– Educação e Fé, Ciência e Religião, Razão e Emoção: conciliam bem nas Escolas ou são contradições?

Uma atual (porém histórica) discussão sempre foi sobre a relação harmoniosa ou não no comportamento social entre a fé e a razão, ou melhor: a religião e a ciência.

Mas quem disse que elas devem ser concorrenciais, e não complementares ou colaborativas no caráter e educação das pessoas (embora poucos pensem assim)? Gosto demais de uma frase de São João Paulo II de que “A Fé e a Razão são assas que nos elevam para o Céu”.

Leio na edição 2582 da Revista Superinteressante, pg 8-9, sobre o debate da religiosidade e crenças dentro das instituições de ensino e pesquisa. Claro que o assunto é bem delicado, pois manter-se livre de proselitismo de crença (como todo professor tem que fazer) não pode ao mesmo tempo “descatequizar” um discente ao passo de transformá-lo em ateu. São coisas distintas, e reforço: desde quando a fé é inimiga da inteligência? Emoção e razão em equilíbrio, para um mundo melhor, por favor.

Algumas coisas discordo e outras concordo, mas gostaria de compartilhar. Abaixo:

LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA. LUGAR DE DEUS É NA IGREJA

As religiões são um pilar fundamental de quase todas as sociedades. Mas elas não devem pautar nem a educação pública, nem os laboratórios.

Por Bruno Vaiano

O método científico é simples. Consiste no que uma criança faz por instinto. Ela observa a areia da praia e percebe que a cor e a textura lembram Nescau ou Toddy. Ela levanta a hipótese de que a areia talvez tenha gosto de achocolatado. Ela testa essa hipótese com um experimento – isto é, comer a areia. O experimento revela que a hipótese está errada. Hora de refinar a hipótese, ou rejeitá-la. E aí partir para uma nova observação, que recomeça o processo (aquela bola de gude parece uma bala. Será uma bala?)

A rotina de um cientista adulto é parecida. Em 2017, 40 biólogos de várias nacionalidades espalharam 3,1 mil lagartinhas verdes de massa de modelar em 31 lugares. Eles queriam testar uma hipótese antiga da ecologia: a de que, em regiões próximas do Equador, há mais aves, mamíferos e insetos atrás de comida (ou, para usar o termo técnico, há mais interações entre espécies). Eles deixavam as presas fake alguns dias na natureza selvagem e depois verificavam se elas haviam sido mordidas. Conclusão? “Uma lagarta próxima aos polos tem oito vezes menos chance de ser mordida que uma lagarta no Equador”, me contou na época Larissa Boesing, da USP. “Para cada grau a mais de latitude, a probabilidade de a lagarta sobreviver intacta aumenta em 2,2%.”

Essa é uma maneira de adquirir conhecimento. Verificar uma hipótese na unha. A outra é consultar alguém que já verificou a hipótese. Quando uma criança faz isso, ela busca uma fonte confiável – a mãe, por exemplo. Um cientista, quando lê a descrição de um experimento realizado por outro cientista, avalia cada passo para saber se pode confiar nas conclusões.

Um cientista usa o conhecimento adquirido por outros cientistas como ponto de partida de seu trabalho. Caso contrário, a ciência seria um empreendimento coletivo estagnado. “Vou estudar uma lua de Júpiter. Vou começar testando pela enésima vez essa hipótese chamada gravidade.” Quando um certo número de crianças testam a mesma hipótese (de que areia teria gosto de Nescau) e chegam à mesma conclusão (de que não tem), forma-se uma teoria. Os cientistas chamam de teoria uma hipótese verificada várias vezes.

A palavra “teoria”, então, tem um significado diferente para a ciência: é uma explicação para algum aspecto da natureza que já foi testada e assinada embaixo. Não tem o significado de “suposição” ou “especulação” que os não cientistas costumam lhe atribuir. A teoria da tectônica de placas de Wegener e Wilson, a teoria da evolução por seleção natural de Darwin e a teoria da relatividade geral de Einstein são aceitas como fatos.

Dogmas, por outro lado, são informações sobre a natureza que não foram confirmadas experimentalmente. A única maneira de justificar a crença em um dogma é o argumento de autoridade: um livro sagrado carrega a palavra de Deus, e ela é indiscutível. Por isso mesmo, o único conhecimento que pode constar do currículo escolar é o científico. Todos têm direito à fé em algum dogma; todos têm direito a ter seu dogma respeitado e o dever de respeitar o dogma alheio.

Mas é essencial que o professor deixe o dogma na porta quando pega o giz. Nenhum professor deve afirmar que areia tem gosto de achocolatado, pois qualquer criança pode verificar que é mentira. Tampouco ele pode dizer que Jesus caminhou sobre as águas, que Deus ditou o Corão a Maomé ou que pular sete ondas para Iemanjá garante sorte. Nenhuma dessas hipóteses provou-se verdadeira. São todas questão de fé – algo profundo e estritamente pessoal.

E isso nos leva a outro problema da religião na escola pública: cada grupo tem a sua religião (principalmente em um país com tanta diversidade cultural como o nosso). Um cristão pode achar engraçado um índio Kaiapó acreditar que uma onça inventou a carne assada. O índio acha engraçado que o cristão acredite em uma mulher virgem que dá à luz. Um professor não tem tempo de abordar cada uma das várias fés que existem no Brasil. Não em pé de igualdade. E, se ele privilegiar uma, obviamente será em detrimento de outra. Alguém sempre acaba desrespeitado. A solução é ater-se à ciência – que vale para todos.

ANALFABETISMO CIENTÍFICO

Outro motivo para que o ensino público atenha-se à ciência é o maior déficit do País: o de conhecimento. Nossos estudantes ignoram fatos científicos básicos. 40% dos jovens entre 15 e 16 anos declaram não saber se o ser humano foi vítima de dinossauros carnívoros (a resposta é não). 44% não sabem que o planeta Terra tem 4,5 bilhões de anos de idade. Um terço acha falsa a afirmação de que o homem descende de outra espécie de primata. Os dados são de um estudo de 2015 com 2.404 alunos da rede pública de todo o Brasil.

Uma sociedade de analfabetos científicos é incapaz de combater, por exemplo, problemas de saúde pública. A versão resistente a antibióticos do bacilo de Koch, que é consequência da evolução por seleção natural, mata 250 mil pessoas por ano, segundo a OMS. Essa tuberculose anabolizada não distingue crentes e ateus. Sem a tectônica de placas de Wegener e Wilson, por sua vez, é impossível estudar terremotos, vulcões e tsunâmis – como o que matou 429 pessoas na Indonésia em dezembro. O bom das teorias é que elas valem até para quem não acredita nelas. Assim, permitem entender o mundo e torná-lo melhor.

