Halle Bailey ao lado da irmã em Grown-ish:

O diretor do novo live-action da Disney, Rob Marshall, deixou bem claro o motivo por trás da escolha do nome para viver Ariel [via Variety]: “Depois de uma longa busca, ficou abundantemente claro que Halle tem aquela rara combinação de espírito, coração, juventude, inocência e substância – além de uma voz gloriosa – todas qualidades intrínsecas necessárias para atuar neste papel icônico”, ele disse em declaração oficial. Julgando por seu papel em Grown-ish e sua já aclamada carreira, é bem provável que ele esteja certo.

Mesmo assim, desde o anúncio, a atriz já sofreu as reações negativas que criticam sua etnia, diferente da princesa original da Disney, mas Chloe X Halle estão acostumadas a se provar para o mundo. Em março de 2018, pouco depois do lançamento de seu primeiro álbum, Halle foi questionada pela Vulture sobre a vontade do grupo de controlar sua narrativa, ao invés de deixar a direção artística nas mãos de agentes e empresários. Sua resposta definitivamente vale para o momento atual: “Sempre existiu uma subestimação, e sempre haverá, porque parecemos estas meninas pequenas, jovens (…) Para nós, é divertido nos colocar a prova. Quando a gente chuta a porta e ela abre, é engraçado ver a reação das pessoas. Elas entendem que nós conseguimos fazer as coisas”.

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– Índia: e o absurdo Machismo

Esse texto, abaixo, tem 9 anos. Mas não tem como não se impressionar…

Sobre as mulheres na Índia, compartilho:

MACHISMO INDIANO

Muito me assustou uma matéria publicada pela Revista Superinteressante deste mês de Junho/2009. Nela, há uma reportagem a respeito das Castas Indianas (tema que ficou na moda devido a novela da Globo). Mas o que impressiona são os números e hábitos das mulheres locais!

Na Índia, é um fardo para as famílias criar uma menina. Muitos abortos são cometidos, pois ter uma filha é um custo alto: a maioria das mulheres não trabalha, e ao crescer, ela é entregue a um novo e o pai dela deve dar presentes à família do noivo, o que inclui desde pedras preciosas até veículos!

Naquele país, apenas 48% das mulheres são alfabetizadas (e entenda alfabetizada na Índia o fato de apenas escrever o próprio nome.

Lá, abortar uma menina não é um pecado, mas uma “providência” (que absurdo!). Tanto que o governo proibiu que os médicos divulguem o sexo do bebê nas ultrassonografias, a fim de evitar o aborto. Muitos aceitam sacrificar sua filha, para que o primeiro filho seja homem e o pai possa “reencarnar” nele.

Devido a isso, hoje há 9 homens para cada mulher. Casar tem sido difícil, o que faz com que exista  o comércio cada vez maior de “compra de esposas”. Nas vilas pobres, troca-se mulher por búfalos. Amor no casamento? Lá não é assim… Amor se constrói aos poucos, depois de casado.

Quando a mulher fica viúva, ou o seu cunhado a toma por esposa, ou ela faz voto perpétuo de castidade. Ou seja, casamento de mulheres viúvas, não existe!

Em caso de divórcio, a mulher só tem direito as jóias que ganhou. Nada do marido deve pertencer a ela. E, como é perceptível até na novela, a esposa é proibida de citar o nome do esposo. Apenas deve chamá-lo de “Marido”. Em alguns vilarejos, ela só pode fazer as refeições depois do marido, pois é sinal de submissão a ele.

Modos e hábitos diferentes dos nossos. O que mais impressiona é que, para eles, nós somos os diferentes…

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– A Polêmica Campanha do Governo sobre a Felicidade das Prostitutas

Foi em 2013, mas… faria sentido hoje?

Compartilho:

PROSTITUTAS FELIZES

Está dando o que falar: o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, lançou uma campanha para dignificar a figura das profissionais do sexo e ao mesmo tempo protegê-las, incentivando a prática de maneira saudável e consciente.

A idéia é elevar a auto-estima e valorizar a figura da mulher, numa campanha com garotas de programadas mais jovens às mais velhas – posando com os dizeres “Eu sou feliz por ser prostituta“.

Eu acho uma tremenda inversão de propósito: ao invés de lutar para a verdadeira dignidade das mulheres, longe da venda do corpo, ocorre o contrário!

Que conjunto de valores estamos passando? E você, o que pensa sobre isso?

Veja alguns cartazes:

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– A capa da France Football com Messi e Cristiano Ronaldo é heterofóbica?

Claro que o assunto que compara Cristiano Ronaldo e Lionel Messi é polêmico (quem é o mais decisivo do momento / quem está em melhor fase / quem joga mais em seu clube / outras tantas formas comparativas), mas precisa de tal capa?

A Revista France Football, para discutir esse assunto, usou como inspiração a arte do italiano Tvboy, que retratou o beijo emblemático dado em 1979 por Leonidas Brezhnev e Erich Honecker, os líderes da União Soviética e da Alemanha Oriental, a fim de mostrar união entre suas nações.

Sinceramente: que mau gosto! Se algo que ofende os homossexuais é homofobia, tal capa seria, pela lógica, heterofobia?

É questão de gosto. Eu não gostei. A questão era só a dúvida e discussão de: quem é / está melhor?

Extraído de: https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/voce-e-messi-ou-cristiano-ronaldo-capa-da-france-football-estampa-beijo-na-boca-entre-craques.ghtml

Capa da France Football com beijo na boca entre Messi e Cristiano Ronaldo — Foto: Reprodução

– Márcio Chagas da Silva: mais um entre tantos, infelizmente!

Corajoso! Palmas para Márcio Chagas, o ex-árbitro gaúcho que contou sobre as ofensas racistas que sofreu e que sofre, em entrevista ao UOL.

Felizmente, há alguém para testemunhar e alertar a sociedade. Infelizmente, Márcio é somente mais uma das inúmeras vítimas de racismo.

Somente existe uma raça: a raça humana. E a cor da pele? Nada importa.

Força Márcio!

Extraído de: https://esporte.uol.com.br/reportagens-especiais/marcio-chagas-denuncia-racismo?fbclid=IwAR3xEU-SMcly7TMi8OFCp_FdnMK4andKN3XakXes6T4fg1Bg-dW4LzloO24#matar-negro-e-adubar-a-terra

MATAR NEGRO É ADUBAR A TERRA

Comentarista de arbitragem da Globo denuncia agressões racistas que ouviu no campo e na cabine

Por Tiago Coelho

Um dia meu filho de cinco anos me perguntou por que os pretos dormem na rua e são pobres. Expliquei que é um resquício da escravatura, que estamos tentando mudar isso, mas que é difícil. Não sei se ele entendeu. Às vezes nem eu entendo. Sendo negro em um estado racista como o Rio Grande do Sul, eu me acostumei a ser o único da minha cor nos lugares que frequento.

Fui o único negro na escola, o único namorado negro a frequentar a casa de meninas brancas e, como árbitro, o único negro apitando jogos no Campeonato Gaúcho. Hoje sou o único negro comentando esses jogos na TV local. Durante muito tempo, me calei ao ouvir alguma frase racista. Engolia, como se não fosse comigo. Mas era comigo. A verdade é que estou puto com os racistas. Todo fim de semana escuto gente me chamando de preto filho da puta, macaco, favelado. “Matar negro não é crime, é adubar a terra”, eles dizem. Estou de saco cheio dessa história.

A galera saiu do armário total, não tem vergonha nenhuma. As manifestações racistas estão vindo cada vez mais ferozes e explícitas. O fato de eu estar na TV agride muito mais as pessoas do que quando eu apitava. O racista não aceita que você ocupe um espaço que você não deveria ocupar.

Dá vontade de sair na mão com esses caras, mas sei que se eu fizer isso vou perder a razão.

Em um Avenida x Internacional, em Santa Cruz do Sul, o juiz marcou um pênalti que não aconteceu e eu comentei no ar que o pênalti não aconteceu. Um torcedor foi no meu Instagram e escreveu: “Não gosta de ser chamado de preto, mas tá fazendo o quê aí?” O que tem a ver a minha cor com o meu comentário? Outro cara me chamou de “crioulo burro” e um terceiro disse que, se pudesse, me enfiaria uma banana no rabo. Os caras escrevem isso em público, com nome e sobrenome. Já acionei o Ministério Público.

Caxias do Sul, para mim, é uma das cidades mais terríveis para trabalhar. Há algumas semanas, fui transmitir um jogo no estádio Alfredo Jaconi e passei uma tarde inteira ouvindo xingamentos. Tive que ouvir que era um preto ladrão, que estaria morrendo de fome se a RBS, a Globo local, não tivesse me contratado, que eles tinham trazido banana pra mim. A cada cagada que o árbitro fazia em campo, eles se voltavam contra mim na cabine e xingavam. Eu virei um para-raios pro ódio deles.

Um dia, em um Juventude x Internacional, a arbitragem estava tendo uma péssima atuação. Houve um pênalti não marcado para o Juventude, e uns torcedores que ficavam perto da cabine se viraram para mim dizendo coisas como: “E aí, preto safado, vai falar o quê agora?” Eu já tinha dito no ar que o juiz tinha errado ao não marcar o pênalti. O clima já estava pesado desde o começo, e eu me segurava para não descer lá e ir pro soco com os caras, mas é tudo que eles querem, não é?

Uma mulher com uma criança de colo se virou para mim e começou a xingar: “Negro de merda, macaco, fala alguma coisa”. Ela veio em minha direção, achei que ia me dar uma bofetada ou cuspir na minha cara, que é uma coisa que eles costumam fazer na serra gaúcha.

“O que eu fiz para você”, perguntei quando ela se aproximou.

“Você não está vendo que ele está roubando, que não marcou o pênalti?”, perguntou de volta, apontando ao árbitro em campo.

“Moça, tudo que você está falando eu disse na transmissão. Por que você está dizendo essas coisas para MIM?”

“É que você colocou ele lá”, ela respondeu. E eu tive que explicar que quem escala os árbitros é a Federação Gaúcha e que eu não tenho nenhuma influência sobre ela.

No intervalo, um rapaz que estava com a namorada virou e disse: “Aprendeu direitinho como roubar o Juventude, né, preto de merda? Se não fosse a RBS, estaria na Restinga roubando ou morrendo de fome.” Os racistas costumam usar o bairro periférico e violento da Restinga, em Porto Alegre, para me atacar. Quando essas coisas acontecem, os colegas brancos dizem para eu deixar pra lá, que eu sou maior que isso, que estamos juntos, que bola pra frente. Juntos no quê? Deixar pra lá como? Quem sente a raiva e o constrangimento sou eu. Como “estamos juntos”?

Depois de muito tempo ouvindo esse tipo de coisa, eu desenvolvi uma forma de defesa, que também é uma forma de ataque. No final do jogo, quando um cara disse que tinha trazido uma banana (“porque eu sei que tu gosta”), eu falei que gostava mesmo. “Já brinquei muito de banana com tua mãe.” Os amigos dele riram, e o cara saiu com o rabo no meio das pernas.

