– Oportunismo ou Conscientização? A fala homofóbica do Internacional e a resposta do Grêmio:

Futebol é um microcosmo social, refletindo o que ocorre na sociedade.

No domingo, Abel Braga, novo treinador do Internacional-RS, disse de maneira infeliz, ao lembrar de uma brincadeira com D’Alessandro:

“Pô, eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado”.

Claro que a fala homofóbica viralizou. E como no Sul, o Grenal sempre existe, o rival Grêmio publicou uma foto em suas redes sociais, falando da inclusão, com bandeira LGBT, dizendo ser um clube de todos (vide abaixo).

A pergunta é: o Tricolor Gaúcho promove essas ações permanentemente, ou foi oportunista / demagogo pela falha do lado Colorado?

Lembrando: o Grêmio, um dia, foi eliminado da Copa do Brasil por atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos FC.

– Oportunismo ou Conscientização? A fala homofóbica do Internacional e a resposta do Grêmio:

Futebol é um microcosmo social, refletindo o que ocorre na sociedade.

No domingo, Abel Braga, novo treinador do Internacional-RS, disse de maneira infeliz, ao lembrar de uma brincadeira com D’Alessandro:

“Pô, eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado”.

Claro que a fala homofóbica viralizou. E como no Sul, o Grenal sempre existe, o rival Grêmio publicou uma foto em suas redes sociais, falando da inclusão, com bandeira LGBT, dizendo ser um clube de todos (vide abaixo).

A pergunta é: o Tricolor Gaúcho promove essas ações permanentemente, ou foi oportunista / demagogo pela falha do lado Colorado?

Lembrando: o Grêmio, um dia, foi eliminado da Copa do Brasil por atos racistas contra o goleiro Aranha, do Santos FC.

– Xô, Racismo!

Para quem assistiu Avaí x Remo, viu uma lamentável cena racista praticada por uma senhora.

E…

Não cabe mais racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer coisa que o valha hoje. 

– Dia da Consciência Negra.

Sou contra certas datas festivas: Todo dia é dia das mães; dos pais; das mulheres; dos homens ou dos negros.

Muitas vezes, temos datas comerciais: o dia dos namorados, por exemplo. Ou outras demagógicas: não seria a de hoje um exemplo disso?

Detesto rotulações: raça branca, negra, amarela… Ora, somos todos uma única raça, a RAÇA HUMANA! Não importa a cor da pele, a preferência sexual ou a religião: todos somos iguais em direitos e deveres.

Perceberam que o “dia de reflexão” virou descanso para uns e aproveitamento político para outros? Pior: o fato das cidades determinarem feriado municipal ou não acaba desacreditando no dia como feriado em si. Ou é para todos os municípios, nacionalizando a data, ou não.

Mais grave do que isso é tratar o dia como se fossem os negros gente inferior que precisassem de piedade. Nada disso. A história de cotas ou privilégios não pode ser uma caridade de gente subestimada, pois para ser inteligente ou competente não há cor (diferente das cotas sociais – por pobreza – as quais defendo).

Que o Dia da Consciência Negra sirva para refletir a igualdade, não aumentar discussões discriminatórias ou comparações de raças; coisas que são bobagens abomináveis nos dias atuais.

Resultado de imagem para Dia da Consciência negra

Imagem extraída de: https://camararedencao.ce.gov.br/portal/noticia/dia-nacional-da-consciencia-negra/

– Sobre o julgamento de Vitor Roque no STJD sobre o caso de homofobia.

Sem delongas: o que penso sobre o desagradável episódio do Tigrinho abocanhando um Veado,

em: https://youtu.be/qlP5hB7FxR0

– Milly Lacombe critica as famílias. Que loucura!

A jornalista e Milly Lacombe criticou a ideia de família tradicional em entrevista ao podcast Louva a Deusa, defendeu o poli-amor e gritou a monogamia. Disse ela, ainda:

“Gente, assim, eu não quero falar contra o amor romântico, mas eu vou falar… Esse negócio de família tá f****** a gente. Família é um núcleo produtor de neurose… Essa família tradicional, branca, conservadora, brasileira é um horror. É a base do fascismo, falemos a verdade, né?”.

O que tem a ver Fascismo e Família? Que absurdo!

Milly, que costuma falar de inclusão, foi preconceituosa ao se referir a brancos, conservadores e ¡a família. Se ela quer defender negros, homossexuais, progressistas e famílias anucleadas, que o faça – sem ser excludente.

O incrível é que alguém queira falar de tolerância, praticando justamente a intolerância ao pensamento contrário ao dela. Lamentável…

– Inadmissível nos dias atuais.

Homem bater (literalmente) em mulher?

Crime, cadeia e o alerta da falta de vergonha na cara!

Neste tempo do anúncio da foto (abaixo), não tinha Lei Maria da Penha! Como deveria ser difícil para as pobres senhoras mais indefesas…

Cada coisa que a humanidade já viu, não? Ao ler essa propaganda, me traz uma pontinha de curiosidade: o que as pessoas justificavam quando questionadas se “bater em mulher” era algo comum (e até aceito!)?

Imagem extraída da web, autoria desconhecida.

– Esqueceu-se do caso Bobadilla?

Nós, brasileiros, não podemos ser hipócritas.

Criticamos quando estrangeiros praticam atitudes preconceituosas, mas… esquecemos de Bobadilla?

Ninguém cobra mais sobre o ocorrido contra Navarro?

Relembre, em: professorrafaelporcari.com/2025/05/28/a

– Ota Benga, o jovem pigmeu africano que vivia numa jaula.

A humilhante vida de Ota Benga, um membro da tribo Mbuti do Congo (que ficaram popularizados com o nome de “pigmeus”, por conta da baixa altura e dentes afiados), nos faz pensar: até onde o racismo pode chegar?

Em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/vitrine/historia-ota-benga.phtml

OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA

Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20.

Por Victoria Gearini

Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.

Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito). 

Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.

Em 1904, Ota foi vendido por traficantes para o missionário Samuel Phillips Verner, que tinha o objetivo de fazer uma exposição nos Estados Unidos com pessoas consideradas “exóticas” pelos norte americanos.

Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada “Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo”, na Feira de St. Louis. 

Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.

Entre as inúmeras humilhações, era obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cutura era comum afiá-los.

Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: “exibido todas as tardes durante setembro”. A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.

No mesmo ano, em 1906, um grupo de pastores negros passou a protestar contra a exposição do jovem e, após 20 dias, Ota foi libertado. Logo em seguida, foi encaminhado para um orfanato e depois foi para um seminário teológico.

Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos. 

 

– Dia Internacional contra a Homofobia.

Respeitar, acima de tudo, é ser cidadão!

Faço minhas essas palavras abaixo:

– Abolição da Escravatura: E aí?

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml

– Dia Nacional do Orgulho Gay: Reflexões.

Do ano retrasado, para refletir:

Quando ocorreu o “Dia Nacional do Orgulho Gay (25/03)”, o SPFC (assim como outros times de futebol) fizeram postagens nas Redes Sociais pedindo o fim da homofobia (e o ambiente das arquibancadas é carregado disso).

A foto da esquerda é uma postagem do São Paulo, e nos comentários, há elogios e muitas críticas, beirando a própria homofobia, e algumas mais descaradas como “desnecessário” e outras com palavrões que me recuso a publicar aqui.

A foto da direita tem uma pergunta pertinente do perfil de “Estrelinha @Lekass_”: Me diga, se fosse 2 homens tirando uma foto dessa na arquibancada laranja?”

Enfim, a questão é: por mais que se peça respeito nas arquibancadas, haverá o machismo, o preconceito e a confusão de que “respeitar é fazer apologia”.

Parabéns por quem, ao menos, tenta respeitar e promover o respeito no futebol. E paciência pelas críticas que surgirão.