Perceba que alfabetização científica não tem a ver com ser ou não ateu. 8% das teses e dissertações do departamento de biologia da USP contêm agradecimentos a Deus na dedicatória. Na veterinária, sobe para 38%. O biólogo Antonio Carlos Marques, que levantou esses dados, me confessou em 2016: “Eu entendo a necessidade pessoal de explicações metafísicas, mas como é que o próprio aluno não sente o conflito dentro de si quando religião e ciência se encontram?” De fato, é um conflito. Mas não há por que cobrar ateísmo de todo cientista. Cabe ao profissional entender-se com a própria consciência, contanto que ele separe aquilo que é fé daquilo que é fato.

E isso vale para todos os brasileiros. Este texto não advoga contra a fé nem pede que ninguém a deixe de lado. Só é preciso concordar que a religião, seja ela qual for, não pode interferir em políticas públicas de educação, de ciência ou de tecnologia. A separação entre Igreja e Estado, afinal, é como a teoria da evolução: sempre dá certo quando é testada. Deixá-la para trás a essa altura seria um retrocesso – um recuo tão grande quanto se voltássemos todos a comer areia.

Imagem extraída de: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conflito-entre-fe-razao.htm

– Conselhos para escrever bem!

Muito bom: Steven Pinker, autor do best seller “A loja do estilo- o guia da pessoa pensante para escrever no século XXI” dá 6 boas dicas para escrever:

1) seja coloquial e visual (imagine que o leitor é tão capaz quanto você, mas não sabe tudo o que você sabe);

2) não confie apenas em si para avaliar a clareza (parece contraditório com a dica anterior, mas pense que nem todos são como você);

3) não esconda o principal (não tente ser inteligente demais, procure ser claro no assunto a ser tratado);

4) não é preciso seguir as regras de correção, mas é bom tentar (licenças criativas são boas, mas avalie quando se deve quebrá-las);

5) leia, leia, leia (simples: leia muito!);

6) revise sempre (releia quantas vezes for necessário para que o leitor tenha tranquilidade de entender).

Imagem extraída de: https://super.abril.com.br/comportamento/como-escrever-bem/, crédito:  erhui1979/iStock

– Repost: Ainda existe trote em Faculdade? Os 10 mais violentos:

Republicação, mas atual:

Em meados dos anos 90, cursei minha faculdade em Administração de Empresas. Uma época maravilhosa (tanto que me impulsionou a continuar estudando e depois lecionando). E quando fui “bixo”, o trote sofrido foi tenebroso!

No ano seguinte, ávido pela tradicional brincadeira, o trote aos calouros foi proibido. E eu, já na condição de veterano, entendi que era exagero da instituição.

Agora, bem maduro, tenho certeza absoluta: que bobagem são os trotes universitários! Arrancar a roupa do novo aluno, pintá-lo, fazê-lo pedir dinheiro no semáforo para pagar cerveja? Pra quê?

Sou a favor do “trote solidário”, optativo e não forçoso, com a finalidade de doação de sangue, recolhimento de alimentos, ajuda a entidades carentes.

Trote abusivo, além de ser bullying, não está com nada.

Aliás, quer saber quais foram os trotes mais violentos registrados no Brasil?

Compartilho,

Extraído de: https://mundoestranho.abril.com.br/cotidiano/quais-foram-os-trotes-mais-crueis-do-brasil/

OS 10 TROTES MAIS CRUÉIS DO BRASIL

Por Mariana Nadai

O primeiro trote universitário no país, em 1831, acabou em morte na Faculdadede Direito de Olinda. Desde então, a maioria das instituições proibe a prática, mas o ritual continua e, em muitos casos, com bastante violência. Abaixo, em ordem:

10. Pegando Pesado
Faculdade: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Curso: Engenharia
Ano: 1993
A festa de recepção aos calouros em Guaratinguetá, no vale do Paraíba, se transformou em momentos de horror para um dos estudantes recém-ingressos na instituição. O garoto foi humilhado na frente de todos pelos veteranosdo curso. Durante o evento, ele foi agredido pelos colegas e obrigado a amarrar um peso de 7 kg nos seus órgãos genitais.Logo após a violência, ele abandonou a faculdade.

9. Trote picado
Faculdade: Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Curso: Agronomia
Ano: 2006
No interior de Minas Gerais, um calouro foi despido e coberto de tinta. Não contentes, os veteranos ainda o obrigaram a deitar sobre um formigueiro. O estudante recebeu mais de 250 picadas e foi internado. A UFU expulsou dois alunos e suspendeu outros 13. Um deles tentou recorrer da decisão, explicando que o trote foi realizado fora do campus, mas não obteve sucesso.

8. Obedece ou apanha
Faculdade: Centro Universitário de Araraquara (Uniara)
Curso: Diversos
Ano: 2000
Após recusarem ter seus cabelos raspados durante a recepção, dois novatos foram agredidos por veteranos da instituição, em Araraquara. Eles receberem chutes na cabeça e foram hospitalizados com vários ferimentos. Um deles recebeu alguns pontos na boca e o outro sofreu amnésia temporária. Traumatizados, os alunos deixaram de frequentar a universidade pelo resto do ano.

7. Surpresa quente
Faculdade: Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (Unifeb)
Curso: Diversos
Ano: 2010
Sete estudantes da universidade em Barretos, interior de São Paulo, foram recebidos com jatos de creolina – um desinfetante industrial altamente corrosivo.Todos sofreram queimaduras de primeiro grau. O caso foi investigado pela polícia, mas acabou arquivado pelo Ministério Público de São Paulo um mês depois.

6. Bebida em excesso
Faculdade Universidade Federal de Rio Grande (Furg)
Curso: Engenharia da Computação
Ano: 2010
O trote é proibido na instituição desde 2004, mas os estudantes costumam dar as festas de boas-vindas fora da universidade. E, em uma das comemorações, que aconteceu a 50 m do campus, os veteranos passaram dos limites e forçaram dois calouros a ingerir uma quantidade exagerada de bebida. Os garotos entraram em coma alcoólico e foram internados.

5. Tarefas desumanas
Faculdade: Centro Universitário Anhanguera Educacional
Curso: Medicina veterinária
Ano: 2009
Em Leme, interior deSão Paulo, um calouro foi chicoteado, forçado a beber pinga e a rolar em excremento de animais, além de ser amarrado a um poste e sofrer agressões. O garoto entrou em coma alcoólico e, abandonado na rua, foi internado como indigente. Ele deixou a universidade, que abriu uma sindicância para apurar o caso.

4. Durante o sono
Faculdade: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Curso: Medicina
Ano: 1998
Um rapaz teve fogo ateado em seu corpo durante o Mata-Toma, tradicional festa de recepção de calouros, em Sorocaba. Após passar pelas repúblicas para beber, o garoto parou para descansar em um sofá. Enquanto dormia, outros estudantes resolveram abusar dele, colocando fogo em suas roupas. Ele teve 25% do corpo queimado. O caso levou à expulsão de cinco alunos envolvidos.