Tem um motivo de eles sempre se referirem a bananas quando querem me agredir.

No dia 5 de março de 2014, o Esportivo jogou contra o Veranópolis, em Bento Gonçalves, uma cidade perto de Caxias, também na serra gaúcha. Essa é a região mais racista do estado. Logo que saí do vestiário já fui chamado de macaco, negro de merda, volta pra África, ladrão. Falei pros meus colegas:

“Se nem começou o jogo os caras já estão assim, imagina no final.”

Acabou a partida. Jogando em casa, o Esportivo venceu por 3 a 2, e não teve nada anormal no jogo: nenhuma expulsão, nenhum pênalti polêmico, lance de impedimento controverso, nada. Mesmo assim os torcedores se postaram na saída do vestiário para me xingar.

A uma distância de uns dez metros, questionei um senhor que estava com o filho:

“É isso que você está ensinando pro seu filho?”

“Vai se foder, macaco de merda.”

“Uma ótima semana pro senhor também”, respondi e desci ao vestiário. A polícia não fez menção de interpelar os torcedores, mas registrei os xingamentos na súmula.

Tomei meu banho, esperei meus colegas e saí do vestiário pra pegar meu carro, que estava em um estacionamento de acesso restrito à arbitragem e funcionários dos clubes. Encontrei as portas do carro amassadas e algumas cascas de banana em cima.

Ao dar partida no carro, ele engasgou duas vezes. Na terceira tentativa, caíram duas bananas do cano de escapamento. Alguém colocou duas bananas no cano do escapamento. Meu colega Marcelo Barison ficou horrorizado.

Caminhei revoltado para o vestiário. O atacante do Esportivo Adriano Chuva, negro, me pegou pela mão e me levou um pouco mais afastado. Ele disse que ali aquilo era normal. “Você tem que ver o que eles fazem com a gente no centro da cidade.” Ele dizia que os negros do time preferiam jogar fora de casa para não ser chamados de macaco em seu próprio estádio.

Ao chegar em Porto Alegre, refleti sobre o que deveria fazer. Encaminhei um texto para uns jornalistas que eu conhecia, e o caso veio a público. Francisco Novelletto, o presidente da Federação Gaúcha, me ligou, dizendo que eu deveria tê-lo procurado antes de falar com a imprensa, porque a denúncia estava prejudicando a imagem do campeonato. Ele disse que poderia pagar para consertar meu carro.

“Não quero seu dinheiro, quero respeito”, eu lembro de ter dito. Novelletto também sugeriu que se eu continuasse com a denúncia, isso poderia prejudicar a minha carreira. Eles fazem essa chantagem emocional. Eu continuei com a denúncia.

No Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o Esportivo perdeu três pontos por causa desse jogo e acabou rebaixado naquele campeonato. Até hoje, quando querem me atacar, os racistas dizem que fui eu quem rebaixei o clube. Mas eu não rebaixei ninguém. O que eu fiz foi denunciar o ataque absurdo que sofri. O clube nunca entregou a pessoa que colocou as bananas no meu carro.

Tiago Coelho/UOL

Ao longo do processo, me senti desamparado e desvalorizado pela federação. Eu tinha 37 anos e era aspirante à Fifa, imaginava que ainda podia ter uma carreira internacional. Mas, por causa desse episódio, fiquei tão de saco cheio que resolvi largar o apito. Apitei a final do campeonato e parei. Até hoje não posso pisar na federação. A federação nunca mais teve um árbitro negro.

Na esfera cível, processei o Esportivo por danos morais. Durante o julgamento, o advogado deles debochou do racismo que sofri no estádio. “Chamar negro de macaco não é ofensivo”, ele disse. “Ofensivo é amassar o carro porque, como diz a propaganda do posto Ipiranga, todo brasileiro é apaixonado por carro.” Essa frase me fez decidir abandonar o futebol. Em janeiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou o clube a me pagar R$ 15 mil. Até hoje não pagaram.

Eu refleti muito antes de vir aqui contar tudo isso. No futebol, existe uma tendência ao silenciamento quando o assunto é racismo. Muito jogador negro que passa por isso prefere ignorar os ataques temendo ter problemas na carreira se abrir a boca. Outro dia um jogador saiu de campo na Bolívia. Todos deviam fazer o mesmo, principalmente os medalhões.

Eu posso até me prejudicar no trabalho, mas resolvi comprar a briga porque nos fóruns que reúnem negros, costumamos dizer que os racistas podem nos fazer duas coisas: ou eles nos matam ou eles nos adoecem.

Eu me recuso a morrer ou adoecer. Prefiro lutar. Quando esses ataques acontecem, minha mulher, que é negra, me dá a força que ela consegue. Ela sabe muito bem o que é isso. Meus filhos ainda não sabem. Eu fortaleci a consciência da minha negritude principalmente pelo rap, ouvindo aquela música, analisando aquela letra e me identificando com aquela situação retratada.

Os racistas não sabem, mas eles só fortaleceram minha consciência racial. Eu falo pro meu menino que ele é lindo. Enalteço o nariz e o cabelo “black power” dele, digo para ele sempre valorizar a negritude que ele tem. Minha filha tem dois anos e vou procurar fazê-la ter orgulho de si mesma, assim como eu tenho da nossa raça.

Minha briga é por mim, mas também por eles. Os racistas não vão nos matar.

Procurado pela reportagem para comentar a declaração de Márcio Chagas da Silva, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, afirmou que as críticas do ex-árbitro são injustas e que não deixou de apoiá-lo no episódio de racismo em 2014.

“O Márcio está faltando com a verdade”, afirmou Novelletto. “Quando soube do fato, liguei para ele em um gesto de grandeza para saber o que tinha acontecido. Ele me narrou uma versão ‘super light’ dos fatos e tirou toda a culpa do Esportivo. No dia seguinte, para minha surpresa, apareceu dando entrevista chorando na TV e se dizendo indignado. Achei isso estranho.”

Segundo Novelletto, a federação lançou uma nota de repúdio contra o comportamento do Esportivo e iniciou uma campanha no seu site de combate ao racismo. De acordo com o cartola, as ofensas que Márcio Chagas sofre são consequência da briga que ele comprou contra o Esportivo. “Eu se fosse patrão dele, não mandava ele para trabalhar nessas cidades, você sabe como torcedor é.”

Para o cartola, não é papel da federação defender o árbitro porque “ele é um prestador de serviço”. “E os donos da federação são os clubes”, disse ele.

Esportivo diz que assunto ficou no passado

Presidente do Esportivo desde 2017, Anderson Vanela afirmou que o clube não faria maiores comentários sobre o episódio das bananas em 2014 porque “o assunto ficou no passado.”

“O clube acata a decisão judicial, mas não concorda. A cidade se machucou muito, a comunidade inteira sentiu. Bento Gonçalves é uma cidade turística, que acolhe a todos e não tem em seu histórico qualquer tipo de ato racial”, afirmou Vanela.

O Esportivo já fez o depósito dos R$ 15 mil a título de reparação a Márcio Chagas. “Aqui no clube ninguém mais fala do assunto.”

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– O Racismo do conselheiro do Santos FC: #ExpulsaORacista

Que nojo! Racismo não cabe mais, pois somos somente uma raça: a humana!

Viram a declaração racista e totalmente condenável do conselheiro do Santos FC, Adilson Durante Filho

O áudio está disponível em: https://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/futebol/times/santos/noticia/conselheiro-do-santos-faz-declaracoes-racistas-clube-repudia-e-torcida-pede-expulsao.ghtml

Pois bem: o que eu penso sobre isso foi de encontro com a coluna abaixo de Juliano Costa (no GloboEsporte.com), que compartilho, 

Extraído de: https://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/futebol/times/santos/noticia/opiniao-santos-pode-fazer-historia-na-luta-contra-o-racismo.ghtml

SANTOS PODE FAZER HISTÓRIA NA LUTA CONTRA O RACISMO

Declaração racista de conselheiro expõe o clube, que não pode se omitir diante da gravidade do caso

A hashtag “ExpulsaORacista” foi uma das mais comentadas no Twitter no mundo todo nesta quinta-feira, mas a mobilização dos internautas – santistas ou não – foi insuficiente para fazer com que ao menos 20 membros do Conselho Deliberativo do Santos protocolassem um pedido de expulsão de Adilson Durante Filho.

Até agora, nada foi feito pelo clube além de uma nota de repúdio, que, apesar de bem escrita, é muito pequena diante da gravidade das declarações desse homem de meia-idade, filiado a um partido político e funcionário da Prefeitura de Santos, uma das cidades mais ricas e tradicionais do estado de São Paulo.

É dever de todos nós – jornalistas, torcedores, gente que se importa com gente, autoproclamadas “cidadão de bem” ou não – combater o racismo.

Manter Adilson Durante Filho no seu Conselho Deliberativo é uma vergonha indescritível para a história do Santos. Não há como passar pano. Ele mesmo já admitiu que gravou o áudio.

Ora, então o que os nobres conselheiros estão esperando? Não importa se é feriado.

O Santos precisa dar uma resposta não só aos seus torcedores, mas à sociedade como um todo. E precisa fazer isso rápido.

Trata-se de uma oportunidade de fazer história – assim como o Vasco fez nos anos 20, ao bancar a escalação de jogadores negros, e como o Bahia tem feito hoje, dia após dia, na luta pelas minorias.

O Santos se tornou conhecido no mundo todo (e ainda é o clube brasileiro mais famoso) com um time nos anos 60 que contava com quatro negros em seu ataque titular, incluindo o maior de todos, o Rei. O Santos continuou sendo reconhecido por revelar meninos como Robinho, Neymar, Rodrygo. Mais incrível: o Santos parou uma guerra na África, porque combatentes de duas etnias rivais queriam ver o time de Pelé jogar.

Pegando essa deixa, escrevo agora particularmente para o presidente José Carlos Peres e os membros do Conselho Deliberativo do Santos: sabem aquela foto do menino pobre na África, com uma camisa do Santos, brincando com uma bola improvisada? Aqui na Globo SP imprimimos essa foto há um tempo e a colocamos na nossa sala de reuniões – é a única coisa destoando em uma parede pintada de “branco corporativo”. Ela nos inspira. Gostamos da ideia de pensar que trabalhamos para atender gente como aquele menino sorridente – e não como Adilson Durante Filho.

Aquele menino mora em Moçambique, uma ex-colônia portuguesa, como o Brasil. Ele se chama João. É o mesmo nome do meu filho de três anos. Há um oceano separando os dois. Mas ambos torcem pelo mesmo time, o Santos Futebol Clube.

O João de Moçambique é negro. O meu João é branco. É a união dessas duas cores que faz o Santos ser o “Glorioso Alvinegro Praiano”, um “orgulho que nem todos podem ter”.