– Carreira ou Família: Quando as Mulheres têm que Decidir!

No mundo da Administração de Empresas, muitas vezes os profissionais se vêm obrigados a tomar decisões que afetam a vida pessoal num grau muito significativo. Àqueles que já passaram pela experiência de um difícil conflito entre carreira X família X anseios, sabem como é martirizante e sacrificante tal momento.

Sendo assim, compartilho um artigo interessante sobre as mulheres na hora de decidir o futuro no trabalho! A Revista Época (Ed 09/03 pg 56-59), traz uma pertinente reportagem de Suzana Villaverde sobre esse complicado instante da vida profissional delas.

Abaixo:

PRESIDENTE? NÃO, OBRIGADA

As mulheres preferem abrir mão dos cargos de dedicação integral para cuidar melhor da vida pessoal e da família

É tarde de terça-feira, e Christina Munte, de 43 anos, aproveita para passear com as filhas Juliana, de 9 anos, e Lara, de 5, em um clube da Zona Sul de São Paulo. Almoçam juntas e em seguida lá vai ela, para o alto da arquibancada, assistir ao jogo de tênis da mais velha. Depois, é hora de acompanhar as acrobacias da caçula na aula de ginástica olímpica. O programa é repetido todas as terças-feiras. Embora pareça fazer parte da rotina típica de uma dona de casa, essas cenas têm como protagonista uma profissional muito bem-sucedida, diretora da Atlantica International, uma rede internacional de hotéis. Exceto pelo dia tranquilo que passa com as meninas, no resto da semana Christina se desdobra em reuniões, feiras e viagens internacionais. A vida é corrida, mas ela garante que o ritmo já foi muito pior.

O mercado hoteleiro estava em ebulição nove anos atrás, quando Christina teve seu primeiro bebê. Nessa ocasião, ela trabalhava nos fins de semana, chegava em casa tarde e ficava muito frustrada. “Por cansaço e pela vontade de curtir minha filha”, diz ela. Em 2005, Christina engravidou novamente e sentiu que estava diante de um dilema. “Tinha pavor de abrir mão de uma carreira que me dava imenso prazer, mas precisava aproveitar minha família”, afirma. A solução veio durante uma conversa franca com seu supervisor, ao final da qual ele fez uma proposta tentadora: reduzir em 20% a carga horária semanal, assim como o salário de Christina. “Foi a solução perfeita, pois não precisei abrir mão de nada”, diz.

Profissionais como Christina constituem um grupo em expansão. Elas querem chegar ao topo da pirâmide corporativa, mas, ao contrário das pioneiras, que começaram a percorrer esse caminho na década de 1970 – e tiveram de deixar de lado marido, filhos e até a vaidade para concorrer em pé de igualdade com os homens –, não admitem abdicar de sonhos pessoais ou perder as alegrias oferecidas pela vida privada. Na prática, abrem mão dos postos de dedicação integral para exercer também o papel de mulher, mãe e esposa. A constatação desse fenômeno tem levado à conclusão polêmica de que a desigualdade no topo do mercado de trabalho é incorrigível – e nem sequer deveria ser vista como um problema. Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Sophia Mind, um instituto de pesquisa voltado para as mulheres, perguntou a 340 mulheres brasileiras entre 25 e 50 anos, com nível superior completo, se elas desejavam ser presidentes de empresa. Apenas 37% disseram que sim.

“Apesar das queixas das feministas, a verdade é que homens e mulheres têm diferentes aspirações de carreira”, afirma a conceituada socióloga britânica Catherine Hakim, pesquisadora da London School of Economics. “Homens e mulheres têm diferentes objetivos na vida, e as autoridades não deveriam esperar que eles tivessem resultados idênticos na carreira profissional.” No Brasil, segundo uma pesquisa coordenada pelo Instituto Ethos, as mulheres representam 43,6% s da população economicamente ativa, mas estão em apenas 13,7% dos cargos de liderança.

Desacelerar ou recusar cargos invejáveis pode ser o desejo de centenas de trabalhadoras, mas existe espaço para expressar essa demanda? No Brasil, é comum encontrar mães que voltam ao trabalho antes do término da licença-maternidade ou passam anos sem conseguir conciliar suas férias com as das crianças. “Muitas acham um absurdo usufruir esses direitos básicos quando conquistam uma carreira de sucesso”, diz a consultora de Recursos Humanos Carmelina Nicke. Para ela, gerentes e diretoras ainda temem se mostrar mais vulneráveis que os homens no escritório e preferem se submeter a um cotidiano extenuante. Mas essa seria, segunda a consultora, uma realidade com os dias contados. “A tendência é que nas próximas décadas as companhias ofereçam de antemão uma jornada flexível para segurar a profissional competente”, diz Carmelina. Uma pesquisa divulgada na semana passada pela consultoria Accenture mostrou que 41% das mulheres gostariam de ter “formatos flexíveis de trabalho”. Uma possível explicação: um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em 2010 revelou que as mulheres gastam 24 horas semanais em atividades domésticas, enquanto os homens fazem somente 9,7 horas de trabalho doméstico.

Para contornar essas dificuldades, a paranaense Ana Carolina Haracemiv, de 35 anos, montou uma “miniempresa” em casa. “Tenho duas empregadas que moram comigo, motorista e até jardineiro”, afirma. Somente assim ela consegue acompanhar a lição das crianças e curtir o marido, sem perder o foco da empresa em que trabalha, a Dow Brasil. “Se você tem de fazer tudo, não consegue pensar em nada direito”, diz. Orgulhosa do esquema que criou, a engenheira não se arrependeu ao recusar uma proposta de ouro: um cargo de liderança na sede da empresa, nos Estados Unidos. “Meu marido é médico, seria complicado para ele. Seria fantástico para minha carreira, mas não era interessante para todos.” É claro que recusar a promoção deixou Ana Carolina apreensiva, mas ela acabou se surpreendendo. Seis meses depois, foi promovida. Disse adeus ao cargo de gerente de marketing para se tornar diretora comercial da América Latina. “A responsabilidade aumentou, mas o impacto na minha família foi mínimo”, diz ela. “Só deixei de lado a ginástica, mas, sinceramente, nunca gostei muito de malhar.”

Imagem extraída de: https://sescap-pr.org.br/index.php/noticias/post/e-possivel-ter-sucesso-no-trabalho-e-na-familia

– Como algumas escolas estão conseguindo vencer o bullying entre os alunos?

Sabemos que o bullying é uma triste realidade nas instituições de ensino do Brasil (e logicamente, em todos os setores da sociedade). E o que fazer para eliminá-lo definitivamente, a fim de que não cause efeitos tão nocivos como estão causando?

Extraído de: https://istoe.com.br/as-escolas-que-venceram-o-bullying/

AS ESCOLAS QUE VENCERAM O BULLYING

Na contramão da maior parte das instituições de ensino do País, que ainda não possuem práticas para coibir a discriminação, alguns colégios já adotam modelos bem-sucedidos para assegurar a boa convivência entre os alunos

Por Fabíola Perez

A imagem de um jovem cabisbaixo, isolado em um dos cantos do pátio, ou de uma criança acuada após ter sido vítima de provocações começa a se tornar rara em algumas escolas do País. Apesar de  numericamente ainda serem poucas, instituições de ensino têm desenvolvido metodologias específicas para combater a intimidação e se transformado em exemplos na batalha contra a discriminação e a propagação do ódio no ambiente escolar. O caminho não é simples, mas os resultados das iniciativas mostram que é possível coibir a prática.