3. Passou dos limites
Faculdade Universidadede Mogi das Cruzes
Curso: Jornalismo
Ano: 1980
Em Mogi das Cruzes, município da grande São Paulo, um trote acabou em tragédia. Um calouro estava no trem da estação Estudantes, que liga a cidade à capital paulista, quando foi abordadopor um veterano da universidade. Ao proibir que cortassem seu cabelo, o rapaz foi espancado até entrar em coma. Ele não resistiu aos ferimentos.O agressor foi condenadoa cinco anos de prisão.

2. Banho da morte
Faculdade: Pontifícia Universidade Católica deSão Paulo (PUC-SP)
Curso: Medicina
Ano: 1962
Durante a festa de recepção, um dos novatos foi pego pelos veteranos do curso para uma “brincadeira” de boas-vindas. Forçado a se despir completamente, o garoto foi obrigado a entrar em um barril cheio de água misturada com cal. O estudante teve boa parte do corpo queimada e acabou morrendo. Três anos depois do incidente, em 1965, a PUC proibiu o trote na instituição.

1. Forçando a barra
Faculdade: Universidade de SãoPaulo (USP)
Curso: Medicina
Ano: 1999
O caso mais emblemático de trote violento aconteceu há 13 anos na USP. Um dia após a festa de recepção, o calouro Edison Tsung Chi Hsueh foi encontrado morto no fundo da piscina da instituição. Após ser pintado, Edison seguiu, junto com outros calouros, para a atlética da USP, onde teria sido forçado a entrar na piscina sem saber nadar. Quatro estudantes foram acusados pela morte do rapaz. Eles foram denunciados pelo Ministério Público, mas o caso foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça por falta de provas e os estudantes foram inocentados.

FONTES: Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo; Sites: antitrote.org, guiadoscuriosos.com.br, conjur.com.br, guiadoestudante.abril.com.br

Vale a pena participar do trote na faculdade?

Imagem extraída de: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/vale-a-pena-participar-do-trote-na-faculdade

– Estamos ficando menos inteligentes?

Compartilho essa excelente matéria: nossa sociedade está ficando menos inteligente, ou é uma falsa impressão?

Se sim, quais os motivos? Se não, por quê isso acontece?

Abaixo, extraído de: https://super.abril.com.br/especiais/a-era-da-burrice/

A ERA DA BURRICE

Você já teve a impressão de que as pessoas estão ficando mais burras? Talvez não seja só impressão. Estudos indicam que a inteligência humana começou a cair

por Bruno Garattoni e Eduardo Szklarz

Discussões inúteis, intermináveis, agressivas. Gente defendendo as maiores asneiras, e se orgulhando disso. Pessoas perseguindo e ameaçando as outras. Um tsunami infinito de informações falsas. Reuniões, projetos, esforços que dão em nada. Decisões erradas. Líderes políticos imbecis. De uns tempos para cá, parece que o mundo está mergulhando na burrice. Você já teve essa sensação? Talvez não seja só uma sensação. Estudos realizados com dezenas de milhares de pessoas, em vários países, revelam algo inédito e assustador: aparentemente, a inteligência humana começou a cair.

Os primeiros sinais vieram da Dinamarca. Lá, todos os homens que se alistam no serviço militar são obrigados a se submeter a um teste de inteligência: o famoso, e ao mesmo tempo misterioso, teste de QI (mais sobre ele daqui a pouco). Os dados revelaram que, depois de crescer sem parar durante todo o século 20, o quociente de inteligência dos dinamarqueses virou o fio, e em 1998 iniciou uma queda contínua: está descendo 2,7 pontos a cada década.

A mesma coisa acontece na Holanda (onde tem sido observada queda de 1,35 ponto por década), na Inglaterra (2,5 a 3,4 pontos de QI a menos por década, dependendo da faixa etária analisada), e na França (3,8 pontos perdidos por década). Noruega, Suécia e Finlândia – bem como Alemanha e Portugal, onde foram realizados estudos menores – detectaram efeito similar.

“Há um declínio contínuo na pontuação de QI ao longo do tempo. E é um fenômeno real, não um simples desvio”, diz o antropólogo inglês Edward Dutton, autor de uma revisão analítica(1) das principais pesquisas já feitas a respeito.

A regressão pode parecer lenta; mas, sob perspectiva histórica, definitivamente não é. No atual ritmo de queda, alguns países poderiam regredir para QI médio de 80 pontos, patamar definido como “baixa inteligência”, já na próxima geração de adultos.

Não há dados a respeito no Brasil, mas nossos indicadores são terríveis. Um estudo realizado este ano pelo Ibope Inteligência com 2 mil pessoas revelou que 29% da população adulta é analfabeta funcional, ou seja, não consegue ler sequer um cartaz ou um bilhete. E o número de analfabetos absolutos, que não conseguem ler nada, cresceu de 4% para 8% nos últimos três anos (no limite da margem de erro da pesquisa, 4%).

Nos países desenvolvidos, o QI da população tem caído até 3,8 pontos por década.

No caso brasileiro, a piora pode ser atribuída à queda nos investimentos em educação, que já são baixos (o País gasta US$ 3.800 anuais com cada aluno do ensino básico, menos da metade da média das nações da OCDE) e têm caído nos últimos anos.

Mas como explicar a aparente proliferação de burrice mesmo entre quem foi à escola? E a queda do QI nos países desenvolvidos? O primeiro passo é entender a base da questão: o que é, e como se mede, inteligência.

O primeiro teste de QI (quociente de inteligência) foi elaborado em 1905 pelos psicólogos franceses Alfred Binet e Théodore Simon, para identificar crianças com algum tipo de deficiência mental. Em 1916, o americano Lewis Terman, da Universidade Stanford, aperfeiçoou o exame, que acabou sendo adaptado e usado pelos EUA, na 1a Guerra Mundial, para avaliar os soldados.

Mas o questionário tinha vários problemas – a começar pelo fato de que ele havia sido desenvolvido para aferir deficiência mental em crianças, não medir a inteligência de adultos. Inconformado com isso, o psicólogo romeno-americano David Wechsler resolveu começar do zero.

E, em 1955, publicou o WAIS: Wechsler Adult Intelligence Scale, exame que se tornou o teste de QI mais aceito entre psicólogos, psiquiatras e demais pesquisadores da cognição humana (só neste ano, foi utilizado ou citado em mais de 900 estudos sobre o tema).

Ele leva em média 1h30, e deve ser aplicado por um psiquiatra ou psicólogo. Consiste numa bateria de perguntas e testes que avaliam 15 tipos de capacidade intelectual, divididos em quatro eixos: compreensão verbal, raciocínio, memória e velocidade de processamento.

Isso inclui testes de linguagem (o psicólogo diz, por exemplo: “defina a palavra abstrato”, e aí avalia a rapidez e a complexidade da sua resposta), conhecimentos gerais, aritmética, reconhecimento de padrões (você vê uma sequência de símbolos, tem de entender a relação entre eles e indicar o próximo), memorização avançada, visualização espacial – reproduzir formas 3D usando blocos de madeira – e outros exercícios.