Então, senhor presidente, senhores do Conselho, é hora de vocês fazerem história, é hora de vocês mostrarem que “não é só futebol”, é hora de mostrar que o Santos está acima de qualquer questão política. É uma questão de princípios. É a oportunidade perfeita para mostrar que esse tipo de atitude não é mais aceitável, tolerável. Para que o meu João, o João de Moçambique e tantos outros Joões cresçam num mundo sem racismo.

*Juliano Costa, 38, é editor-executivo do GloboEsporte.com

Santos multicampeão dos anos 60: Pelé era um dos quatro negros do ataque titular — Foto: Divulgação / Conmebol

Santos multicampeão dos anos 60: Pelé era um dos quatro negros do ataque titular — Foto: Divulgação / Conmebol

– A Treinadora de Futebol Transexual e Católica da Itália faz sucesso!

Anos atrás publicamos neste blog a história de Marina Rinaldi, a 1a treinadora transexual de futebol da Itália e que era abençoada pelo pároco Michele Alfano, da Diocese de Salerno, pelo seu engajamento em ações de solidariedade envolvendo esporte e catolicismo.

Marina se notabilizou em projetos sociais envolvendo o futebol na Igreja Católica italiana, criando inclusive uma equipe de cálcio: o “São Miguel Rufoli Futebol Clube” (numa tradução bem abrasileirada), que chegou a disputar a 4a divisão profissional.

Pois bem: de ONG Católica ao futebol competitivo, Marina “subiu de divisão”: será a treinadora do Ogliarese, da 3a divisão!

Acima de qualquer questão de gênero, valores religiosos ou preconceitos, está o respeito à figura humana e ao talento.

Relembre o texto em: https://wp.me/p4RTuC-cmz

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– Ao menos, um intolerante mal educado resolveu reconhecer o erro?

Eu não sabia desse feliz desfecho: dias atrás, Gabriela Moreira, da Sportv, foi ofendida covardemente por mais um daqueles desrespeitosos cidadãos que pensam “tudo poder nas Redes Sociais”. Um fanático torcedor de futebol escreveu coisas impublicáveis quanto à sua honra.

Diante da enorme repercussão na mídia, houve uma humilde e correta demonstração de arrependimento do mesmo, pedindo desculpas pela sua estupidez.

Vale a pena ler toda a história, no link em: https://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2019/03/23/gremista-chama-reporter-da-globo-de-vadia-e-se-arrepende-apos-reacao/

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– O racismo praticado contra Serginho na Bolívia em Blooming 2×0 Jorge Wilstermann

Ainda é admissível que idiotas cantem gritos ofensivos nas arquibancadas?

Sempre ouvi falar (e nunca concordei) que o estádio de futebol é um lugar onde se pode xingar à vontade, extrapolar e extravasar. Não concordo. Você pode vaiar e aplaudir, mas nunca ser selvagem.

Atitudes como gritos homofóbicos, racismo, violência e outras coisas que contestam a inteligência humana já deixaram de ser aceitáveis, e mostram como nossa cidadania ainda é questionável. E digo isso pelo fato lamentável ocorrido na Bolívia, na partida entre Blooming 2×0 Jorge Wilstermann, do último domingo, onde o brasileiro Serginho abandonou o campo após insultos incessantes dos torcedores por ser negro.

O árbitro corretamente parou a partida para que os torcedores encerrassem os gritos racistas (conforme manda atualmente a Regra do Jogo), mas mesmo assim o atleta preferiu se retirar.

Até quando veremos tristes situações assim? Até quando as punições serão “de mentirinha”? Até quando o ser humano vai ficar esperando ser “gente de verdade”?

Muito triste.

Extraído de: https://www.gazetaesportiva.com/futebol/brasileiro-abandona-o-campo-apos-sofrer-insultos-racistas-na-bolivia/

Vídeo em: https://twitter.com/liberta__depre/status/1107803186461638659

BRASILEIRO ABANDONA O CAMPO APÓS SOFRER INSULTOS RACISTAS NA BOLÍVIA

Mais uma cena lamentável tomou conta do futebol no último domingo. Na partida entre Blooming e Jorge Wilstermann, válida pela 13ª rodada do Apertura do Campeonato Boliviano, o brasileiro Serginho, do time visitante, sofreu insultos racistas e abandonou a partida ainda em seus decorrer, aos 40 minutos do segundo tempo, em lance de cobrança de escanteio.

Diante de mais de 15 mil pessoas que marcaram presença na vitória do Blooming por 2 a 0, no Estádio Tahuichi Aguilera, o meio-campista brasileiro sofreu diversos atos racistas durante a partida, segundo relatos dos companheiros de equipe. Na reta final, mesmo com a vitória, os fanáticos dos donos da casa não cessaram nos insultos.

Aos 40 minutos do segundo tempo, o jogador brasileiro se dirigiu a linha de fundo para efetuar uma cobrança de escanteio. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver o atleta abandonando o gramado e explicando a arbitragem que seguiu sofrendo com as declarações da torcida adversária. Por conta da polêmica, a partida ficou parada por cerca de quatro minutos.

Após a partida, personalidades dos dois lados se manifestaram contra as cenas presenciadas. Do lado do Jorge Wilstermann, Cristian ‘Pochi’ Chávez condenou a “vergonha” que marcou a partida, enquanto Jorge Ortiz criticou que o fato tenha acontecido durante toda a partida. “Essas coisas externas ao jogo são tristes. Não me surpreende a saída de campo do Serginho, porque estava sendo insultado desde o primeiro tempo”, disse ao jornal El Deber.

Mesmo com os três pontos conquistados, o tema foi abordado pelo Blooming, na voz do capitão, Cristian Latorre, e do treinador Erwin Sánchez. “Eu repudio o racismo, mas essas são coisas que fogem das nossas mãos, dos jogadores. Fico com pena pelo que aconteceu. É lamentável”, ressaltou o atleta, corroborado pelo comandante. “Sou sempre contra o racismo. Fiquei 20 anos fora e volto para sentir isso. Veremos o que fazer junto ao clube”, finalizou.

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– Os 5 Tricolores e suas diversas realidades.

1. Nos gloriosos anos 90, o Tricolor Paulista era respeitado como modelo de administração e de futebol bem jogado. Mas faz tempo… Hoje, virou uma bagunça. Jardine, o treinador demitido, continua no São Paulo em uma função a ser definida. Mancini, o diretor que prometeu não ser treinador, é quem treinará o clube no Paulistão, a fim de entregar no Brasileirão a equipe para Cuca, o treinador efetivamente contratado mas que ainda não treinará por estar de licença médica. Mas Jardine tem um estilo. Mancini outro. Cuca outro ainda. Dá para entender?

2. Já o Tricolor Gaúcho continua na sua Lua de Mel de time e torcida, com Renato Gaúcho fazendo o curso de treinador para a “licença A” exigida pela CBF. E com Tardelli, o Grêmio ganha ainda mais corpo e se prepara para o Brasileirão!

3. Não nos esqueçamos do Tricolor Carioca. O Fluminense, com elenco muito mais humilde do que o Flamengo e jogando no tik-tak de Fernando Diniz, ganhou do badalado Abel – que “não deu uma cara” para o Mengão ainda.

4. Por fim, destaque para o Tricolor Baiano. O Bahia está resgatando uma campanha em favor dos LGBTQ+, que começou em Maio do ano passado e retorna agora em Fevereiro no combate específico à Transfobia.

5. Ops: não poderia deixar de falar sobre o Tricolor Jundiaiense, nosso Paulista de Jundiaí. Próximo da 4a divisão estadual começar, não tem treinador contratado nem elenco no Jayme Cintra. Será que correria o risco de, apesar de confirmar a sua participação no torneio, desistir? Infelizmente sim. Uma pena.

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– O Homossexualismo no Futebol

Assunto de difícil trato, o homossexualismo no futebol é muito ironizado pela sociedade. Sabidamente, torcedores organizados ofendem com seus cânticos supostos atletas que tem opção sexual diferente.

Sem fazer apologia à prática homossexual, mas respeitando os praticantes até mesmo pelas obrigações cristãs e cidadãs, compartilho um olhar diferente sobre o assunto: navegando pela blogosfera, deparei-me com um artigo sobre o tema (antigo na redação, mas atual na situação), visto por um colunista gay, Lourenço Cavalcanti. Até mesmo por ser a opinião de quem sofre o preconceito, reproduzo abaixo.

Extraído de: http://www.revistabrasileiros.com.br/23b/2009/09/08/gays-em-campo/

GAYS EM CAMPO

Queridos, nada como iniciar uma semana já na terça feira, com nossa vaga na Copa de 2010 garantida, e a lembrança de Maradona roendo as unhas. Futebol é mágico, é capaz de levantar nosso astral. Às vezes derruba, é verdade, mas o efeito coletivo é lindo. Vamos jogar novamente amanhã, e já nem precisamos ganhar para ir para a Copa, mas quem não vai ver o jogo e torcer pelo Brasil?  Futebol é mágico, pois dentro do campo se dissolvem barreiras que fora parecem intransponíveis. Para chegar à seleção, tem que jogar muito bem, e aí não importa se é negro, mulato ou branco. Pelé é negro, assim como a maioria da seleção atual, e Kaká é bem branquinho. Aliás, Kaká vem de uma família bastante abastada, quebrando o mito de que só garoto pobre dá bom jogador. No futebol, rico e pobre são iguais, desde que joguem bem. Isso vale também entre nações, e a República dos Camarões pode muito bem derrotar os Estados Unidos no campo. Futebol é laico. Jogadores de todas as religiões jogam lado a lado, ou se enfrentam, e não é guerra  nem conflito, é esporte. Bárbaro.

Mas tem uma barreira que a magia do futebol  ainda não derrubou, e é exatamente a da diversidade sexual. Gays não têm lugar nesta linda história. Futebol é um universo muito masculino, é homem, suor e testosterona para todo lado, e isso faz com que se pense que gay não pode chegar perto, que não daríamos conta do recado, que não podemos nem nos misturar com outros homens. Mas não é bem assim. Se isso fosse regra, o exército de sua Majestade a Rainha Elisabeth II da Inglaterra não faria campanhas para recrutar mais gays, declarando que nós podemos ser excelentes militares. O exército de Israel, e aqui eu não vou entrar no mérito de suas ações, também não dá a mínima para a orientação sexual de seus soldados e oficiais. Em ambas, nessas poderosas forças armadas, os gays são respeitados como homens corajosos e competentes, a sexualidade vem depois. E por que não seria assim no futebol e no próprio exército brasileiro?

Ninguém pode dizer que não existem homossexuais no futebol. Se nós estamos em todos os cantos, também estamos lá, estejam certos. Só que lá os gays precisam ficar muito bem trancados em seus armários, pois a homofobia é regra. Pelé declarou, numa entrevista, que se iniciou sexualmente com um gay. Ele mesmo disse isso, sem fazer drama, ponto para ele. Já Kaká, excelente jogador e craque da seleção, apoia um movimento religioso homofóbico. Eu tenho saudades de ver o Pelé jogar, e admiro muito o Kaká dentro do campo, torço para que ele faça muitos gols pelo Brasil, só discordo dele fora do campo. Não vou mencionar Richarlyson, que eu nem sei se é gay, mas que é muito macho quando enfrenta a arquibancada do próprio time, inteira, gritando contra ele.