“Os programas anti-bullying vão desde grupos
de jovens que aprendem a auxiliar as vítimas até
palestras para capacitar pais e professores”

Um desses colégios é o Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo. Lá, as estudantes Mariana Avelar, 14 anos, e Isabela Cristante, de 12, fazem parte dos grupos de ajuda do Programa de Combate ao Bullying. Elas foram escolhidas pelos demais alunos para participar de dois dias de capacitação com uma equipe de professores universitários e psicólogos.

Por meio de situações hipotéticas, o treinamento deixou claro o que é bullying e como elas deveriam agir em diferentes casos. “As pessoas mais isoladas são aquelas com gostos diferentes da maioria. Tentamos nos aproximar até que o colega se sinta confiante para conversar”, diz Mariana, estudante do 9º ano. “Aprendemos que, às vezes, o problema é maior do que parece, e precisamos levá-lo aos orientadores”, conta Isabela, da 6ª série. Os estudantes também conversam com quem presencia ou pratica o bullying. “O agressor se conscientiza mais rapidamente” , afirma Isabela.

Com pulseiras para identificação, os participantes percorrem a escola auxiliando nos casos em que percebem o isolamento. A estratégia está funcionando. “Observamos a redução de casos”, afirma Marina Schwarz, orientadora da escola. “Hoje temos mais acesso aos episódios de provocação, que normalmente ocorrem por trás das autoridades.”

Outro colégio que adotou medidas para coibir o bullying é o Soka, também de São Paulo. Há dois anos, a escola organiza palestras com advogados e psicólogos. “Conversamos com os pais sobre a responsabilidade deles em verificar os celulares dos filhos. É preciso identificar se há indícios de bullying nas conversas em grupos de redes sociais”, afirma o diretor James Jun Yamauti.

A instituição também capacitou orientadores para dar assistência a alunos que chegam de outras escolas. “Trabalhamos com jovens que tiveram dificuldade de adaptação para que tenham um entrosamento melhor”, afirma Edna Zeferino Menezes, assistente de orientação educacional. Na sexta-feira 27, a escola deu início à semana do “Preconceito Não”, com palestras sobre direitos da população negra, questões de gênero e indígenas e a trajetória da população LGBT. “A ideia é que os alunos reflitam sobre questões que interferem diretamente no bullying e identifiquem se já vivenciaram situações semelhantes”, explica Yamauti. “Os constrangimentos diminuíram bastante. Se uma brincadeira passa dos limites, deixa de ser brincadeira”, afirma Igor Seiji Ando Bomfim, 15 anos, que relata ter ajudado colegas que sofreram discriminação.

DESCONTROLE

Em um momento no qual o tema vem à tona mais uma vez após o bullying ter sido apontado pela polícia como um dos fatores que levaram um adolescente de 14 anos a atirar contra colegas em uma escola de Goiânia na sexta-feira 20, é fundamental que iniciativas como essas deixem de ser fatos isolados.

Os colégios devem começar a colocar em prática ações determinadas pela lei contra os atos de perseguição, em vigor desde abril do ano passado. Uma delas é a produção de relatórios bimestrais com eventuais casos. “O bullying não é controlado pelas autoridades pela falta de dados, o que dificulta o diagnóstico da extensão do problema”, afirma advogada Ana Paula Siqueira Lazzareschi, especialista em direito digital. Outro aspecto importante é que, além do suporte à vítima, as instituições devem oferecer assistência ao agressor.

A ocorrência ainda diária das intimidações mostra, no entanto, um descompasso muito grande entre o que faz a maioria das escolas e o que manda a legislação. Casos extremos, como o de Goiânia, evidenciam, porém, a urgência na adoção de medidas efetivas. “O bullying não pode ter sua gravidade subestimada e ser tratado como uma brincadeira de criança”, diz a advogada Ana Paula. “A cultura da vingança ainda é muito presente  na sociedade e é esse desejo que está por trás do comportamento do agressor”, diz.

Terminando em tragédias ou não, casos de bullying têm efeitos indeléveis para a vítima, o agressor e toda a escola. “Ocasionam rachas nas salas de aula, colocam metade dos alunos contra o agressor e a outra parte a favor da vítima”, diz Ana Paula. Por isso, os programas de combate a práticas tão cruéis são fundamentais para reverter o aumento da intolerância em ambientes de aprendizado. Não de destruição.

DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR

Satisfação em ver os colegas enturmados é o que move as alunas Mariana Avelar e Isabela Cristante, do 9º e do 6º ano, respectivamente, do Bandeirantes, em São Paulo. Há um ano, elas foram escolhidas para fazer um treinamento de capacitação e saber como atuar em casos de bullying. Desde então, as estudantes percorrem os espaços da escola e sempre que percebem situações de isolamento ou provocação se aproximam da vítima ou dos que testemunharam a ação. “Saber que consegui ajudar é muito bom”, diz Isabela.

Imagem extraída de: https://educacao.estadao.com.br/blogs/escola-vilaplay/bullying-existe-na-educacao-infantil/

– Futebol Feminino Proibido no Brasil!

Calma, não é nenhuma lei atual. Foi no tempo do presidente Getúlio Vargas, onde o governante decretou que o futebol “não era condizente para senhoras que seriam futuras mães”. As que insistiam, eram rotuladas de “grosseiras e mal-cheirosas”. E como o futebol feminino está em alta nos últimos dias com a Copa do Mundo da modalidade, vale relembrar o fato!

Abaixo, material da Folha de São Paulo (25/05/2003 – 12h06)

FUTEBOL FEMININO PROBIDO NO BRASIL NA ÉPOCA VARGAS

por João Carlos Assunção

Futebol no Brasil não é como nos Estados Unidos, na China ou na Noruega. No país pentacampeão do mundo, o espaço reservado à mulher tem sido a beira do gramado, onde pode trabalhar como animadora de espetáculo.

No campo, com a bola nos pés, é difícil cavar um lugar. A modalidade, afinal, não pegou como em outros países. Os obstáculos para a prática do futebol feminino no Brasil continuam muito grandes.

Foi para detectar essas barreiras que o pesquisador Eriberto Lessa Moura, 37, mestrando em estudos do lazer pela Faculdade de Educação Física da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), resolveu debruçar-se sobre as origens do esporte no país.

“Desde o início, as dificuldades para a mulher [jogar futebol] foram grandes, mas elas se tornaram ainda maiores durante o Estado Novo [período do governo Vargas entre 1937 e 1945]“, disse Moura à Folha, por telefone.

Em 1937, Getúlio Vargas se antecipou à eleição que aconteceria no ano seguinte e desencadeou um golpe de Estado, implantando uma nova Constituição e uma ditadura, que duraria até 1945.

No período, aprofundou o vetor centralizador do Estado, criando o Departamento de Administração do Serviço Público, o Dops, espécie de polícia política, e o Departamento de Imprensa e Propaganda, dedicado à censura e à exaltação dos feitos do governo.

Na área esportiva, a história não foi diferente. Criou leis para o setor e passou a controlá-lo com mão-de-ferro. “Foi aí que a pressão para as mulheres se afastarem do futebol aumentou muito. Elas deveriam se limitar a praticar esportes que o governo considerasse condizentes com suas funções de mães ou futuras mães.”

Leonardo Pereira, autor de “Footballmania”, livro sobre as origens do futebol no Rio, concorda com o colega. “A visão que temos, que faz do futebol um jogo essencialmente masculino, foi construída historicamente, fruto de um amplo movimento que, desde o final dos anos 30, tratou de atacar a participação feminina e construiu a idéia de que o jogo não seria adequado às mulheres.”

O Estado Novo criou o decreto 3.199, que proibia às mulheres a prática de esportes considerados incompatíveis com as condições femininas. Segundo Moura, o futebol estava incluso entre eles, ao lado de halterofilismo, beisebol e de lutas de qualquer natureza.