O grau de dificuldade do exame é cuidadosamente calibrado para que a média das pessoas marque de 90 a 110 pontos. Esse é o nível que significa inteligência normal, média. Se você fizer mais de 130 pontos, é enquadrado na categoria mais alta, de inteligência “muito superior” (a pontuação máxima é 160).

Mas é preciso encarar esses números em sua devida perspectiva. O teste de QI não diz se uma pessoa vai ter sucesso na vida, nem determina seu valor como indivíduo. Não diz se você é sensato, arguto ou criativo, entre outras dezenas de habilidades intelectuais que um ser humano pode ter.

O que ele faz é medir a cognição básica, ou seja, a sua capacidade de executar operações mentais elementares, que formam a base de todas as outras. É um mínimo denominador comum. E, por isso mesmo, pode ajudar a enxergar a evolução (ou involução) da inteligência.

Ao longo do século 20, o QI aumentou consistentemente no mundo todo – foram três pontos a mais por década, em média. É o chamado “efeito Flynn”, em alusão ao psicólogo americano James Flynn, que o identificou e documentou. Não é difícil entender essa evolução. Melhore a saúde, a nutrição e a educação das pessoas, e elas naturalmente se sairão melhor em qualquer teste de inteligência.

O QI da população japonesa, por exemplo, chegou a crescer 7,7 pontos por década após a 2a Guerra Mundial; uma consequência direta da melhora nas condições de vida por lá. Os cientistas se referem ao efeito atual, de queda na inteligência, como “efeito Flynn reverso”. Como explicá-lo?

Involução natural

A primeira hipótese é a mais simples, e a mais polêmica também. “A capacidade cognitiva é fortemente influenciada pela genética. E as pessoas com altos níveis dela vêm tendo menos filhos”, afirma o psicólogo Michael Woodley, da Universidade de Umeå, na Suécia. Há décadas a ciência sabe que boa parte da inteligência (a maioria dos estudos fala em 50%) é hereditária.

E levantamentos realizados em mais de cem países, ao longo do século 20, constataram que há uma relação inversa entre QI e taxa de natalidade. Quanto mais inteligente uma pessoa é, menos filhos ela acaba tendo, em média.

Some uma coisa à outra e você concluirá que, com o tempo, isso tende a reduzir a proporção de pessoas altamente inteligentes na sociedade. Trata-se de uma teoria controversa, e com razão. No passado, ela levou à eugenia, uma pseudociência que buscava o aprimoramento da raça humana por meio de reprodução seletiva e esterilização de indivíduos julgados incapazes. Esses horrores ficaram para trás. Hoje ninguém proporia tentar “melhorar” a sociedade obrigando os mais inteligentes a ter mais filhos – ou impedindo as demais pessoas de ter.

Mas isso não significa que a matemática das gerações não possa estar levando a algum tipo de declínio na inteligência básica. Inclusive pela própria evolução da sociedade, que tornou a vida mais fácil.

“Um caçador-coletor que não pensasse numa solução para conseguir comida e abrigo provavelmente morreria, assim como seus descendentes”, escreveu o biólogo Gerald Crabtree, da Universidade Stanford, em um artigo recente. “Já um executivo de Wall Street que cometesse um erro similar poderia até receber um bônus.”

Crabtree é um radical. Ele acha que a capacidade cognitiva pura, ou seja, o poder que temos de enfrentar um problema desconhecido e superá-lo, atingiu o ápice há milhares de anos e de lá para cá só caiu – isso teria sido mascarado pela evolução tecnológica, em que as inovações são realizadas por enormes grupos de pessoas, não gênios solitários. Outros pesquisadores, como Michael Woodley, endossam essa tese: dizem que o auge da inteligência individual ocorreu há cerca de cem anos.

Os fatos até parecem confirmar essa tese (Einstein escreveu a Relatividade sozinho; já o iPhone é projetado por milhares de pessoas, sendo 800 engenheiros trabalhando só na câmera), mas ela tem algo de falacioso. A humanidade cria e produz coisas cada vez mais complexas – e é por essa complexidade, não por uma suposta queda de inteligência individual, que as grandes invenções envolvem o trabalho de mais gente.

Da mesma forma, as sociedades modernas permitem que cada pessoa abrace uma profissão e se especialize nela, deixando as demais tarefas para outros profissionais, ou a cargo de máquinas.

E não há nada de errado nisso. Mas há quem diga que o salto tecnológico dos últimos 20 anos, que transformou nosso cotidiano, possa ter começado a afetar a inteligência humana. Talvez aí esteja a explicação para o “efeito Flynn reverso” – que começou justamente nesse período, e se manifesta em países desenvolvidos onde o padrão de vida é mais igualitário e estável (sem diferenças ou oscilações que possam mascarar a redução de QI).

“Hoje, crianças de 7 ou 8 anos já crescem com o celular”, diz Mark Bauerlein, professor da Universidade Emory, nos EUA, e autor do livro The Dumbest Generation (“A Geração Mais Burra”, não lançado em português). “É nessa idade que as crianças deveriam consolidar o hábito da leitura, para adquirir vocabulário.”

Pode parecer papo de ludita, mas há indícios de que o uso de smartphones e tablets na infância já esteja causando efeitos negativos. Na Inglaterra, por exemplo, 28% das crianças da pré-escola (4 e 5 anos) não sabem se comunicar utilizando frases completas, no nível que seria normal para essa idade. Segundo educadores, isso se deve ao tempo que elas ficam na frente de TVs, tablets e smartphones.

O problema é considerado tão grave que o governo anunciou um plano para reduzir esse índice pela metade até 2028 – e o banimento de smartphones nas escolas é uma das medidas em discussão. O efeito também já é observado em adolescentes. Nos dois principais exames que os americanos fazem para entrar na faculdade, o SAT e o ACT, o desempenho médio vem caindo. Em 2016, a nota na prova de interpretação de texto do SAT foi a mais baixa em 40 anos.

As pessoas nunca leram e escreveram tanto; mas estão lendo e escrevendo coisas curtíssimas, em seus smartphones. Um levantamento feito pela Nokia constatou que os americanos checam o celular em média 150 vezes por dia. Dá uma vez a cada seis minutos, ou seja, é como se fosse um fumante emendando um cigarro no outro.

E esse dado é de 2013; hoje, é provável que o uso seja ainda maior. A onda já preocupa até a Apple e o Google, que estão incluíndo medidores de uso nas novas versões do iOS e do Android – para que você possa saber quantas vezes pega o seu smartphone, e quanto tempo gasta com ele, a cada dia.

A mera presença do celular, mesmo desligado, afeta nossa capacidade de raciocinar. Adrian Ward, professor da Universidade do Texas, constatou isso ao avaliar o desempenho de 548 estudantes(3) em três situações: com o celular na mesa, virado para baixo; com o aparelho no bolso ou na bolsa; e com o celular em outra sala.