E vocês, discordam? Acham que os gays devem ficar longe do futebol? Opiniões por escrito, ali no link próprio, por favor.

Abraços do Lourenço. Coluna 23B

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– Sobre Caster Semenya, a atleta intersexual mais discutida do Atletismo.

Confesso que é difícil opinar sobre Caster Semenya, a corredora sul-africana que se tornou o centro das atenções no Atletismo Feminino.

Semenya sofre de hiperandrogenismo, tendo hormônios masculinos produzidos naturalmente pelo corpo, mesmo sendo mulher e tendo que passar por um teste de comprovação de gênero (constrangedor).

As adversárias a criticam. Ela é chamada de intersexual, que é bem diferente de hermafrodita (que tem dois sexos, como foi o caso de Edinanci Silva, a judoca brasileira).

Para mim, é mulher, e digo isso sem preconceito; mas é um dilema para o esporte… Ela não tem culpa, mas essa discussão irá longe, pois Semenya vence tudo com seu físico claramente avantajado.

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– Os Banheiros Transexuais chegam às Escolas

Nos novos tempos em que tudo deve visar o politicamente correto, algumas faculdades inovam e adotam sanitários pensando em evitar a transfobia.

Compartilho, extraído de: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/banheiros-unissex-ganham-espaco-em-universidades-do-pais.shtml

BANHEIROS UNISSEX GANHAM ESPAÇO EM UNIVERSIDADES DO PAÍS

Uso por alunos transexuais avança entre polêmicas e reações contrárias à medida

Por Mariana Estarque

No início deste ano, um adesivo foi colado na porta de um banheiro da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e, no mesmo dia, o lugar se tornou um campo de batalha. No aviso oficial estava escrito: “Banheiro unissex. Afinal, todo mundo usa o banheiro pelo mesmo motivo, né?”.

A mensagem era acompanhada pelos dois tradicionais bonequinhos, um de saia, outro sem. No meio deles, um sujeito novo, com metade da saia.

Por trás do tom bem-humorado do aviso, a medida do Centro de Ciências da Educação (CCE) dizia respeito a um debate sério sobre direitos básicos: o uso do banheiro por pessoas trans. Desde 2015, ao menos oito universidades federais adotaram banheiros unissex ou resoluções que permitem aos alunos usarem esses espaços segundo o gênero com o qual se identificam.

Na UFPI, já no primeiro dia, o adesivo oficial foi rasgado. Alunos que apoiavam a medida colaram cartazes por cima. Os papéis foram destruídos. Estudantes decidiram então pintar “unissex”. E assim ficou.
O diretor do CCE, Luis Carlos Sales, responsável pelo novo banheiro, diz que hoje o conflito está encerrado. “Acalmou. Não tem aviso oficial, mas todos sabem o que é.”

O professor destinou só um banheiro para uso comum, os outros permanecem iguais. “Alguns alunos trans não se sentiam à vontade nos banheiros convencionais, então atendemos a demanda deles”.

Assim como a Federal do Piauí, a Fluminense, a de Juiz de Fora, a do Sul da Bahia, a do ABC, a do Paraná, a do Rio Grande do Norte e do Tocantins adotaram medidas similares. Elas representam mais de 10% das 68 universidades federais do país. Em 2017, PUC-SP e USP fizeram o mesmo.

Segundo o Ministério da Educação, não há um levantamento oficial sobre o tema.

De acordo com a diretora de Promoção dos Direitos LGBT do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), Marina Reidel, professora e mulher trans, a expansão dos banheiros está ligada a uma resolução de 2015.
Ela estabelece que as pessoas têm direito de usar o banheiro de acordo com a identidade de gênero, e dispõe sobre o uso do nome social em instituições de ensino. A decisão não tem força de lei, mas norteia políticas do setor.

A implementação dos banheiros e das políticas varia. Algumas partem de demandas de trans, outras surgem após agressões. Alguns casos são ações da universidade, outros, de unidades específicas.

A Federal do Paraná, por exemplo, abriu um banheiro  de uso comum em 2017, após requerimento de alunos trans. A medida não causou reações inflamadas, diz Silvana Carbonera, vice-diretora do setor onde a unidade foi feita.

Na Federal do Rio Grande do Norte, também não houve polêmica, segundo a reitora,  Angela Maria Paiva Cruz. Na Federal do Tocantins, em Araguaína (a 400 km de Palmas), a medida foi tomada após reclamações de heterossexuais.

“Chegavam mulheres evangélicas, chorando, que tinha ‘homem’ no banheiro. Os alunos trans não tinham para onde ir: eram sempre enxotados”, diz o diretor do campus, José Ribeiro, que transformou três banheiros em unissex.

Nem sempre, porém, há reações . A Escola Multicampi de Ciências Médicas, da UFRN, em Caicó, interior do estado, transformou todos os banheiros em unissex em 2016, com a entrada de uma aluna trans na residência médica. “Encontrei uma instituição que respeitou a minha dignidade”, diz Patrícia Targino Dutra, 30.

Patrícia se tornou professora da instituição. “Impressiona a postura da escola, no meio do sertão nordestino, onde o machismo impera.”

Na PUC-SP, que criou um banheiro unissex em 2017, a aluna e membro de um coletivo LGBT Luiza Ferrari, 22, diz que os embates acabaram. “A reação foi maior nas redes sociais”, diz a integrante da associação de professores, Maria Beatriz Abramides.

Entre as universidades que optaram por manter espaços segregados, mas garantir o acesso de trans por meio de portarias ou campanhas nos banheiros estão a Federal de Juiz de Fora (UFJF), Sul da Bahia (UFSB), do ABC (UFABC), Fluminense (UFF) e USP.

As quatro primeiras adotaram medidas que valem para toda a universidade. Já na USP, a iniciativa ficou restrita a uma unidade.

Em 2016, mulheres agrediram e expulsaram uma aluna trans do banheiro da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP. Então, o conselho estabeleceu que os banheiros podem ser usados segundo a identidade de gênero.

Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da FFLCH, Elizabeth Harkot de La Taille, a implementação foi tranquila e “teve um efeito educativo”.

A UFF, por outro lado, ainda vive a polêmica, quase um ano após liberar os banheiros. A medida foi uma reação à atitude do vereador de Niterói (RJ) Carlos Jordy, do PSL, partido de Jair Bolsonaro.

Jordy afirma que enviou ofícios para a UFF, Ministério Público Federal e polícia sobre o tema e o uso de drogas. “Pessoas mal intencionadas podem dizer que se identificam com outro gênero para cometer assédio, estupro.”

A aluna de ciências sociais Liège Nonvieri, 22, trans, se sentiu contemplada pela resolução. Ela já usava o banheiro feminino, mas achou que o posicionamento da UFF foi importante.

Para a aluna de pedagogia Amanda Figueiredo, 30, a resolução tirou seu “direito e privacidade”. Ela se define como cristã e conservadora, e diz que se preocupa com sua segurança. “Se [um homem heterossexual] entrar, quem vai falar? Para depois ser acusado de homofóbico?”

Para o movimento UFF Livre, contrário à resolução, identidade de gênero e orientação sexual são questões “de foro íntimo”, e as placas visam “atender interesses de uma militância político-ideológica”.

A professora de estudos de gênero da Federal da Bahia (UFBA) Maíra Kubik diz que a violência contra mulheres é um risco, mas não deve ser usada para retirar direitos das trans. “Mulheres são estupradas em qualquer lugar”. Ela, com apoio de movimentos LGBT, diz que é melhor não identificar os banheiros.

A ideia do “terceiro banheiro”, entretanto, é controversa. Segundo Marina Reidel, do MDH, esse é um arranjo possível.  “Não é o melhor, mas são acordos para minimizar a violência e humilhação”, pondera.

Professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Jaqueline de Jesus, trans, discorda. “Ou todos são unissex ou nenhum. Isso joga as trans no banheiro estranho, e reforça a segregação”.

bomba.jpgNa USP, banheiros ganharam adesivos após agressão a aluna trans – Zanone Fraissat/Folhapress

– Júlio Cocielo e o humor racista!

Não sou chegado nesses novos humoristas “youtubers”; portanto, desconhecia quem era o tal de Júlio Cocielo. Só soube que era seguido por milhões de pessoas após a polêmica com o jogador francês Mbappé, que fez dois gols contra a Argentina (ele é comparado com Ronaldo Fenômeno na juventude e é de origem afrodescendente).

Por ser negro e veloz, num repente de infelicidade, Júlio escreveu no Twitter que:

Mbappé conseguiria fazer ‘uns arrastão’ Top na praia, hein?

Que tonto! Para que bolinar com a cor da pele do rapaz, e ainda por cima fazer troça de um problema tão sério vivido no Rio de Janeiro?

Mas não é a primeira vez que isso acontece. Fuçando na Internet, vejo que ele escreveu várias vezes outras bobagens, como:

Gritei VAI MACACA pela janela e a vizinha negra bateu no portão de casa pra me dar bronca”.

Onde está a graça? Ainda teve:

to começando a virar racista por causa dessas cotas que beneficiam os pretos”.

Um cara desses faz sucesso? Isso é humor? E quantas pessoas seguem esse cara, que em dezembro de 2013, escreveu com duplo sentido (não foi a intenção de defender, hoje se crê):

“o brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.

Chega. Muita idiotice para um cara só. Sendo racismo crime, não deveria levar um puxão de orelha o cidadão?

Não me venha justificar que é humor. Em pleno século XXI, com tantos problemas que a sociedade tem, trolar devido a cor da pele é indevido. Ademais, só existe uma raça: a humana! Se a cor da pele é mais clara ou escura, isso é irrelevante.

Dá para entender quem consome esse tipo de humor?

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– Catequese do Crisma a respeito do Bullying

Nas salas de aula onde lecionei nas turmas de Administração de Empresas, em diversas atividades falamos sobre as questões de ética, igualdade, equidade e respeito nas organizações. Porém, tal tema extrapola o ambiente de trabalho e deve ser discutido na sociedade em geral.

Dentro dos nossos encontros de Catequese do Sacramento do Crisma, aos nossos crismandos preparamos um material sobre o qual podem refletir as diversas formas de bullying.

A propósito, se tentarmos catalogar “o que é motivo de bullying”, teremos como mote (alguns exemplos):

etnia (nordestino, nortista), raça (negro, amarelo), religião (cristão, muçulmano), condição social (rico, pobre), estética (alto, magro, gordo, baixo), gênero (másculo, afeminado), idade (jovem, velho), ideologia (esquerda, direita), comportamento (extrovertido, tímido) e outras tantas questões que podem constranger por preconceito, gerando gozações e apelidos.

Compartilho um compilado adaptado pela equipe de catequistas da Paróquia São João Bosco – Jundiaí/SP, a partir de dois bons textos extraídos de brasilescola.com.br e pesformosos.com.br.