Quando o decreto foi regulamentado pelo regime militar (1964-1985), em 1965, o futebol feminino foi proibido no Brasil. Só 16 anos depois foi revogado pelo Conselho Nacional do Desporto.

Mas, muito antes disso, o futebol no Brasil já era um esporte eminentemente masculino. A mulher que o praticasse era vista com preconceito, já que a trajetória da modalidade no país foi diferente da vivida pelos homens.

De acordo com a pesquisadora Heloísa Bruhns, autora de “Futebol, Carnaval e Capoeira – Entre as gingas do corpo brasileiro”, enquanto os homens da elite começaram a praticá-lo no final do século 19 em São Paulo e no Rio, o grupo feminino que aderiu à prática do futebol era pertencente às classes menos favorecidas.

Do preconceito social ao esportivo teria sido um passo. Segundo Bruhns, mulheres que jogavam eram consideradas “grosseiras, sem classe e malcheirosas”.

Às mulheres da elite cabia o papel de torcedoras. “As partidas de futebol [masculino] eram um evento da alta sociedade e as mulheres se arrumavam para ir assistir aos jogos”, afirmou Moura.

Mas, com o passar dos anos, o preconceito chegou às arquibancadas -e a violência também- e até lá a mulher perdeu espaço.

Como disse a professora Heloísa Reis, estudiosa do comportamento das torcidas em estádios de futebol, “quando as mulheres participam das organizadas, elas tendem a adotar o comportamento agressivo masculino, o que talvez seja uma tática para ser aceita mais facilmente pelo grupo”. E, no final, só serve para aumentar o estereótipo e o preconceito contra a mulher no futebol.

– Triste mundo que achou o Racismo normal…

… ou que ainda acha?

Essa imagem é real e chocante:

– A injusta expulsão de Vini Jr no Valência x Real Madrid.

Antes da confusão no Estádio Mestalla, no último jogo entre Valência x Real Madrid, uma importante introdução: nos anos 90, a referência na Europa para “boa arbitragem” era a italiana, e o inverso, era a espanhola. Salvava-se na virada do milênio Garcia Aranda e olha lá. Hoje, os ingleses e os alemães são os melhores da Europa.
Mesmo com o crescimento da La Liga, a arbitragem não evoluiu a contento, e ainda vemos algumas lambanças por lá (além das polêmicas de que Barcelona e Real Madrid, em dúvida contra os pequenos, tem lances a seu favor).

Voltemos a Valência x Real Madrid, onde o componente técnico é sucumbido pelas pressões sociais e, até mesmo, má vontade pessoal do árbitro. O espanhol Soto Grado é um importante juiz lá, mas não tão referencial para o restante da Europa.

Sobre o lance:

O goleiro Dimitrievski fez uma provocação a Vinícius Jr, que havia pedido um pênalti no lance (que não foi). O atleta do Valência o cutucou pelas costas e aparentemente fez uma graça com o cabelo dele. Vini revidou com um empurrão. Esperto, o goleiro desabou na grande área, simulando uma agressão.

Ali, é o clássico lance de advertência a ambos por atitude inconveniente, ou seja, cartão amarelo para os dois. Entretanto, o árbitro, após o VAR, entendeu que Vinícius praticou conduta violenta (agressão), que pode resultar em até 12 jogos de suspensão.

Em câmera lenta (ou avançada), você deturpa a realidade e perde a impressão real do lance. Se fosse um Pierluigi Colina, talvez até mesmo com uma boa advertência verbal teríamos resolvido a situação. O cartão vermelho foi totalmente fora de contexto.

Importante: abomino qualquer manifestação racista, mas Vinicius Jr tem cometido reclamações desnecessárias contra a arbitragem em lances de disputa de bola (não estou falando das ofensas, isso é outra coisa). Sua luta justa contra o preconceito acaba sendo contestada por adversários que o observam pedindo faltas “a là Brasileirão” em muitos momentos. Claro, a torcida responder com cantos racistas é obviamente desproporcional.

Que não vire (se é que já não virou) perseguição pessoal da arbitragem contra ele.

– Eugenia, a Ciência do Preconceito.

Após ler a reportagem de Karina Ninni, da Revista Superinteressante (pg 78-81, edição Março), fiquei impressionado com o tema tratado: a EUGENIA.

A Eugenia é a ciência do preconceito, ou seja, da purificação das raças. E para quem pensava que isso fosse idéia de Nazistas que defendessem a purificação ariana, engana-se. No Brasil, durante o século XX, muitos cientistas eugênicos velada ou abertamente defenderam um Brasil livre de outras raças diferentes à branca.

Em 1911, durante um Congresso realizado em Londres, o antropólogo brasileiro João Antonio Batista proclamou radiante que em 2010 não haveria mais negros ou índios no país!

Um dos maiores defensores da Eugenia foi Francis Galton (primo de Charles Darwin, da teoria da Evolução), que defendia a crença que a evolução humana dependeria da seleção genética e controle das raças.

No Brasil, os eugenistas verde-amarelos não conseguiram ir adiante, mas chegaram a sonhar com programas similares ao da Alemanha de Hitler: esterilização de “raças inferiores” e sacrifícios de deficientes e inválidos. Na política, infiltrados, tentaram até colocar artigos na Constituição que defendesse a raça branca.

Notadamente, foram pessoas de expressão na sociedade, destacando-se Vital Brazil (fundador do instituto Butantan), Arnaldo Vieira de Carvalho (diretor da Faculdade Paulista de Medicina, hoje da USP), o sanitarista Belisário Penna, o médico Olegário de Moura (que dizia: sanear é eugenizar – imagine essa frase dita hoje!) e o fundador da Sociedade Eugênica Brasileira, o limeirense Renato Kehl, que escreveu mais de 30 livros defendendo a raça branca brasileira.

Felizmente, todas essas ações frustaram-se ao longo do século passado, mas um legado triste pode ser observado: a ainda defesa da discriminação racial por parte de muitos brasileiros.

Algumas frases eugências destacadas da matéria citada:

“O Brasil vem sofrendo, desde a colonização, as consequências da mestiçagem” Renato Kehl

“Os índios, em geral, são muito sôfregos e pouco amigos da disciplina” Oliveira Vianna

“Está provado que casamentos entre raças dão origem a tipos inferiores física, psíquica e moralmente”Nina Rodrigues

“O negro, raça inferior, apresenta uma indiscutível e franca animalidade” Luiz Silva

“Os mulatos são, na maioria, elementos feios e fracos. Apresentam instabilidade de caráter e perturbam o progresso nacional” Renato Kehl

“Deus perdoe esses idiotas racistas” Eu mesmo.

Imagem extraída de: https://www.saopauloinfoco.com.br/sociedade-eugenica-sao-paulo/

– Dia da Consciência Negra.

Sou contra certas datas festivas: Todo dia é dia das mães; dos pais; das mulheres; dos homens ou dos negros.

Muitas vezes, temos datas comerciais: o dia dos namorados, por exemplo. Ou outras demagógicas: não seria a de hoje um exemplo disso?

Detesto rotulações: raça branca, negra, amarela… Ora, somos todos uma única raça, a RAÇA HUMANA! Não importa a cor da pele, a preferência sexual ou a religião: todos somos iguais em direitos e deveres.

Perceberam que o “dia de reflexão” virou descanso para uns e aproveitamento político para outros? Pior: o fato das cidades determinarem feriado municipal ou não acaba desacreditando no dia como feriado em si. Ou é para todos os municípios, nacionalizando a data, ou não.

Mais grave do que isso é tratar o dia como se fossem os negros gente inferior que precisassem de piedade. Nada disso. A história de cotas ou privilégios não pode ser uma caridade de gente subestimada, pois para ser inteligente ou competente não há cor (diferente das cotas sociais – por pobreza – as quais defendo).