Em todos os casos, o celular ficou desligado. Mas quanto mais perto ele estava da pessoa, pior o desempenho dela. “Você não está pensando no celular. Mas ele consome parte dos recursos cognitivos. É como um dreno cerebral”, conclui Ward.

Cada brasileiro gasta 3h39 min por dia nas redes sociais

Outra hipótese é que o uso intensivo das redes sociais, que são projetadas para consumo rápido (passamos poucos segundos lendo cada post) e consomem boa parte do tempo (cada brasileiro gasta 3h39 min por dia nelas, segundo pesquisa feita pela empresa GlobalWebIndex), esteja corroendo nossa capacidade de prestar atenção às coisas.

Você já deve ter sentido isso: parece cada vez mais difícil ler um texto, ou até mesmo ver um vídeo do YouTube, até o final. E quando assistimos a algo mais longo, como um filme ou uma série do Netflix, geralmente nos esquecemos logo. São duas faces da mesma moeda. Levar no bolso a internet, com seu conteúdo infinito, baniu o tédio da vida humana. Mas, justamente por isso, também pode ter nos tornado mais impacientes, menos capazes de manter o foco.

Se prestamos menos atenção às coisas, elas obrigatoriamente têm de ser mais simples. E esse efeito se manifesta nos campos mais distintos, da música aos pronunciamentos políticos. Cientistas do Instituto de Pesquisa em Inteligência Artificial (IIIA), na Espanha, analisaram em computador 460 mil faixas lançadas nos últimos 50 anos, e concluíram(4) que a música está se tornando menos complexa e mais homogênea. Houve uma redução de 60% na quantidade de timbres (com menor variedade de instrumentos e técnicas de gravação), e de 50% na faixa dinâmica (variação de volume entre as partes mais baixas e mais altas de cada música). Tudo soa mais parecido – e mais simples.

Essa simplificação também é visível no discurso político. Um estudo da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, constatou que os políticos americanos falam como crianças(5). A pesquisa analisou o vocabulário e a sintaxe de cinco candidatos à última eleição presidencial (Donald Trump, Hillary Clinton, Ted Cruz, Marco Rubio e Bernie Sanders), e constatou que seus pronunciamentos têm o nível verbal de uma criança de 11 a 13 anos.

Os pesquisadores também analisaram os discursos de ex-presidentes americanos, e encontraram um declínio constante. Abraham Lincoln se expressava no mesmo nível de um adolescente de 16 anos. Ronald Reagan, 14. Obama e Clinton, 13. Trump, 11. (O lanterna é George W. Bush, com vocabulário de criança de 10 anos.)

Isso não significa que os músicos sejam incompetentes e os políticos sejam burros. Eles estão sendo pragmáticos, e adaptando suas mensagens ao que seu público consegue entender – e, principalmente, está disposto a ouvir. Inclusive porque esse é outro pilar da burrice moderna: viver dentro de uma bolha que confirma as próprias crenças, e nunca mudar de opinião. Trata-se de um comportamento irracional, claro. Mas, como veremos a seguir, talvez a própria razão não seja assim tão racional.

Os limites da razão

Você certamente já discutiu com uma pessoa irracional, que manteve a própria opinião mesmo diante dos argumentos mais irrefutáveis. É um fenômeno normal, que os psicólogos chamam de “viés de confirmação”: a tendência que a mente humana tem de abraçar informações que apoiam suas crenças, e rejeitar dados que as contradizem.

Isso ficou claro num estudo famoso, e meio macabro, realizado em 1975 na Universidade Stanford. Cada participante recebeu 25 bilhetes suicidas (que as pessoas deixam antes de se matar), e tinha que descobrir quais deles eram verdadeiros e quais eram falsos. Alguns voluntários logo identificavam os bilhetes de mentirinha, forjados pelos cientistas. Outros quase sempre se deixavam enganar. Então os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: um só com as pessoas que haviam acertado muito, e outro só com os que tinham acertado pouco.

Só que era tudo uma pegadinha. Os cientistas haviam mentido sobre a pontuação de cada pessoa. Eles abriram o jogo sobre isso, e então pediram que cada voluntário avaliasse o próprio desempenho.

Aí aconteceu o seguinte. Quem havia sido colocado no “grupo dos bons” continuou achando que tinha ido bem (mesmo nos casos em que, na verdade, havia ido mal); já os do outro grupo se deram notas baixas, fosse qual fosse sua nota real. Conclusão: a primeira opinião que formamos sobre uma coisa é muito difícil de derrubar – mesmo com dados concretos.

Esse instinto de “mula empacada” afeta até os cientistas, como observou o psicólogo Kevin Dunbar, também de Stanford. Ao acompanhar a rotina de um laboratório de microbiologia durante um ano, ele viu que os cientistas iniciam suas pesquisas com uma tese e depois fazem testes para comprová-la, desconsiderando outras hipóteses.

“Pelo menos 50% dos dados encontrados em pesquisas são inconsistentes com a tese inicial. Quando isso acontece, os cientistas refazem o experimento mudando detalhes, como a temperatura, esperando que o dado estranho desapareça”, diz Dunbar. Só uma minoria investiga resultados inesperados (justamente o caminho que muitas vezes leva a grandes descobertas).

O cérebro luta para manter nossas opiniões – mesmo que isso signifique ignorar os fatos.

Quanto mais comprometido você está com uma teoria, mais tende a ignorar evidências contrárias. “Há informações demais à nossa volta, e os neurônios precisam filtrá-las”, afirma Dunbar. Há até uma região cerebral, o córtex pré-frontal dorsolateral, cuja função é suprimir informações que a mente considere “indesejadas”.

Tem mais: nosso cérebro libera uma descarga de dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer, quando recebemos informações que confirmam nossas crenças. Somos programados para não mudar de opinião. Mesmo que isso signifique acreditar em coisas que não são verdade.

Nosso cérebro é tão propenso à irracionalidade que há quem acredite que a própria razão como a conhecemos (o ato de pensar fria e objetivamente, para encontrar a verdade e resolver problemas) simplesmente não exista. “A razão tem duas funções: produzir motivos para justificar a si mesmo e gerar argumentos para convencer os demais”, dizem os cientistas cognitivos Hugo Mercier e Dan Sperber, da Universidade Harvard, no livro The Enigma of Reason (“O Enigma da Razão”, não lançado em português). Eles dizem que a razão é relativa, altera-se conforme o contexto, e sua grande utilidade é construir acordos sociais – custe o que custar.

Na pré-história, isso fazia todo o sentido. Nossos ancestrais tinham de criar soluções para problemas básicos de sobrevivência, como predadores e falta de alimento, mas também precisavam lidar com os conflitos inerentes à vida em bando (se eles não se mantivessem juntos, seria difícil sobreviver).

Só que o mundo de hoje, em que as pessoas opinam sobre todos os assuntos nas redes sociais, deu um nó nesse instrumento. “Os ambientes modernos distorcem a nossa habilidade de prever desacordos entre indivíduos. É um dos muitos casos em que o ambiente mudou rápido demais para que a seleção natural pudesse acompanhar”, dizem Mercier e Sperber.