BULLYNG

Você tem vergonha de ser o que você realmente é?

Bullying é um termo da língua inglesa (bully= valentão) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas. Verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa, que não tem a possibilidade ou capacidade de se defender. São atitudes realizadas dentro de uma relação desigual de forças e poder. Na prática, traduz-se em atos de covardia, tirania, agressão, opressão, maus tratos, ironias. Essas agressões possuem um caráter intencional e, muitas vezes, a pessoa que sofre o bullying pode ser abordada por uma ou por várias pessoas.

O bullying se divide em duas categorias:

Bullying direto: é a forma mais comum entre os agressores masculinos, incluindo a agressão física e verbal.

Bullying indireto: essa é a forma mais comum entre as mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social, ou a famosa “risadinha”” da vítima.

Em geral, a vítima teme o agressor em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência física, verbal ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying pode ocorrer em qualquer ambiente: na rua, na escola, faculdade, igreja, shopping, entre outros.

– Agressor: você participa da agressão até mesmo quando ri de alguém que está sendo vítima, principalmente, quando você é o agressor direto, quando violenta
fisicamente ou verbalmente a vítima.

– Vítima: são as pessoas que sofre a violência física, verbal ou sexual. Sofrem, na maioria das vezes, calados por temerem denunciar o agressor.

– Testemunha: as pessoas que presenciam o bullying, na grande maioria alunos que convivem com a violência e silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor.

As crianças e adolescente que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamentos agressivos. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

“Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensa, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas, humildemente considerem os outros superiores a si mesmo. Cada um cuide, não somente de seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”. Fl 2,1-5

O termo bullying não está na Bíblia, mas, nem por isso quer dizer que a Bíblia não se dirige significativamente a esta expressão da nossa cultura. A Bíblia dirige-se a cada um desses aspectos. E vai além, porque ela tem palavras de consolo e fortalecimento para o sofredor, caminhos de verdadeira transformação em Cristo para o agressor, palavras de incentivo para o pacificador. Você e eu temos a oportunidade de penetrar na vida destas pessoas por meio de um relacionamento de amor. Podemos identificar os problemas usando a nomenclatura que Deus usa e aplicar as verdades das Escrituras.

Encontramos na Bíblia inúmeras ilustrações e ensinos sobre ira, discriminação e muitos outros problemas que geram o bullying, mas, também teremos a solução para eles. Quando a Bíblia menciona algo com tanta frequência, podemos esperar que seja uma luta universal. O Bullying não é novidade atual, e o procedimento de vida correta aparece nas Escrituras:

“todavia não foi isso que vocês aprenderam de Cristo. De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e, em santidade, provenientes da verdade”. Ef 4,20-24.

Se existe uma cultura de violência, que se dissemina entre as pessoas, é importante que possamos espalhar uma contracultura de paz, especialmente nas crianças, que precisam ser moldadas e nelas semeadas boas sementes de paz, amor, harmonia. Vivemos um tempo de aprendizado de como lidar com isso: escola, pais, agressores e agredidos, que muitas vezes não sabem o que fazer, mas, o grande plano neste momento, é aprender com o incentivo de gestos de compreensão, de cada vez mais cultivar respeito às diferenças individuais e o olhar de fé e atitude de cada um de nós.

A vida em Cristo nos remete a amar ao próximo como Ele mesmo nos amou:

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34).

Devido a isso, não agrida ninguém por características físicas, raça, personalidade…. lembre-se que Deus nos fez à Sua Imagem e Semelhança e nos ama igualmente, independente de nossas diferenças. Ame o próximo.

Para reflexão:
– Exemplo de bullying na Bíblia: Lc 16,19
– Discussões: Cyberbullying, Liberalismo e Conservadorismo, Feminismo x Machismo, Apelidos e Bullying

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– Os Observadores à Paisana contra o Racismo na Copa do Mundo

A Copa do Mundo da Rússia começará na 5ª feira, e para coibir o racismo e qualquer outra forma de discriminação (sexual, religiosa ou política), a FIFA colocará 3 observadores em cada estádio, à paisana, para identificar tais situações.

Lembrando que: se perceptível, o árbitro deverá parar o jogo até as manifestações preconceituosas na arquibancada cessarem.

Extraído de: https://sportv.globo.com/site/programas/copa-2018/noticia/fifa-implementara-acoes-de-combate-ao-racismo-no-mundial-da-russia.ghtml

FIFA IMPLEMENTARÁ AÇÕES DE COMBATE AO RACISMO NO MUNDIAL DA RÚSSIA

Árbitros poderão interromper ou suspender partidas em caso de manifestações discriminatórias. Observadores estarão espalhados pelos estádios para denunciar atos hostis

A Fifa anunciou, nesta quinta-feira, que implementará ações de combate ao racismo e a favor da diversidade durante a Copa do Mundo da Rússia. Os jogos terão um sistema de monitoramento, que inclui a presença de observadores espalhados pelos estádios. Em campo, os árbitros poderão interromper ou suspender partidas em caso de manifestações discriminatórias vindas da arquibancada. As ações já foram implementadas nas Eliminatórias e na Copa das Confederações.

– No ano passado, na Copa das Confederações, a atmosfera foi muito amigável – disse a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura. – A Fifa tem uma abordagem de tolerância zero à discriminação e isso é algo que levamos muito a sério. Além das medidas educacionais que incluem um guia de boas práticas, temos sistemas em vigor para reagir e sancionar atos discriminatórios, bem como medidas para garantir um ambiente livre de discriminação na Copa do Mundo – completou.

As ações foram criadas em uma parceria da Fifa com a Fare Network, organização com um longo histórico de combate à discriminação no futebol. Todas as partidas do Mundial 2018 terão três observadores espalhados pelos estádios. Os profissionais terão a missão de monitorar o comportamento dos torcedores de ambas as equipes, reportando aos oficiais de segurança eventuais atos racistas e discriminatórios.

Os árbitros também terão total liberdade para intervir em casos de atos racistas. De acordo com o chamado “procedimento de três etapas”, eles terão a autoridade para primeiro parar a partida e solicitar um anúncio público pedindo que o comportamento discriminatório cesse. O segundo passo é suspender a partida até que o comportamento inadequado pare. Caso os atos persistam, o árbitro pode encerrar o jogo.

– Temos um forte sistema de monitoramento no local. Além disso, todos que fazem parte da organização do jogo, incluindo funcionários, voluntários, equipes, mordomos e pessoal de segurança foram informados e treinados para garantir que, se ocorrerem incidentes discriminatórios, a ação correta seja tomada rapidamente – disse o chefe de sustentabilidade e diversidade da Fifa, Federico Addiechi.

A nova edição do Guia de Boas Práticas da Fifa sobre Diversidade e Anti-Discriminação foi publicada esta semana no site oficial da entidade e distribuída a todas as associações filiadas. Nos dias 6 e 7 de julho, durante as quartas de final da Copa do Mundo, a Fifa também celebrará os Dia do Combate à Discriminação com um protocolo especial pré-jogo.

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– A Regra que Proibia Mulheres de Jogarem Futebol!

Calma, não é nenhuma lei atual tampouco uma regra idealizada pela FIFA outrora em seus primórdios. Nem a International Board pensou em tal preconceito no esporte.

Foi no tempo do presidente Getúlio Vargas, onde o governante decretou que o futebol “não era condizente para senhoras que seriam futuras mães”. As que insistiam, eram rotuladas de “grosseiras e mal-cheirosas”.

Sim, amigos, nosso país já passou por tal barbaridade em desrespeito às mulheres.

Abaixo, material da Folha de São Paulo, arquivo de 25/05/2003 – 12h06

FUTEBOL FEMININO FOI PROIBIDO NO BRASIL NA DITADURA VARGAS

por João Carlos Assumpção

Futebol no Brasil não é como nos Estados Unidos, na China ou na Noruega. No país pentacampeão do mundo, o espaço reservado à mulher tem sido a beira do gramado, onde pode trabalhar como animadora de espetáculo.

No campo, com a bola nos pés, é difícil cavar um lugar. A modalidade, afinal, não pegou como em outros países. Os obstáculos para a prática do futebol feminino no Brasil continuam muito grandes.

Foi para detectar essas barreiras que o pesquisador Eriberto Lessa Moura, 37, mestrando em estudos do lazer pela Faculdade de Educação Física da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), resolveu debruçar-se sobre as origens do esporte no país.

“Desde o início, as dificuldades para a mulher [jogar futebol] foram grandes, mas elas se tornaram ainda maiores durante o Estado Novo [período do governo Vargas entre 1937 e 1945]”, disse Moura à Folha, por telefone.

Em 1937, Getúlio Vargas se antecipou à eleição que aconteceria no ano seguinte e desencadeou um golpe de Estado, implantando uma nova Constituição e uma ditadura, que duraria até 1945.

No período, aprofundou o vetor centralizador do Estado, criando o Departamento de Administração do Serviço Público, o Dops, espécie de polícia política, e o Departamento de Imprensa e Propaganda, dedicado à censura e à exaltação dos feitos do governo.

Na área esportiva, a história não foi diferente. Criou leis para o setor e passou a controlá-lo com mão-de-ferro. “Foi aí que a pressão para as mulheres se afastarem do futebol aumentou muito. Elas deveriam se limitar a praticar esportes que o governo considerasse condizentes com suas funções de mães ou futuras mães.”

Leonardo Pereira, autor de “Footballmania”, livro sobre as origens do futebol no Rio, concorda com o colega. “A visão que temos, que faz do futebol um jogo essencialmente masculino, foi construída historicamente, fruto de um amplo movimento que, desde o final dos anos 30, tratou de atacar a participação feminina e construiu a idéia de que o jogo não seria adequado às mulheres.”

O Estado Novo criou o decreto 3.199, que proibia às mulheres a prática de esportes considerados incompatíveis com as condições femininas. Segundo Moura, o futebol estava incluso entre eles, ao lado de halterofilismo, beisebol e de lutas de qualquer natureza.

Quando o decreto foi regulamentado pelo regime militar (1964-1985), em 1965, o futebol feminino foi proibido no Brasil. Só 16 anos depois foi revogado pelo Conselho Nacional do Desporto.

Mas, muito antes disso, o futebol no Brasil já era um esporte eminentemente masculino. A mulher que o praticasse era vista com preconceito, já que a trajetória da modalidade no país foi diferente da vivida pelos homens.

De acordo com a pesquisadora Heloísa Bruhns, autora de “Futebol, Carnaval e Capoeira – Entre as gingas do corpo brasileiro”, enquanto os homens da elite começaram a praticá-lo no final do século 19 em São Paulo e no Rio, o grupo feminino que aderiu à prática do futebol era pertencente às classes menos favorecidas.

Do preconceito social ao esportivo teria sido um passo. Segundo Bruhns, mulheres que jogavam eram consideradas “grosseiras, sem classe e malcheirosas”.

Às mulheres da elite cabia o papel de torcedoras. “As partidas de futebol [masculino] eram um evento da alta sociedade e as mulheres se arrumavam para ir assistir aos jogos”, afirmou Moura.