Que o Dia da Consciência Negra sirva para refletir a igualdade, não aumentar discussões discriminatórias ou comparações de raças; coisas que são bobagens abomináveis nos dias atuais.

Resultado de imagem para Dia da Consciência negra

Imagem extraída de: https://camararedencao.ce.gov.br/portal/noticia/dia-nacional-da-consciencia-negra/

– Vinícius Jr contra o Racismo e, agora, também contra a Homofobia.

Onã Rudá, fundador da Torcida LGBTQ do Bahia (LGBTricolor), em pareceria com a Orgulho Rubro Negro e contando com o apoio das torcidas que a CBF tem parceira (diversos coletivos), entregou no Estádio Barradão uma camisa com a representação da diversidade a Vinícius Jr, durante o treino da Seleção Brasileira (visando o jogo contra o Uruguai).

É sabida a luta do atleta contra o racismo, e na oportunidade, prometeu se engajar também na causa contra a homofobia.

A foto abaixo é de autoria do próprio Onã:

– Vini Jr perdeu a Bola de Ouro para Rodri, que perdeu uma enorme chance de se consagrar…

O espanhol Rodri ganhou a Bola de Ouro da France Football, e em seu discurso falou que a conquista premiou os meio-campistas, que tiveram a chance de serem representados por ele.

Talvez seria utopia, mas e se o atleta discursa-se: “Agradeço a quem votou em mim, mas o verdadeiro Bola de Ouro é Vinícius Jr, pelo que mostrou em campo e por tudo o que está representando na luta contra o Racismo”.

Já pensaram? Se consagraria e seria ovacionado por muito tempo.

Vini Jr, diplomaticamente, escreveu dizendo em outras palavras que repetirá tudo 10 vezes, ou seja, continuará a sua luta, mesmo que outros a achem insuportável por não “estarem preparados”.

Cá entre nós: que infelicidade levar o grande liberiano George Weah, um negro, como se estivessem fazendo média aos pretos pela não escolha de Vinícius. Um nítido simbolismo que não agradou a ninguém.

– Contra o infeliz meme transfóbico que viralizou nessa semana:

Esse pensamento transfóbico em letras garrafais (abaixo) viralizou na Internet nessa semana. O comentário em roxo, de autoria própria, surgiu diante da minha indignação.

Ninguém escolhe o seu sexo para nascer. Nascemos, simplesmente. Mas há aqueles que sofrem de disforia de gênero, e que passam uma vida inteira com dores físicas, emocionais e mentais. Quem escreve uma bobagem como essa, da frase preconceituosa, é totalmente ignorante a isso ou nunca soube a fundo o que acontece com gente que padece nesse mal.

Estamos no mês da campanha “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio! E há idiotas que insistem em frases tão sem empatia como essas… claro, provavelmente desconhecem ou não tiveram ninguém que tentou o suicídio por tal causa.

Hétero, Homo, Trans, Inter, Cis, A, B, C ou qualquer outra pessoa de qual denominação seja, QUER ser aceita na sociedade. Todos nós queremos viver com dignidade, respeito e cidadania. Por quê excluir um grupo?
Infelizmente, existem indivíduos que criam estereótipos na cabeça e associam a qualquer convenção sexual não predominante na sociedade, como libertina, ninfomaníaca, doente mental e outras coisas depreciativas! Isso existia no passado, onde se praticava o racismo sem qualquer receio, chamando preto de macaco e gay de depravado. Lembrando: racismo e fobia por gênero são crimes.

A pessoa que nasceu num corpo que não corresponde com a sua alma pode ser seu vizinho. Seu amigo. Seu próprio filho! E são pessoas corajosas, que enfrentarão a discriminação para, simplesmente, viver.
Aceitar ou não o seu corpo é um argumento tão pequeno para minimizar o problema… TODOS nós queremos ter paz e sermos aceitos em sociedade.

Um transsexual não é melhor do que um heterossexual. E nem pior. É uma pessoa com virtudes e defeitos como outra qualquer. Por que encher a paciência dela?

Deploravelmente, se confunde as pessoas da “lacração”, do radicalismo Woke, e de tantas outras ideologias, colocando o transexual nesse mesmo bololô. E por questão política se discute isso! Como se não existisse gay de direita, de centro ou de esquerda…

Fico assustado realmente é com a insensibilidade alheia. E, pior: há aqueles que falam que Jesus já as condenou! Justo o Nosso Senhor, que deu a própria vida pelos pecadores (que somos nós), condenaria ao inferno uma pessoa que nasceu num sexo diferente do que o corpo representa? Leia o que Ele falou sobre os julgamentos aos eunucos e afeminados! Veja o esforço de inclusão do Papa Francisco, jantando com um grupo de transex e falando do Evangelho. E, sinceramente, não queira me cancelar (sou católico praticante, que respeita todo o Magistério da Igreja Católica e que está em um processo particular de questão de Nulidade Sacramental, seguindo o rito do Vaticano e o Tribunal da Santa Mãe Igreja, a fim de estar em comunhão).

Por fim: transex não é a pessoa que “muda de sexo ao bel-prazer pois deu vontade”. É aquele que luta contra seus demônios e suas dores e quer ser apenas mais uma pessoa normal na sociedade.

Não escreva bobagem que não se conhece.

– Tallis Gomes e o momento extremo-machista.

Homens e mulheres são iguais em dignidade e cidadania. São diferentes fisiologicamente, mas isso não os incapacita de serem excelentes profissionais e, ao mesmo tempo, ambos cuidarem de família, casa e trabalho.

Tallis Gomes, o fundador da Easy Táxi, falou essas barbaridades (pensamento preconceituoso do século retrasado) e depois se desculpou (ufa, ainda bem). Uma pessoa influente como ele, tem que tomar cuidado com tal pronunciamento…

Veja só sobre o que ele publicou sobre mulheres CEO:

– Etarismo? Veja o exemplo dos Cinquestões:

O texto é de Emelyn Ribeiro, postado no LinkedIn. Nele se fala sobre como as pessoas não valorizam as pessoas experientes (como se “estar na casa dos 50” fosse um problema).

Excelente. Abaixo:

ETARISMO

“O sucesso não vem com as suas mãos enfiadas nos bolsos”

Uma frase irônica quando olhamos para a foto do turco Yusuf Dikec, de 51 anos que foi medalhista no tiro olímpico em Paris.

Eu quero falar de dois temas aqui: etarismo e preparo.

Prata na disputa de equipes no tiro esportivo com pistola 10m, esse homem viralizou nas redes sociais por estilo descontraído e por dispensar uso de equipamentos especiais. Mas vocês acham que ele começou assim?

Formado em Educação Física, ingressou na Academia da Gendarmaria (a força militar turca que também desempenha funções atribuídas à polícia) em 1994 aos 21 anos e chegou ao posto de sargento. Dois anos depois ele foi indicado à Jandarma Gücü, a equipe esportiva das Forças Armadas do país.

Ele também disputou os Jogos de Pequim na China, em 2008; Londres em 2012; foi ao Rio em 2016 e esteve em Tóquio em 2020. Essa, porém, foi sua primeira medalha olímpica.

E ainda existem empresas que insistem em escolher candidato pela idade. A sabedoria, a inteligência emocional e o conhecimento das pessoas maduras podem levar o ouro para tantos negócios! Alta performance não tem idade.

Eu não canso de repetir: é muito mais coerente ensinar técnica do que comportamental. Somos capazes de aprender qualquer coisa, desde que estejamos dispostos á isso.

E você? Já investiu em si o suficiente pra executar com excelência e mão no bolso?

– Ota Benga, o jovem pigmeu africano que vivia numa jaula.