Para piorar, a evolução nos pregou outra peça, ainda mais traiçoeira: quase toda pessoa se acha mais inteligente que as outras. Acha que toma as melhores decisões e sabe mais sobre rigorosamente todos os assuntos, de política a nutrição.

É o chamado efeito Dunning-Kruger, em alusão aos psicólogos americanos David Dunning e Justin Kruger, autores dos estudos que o comprovaram. Num deles, 88% dos entrevistados disseram dirigir melhor que a média. Em outro, 32% dos engenheiros de uma empresa afirmaram estar no grupo dos 5% mais competentes.

Pesquisas posteriores revelaram que, quanto mais ignorante você é sobre um tema, mais tende a acreditar que o domina. No tempo das savanas, isso podia até ser bom. “A curto prazo, dá mais autoconfiança”, afirma Dunning. Agora aplique essa lógica ao mundo de hoje, e o resultado será o mar de conflitos que tomou conta do dia a dia. A era da cizânia – e da burrice.

Ela pode ser desesperadora. Mas nada indica que seja um caminho sem volta. Nos 300 mil anos da história do Homo sapiens, estamos apenas no mais recente – e brevíssimo – capítulo. Tudo pode mudar; e, como a história ensina, muda. Inclusive porque a inteligência humana ainda não desapareceu. Ela continua viva e pronta, exatamente no mesmo lugar: dentro das nossas cabeças.

Fontes:
(1) The negative Flynn Effect: A systematic literature review. Edward Dutton e outros, Ulster Institute for Social Research, 2016.

(2) IQ and fertility: A cross-national study. Steven M. Shatz, Hofstra University, 2007.

(3) Brain Drain: The Mere Presence of One’s Own Smartphone Reduces Available Cognitive Capacity. Adrian F. Ward e outros, Universidade do Texas, 2017

(4) Measuring the Evolution of Contemporary Western Popular Music. Joan Serrà e outros, Spanish National Research Council, 2012

(5) A Readability Analysis of Campaign Speeches from the 2016 US Presidential Campaign. Elliot Schumacher e Maxine Eskenazi, Carnegie Mellon University, 2016.

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Ilustração/Jonatan Sarmento/Superinteressante

– Você usa ou sabe o que é Storytelling?

Uma técnica de fixação e ensinamento muito usada por oradores tem sido recomendada por especialistas: é o “contar histórias / parábolas / contos em geral”!

Mais sobre storytelling,

Extraído de: https://economia.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/reinaldo-polito/2018/01/16/storytelling-contar-historias-vantagens-riscos.htm?utm_content=geral&utm_campaign=twt-noticias&utm_source=t.com&utm_medium=social

STORYTELLING AJUDA A COMUNICAÇÃO; VEJA COMO CONTAR HISTÓRIAS E EVITAR ERROS

Por Reinaldo Polito

Uma técnica utilizada há milhares de anos virou moda: storytelling, uma forma de transmitir uma mensagem de maneira eficiente por meio de histórias. Com certeza, quem mais soube comunicar o que desejava a partir de histórias foi Jesus Cristo. Passados mais de 2.000 anos, todos os dias, no mundo inteiro, pessoas recorrem às suas parábolas para comunicar a palavra de Deus.

Profissionais de todas as atividades estão aprendendo a contar histórias para criar, promover e até recuperar marcas. Para atingir esses objetivos, eles se valem de todos os meios de que possam lançar mão: desde apresentações com ou sem apoio de recursos visuais até de mídias sociais, vídeos, interpretações teatralizadas etc.

A ESCOLHA CERTA

A escolha dependerá dos meios que estiverem à disposição, mas, principalmente, que sejam os mais adequados às características e anseios dos ouvintes ou leitores. Quanto maior for a conjugação entre os meios utilizados, o público a ser atingido e o contexto da exposição, melhores serão os resultados alcançados.

Você poderá lançar mão de diversos tipos de histórias. Todos podem apresentar ótimos resultados. Tudo dependerá dos objetivos a serem conquistados e das circunstâncias que cercam a apresentação. O mais conhecido e mais utilizado é a “jornada do herói”.

A JORNADA DO HERÓI

Todas as vezes em que se fala em contar histórias, de maneira geral, esse é o tipo que surge em primeiro lugar. Tanto assim que algumas pessoas chegam a pensar que todas as histórias precisariam necessariamente passar pela sequência da “jornada do herói”. Para ilustrar vamos ver quais são suas etapas:

1) A pessoa leva uma vida normal até o momento em que é convocada para uma aventura.

2) A pessoa não deseja ir. Resiste à convocação.

3) Surge, então, alguém que a estimula e a anima a aceitar a missão.

4) A partir desse instante, é obrigada a enfrentar obstáculos, desafios e problemas.

5) Precisa, portanto, se preparar para uma mudança radical.

6) Vence os obstáculos, desafios e problemas.

7) Cumprida a missão, retorna à vida normal e serve de exemplo inspirador para outras pessoas.

Se você nunca teve contato com essa sequência, provavelmente estará surpreso com a quantidade de livros que leu e de filmes a que assistiu seguindo exatamente as etapas que acabamos de descrever. A associação com as histórias que conhece ajuda bastante no entendimento dessa técnica.

Todos os tipos de histórias seguem mais ou menos a mesma linha: as dificuldades que a pessoa enfrenta em determinadas circunstâncias para conquistar a torcida e a solidariedade dos ouvintes ou dos leitores. Em alguns casos o protagonista é um despreparado, mas vence essas dificuldades, revelando a luta para se superar, até servir de exemplo para outras pessoas.

Outro tipo de sequência mostra que a personagem tem adversários comuns com os ouvintes ou leitores. É a luta dela contra esses inimigos identificados.  Só que a pessoa é enganada, e, sem saber, age mal. Parece se distanciar daqueles que torciam por ela. No final, fica claro que não estava do outro lado da trincheira, mas que esteve sempre comprometida com a causa de quem desejava desde o início estar ao seu lado.

Se pensarmos bem, as sequências são simples e fáceis de serem apreendidas. A partir do instante em que deixamos apenas de acompanhar as histórias e começamos a observar como foram arquitetadas, passamos a criar um repertório que poderá ser usado nas mais distintas oportunidades.

INGREDIENTES FUNDAMENTAIS DE UMA BOA HISTÓRIA

1) Tem começo, meio e fim. Nada diferente do que aprendemos desde a época dos primeiros anos escolares: uma história precisa ter início, desenvolvimento e conclusão. Parece (e é) tão elementar, mas muitos se esquecem de seguir essa regra.

2) Mostra os momentos em que tudo transcorre normalmente, mas algum fato rompe esse equilíbrio. Surgem os conflitos, os obstáculos, os problemas.

3) Conquista a torcida das pessoas para que os problemas sejam superados. Elas devem se identificar de tal forma com os desafios da personagem que sentem os problemas como se estivessem no seu lugar.