Mas, com o passar dos anos, o preconceito chegou às arquibancadas -e a violência também- e até lá a mulher perdeu espaço.

Como disse a professora Heloísa Reis, estudiosa do comportamento das torcidas em estádios de futebol, “quando as mulheres participam das organizadas, elas tendem a adotar o comportamento agressivo masculino, o que talvez seja uma tática para ser aceita mais facilmente pelo grupo”. E, no final, só serve para aumentar o estereótipo e o preconceito contra a mulher no futebol.

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– Libertação dos Escravos, mas sem Justiça Social!

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Porém, mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagógica lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

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– Elton John e suas Bobagens Gratuitas

Admiro a produção artística de Elton John e sua luta contra a homofobia. Mas seus pronunciamentos são polêmicos. Leio uma entrevista dele onde afirma categoricamente que Jesus Cristo era gay (e não é fake news…).

Para quê falar uma bobagem desta, polemizar e criar mal-estar? Repúdio total à sua declaração, mesmo respeitando sua crença. A fim de defesa de seus ideais, não precisa dizer algo que sabidamente não existe ou é.

Abaixo, extraído de: IG (clique aqui para a citação)

ELTON JOHN AFIRMA QUE JESUS ERA GAY

Uma entrevista de Elton John à revista americana Parade promete botou fogo na mídia. A revista chegou às bancas no domingo (21) e a principal declaração do cantor já caiu na rede. Elton afirmou que Jesus Cristo foi “um homem tolerante, super inteligente e gay, que entendia os problemas humanos”.”Na cruz, ele perdoou as pessoas que o crucificaram. Jesus queria que nós fossemos amáveis e capazes de perdoar. Eu não sei o que faz as pessoas serem tão cruéis. Tente ser uma lésbica vivendo no Oriente Médio… Seria melhor estar morto”, disse o cantor inglês.

Além das afirmações sobre Jesus, Elton também falou de seu passado e os envolvimentos com drogas e com homens mais novos. Até encontrar David Furnish, com quem se casou em 2005, Elton tinha o hábito de namorar rapazes desocupados. “Eu sempre escolhia alguém mais novo. Queria levá-los para conhecer o mundo, educá-los. Dava relógios, roupas de Versace, carros. Eles não trabalhavam. Dependiam de mim”.

Elton também falou sobre a fama e as mortes de John Lennon, Michael Jackson, Gianni Versace e a Princesa Diana. “Dois deles foram mortos na porta de casa. Nada disso teria acontecido se não fossem famosos. Fama atrai lunáticos”.

– Um Homem Azul

Essa eu nunca vi. Se você digitar no Google Images a pesquisa sobrePaul Karason, aparecerá um homem de cor azul e barba branca. Ele é azul porque se automedicou por 20 anos com prata coloidal para se livrar de uma dermatite. Sarou, mas agora ficará para sempre azulado.

Como legado, acabou de lançar uma campanha contra o preconceito racial aos… azuis!

A quantos ele defenderá?

– E o juiz Margarida? Na verdade, não confunda o carioca com o catarinense!

Nessa época de jogos festivos de futebol, muita gente vê o árbitro Margarida apitando as peladas de final de ano e me perguntam: mas essa cara não tinha morrido?

Calma, esse é o “Margarida 2”, um catarinense chamado Clésio Moreira dos Santos (eu me lembro dele quando apitava a série C pela CBF, em Araras), e que faz jogos de maneira artística se passando por gay (ele é heterossexual, casado e com filhos; mas se fosse homossexual, o problema seria só dele).

O Margarida Original era o folclórico Jorge José Emiliano dos Santos, um ícone da arbitragem carioca nos anos 80 e gay assumido. Me recordo que após se aposentar, a Globo fez uma matéria com ele e o Renato Gaúcho (que era jovem, estava no auge e era paparicado pelas mulheres). Na oportunidade, Renato quis polemizar deixando no ar que “pegou” até o Margarida. Mas quando ele morreu de AIDS nos anos 90, a brincadeira foi desfeita…

Relembre essa matéria HIPER BACANA de um jogo do Jorge Emiliano na Gávea, Flamengo x Volta Redonda – com Zico, Nunes e o próprio Renato, onde Margarida foi entrevistado pelo jovem Marcos Uchôa. Narração de Januário de Oliveira (apenas 3 minutos, vale a pena)! Assista em: https://globoplay.globo.com/v/4027003/

Que o carioca descanse em paz. E que o catarinense continue seu trabalho, que é honesto e só diverte.

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– Um cidadão pode pedir oração para o indivíduo ser gay? E um Padre por um Príncipe casando com outro príncipe?

Coisas que remetem a insanidade humana: um Padre da Igreja Episcopal Escocesa (um braço da Igreja Anglicana do Reino Unido), onde há sacerdotes gays e celebrações religiosas entre casais do mesmo sexo, pediu orações para que o príncipe George (filho do Príncipe Willian com a princesa Kate Middleton) seja homossexual e case com um “jovem cavalheiro”, pois assim, sendo uma figura de grande notoriedade, acabaria a homofobia.

Não estamos vivendo um tempo de confusão? Pedir sobre a sexualidade de alguém – sendo ainda uma autoridade religiosa – é algo irracional (mesmo com a justificativa dita racional).

E como essa criança reagirá ao saber disso? Deixem as crianças serem crianças, e sem apologia à sua sexualidade. Deus tem coisa mais importante a fazer do que preparar um “amor masculino” para o príncipe da Inglaterra…

Extraído de: https://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2017/12/padre-escoces-pede-oracoes-para-que-o-principe-george-seja-gay.html

PADRE ESCOCÊS DE IGREJA ANGLICANA PEDE ORAÇÕES PARA QUE O PRÍNCIPE GEORGE SEJA GAY

Um padre escocês pediu orações para que o príncipe George da Inglaterra, que tem 4 anos e é o terceiro na linha de sucessão ao trono, seja homossexual e ajude assim à normalização do matrimônio gay.

Kelvin Holdsworth, reitor da Catedral de Glasgow (norte) e figura prominente da Igreja Episcopal escocesa (que faz parte da comunidade anglicana), causou polêmica na imprensa nesta sexta-feira ao fazer essa proposta em seu blog.

Para conseguir que a Igreja aceite o casamento homossexual, escreveu, existe a “opção de rezar, na privacidade de seus corações (ou, em público, caso se atrevam), para que o Senhor abençoe o príncipe George com o amor, quando crescer, de um bom jovem cavalheiro”.

“Um casamento real ajudará a solucionar as coisas de maneira incrivelmente fácil, apesar de termos que esperar 25 anos para que isso aconteça”, acrescentou.

A Igreja anglicana da Inglaterra não aceita o casamento gay, ao contrário de sua representante escocesa.

A proposta foi recebida com indignação nos setores religiosos. Gavin Ashenden, antigo capelão da rainha Elizabeth II, bisavó de George, disse ao jornal Christian Today que a proposta é “desagradável e desestabilizadora, e equivale a uma maldição”.

“As expectativas de todos são que George reine um dia e produza um herdeiro biológico com uma mulher a quem ame”, afirma.

“É o equivalente teológico da maldição de uma fada malvada nos contos infantis”, acrescentou.

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– O Racismo de Day McCarthy contra a menina Titi

Nunca ouvi falar da tal de Day McCarthy. Só sei que ela chamou Titi, a filha de Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank (uma criança maravilhosa, adotada e nascida na África) de “macaca, com cabelo de pico de palha e nariz de preto horrível”.

Que desprezo enorme é esse a uma pobre criança? A mesma “socialite” (ou idiota, não sei o que essa “senhora racista” é) já houvera ofendido outras crianças e ameaçou divulgar um vídeo da cantora Anitta cheirando cocaína.

É claro que Day McCarthy quer popularidade. Mas para isso aceita se tornar uma pessoa ofensiva como essa?

Extraído de: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/11/27/interna_diversao_arte,643708/quem-e-a-socialite-day-mccarthy-que-xingou-a-pequena-titi.shtml

QUEM É A SOCIALITE DAY MCCARTHY, QUE XINGOU A PEQUENA TITI NO INSTAGRAM

Por Gabriela Vinhal

Ela se diz escritora, mas é conhecida pela série de ofensas que publica na internet. Além da filha de Giovanna Ewbank e de Bruno Gagliasso, outras crianças, como Rafa Justus, já foram vítimas de seus ataques

Brasileira, naturalizada norte-americana e radicada no Canadá, Day McCarthy, a mulher que usou o Instagram para chamar de “macaca” a filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank já protagonizou várias polêmicas envolvendo ataques preconceituosos na internet.

Com mais de 700 mil seguidores no Instagram, McCarthy se autointitula “escritora” e afirma ter diplomas de três das mais renomadas universidades dos Estados Unidos, embora seja difícil comprovar a veracidade da afirmação. Enquanto uma legião de haters a ataca, admiradores criam fã-clubes para enaltecer seus feitos. Atualmente, há ao menos quatro grupos desse tipo na internet.

Em um site de viagens que leva seu nome, a socialite conta que estudou arte na New York Film Academy e em Harvard, além de administração e negócios na Universidade de Geroge Washington. Na descrição, McCarthy afirma que é poliglota e fala fluentemente alemão, italiano, inglês, português e francês e diz ter planos de deslanchar na carreira de digital influencer pelo mundo.

Ela conta ainda que começou a escrever aos 14 anos e não parou desde então. Já teria publicado quatro livros. “Se houver uma coisa que Day McCarthy quer fazer em sua vida amorosa e compassiva é inspirar. Ela quer escrever para incentivar a felicidade, a esperança e o pensamento das pessoas de todo o mundo. Day cresceu em um ambiente único que moldou e alimentou sua paixão por escrever e inspirar”, escreveu.

Veja algumas das ofensas que ela já propagou pela internet:

RAFA JUSTUS FOI COMPARADA COM CHUCKY

Em agosto deste ano, outra criança foi vítima da socialite. Rafaella Justus, filha da apresentadora Ticiane Pinheiro e de Roberto Justus, foi comparada com o boneco assassino de filmes de terro Chucky. McCarthy disse que a menina, de apenas 9 anos, havia sido “separada ainda na maternidade” do personagem.

“Brasileiro quer processar tudo, mas eu moro no Canadá e o Justus não tem cidadania canadense. Pra ele vir aqui me processar, ele teria que ter a cidadania. E outra: as leis aqui [no Canadá] e no Brasil são diferentes. Eu achar a Rafaella Justus feia não é crime, tá? Ela é feia, tem um metro de testa, olho torto, e daí? Eu também sou feia”, disse.

“As pessoas me chamam de feia e é ‘ok’, mas chamar a menina de feia não é ‘ok’. Esse povo puxa muito o saco de famoso. Vocês acham ela a cara do Chuck mas não têm coragem de falar. Mas eu tenho. Isso porque a Ticiane deu o golpe em velho. Filho de velho nasce com doença”, continuou.