A humilhante vida de Ota Benga, um membro da tribo Mbuti do Congo (que ficaram popularizados com o nome de “pigmeus”, por conta da baixa altura e dentes afiados), nos faz pensar: até onde o racismo pode chegar?

Em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/amp/noticias/vitrine/historia-ota-benga.phtml

OTA BENGA: O JOVEM NEGRO QUE FOI EXPOSTO EM ZOOLÓGICO DOS EUA

Sob humilhações e torturas, Benga atraia inúmeros visitantes por dia durante o século 20.

Por Victoria Gearini

Um dos piores casos de racismo da História aconteceu durante o século 20, nos Estados Unidos: em 1906, um zoológico localizado em Nova York exibiu o jovem africano Ota Benga em uma jaula.

Nascido em 1883, Ota era membro do povo Mbuti, que vivia nas florestas próximas ao rio Kasai, no antigo Estado Livre do Congo. Uma das características mais marcantes desses povos eram suas baixas estaturas (motivo pelo qual também sofriam bastante preconceito). 

Antes de ir para os EUA, o jovem já havia sobrevivido a dois massacres cometidos por forças belgas, sendo mantido como escravo. Aos 23 anos, já havia perdido duas esposas, uma foi assassinada e a outra morreu após ser picada por uma cobra.

Em 1904, Ota foi vendido por traficantes para o missionário Samuel Phillips Verner, que tinha o objetivo de fazer uma exposição nos Estados Unidos com pessoas consideradas “exóticas” pelos norte americanos.

Assim, junto com mais oito jovens africanos, foi exposto em uma mostra chamada “Os Homens Selvagens Permanentes do Mundo”, na Feira de St. Louis. 

Já em 1906, Verner levou Ota para Nova York, onde entrou em contato com o diretor do Zoológico do Bronx, William Temple Hornaday. Frequentemente o rapaz era colocado em uma jaula com macacos e apresentado como se fosse canibal.

Entre as inúmeras humilhações, era obrigado a interagir com orangotangos para reforçar a ideia de ser selvagem e mostrar seus dentes aos visitantes, já que em sua cutura era comum afiá-los.

Em sua jaula, junto com seus dados pessoais, havia o seguinte aviso: “exibido todas as tardes durante setembro”. A exploração atraiu, no total, mais de 40 mil visitantes por dia ao zoológico.

No mesmo ano, em 1906, um grupo de pastores negros passou a protestar contra a exposição do jovem e, após 20 dias, Ota foi libertado. Logo em seguida, foi encaminhado para um orfanato e depois foi para um seminário teológico.

Mais tarde, graças ao emprego que conseguiu em uma fábrica de tabaco, em Lynchburg, começou a planejar sua volta para a África. No entanto, sofrendo com a depressão, se suicidou em 1916, aos 32 anos. 

 

– Dia Internacional contra a Homofobia.

Respeitar, acima de tudo, é ser cidadão!

Faço minhas essas palavras abaixo:

– Abolição da Escravatura: E aí?

Hoje se recorda a Abolição da Escravatura do Brasil. Mas muitas teorias absurdas de pseudo-intelectuais ainda ganhavam coro na Europa, como a do iluminista escocês David Hume, que no longíquo 1770 dizia:

Que negros sejam naturalmente inferiores aos brancos”.

Idiotice da época. A cor da pele nada faz para que se mude a dignidade das pessoas. Mundo afora tivemos racismos históricos. A escravidão no Brasil é exemplo clássico.

Porém, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel aboliu a escravatura. Foi a salvação para os negros?

Nada disso. Foi uma demagoga lei. No dia 12, eles dormiam em Senzalas e se alimentavam muito mal. No dia 13, foram livres e ficaram sem casa e sem comida.

Claro, o acerto foi a proibição da exploração. O grande erro foi a falta de assistencialismo da Lei, que deixou os pobres escravos ao Deus-dará.

Fica a histórica indagação: a Princesa Isabel bobeou e não pensou no futuro dos ex-escravos, ou simplesmente fez politicagem para ganhar os louros da fama?

Imagem extraída de: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/05/13/noticia-especial-enem,762306/128-anos-da-abolicao-da-escravidao-no-brasil.shtml

– Dia Nacional do Orgulho Gay: Reflexões.

Do ano retrasado, para refletir:

Quando ocorreu o “Dia Nacional do Orgulho Gay (25/03)”, o SPFC (assim como outros times de futebol) fizeram postagens nas Redes Sociais pedindo o fim da homofobia (e o ambiente das arquibancadas é carregado disso).

A foto da esquerda é uma postagem do São Paulo, e nos comentários, há elogios e muitas críticas, beirando a própria homofobia, e algumas mais descaradas como “desnecessário” e outras com palavrões que me recuso a publicar aqui.

A foto da direita tem uma pergunta pertinente do perfil de “Estrelinha @Lekass_”: Me diga, se fosse 2 homens tirando uma foto dessa na arquibancada laranja?”

Enfim, a questão é: por mais que se peça respeito nas arquibancadas, haverá o machismo, o preconceito e a confusão de que “respeitar é fazer apologia”.

Parabéns por quem, ao menos, tenta respeitar e promover o respeito no futebol. E paciência pelas críticas que surgirão.

– Carreira ou Família: Quando as Mulheres têm que Decidir!

No mundo da Administração de Empresas, muitas vezes os profissionais se vêm obrigados a tomar decisões que afetam a vida pessoal num grau muito significativo. Àqueles que já passaram pela experiência de um difícil conflito entre carreira X família X anseios, sabem como é martirizante e sacrificante tal momento.

Sendo assim, compartilho um artigo interessante sobre as mulheres na hora de decidir o futuro no trabalho! A Revista Época (Ed 09/03 pg 56-59), traz uma pertinente reportagem de Suzana Villaverde sobre esse complicado instante da vida profissional delas.

Abaixo:

PRESIDENTE? NÃO, OBRIGADA

As mulheres preferem abrir mão dos cargos de dedicação integral para cuidar melhor da vida pessoal e da família

É tarde de terça-feira, e Christina Munte, de 43 anos, aproveita para passear com as filhas Juliana, de 9 anos, e Lara, de 5, em um clube da Zona Sul de São Paulo. Almoçam juntas e em seguida lá vai ela, para o alto da arquibancada, assistir ao jogo de tênis da mais velha. Depois, é hora de acompanhar as acrobacias da caçula na aula de ginástica olímpica. O programa é repetido todas as terças-feiras. Embora pareça fazer parte da rotina típica de uma dona de casa, essas cenas têm como protagonista uma profissional muito bem-sucedida, diretora da Atlantica International, uma rede internacional de hotéis. Exceto pelo dia tranquilo que passa com as meninas, no resto da semana Christina se desdobra em reuniões, feiras e viagens internacionais. A vida é corrida, mas ela garante que o ritmo já foi muito pior.

O mercado hoteleiro estava em ebulição nove anos atrás, quando Christina teve seu primeiro bebê. Nessa ocasião, ela trabalhava nos fins de semana, chegava em casa tarde e ficava muito frustrada. “Por cansaço e pela vontade de curtir minha filha”, diz ela. Em 2005, Christina engravidou novamente e sentiu que estava diante de um dilema. “Tinha pavor de abrir mão de uma carreira que me dava imenso prazer, mas precisava aproveitar minha família”, afirma. A solução veio durante uma conversa franca com seu supervisor, ao final da qual ele fez uma proposta tentadora: reduzir em 20% a carga horária semanal, assim como o salário de Christina. “Foi a solução perfeita, pois não precisei abrir mão de nada”, diz.