4) Revela como esses desafios são vencidos com lutas, sacrifícios e determinação. Para que a torcida das pessoas seja ainda mais intensa, em certos momentos poderá surgir a dúvida se terá ou não forças para que os grandes obstáculos sejam ultrapassados.

5) Deixa no final uma reflexão para que as pessoas retirem da história algum ensinamento. A vantagem de deixar essa conclusão por conta dos ouvintes ou leitores é que aceitem a mensagem sem terem a impressão de que ela lhes foi imposta.

Estando os ouvintes envolvidos com a história, torna-se mais simples fazer com que façam a associação com a mensagem que você deseja transmitir. Além de ampliar as chances de que aceitem sua proposta, a história tem a virtude de impregnar a mente das pessoas de tal forma que, em alguns casos, nunca mais se esquecem do que acompanharam.

ERROS NA UTILIZAÇÃO DO STORYTELLING

1) História contada só para ser contada: De nada adiantará contar uma história, mesmo que seja excelente, se ficar claro que ela foi narrada apenas como artifício, como se fosse um nariz de cera, usado para se encaixar em qualquer circunstância. Quando isso ocorre, quase sempre, o resultado da apresentação é negativo.

2) História fora de contexto: Esse equívoco guarda certa semelhança com o anterior. Só que nesse caso, a história pode ter um objetivo definido e ser escolhida para atender a essa finalidade, mas fica tão fora de contexto que mais atrapalha que ajuda o entendimento das pessoas. Quem ouve ou lê a história até gosta e se envolve com a narrativa, mas não consegue enxergar sua utilidade no contexto da mensagem.

3) História conhecida e surrada pelo uso excessivo: Principalmente no início, quando as pessoas começam a praticar o storytelling, elas se valem de histórias que ouvem aqui e ali, em particular aquelas contadas reiteradamente nas palestras. Por ser a história sem ineditismo, ao invés de motivar os ouvintes ou leitores, provoca desinteresse. Por isso, cuidado com o uso de histórias, filmes e ilustrações que já não apresentam nenhuma novidade.

4) História longa: Por mais interessante que seja uma história, se for longa, poderá cansar e até aborrecer as pessoas. Nesse caso, além de afastar os ouvintes ou leitores da narrativa em si, os desvia também do objetivo da mensagem. Por isso, desenvolva o hábito de resumir suas histórias. Basta lembrar que um bom anúncio comercial consegue contar histórias atraentes em apenas 30 segundos.

Se o que pretende contar consumir cinco minutos, procure reduzir para dois a três minutos. Se, pelo contexto da apresentação, a história tiver de ser mais longa, por exemplo, acima de dez minutos, pode ter certeza de que, com bom planejamento e ensaios, conseguirá contá-la até na metade do tempo.

5) História que não envolva os ouvintes: A história precisa ir ao encontro da realidade das pessoas. Se os ouvintes ou leitores não se sentirem tocados emocionalmente por ela, ficarão alheios ao que está sendo apresentado. Pergunte sempre: que tipo de adaptação preciso fazer para que essa história vá ao encontro da realidade e do interesse dessas pessoas? Se encontrar a resposta, terá também a solução.

6) História enganosa: Embora a história ficcional possa ser um recuso tão eficiente quanto às narrativas reais, é preciso tomar cuidado para que o ouvinte ou leitor não se sinta enganado. Além de a história inventada precisar ter verossimilhança, isto é, parecer verdadeira, é preciso deixar claro às pessoas que se trata de um exemplo.

Algumas empresas usaram essa “licença poética” ao contar suas histórias e se deram mal. Precisaram explicar aos órgãos que fiscalizam as propagandas porque contaram aquela história falsa. Algumas tiveram de retirar os anúncios de circulação.

VALE A PENA USAR O STORYTELLING

Aí está um dos recursos mais eficientes para você transmitir suas mensagens: contar histórias. A storytelling é uma competência que pode e deve ser conquistada, desenvolvida e aprimorada. Com o tempo, você terá um estoque muito bom de histórias para usar de forma adequada nas mais diferentes situações.

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Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– Ensinar sempre faz bem!

Gostei bastante desta figura (abaixo) e entendo que ela representa muito bem o ato de compartilhar conhecimento.

Veja e responda: não é verdade?

– #tbt 1: Aprendendo e se divertindo.

Há algum tempo…

Nas férias, estudar com o papai tem sido o programa legal 👍🏻.

Minha Tetéia sempre curte nossas atividades educacionais… está craque nas letrinhas 💛!

Passar um tempo ensinando os filhos a ler e a escrever é garantia de boa educação ✍🏻.

Fique mais tempo com as crianças. Vale a pena 💖.

#amor

– Livros digitais ou físicos?

Ao arrumar meus livros, e encontrar essa pérola de TGA (Chiavenato é excepcional), me recordei:

  • Como é absurdamente melhor preparar aulas com livros físicos, do que livros digitalizados!

Respeito opinões contrárias, mas é muito mais prático folhear e procura por página, do que rolar tela

E você, prefere o quê?

– Fim de turno!

Estivemos há pouco na Faditu, para penúltimos trabalhos acadêmicos!

As férias estão chegando…

Boa noite a todos!

📝 #educação

– O ano acadêmico está quase no fim…

Nesse semestre, lecionei na Faculdade de Direito de Itu, para os cursos de Administração, Contábeis, RH e Processos Gerenciais:

– Governança Corporativa,
– Viabilidade de Negócios,
– Avaliação e Desenvolvimento de Pessoas,
– Linguagem e Redação na Área de Negócios, e
– Gestão Ambiental e Responsabilidade Social.

Ainda não acabou o Semestre, mas agradeço de coração aos colegas docentes, aos meus condenadores / diretores e aos queridos alunos. Foi um tempo produtivo (e que 2025 seja melhor ainda).

– Último turno do dia!

E, enfim, o dia acabou! Terminamos com quatro aulas aqui na Faditu, falando de assuntos voltados à Adm.

Como gosto dos meus alunos boa noite a todos!

#Educação

– Palestra Gratuita de Empreendedorismo.

Ôpa! Na próxima 3ª feira, estarei na Fazenda Bom Jesus, do Instituto Padre Haroldo, realizando esse trabalho pelo Sebrae!

Participe!!!

– Sebrae Cidadania.

Estivemos hoje pelo Sebrae em Franco da Rocha, atuando na Penitenciária P1, buscando levar um pouco de Conhecimento, Cidadania e Bons Valores aos reeducandos de lá, visando reinseri-los na sociedade.

É com a Educação que faremos um país melhor.

📝 #Ensino

– Último turno de trabalho do dia:

Fim de expediente!

Hoje, tivemos poucos alunos aqui na Faditu (afinal, foi dia de correção de provas). Mas o entusiasmo foi o mesmo!

Amo lecionar… e não tem hora ou cansaço que nos impeçam disso.