OFENSAS AOS FILHOS DE HICKMANN E SAFADÃO

Outra criança vítima de ofensas da internauta foi o filho da apresentadora Ana Hickmann. A socialite chamou Alexandre Júnior, 3 anos, de “horroroso e magrelo nojento!”. A apresentadora prestou queixa contra ela, como fez Gagliasso na manhã desta segunda-feira (28/11). Já a pequena Ysis Oliveira não seria filha do cantor Wesley Safadão. Ela afirmou que o pai da criança é o ex da atual esposa dele, Thyane Dantas.

AMEAÇA DE DIVULGAR VÍDEO DE ANITTA USANDO DROGAS

McCarthy agora ameaça divulgar um vídeo que mostraria a funkeira Anitta cheirando cocaína. “Tô esperando o processo da Anitta até hoje. O povo não falou: ‘Ah, a Anitta vai te processar’. Querida, a Anitta cheira pó sim, cheirou pó na minha frente e eu ainda filmei sem querer e, se me irritar muito, eu posto o vídeo mesmo pra mostrar”, disse. Como “prova”, ela mostrou uma foto durante uma festa com a cantora e um vídeo filmado do banco traseiro de um carro dirigido pela famosa.

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– O Preconceito contra Mulheres no Mundo Árabe

Texto de 2014 atualizadíssimo…

As mulheres muçulmanas costumam ser submissas aos maridos. Algumas por tradição e desejo próprio; outras, a força.

Neste mundo árabe machista, leis absurdas existem: mulheres que não podem entrar em shoppings, dirigir ou realizar outras atividades comuns.

Eis que em Teerã, na última semana, uma jovem foi presa e condenada por simplesmente tentar assistir ao jogo entre Irã x Itália pela Liga Mundial de Vôlei. Motivo: no Irã, as mulheres não podem frequentar praças esportivas para assistirem jogos masculinos, sendo permitido a elas apenas assistirem a jogos femininos (a prática é com véus). Em protesto, a moça está fazendo greve de fome…

Estamos no século XXI, hein?…

Abaixo, em:

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/11/1543004-iraniana-condenada-por-tentar-ver-jogo-de-volei-faz-greve-de-fome

IRANIANA CONDENADA POR TENTAR VER JOGO DE VÔLEI FAZ GREVE DE FOME

A iraniana, que também tem nacionalidade britânica, condenada à prisão em Teerã por tentar assistir a uma partida de vôlei masculino no país iniciou uma greve de fome, anunciou seu irmão à agência francesa AFP.

Ghoncheh Ghavami, 25, foi detida em 20 de junho em um ginásio de Teerã. Ela fazia parte de um grupo de mulheres que tentava assistir a uma partida da Liga Mundial de vôlei entre Itália e Irã.

A jovem, formada em direito em Londres, protesta contra o que considera uma “detenção ilegal”, afirmou sua mãe ao canal britânico BBC.

“Ela está em greve de fome desde sábado (30)”, afirmou o irmão da condenada, Iman Ghavami.

Ghoncheh, que aguarda a ratificação da pena, fez uma greve de fome de duas semanas em outubro para protestar contra a detenção.

Todas as mulheres foram impedidas de assistir à partida no ginásio Azadi de Teerã, incluindo as jornalistas credenciadas. Desde 2012, o país proíbe que mulheres assistam aos jogos de vôlei.

Embora o advogado tenha indícios de que a pena seja de um ano, o procurador-geral ainda não confirmou a sentença de Ghavami.

A jovem foi acusada de fazer propaganda contra o regime, um argumento muito utilizado pela justiça iraniana para determinar prisões.

FEDERAÇÃO DE VÔLEI

No dia 1º deste mês, no encerramento do 34º Congresso da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), em Cagliari (Itália), os representantes dos países afiliados à FIVB aplaudiram de pé uma moção em apoio à iraniana.

Em carta escrita ao presidente do Irã, Hasan Rowhani, o presidente da federação, o brasileiro Ary Graça Filho, pede a libertação da iraniana.

Graça Filho lembrou aos representantes o compromisso da FIVB para a inclusão das mulheres e o direito de elas participarem desse esporte em igualdade de condições, como prega a Carta Olímpica.

“Estou certo de que você [Rowhani] vai se juntar a mim hoje para garantir o desejo da FIVB de que Ghoncheh Ghavami seja liberada imediatamente e que as mulheres de todo o mundo sejam autorizadas a assistir e a participar do voleibol em pé de igualdade.”

O Congresso da FIVB aprovou a atitude por unanimidade.

Em entrevista ao canal SporTV, Graça Filho disse que ainda não recebeu resposta do governo do Irã.

“Estamos fazendo contato com a Federação Iraniana de Vôlei para continuarmos. Para nós, fica muito difícil fazer eventos no Irã, porque fica comprometida a inclusão. Não entra na nossa cabeça a exclusão de mulheres. Estamos em contato com a federação para que eles mudem o procedimento”, afirmou.

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– Dilma Rousseff e a ridícula declaração sobre Coisa de Preto!

Tolice ou Mau uso de Expressão?

A ex-presidente Dilma Rousseff quis fazer demagogia (não há outra explicação) e falou uma bobagem absurda, reproduzida no twitter oficial dela (@dilmabr), compilada de uma fala dela própria ao jornal alemão Deutsche Welle.

Disse:

Sabe o que eu acho que é o novo? Esse foi um pensamento que tive depois do caso do William Waack. Você sabe o que é coisa de preto? O PT é coisa de preto. O Lula é coisa de preto. Nós somos coisa de preto. Eu sou uma coisa de preto”.

Não, Dilma. Nunca se relacione a “Preto” e seja mais correta: é NEGRO! E negro não é bandido. O PT, a Senhora e o Lula são indubitavelmente incomparáveis aos Negros.

O negro é sofrido, ainda sente os resquícios históricos de sofrimento dos seus antepassados escravos. São batalhadores, trabalhadores e honestos. Já a sua turma, dona Dilma (incluindo José Genoíno, Zé Dirceu, Palocci, Gleise e outros) não se pode comprovadamente dizer o mesmo.

Enquanto o partido se corrompe, enriquece e diz ser vítima, o cidadão negro que labuta é a real vítima. O PT (assim como outros partidos) tem corruptos de sobra e roubam milhões enquanto o negro procura trabalhar honestamente para garantir seu pão.

É até constrangedor ler tal declaração…

Aliás, não existem raças, existe apenas uma raça: a raça humana, onde todos devem ter os mesmos direitos e deveres, independente da cor da pele ou etnia.

Ops, não vejo negros na equipe de Dilma enquanto Chefe de Governo (e não é que o Temer estava lá)?

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– Novembro Azul: o Fim do Preconceito Bobo em nome da Saúde da Próstata

Se em Outubro costuma-se realizar a ação social de conscientização ao câncer de mama denominada Outubro Rosa, agora é a vez da divulgação da preocupação à prevenção do câncer de próstata através da campanha do “Novembro Azul”!

Infelizmente, há ainda aqueles que evitam o exame do toque retal por puro preconceito. Bobagem de machões ignorantes, que preferem dizer que há constrangimento (injustificável, é claro) do que cuidar da saúde.

Abaixo, sobre a iniciativa, extraído do site da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU):

NOVEMBRO AZUL

O movimento Novembro Azul é realizado em parceria pela SBU e o Instituto Lado a Lado com o objetivo de orientar a população masculina sobre a importância do exame de toque retal e PSA para diagnóstico precoce do câncer de próstata.

O câncer de próstata é mais incidente que o câncer de mama, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que em sua estimativa 2012/2013 apontou 60.180 novos casos de câncer de próstata e 52.680 de mama. Pesquisa* realizada pelo Datafolha para a SBU, em 2009, constatou que o preconceito com o exame de toque retal ainda é forte no Brasil. Apenas 32% dos homens brasileiros declararam já ter feito o exame.

De acordo com o presidente da SBU, Aguinaldo Nardi, cerca de 30% dos pacientes do SUS são diagnosticados com câncer de próstata já avançado. Se forem descobertos no início, 90% dos casos são curáveis. “Um a cada seis homens terá câncer de próstata e 1 a cada 36 morrerá da doença”, afirma Nardi. De acordo com ele, falta uma porta de entrada para o paciente masculino.

Por isso, a SBU vai entregar uma lista de sugestões aos parlamentares, entre elas está a criação de Centros de Referência em Saúde do Homem, para melhorar seu acesso ao SUS. Hoje, Centros de Referência da Mulher recebem as pacientes encaminhadas pelo programa de saúde da família, o que agiliza seu atendimento. Já o homem, se tiver suspeita de alguma doença, é encaminhado aos ambulatórios de especialidades e aguardará, talvez, meses para ter uma primeira consulta.

Desde 2004, a SBU realiza ações de conscientização sobre a doença, tendo já contado com o apoio da apresentadora Ana Maria Braga, em 2004, e de Tony Ramos, em 2005. Desde 2012, a SBU realiza o Novembro Azul em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida.

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– E por onde anda o Árbitro Laleska?

Há 6 anos, reproduzíamos uma matéria da Folha de São Paulo sobre o dia-a-dia do travesti Laleska, que era árbitro de futebol e estava fazendo certo barulho no Ceará.

Eu pensei que ganharia notoriedade nacional em jogos de eventos, mas nunca mais ouvi falar sobre ela. Alguém sabe se continuou a carreira?

Reproduzindo o texto da época, abaixo:

PRECONCEITO & FUTEBOL: ÁRBITRO TRAVESTI É SUCESSO NO CEARÁ

O homossexualismo no futebol é um grande tabu. E, talvez, por muito tempo ainda será. Mas uma matéria da Folha de São Paulo do último sábado (FSP, 22/01/2011, pg D6, por Adriano Fernandes) me chamou a atenção: um árbitro de futebol do Ceará, Valério Gama, além de exercer o ofício do apito, se transforma á noite como travesti Laleska. E faz sucesso dentro e fora de campo!

O árbitro-travesti, assumido e bem resolvido, diz que nunca sofreu preconceito (curioso, já que o nosso país – e o futebol em particular – é taxado de machista e preconceituoso). Antigamente, tínhamos o assumido Jorge Emiliano (imortalizado como Margarida) e seus trejeitos (aliás, recentemente apareceu um Margarida 2, catarinense, que é casado e pai de 3 filhos). Hoje, fico curioso o que aconteceria se na FPF ou CBF um árbitro de ponta se declarasse homossexual.

E você, o que pensa sobre o assunto: quanto a homossexualidade no futebol – existe ou não preconceito? Deixe seu comentário.

Abaixo, a história do árbitro Valério Gama, ou, se preferir, da travesti Laleska:

AUTORIDADE – árbitro cearense que se traveste à noite já apitou mais de cem partidas

Por Adriano Fernandes

Eu descobri que era gay aos dez anos. Fui percebendo que não gostava de mulher. Brincava com meninos e sentia interesse por eles. Nunca contei para a minha família. Minha mãe já percebeu, meu pai até hoje é contra.