Profissionais como Christina constituem um grupo em expansão. Elas querem chegar ao topo da pirâmide corporativa, mas, ao contrário das pioneiras, que começaram a percorrer esse caminho na década de 1970 – e tiveram de deixar de lado marido, filhos e até a vaidade para concorrer em pé de igualdade com os homens –, não admitem abdicar de sonhos pessoais ou perder as alegrias oferecidas pela vida privada. Na prática, abrem mão dos postos de dedicação integral para exercer também o papel de mulher, mãe e esposa. A constatação desse fenômeno tem levado à conclusão polêmica de que a desigualdade no topo do mercado de trabalho é incorrigível – e nem sequer deveria ser vista como um problema. Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Sophia Mind, um instituto de pesquisa voltado para as mulheres, perguntou a 340 mulheres brasileiras entre 25 e 50 anos, com nível superior completo, se elas desejavam ser presidentes de empresa. Apenas 37% disseram que sim.

“Apesar das queixas das feministas, a verdade é que homens e mulheres têm diferentes aspirações de carreira”, afirma a conceituada socióloga britânica Catherine Hakim, pesquisadora da London School of Economics. “Homens e mulheres têm diferentes objetivos na vida, e as autoridades não deveriam esperar que eles tivessem resultados idênticos na carreira profissional.” No Brasil, segundo uma pesquisa coordenada pelo Instituto Ethos, as mulheres representam 43,6% s da população economicamente ativa, mas estão em apenas 13,7% dos cargos de liderança.

Desacelerar ou recusar cargos invejáveis pode ser o desejo de centenas de trabalhadoras, mas existe espaço para expressar essa demanda? No Brasil, é comum encontrar mães que voltam ao trabalho antes do término da licença-maternidade ou passam anos sem conseguir conciliar suas férias com as das crianças. “Muitas acham um absurdo usufruir esses direitos básicos quando conquistam uma carreira de sucesso”, diz a consultora de Recursos Humanos Carmelina Nicke. Para ela, gerentes e diretoras ainda temem se mostrar mais vulneráveis que os homens no escritório e preferem se submeter a um cotidiano extenuante. Mas essa seria, segunda a consultora, uma realidade com os dias contados. “A tendência é que nas próximas décadas as companhias ofereçam de antemão uma jornada flexível para segurar a profissional competente”, diz Carmelina. Uma pesquisa divulgada na semana passada pela consultoria Accenture mostrou que 41% das mulheres gostariam de ter “formatos flexíveis de trabalho”. Uma possível explicação: um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em 2010 revelou que as mulheres gastam 24 horas semanais em atividades domésticas, enquanto os homens fazem somente 9,7 horas de trabalho doméstico.

Para contornar essas dificuldades, a paranaense Ana Carolina Haracemiv, de 35 anos, montou uma “miniempresa” em casa. “Tenho duas empregadas que moram comigo, motorista e até jardineiro”, afirma. Somente assim ela consegue acompanhar a lição das crianças e curtir o marido, sem perder o foco da empresa em que trabalha, a Dow Brasil. “Se você tem de fazer tudo, não consegue pensar em nada direito”, diz. Orgulhosa do esquema que criou, a engenheira não se arrependeu ao recusar uma proposta de ouro: um cargo de liderança na sede da empresa, nos Estados Unidos. “Meu marido é médico, seria complicado para ele. Seria fantástico para minha carreira, mas não era interessante para todos.” É claro que recusar a promoção deixou Ana Carolina apreensiva, mas ela acabou se surpreendendo. Seis meses depois, foi promovida. Disse adeus ao cargo de gerente de marketing para se tornar diretora comercial da América Latina. “A responsabilidade aumentou, mas o impacto na minha família foi mínimo”, diz ela. “Só deixei de lado a ginástica, mas, sinceramente, nunca gostei muito de malhar.”

Imagem extraída de: https://sescap-pr.org.br/index.php/noticias/post/e-possivel-ter-sucesso-no-trabalho-e-na-familia

– Triste mundo que achou o Racismo normal…

… ou que ainda acha?

Essa imagem é real e chocante:

– O pastor mexicano que quebrou Nossa Senhora a machadadas!

Esse senhor que se diz pastor da Igreja Batista “Monte Sión”, em Tamaulipas, no México, quebrou uma imagem da Padroeira da América Latina e Mãe dos mexicanos, Nossa Senhora de Guadalupe, a golpes de machado.

Lembrei-me de Sérgio Von Helder, da Igreja Neopentecostal “Universal do Reino de Deus”, de Edir Macedo, destruindo a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Isso se chama: intolerância religiosa! Se a pessoa não venera a Virgem Santíssima, respeite-se quem a venera (pois católico não adora santos, e muita gente faz confusão com isso).

Toda religião que não tolera o culto alheio, comete crime.

– Sam Alisson, o 2º árbitro negro da história da Inglaterra.

Sheffield United vs Luton Town, pela Premiere League, foi histórico. 

Motivo?

Foi apitado por um árbitro negro (Sam Alisson), apenas o SEGUNDO em todos os tempos de futebol na elite da Inglaterra.

Em 1997, Uriah Rennie se tornou o primeiro negro a apitar futebol na 1ª divisão inglesa. Agora, tanto tempo depois, é a vez de Sam.

Cá com meus botões: há ou não discriminação por lá?

E por aqui?

Imagem extraída de: https://www.terra.com.br/esportes/futebol/internacional/premier-league-tera-o-primeiro-arbitro-negro-a-apitar-partida-apos-15-anos,08cb285bf80b772f2120496b39c406deaf03enec.html#:~:text=Sam%20Allison%2C%20de%2042%20anos,no%20dia%20seguinte%20ao%20Natal.

– As bençãos da Igreja Católica aos casais gays, segundo o Papa Francisco.

Nesta segunda-feira, o Papa Francisco aprovou as bençãos da Igreja para os Casais Homossexuais, com algumas orientações. 

Abaixo, em: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2023-12/declaracao-doutrina-da-fe-bencaos-para-casais-irregulares.html

DECLARAÇÃO DOUTRINÁRIA DA FÉ ABRE BENÇÃOS 

por Vatican News

Com a “Fiducia supplicans” do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovada pelo Papa, será possível abençoar casais formados por pessoas do mesmo sexo, mas fora de qualquer ritualização e imitação do matrimônio. A doutrina sobre o matrimônio não muda, a bênção não significa aprovação da união.

Diante do pedido de duas pessoas para serem abençoadas, mesmo que sua condição de casal seja “irregular”, será possível para o ministro ordenado consentir. Mas sem que esse gesto de proximidade pastoral contenha elementos minimamente semelhantes a um rito matrimonial. Isso é o que diz a declaração “Fiducia supplicans” sobre o significado pastoral das bênçãos, publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa. Um documento que aprofunda o tema das bênçãos, distinguindo entre as bênçãos rituais e litúrgicas e as bênçãos espontâneas, que se assemelham mais a gestos de devoção popular: é precisamente nessa segunda categoria que agora contemplamos a possibilidade de acolher também aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã, mas pedem humildemente para serem abençoados. Desde agosto, de 23 anos atrás, o antigo Santo Ofício não publicava uma declaração (a última foi em 2000, “Dominus Jesus”), um documento de alto valor doutrinário.

“Fiducia supplicans” começa com uma introdução do prefeito, cardeal Victor Fernandez, que explica que a declaração aprofunda o “significado pastoral das bênçãos”, permitindo que “sua compreensão clássica seja ampliada e enriquecida” por meio de uma reflexão teológica “baseada na visão pastoral do Papa Francisco”. Uma reflexão que “implica um verdadeiro desenvolvimento em relação ao que foi dito sobre as bênçãos” até agora, chegando a incluir a possibilidade “de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente seu status ou modificar de qualquer forma o ensino perene da Igreja sobre o casamento”.