É com a Educação que conseguiremos mudar o Brasil.

– Ufa!

Êba!

Provas e trabalhos corrigidos do 2º semestre!

Foram 5 disciplinas nesse período na Faditu: Governança Corporativa, Gestão Ambiental e Responsabilidade Social, Avaliação de Viabilidade de Negócios, Análise e Desenvolvimento Pessoal, além de Linguagem e Redação para as Organizações.

Agradeço imensamente a Faculdade e aos meus queridos alunos. O ano todo foi produtivo!

– Último trabalho do dia.

Estivemos hoje, no último turno de trabalho, em Itu, na Faditu, junto aos nossos alunos de Adm de Empresas.

Estar numa faculdade faz qualquer professor rejuvenescer! Além disso, com essa estrutura, não há como não ensinar bem…

👊🏻 #educação

– Ninguém rouba o seu aprendizado.

Te roubam valores, bens, amores. Surrupiam a felicidade, propósitos e oportunidade. Mas ninguém lhe tira… conhecimento!

O melhor investimento que podemos fazer é no aprendizado. Gostei dessa observação abaixo:


Imagem: crédito e citação na própria figura recortada. 

– Valeu o expediente!

E terminamos com muita alegria o dia de trabalho.

Aqui na Faditu, nosso clima organizacional é excelente!

🖍️ #educação

– A bendita hora de corrigir provas…

Muita calma nessa hora: corrigir as avaliações dos alunos é um momento especial, onde temos que prestar muita atenção no que escreveram (às vezes, traduzir) e ser ao máximo justo (e carinhoso) no julgamento da nota.

Afinal, o semestre de muitos depende dessa época!

Vamos lá:

– E terminamos a jornada acadêmica:

Com alegria, terminamos o último turno de trabalho com provas aqui na Faditu. 

Ufa! Total preparação para corrigi-las com carinho e justiça.

Boa noite, s’ imbora descansar.

📝#Educação

– Ensinar faz muito bem!

Divida conhecimento!

Todos ganham com tal atitude.

Imagem

– Fim de expediente!

E por hoje é só!

Terminamos mais uma segunda-feira produtiva aqui na Faditu. Trabalhamos bastante, e, o mais importante, com os alunos estando felizes!

É com a Educação que conseguiremos bons resultados.

✒️ #Ensino

– Provas, provas e mais provas…

E no domingo de milhares de atividades, ainda tenho que repassar provas!

Semana de avaliação, nada mais importante do que preparar com atenção os testes para nossos alunos.

#Fui!

– Sebrae na Comunidade.

Nessa manhã, estivemos na Penitenciária P3 de Franco da Rocha, falando em nome do Sebrae sobre “Espírito Empreendedor e Cidadania”.

Somente com a Educação mudaremos o Brasil.

🖍️ #ensino

– Último turno terminado…

Estivemos no último turno de trabalho na FADITU, levando um pouco de conhecimento aos nossos alunos do Curso de Administração de Empresas.

Fazer o que se gosta é muito bom.

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✒️ #Educação

– Lecionar é bom demais!

E terminamos mais uma semana de trabalho, aqui na Faditu!

Está frio, chove, é sexta-feira… e temos sala de aula cheia. Viva!

Só com a Educação conseguiremos bons resultados.

📝 #Universidade #Faculdade #Professor

– Turno 3 de 3.

Terminamos a jornada de trabalho aqui na Faculdade de Direito de Itu, lecionando às turmas de Ciências Contábeis e RH.

Somente com a Educação teremos um país melhor.

✒️#Educação

– Turno 2 de 3.

Pelo projeto “Sebrae na Comunidade”, estive no CDP de Hortolândia, falando de “Oportunidade de Negócios” aos reeducandos de lá.

Somente com a Educação teremos um país melhor.

🖍️ #Educação

– Turno 1 de 3.

Pelo projeto “Sebrae na Comunidade”, estive na Penitenciária José Aparecido Ribeiro, falando de Empreendedorismo aos reeducandos de lá.

Somente com a Educação teremos um país melhor.

✒️ #Educação

– Primeiro turno encerrado, falando de Cidadania.

Estivemos nessa manhã falando, em nome do Sebrae, sobre Cidadania aos detentos de Hortolândia.

É com a Educação que o Brasil seguirá em frente!

🖍️ #Ensino

– Turno 3 de 3: Governança Corporativa.

Terceiro compromisso vencido!

Estivemos na Faculdade de Direito de Itu, falando sobre Governança Corporativa.

É com a Educação que faremos a diferença.

📝 #Aprendizado

– Intervalos na escola sem celular?

Foi no ano retrasado, mas a ideia é boa, não?

Veja que medida interessante: uma escola americana cria um momento de “Almoço sem Celular”, fomentando mais contato físico ao invés de virtual, ajudando a promover mais amizades.

Daria certo por aqui? O que você pensa sobre isso?

Extraído de: https://educacao.uol.com.br/noticias/2019/11/11/diretora-de-escola-cria-almoco-sem-telefone-para-alunos-se-conhecerem.htm

DIRETORA DE ESCOLA CRIA ALMOÇO SEM TELEFONE PARA ALUNOS SE CONHECEREM

A diretora Janet Behrens criou no início deste ano o que agora virou uma tradição na Iowa Valley Junior-Senior High School, nos Estados Unidos. No almoço de sexta-feira, os alunos participam de rodas de conversa onde é proibido usar o celular. O objetivo é fazer novas amizades. A informação é da emissora KCRG.

Janet teve a ideia após reparar que os estudantes andavam de cabeça baixa, olhando para seus telefones.

Às sextas, os alunos recebem cartões coloridos que definem em qual mesa eles devem se sentar. É proibido usar o celular durante a atividade na hora do almoço.

Os estudantes dizem que uma hora sem telefone, conversando com novas pessoas, está ajudando a escola a se tornar um lugar mais agradável.

Resultado de imagem para LOUSA E CELULAR

Imagem extraída da Web, autoria desconhecida. Quem conhecer, favor indicar para crédito na postagem.

– Como eu gosto disso…

Estivemos nessa noite na Faditu, lecionando aos nossos alunos de Administração de Empresas a disciplina “Linguagem e Redação na área de Negócios”.

É com a Educação que venceremos!

✏️ #ensino

– Último turno do dia!

E, enfim, o dia acabou! Terminamos com duas turmas aqui na Faditu, falando de Viabilidade de Negócios e Análise de Desenvolvimento de Pessoal.

Como gosto dos meus alunos… boa noite a todos!

#Educação

– SEBRAE, IBS e FUNAP: reeducando e reinserindo na sociedade.

Hoje estive ministrando mais um curso de Gestão Empreendedora pelo Sebrae / IBS Americas, em parceira com a Funap.

Falamos aos reeducandos do Centro de Ressocialização Ângelo Baratella sobre Empreendedorismo, Cidadania, Valores e Novas Chances.

É com a Educação que o Brasil sairá da crise!