Comecei a me interessar por futebol assistindo aos jogos da Copa de 1994, nos EUA. Eu tinha 15 anos. Entrei no futebol pra ser goleiro. Eu era o terceiro goleiro de um time aqui da minha cidade.

Na época, faltou juiz e o meu treinador pediu pra eu apitar. Eu apitei e gostei. Não sabia as regras, aprendi dentro do futebol, na marra. Não sou formado [em arbitragem], mas já marquei o curso com o Dacildo Mourão, um juiz daqui. Ele me chamou.

Já apitei mais de cem jogos: campeonatos e amistosos entre times locais. Mas não estou no quadro de árbitros da federação cearense.

SEM PRECONCEITO

Toda a equipe de árbitro só tem homem, e eu sou o único homossexual. Nunca me envolvi com eles, eles nunca me cantaram, me respeitam como se eu fosse uma mulher mesmo. Porque o que eles sabem fazer eu também sei.

Eu bandeiro e tudo. Gosto mais de apitar, mas eu bandeiro quando é feito sorteio.
No futebol, eu não sofro preconceito, nunca sofri.

Quando eu chego ao campo, as pessoas acham que eu sou mulher. Vêm conversar comigo e perguntam: “E aí, mulher?”. Eu digo: “Gente, eu não sou o que vocês estão pensando. Eu ainda não sou mulher. Sou homem”.

Aí, quando descobrem, ficam passados, caem pra trás, se assustam. Mas nunca fizeram nada que me ofendesse. Pelo contrário, sou um dos mais chamados para apitar os jogos, todo sábado e domingo eu apito uma partida.

Eles chamam os héteros de veado, de baitola, mas a mim só chamam de ladrão, dizem que estou roubando. De veado ninguém chama porque todos já me conhecem.

O time do Ferroviário [clube cearense] me reconheceu uma vez. Eu fui pra praça de vestido, de salto, de bolsa.

Eles me olharam e falaram: “Olha a juíza!”. Só que eles não sabiam que eu era homem. Uma amiga deles conversou [com eles] e contou. Aí eles me chamaram e disseram: “Você me desculpa por eu chamar você de moça no campo”.

No campo, achavam que eu era mulher. Quando eu falava [durante o jogo], eles estranhavam por causa da voz, mas não descobriram. Se os jogadores acham que sou mulher, são mais educados.

Nós conversamos. Eles disseram que me viram de biquíni na praia, mas não acreditavam que eu era homem.

Eu falei que me transformava à noite em mulher. Eles gostaram, disseram que era muita coragem minha apitar um jogo profissional. Me deram parabéns. Fiquei feliz.

Vou te contar uma coisa que vai te deixar de queixo caído. Você está sentado?
Na minha casa somos oito irmãos e quatro homossexuais, dois em forma de homem e dois travestis.

Meus amigos travestis dizem que eu quero ser homem por gostar de futebol. Eles me chamam de “bicha-homem”. Dizem: “Olha essa bicha que quer ser homem”, “Essa bicha fala de futebol como se fosse homem”. Eles não entendem nada de futebol. Eu sou totalmente diferente deles. Eles ficam passados.

Tem muito homossexual no futebol, mas são incubados, não se assumem. Eu não. Eu rasguei logo. De que adianta eu viver a vida dos outros? Tenho que viver a minha, não vou mostrar para as pessoas uma coisa que não sou. Se perguntam, assumo.

“O” ERRO, “O” JOGO

O maior erro da minha carreira foi uma falta fora da área que eu marquei pênalti.
Logo depois, eu percebi que tinha sido fora, mas não dava para voltar atrás. Os jogadores puxaram meu cabelo. Já levei tapas, empurrão.

Meu jogo mais importante foi Ferroviário contra a seleção de Beberibe [no último dia 8]. O Ferroviário joga a primeira divisão daqui. Me chamaram e fiquei empolgado. Encarei da forma que encaro qualquer briga na vida.

Quando entrei no jogo, parece que incorporou um espírito na minha pessoa, um espírito de homem. Eu não tenho aqueles trejeitos do [ex-árbitro] Margarida, por exemplo. Faço os gestos todos direitinho, mas, depois que eu saio de campo, ninguém mais me segura.

RESUMO
Valério Fernandes Gama tem 32 anos e é juiz de futebol desde os 23.

Homossexual, à noite vira Laleska. Como travesti, sai para as boates de Beberibe, sua cidade natal, no interior do Ceará. Nunca sofreu preconceito nos gramados. Seus amigos travestis estranham seu interesse por futebol. Dizem que Valério é um gay “que quer ser homem”. 

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– A Bobagem da Polêmica das Motoristas na Arábia Saudita

Enfim a Arábia Saudita permitirá que as mulheres possam tirar a sua Carteira de Habilitação. Demorou, mas aconteceu.

Sabem qual era a desculpa para a proibição? Leia nessa postagem aqui do Blog há 3 anos e surpreenda-se:

POR QUÊ AS SAUDITAS NÃO PODEM DIRIGIR?

Parece incrível que isso aconteça nos dias atuais, mas é verdade: a Arábia Saudita é um regime islâmico rigoroso, e até há pouco tempo proibia as mulheres de dirigirem.

Agora, para desincentivar as mulheres da busca da carteira de habilitação, o sheik Saleh al-Lohaidin faz campanha para a mudança da lei. Mas os motivos são curiosos: ele diz que dirigir lesa os ovários e empurra o útero para cima”.

Se não bastasse, disse ainda que em caso de acidentes, “tanto seio e útero podem inflar”!

Caramba… impossível não tripudiar: ele não está confundindo com ‘air bag’? Inflar???

Coitadas das mulheres árabes.

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– Por quê não praticar a Homofobia nas Arquibancadas? Por tais motivos:

Pela 4a vez, a torcida brasileira praticou gritos homofóbicos nas cobranças de tiro de meta do goleiro adversário em jogos da Seleção Brasileira.

Não é uma grande bobagem?

Veja essa postagem de dias atrás sobre esse assunto, que a revivo aqui (extraído do meu próprio blog):

PAREMOS COM GRITOS HOMOFÓBICOS: PELO HÁBITO, PELA FORÇA OU PELA MULTA

Tempos atrás, a FIFA se preocupou com os atos racistas que eram acompanhados de ações políticas em jogos na Europa, em especial nos países que formavam a Iugoslávia (Sérvia, Croácia, Montenegro, especificamente). Posteriormente, a “moda das ofensas” passou para a Itália (objetivamente: ofensas a negros e saudações fascistas). Mais recentemente, esse fenômeno racista migrou para a Espanha e alguns atos isolados na Argentina e Brasil.

Em todos eles, ocorreram algum tipo de punição: a Lazio (ITA) jogou com portões fechados, o Estrela Vermelha (SER) perdeu mando, o Villareal (ESP) foi multado e o Grêmio (BRA) eliminado na Copa do Brasil.

No conjunto de medidas contra a intolerância, a FIFA solicitou que os árbitros relatem em súmula (e parem o jogo, se for o caso) qualquer manifestação racial, religiosa, política e homofóbica.

Se a torcida jogar bananas em campo (como certa feita aconteceu com Daniel Alves, enquanto atleta do Barcelona), o jogo deve parar pois é racismo explícito. Se o jogador comemorar um gol tirando a camisa com os dizeres Jesus é o Rei ou Alá é Grande, o atleta deve receber cartão amarelo por desconfigurar o uniforme e ser citado para julgamento por apologia religiosa. Se o jogador, após um gol, saudar a torcida com o gesto de Hi Hitler imortalizado pelos nazistas, ele não recebe o cartão mas é citado por manifestação política. E, por fim, se os torcedores fazerem cânticos ou gritos homofóbicos, o árbitro deve relatar nos documentos da partida (se eles forem contínuos, o jogo pode até ser paralisado).

É nesse último item que chamo a atenção: no México, os torcedores gritavam PUTO (que é uma palavra similar a VIADO no coloquial espanhol) quando o goleiro cobrava o tiro de meta. Tal prática, ao mesmo tempo que começou a ser abolida aos poucos lá fora, passou a ser praticada no Brasil pela torcida do Corinthians, especificamente tendo nascida num jogo contra o São Paulo, a cada tiro de meta cobrado por Rogério Ceni (trocando-se o PUTO por BICHA, com um longo tempo no IIIIII até o chute do arqueiro). Palmeirenses, santistas e até os próprios são-paulinos, primeiras vítimas do ato, começaram a imitar.

Nesta cruzada contra a homofobia, a FIFA resolveu reforçar a orientação para que tal prática fosse extinta. Recentemente, a CBF foi punida por 20 mil francos suiços (65 mil dólares) por tais gritos na partida pelas Eliminatórias entre Brasil x Colômbia em Manaus, ocorrida em setembro. Neste mesmo “pacotão de punições” foram multadas equipes e seleções em Honduras, Albânia, Itália, México, Canadá, Argentina, Paraguai e Peru. O Chile, além da multa, perdeu um mando de jogo nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Em parceira com a ONG Fare Network, a FIFA, depois destas punições, reforçou o pedido e o monitoramento (replicado pelas Federações / Confederações Nacionais e suas entidades filiadas), para que árbitros, clubes e federações sejam agentes denunciadores de tais situações, sejam essas personagens testemunhas ou vítimas. Ou seja: um árbitro deve relatar se presenciar os gritos, uma equipe pode denunciar se sentir atacada ou um goleiro pode até pedir a punição ao clube cuja torcida praticou a homofobia.

Porém, esses gritos de BICHA foram praticados novamente em jogo da Seleção Brasileira, dessa vez contra a Bolívia em Natal, também pelas Eliminatórias, com punição de  R$ 83 mil. Outros nove países também foram punidos por gritos homofóbicos, além do Irã, por cânticos religiosos do Islã.

Aqui no Brasil, os grandes clubes da Capital têm pedido, através do sistema de som, que os torcedores não pratiquem tal ato. Infelizmente, há aqueles que ainda não sabem das medidas recomendadas e as punições que podem receber.

Então, seja na Copa São Paulo de Futebol Jr ou em Copa do Mundo, os clubes e Seleções podem ser severamente multados ou até perderem o mando caso os torcedores gritem BICHA na arquibancada.

IMPORTANTE – sabemos que na cultura do futebol algumas situações são discutíveis (eu, que fui árbitro de futebol por tanto tempo, sei bem disso). Xingar o juiz de ladrão ou outros impropérios é algo “aceitável e comum” (não levando em conta o politicamente correto e nem que se ofende a pessoa, mas sim uma personagem). Mas se existe um novo momento no futebol, uma mudança de cultura, seja ela forçada por multas e punições ou por clamor social, que cumpra-se!

Torcedor, diante de tudo isso: seja prudente!

EM TEMPO – a FIFA colocou em seu game, o FIFA 17, a opção de “vestir o atleta nas cores do arco-íris”, em alusão à campanha contra homofobia (Stonewall’s Rainbow Laces). E aqui acrescento: não confunda a opção sexual, particular de cada um, com APOLOGIA (sempre condenável).

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