Após os primeiros parágrafos (1-3), em que o pronunciamento anterior de 2021 é lembrado e agora ampliado, a declaração apresenta a bênção no sacramento do matrimônio (parágrafos 4-6), declarando “inadmissíveis ritos e orações que possam criar confusão entre o que é constitutivo do matrimônio” e “o que o contradiz”, a fim de evitar reconhecer de alguma forma “como matrimônio algo que não é”. Reitera-se que, de acordo com a “doutrina católica perene”, somente as relações sexuais dentro do casamento entre um homem e uma mulher são consideradas lícitas.

Um segundo grande capítulo do documento (parágrafos 7-30) analisa o significado das várias bênçãos, que têm como destino pessoas, objetos de devoção, lugares de vida. O documento lembra que, “de um ponto de vista estritamente litúrgico”, a bênção exige que o que é abençoado “esteja em conformidade com a vontade de Deus expressa nos ensinamentos da Igreja”. Quando, com um rito litúrgico específico, “se invoca uma bênção sobre certas relações humanas”, é necessário que “o que é abençoado possa corresponder aos desígnios de Deus inscritos na Criação” (11). Portanto, a Igreja não tem o poder de conferir uma bênção litúrgica a casais irregulares ou do mesmo sexo. Mas é preciso evitar o risco de reduzir o significado das bênçãos apenas a esse ponto de vista, exigindo para uma simples bênção “as mesmas condições morais que são exigidas para a recepção dos sacramentos” (12).

Depois de analisar as bênçãos nas Escrituras, a declaração oferece um entendimento teológico-pastoral. Quem pede uma bênção “se mostra necessitado da presença salvadora de Deus em sua história”, porque expressa “um pedido de ajuda de Deus, uma súplica por uma vida melhor” (21). Esse pedido deve ser acolhido e valorizado “fora de uma estrutura litúrgica”, quando se encontra “em uma esfera de maior espontaneidade e liberdade” (23). Olhando para elas da perspectiva da piedade popular, “as bênçãos devem ser valorizadas como atos de devoção”. Para conferi-las, portanto, não há necessidade de exigir “perfeição moral prévia” como pré-condição.

Aprofundando essa distinção, com base na resposta do Papa Francisco às dubia dos cardeais publicada em outubro passado, que pedia um discernimento sobre a possibilidade de “formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção errônea do matrimônio” (26), o documento afirma que esse tipo de bênção “é oferecido a todos, sem pedir nada, fazendo com que as pessoas sintam que continuam abençoadas apesar de seus erros e que “o Pai celeste continua a querer o seu bem e a esperar que elas finalmente se abram ao bem” (27).

Existem “várias ocasiões em que as pessoas vêm espontaneamente pedir uma bênção, seja em peregrinações, em santuários, ou mesmo na rua quando encontram um sacerdote”, e tais bênçãos “são dirigidas a todos, ninguém pode ser excluído” (28). Portanto, permanecendo proibido de ativar “procedimentos ou ritos” para esses casos, o ministro ordenado pode unir-se à oração daquelas pessoas que “embora em uma união que de modo algum pode ser comparada ao matrimônio, desejam confiar-se ao Senhor e à sua misericórdia, invocar a sua ajuda, ser guiados a uma maior compreensão do seu plano de amor e de verdade” (30).

O terceiro capítulo da declaração (parágrafos 31-41), portanto, abre a possibilidade dessas bênçãos, que representam um gesto para aqueles que “reconhecendo-se indigentes e necessitados de sua ajuda, não reivindicam a legitimidade de seu próprio status, mas imploram que tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido em suas vidas e relacionamentos seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo” (31). Essas bênçãos não devem ser normalizadas, mas confiadas ao “discernimento prático em uma situação particular” (37). Embora o casal seja abençoado, mas não a união, a declaração inclui entre o que é abençoado o relacionamento legítimo entre as duas pessoas: na “breve oração que pode preceder essa bênção espontânea, o ministro ordenado pode pedir paz, saúde, espírito de paciência, diálogo e ajuda mútua, bem como a luz e a força de Deus para poder cumprir plenamente a sua vontade” (38). Também é esclarecido que, para evitar “qualquer forma de confusão e escândalo”, quando um casal irregular ou do mesmo sexo pede uma bênção, “ela nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união ou mesmo em conexão com eles. Nem mesmo com as roupas, os gestos ou as palavras próprias de um casamento” (39). Esse tipo de bênção “pode encontrar seu lugar em outros contextos, como uma visita a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em um grupo ou durante uma peregrinação” (40).

Por fim, o quarto capítulo (parágrafos 42-45) nos lembra que “mesmo quando o relacionamento com Deus está obscurecido pelo pecado, sempre é possível pedir uma bênção, estendendo a mão a Ele” e desejá-la “pode ser o melhor possível em algumas situações” (43).

Papa Francisco

Imagem extraída de: https://www.poder360.com.br/internacional/vaticano-aprova-bencao-a-casais-do-mesmo-sexo-pela-1a-vez/

– Eugenia, a Ciência do Preconceito

Após ler a reportagem de Karina Ninni, da Revista Superinteressante (pg 78-81, edição Março), fiquei impressionado com o tema tratado: a EUGENIA.

A Eugenia é a ciência do preconceito, ou seja, da purificação das raças. E para quem pensava que isso fosse idéia de Nazistas que defendessem a purificação ariana, engana-se. No Brasil, durante o século XX, muitos cientistas eugênicos velada ou abertamente defenderam um Brasil livre de outras raças diferentes à branca.

Em 1911, durante um Congresso realizado em Londres, o antropólogo brasileiro João Antonio Batista proclamou radiante que em 2010 não haveria mais negros ou índios no país!

Um dos maiores defensores da Eugenia foi Francis Galton (primo de Charles Darwin, da teoria da Evolução), que defendia a crença que a evolução humana dependeria da seleção genética e controle das raças.

No Brasil, os eugenistas verde-amarelos não conseguiram ir adiante, mas chegaram a sonhar com programas similares ao da Alemanha de Hitler: esterilização de “raças inferiores” e sacrifícios de deficientes e inválidos. Na política, infiltrados, tentaram até colocar artigos na Constituição que defendesse a raça branca.

Notadamente, foram pessoas de expressão na sociedade, destacando-se Vital Brazil (fundador do instituto Butantan), Arnaldo Vieira de Carvalho (diretor da Faculdade Paulista de Medicina, hoje da USP), o sanitarista Belisário Penna, o médico Olegário de Moura (que dizia: sanear é eugenizar – imagine essa frase dita hoje!) e o fundador da Sociedade Eugênica Brasileira, o limeirense Renato Kehl, que escreveu mais de 30 livros defendendo a raça branca brasileira.

Felizmente, todas essas ações frustaram-se ao longo do século passado, mas um legado triste pode ser observado: a ainda defesa da discriminação racial por parte de muitos brasileiros.

Algumas frases eugências destacadas da matéria citada:

“O Brasil vem sofrendo, desde a colonização, as consequências da mestiçagem” Renato Kehl

“Os índios, em geral, são muito sôfregos e pouco amigos da disciplina” Oliveira Vianna

“Está provado que casamentos entre raças dão origem a tipos inferiores física, psíquica e moralmente”Nina Rodrigues

“O negro, raça inferior, apresenta uma indiscutível e franca animalidade”Luiz Silva

“Os mulatos são, na maioria, elementos feios e fracos. Apresentam instabilidade de caráter e perturbam o progresso nacional” Renato Kehl

“Deus perdoe esses idiotas racistas”Eu mesmo.

Imagem extraída de: https://www.saopauloinfoco.com.br/sociedade-eugenica-sao-paulo/

– Bandeira contra o Racismo.

Ela tem 85 anos e sua história a tornou um verdadeiro ícone no carnaval carioca. Porta-bandeira da minha querida Portela, por seu bailado de extrema …

Continua em:BANDEIRA CONTRA O RACISMO