– O Desdém inicial da Apple com o iPhone

Os erros que a Apple iria cometer quando lançasse seu maior equívoco (para alguns concorrentes), o iPhone, foram retratados nesse artigo bem curioso.

Abaixo (extraído do BlogdoIphone.com):

O DESDÉM INICIAL DO IPHONE 

O desdém inicial pelo iPhone

Muitos se arriscaram na época a prever o futuro catastrófico (SIC) do iPhone. “Especialistas” que queimaram a língua por não verem o futuro chegando.

O iPhone era tão diferente de tudo até ali que muitas mudanças foram difíceis de absorver. A falta completa de um teclado físico era uma das críticas mais usadas pelos detratores, além do fato dele ser “grande” para o padrão da época.

O CEO da Palm chegou a dizer na época “Os caras dos computadores não vão agora chegar e mostrar como se faz. Não é só chegar e fazer“.

Já um outro analista do Bloomberg não acreditava que o iPhone duraria muito tempo:

“O iPhone não é nada mais do que um brinquedo de luxo que vai apelar para alguns loucos por gadgets. Em termos de seu impacto sobre a indústria, o iPhone é menos relevante. É pouco provável que a Apple faça algum impacto neste mercado. A Apple vai vender um pouco para alguns de seus fãs, mas o iPhone não vai marcar a indústria a longo prazo.”

Michael Kanellos, da CNET, foi ainda mais categórico, prevendo o fracasso total do aparelho:

“A Apple está se preparando para lançar um novo telefone… E ele vai fracassar. As vendas deste telefone até irão disparar no começo, mas as coisas vão se acalmar e o telefone da Apple vai tomar o seu lugar nas prateleiras com as câmeras de vídeo aleatórias, telefones celulares, roteadores sem fio e outros possíveis acertos. Quando o iPod surgiu no final de 2001, ele resolveu alguns problemas importantes com MP3 players. Infelizmente para a Apple, são problemas que não existem no setor de telefonia. Os telefones celulares não são desajeitados, dispositivos inadequados. Em vez disso, eles são muito bons. Muito bons.”

Nem mesmo a Microsoft estava acreditando no que estava acontecendo. O diretor de marketing da empresa, Richard Sprague, comentou na época:

“Eu não posso acreditar nesta atenção toda que está sendo dada para o iPhone … Eu só tenho que saber quem vai querer uma coisa dessas (além do fanático religioso). Então, por favor,  favorite este post e volte daqui dois anos para ver os resultados da minha previsão : eu prevejo que o iPhone não vai vender nem perto dos 10 milhões [de unidades] que Jobs prevê para 2008.”

E claro, não podemos esquecer do comentário que ficou na história, vindo da boca do então presidente da Microsoft, Steve Ballmer:

Confira um outro artigo com uma coletânea de frases ditas contra o iPhone. Aproveite também para analisar os comentários que nossos leitores fizeram há cinco anos.

iPhone 11 de 256 GB – Amarelo - Apple (BR)

Imagem extraída da Web, autoria desconhecida.

– A Special Dog e um Caso de Capitalismo Consciente

Muito interessante: a empresa de ração Special Dog dá o exemplo de Responsabilidade Social e transforma sua cidade-sede.

Abaixo, extraído de PEGN, Nov/18, pg 28-29

CAPITALISMO CONSCIENTE

A Special Dog é mais do que uma fábrica de ração para cachorros. A empresa está provocando uma transformação na pequena Santa Cruz do Rio Pardo — para muito melhor.

Por Pedro Carvalho e Jorge Lepesteur

Em 2001, uma pequena fábrica de ração para cachorros começou a funcionar no município de Santa Cruz do Rio Pardo, uma cidade de 45 mil habitantes no sul do estado de São Paulo, pertinho do Paraná. A Special Dog tinha, então, 30 funcionários.

De lá para cá, muita água passou pelo rio que batiza — e corta ao meio — o município. Agora com 980 colaboradores, a empresa se tornou a maior empregadora da região. A produção chegou a 15 mil toneladas por mês, e o faturamento ultrapassou os R$ 600 milhões no ano passado.

A Special Dog, segundo os sócios, passou a ser o negócio que mais paga impostos ao município, principalmente via ICMS. Mas os efeitos de sua prosperidade são sentidos de diversas maneiras — por exemplo, no comércio.

“Os lojistas dizem que há quatro datas de vendas aquecidas: dia dos pais, dia das mães, Natal e pagamento do PLR [o bônus de final de ano] da Special Dog. Nesse dia, nós colocamos R$ 7 milhões de uma vez para circular na cidade”, conta o sócio-fundador Erik Manfrim.

Por si só, o impacto financeiro da Special Dog seria relevante. Mas a transformação que a empresa provoca no município vai além. Manfrim está investindo R$ 1,5 milhão para qualificar os profissionais das creches da região.

Também ajuda a manter escolas. Na praça central, construiu um centro cultural por onde passam 500 alunos por semana para aulas gratuitas de música, artesanato e culinária. Na fábrica, um sistema de tratamento devolve ao córrego água mais limpa do que a captada para a produção.

Além disso, utiliza água da chuva, energia solar e mantém assistência social para os funcionários — que ganharam ainda um clube com piscinas, campos de futebol e churrasqueiras.

“Os donos colocam os funcionários e a população em primeiro lugar, o sucesso é consequência disso”, diz Terezinha Monte, auxiliar de cozinha da empresa. “Investir na cidade é garantir que o negócio será próspero daqui a 20 anos”, explica Manfrim — um fã declarado do livro Capitalismo Consciente, de John Mackey e Raj Sisodia. Essa visão é compartilhada por especialistas.

“Iniciativas socioambientais não podem ser vistas como custo, pois são investimento. O que garante a perenidade de um negócio é a forma como este se relaciona com a comunidade”, completa Tatiana Mendizabal, uma das responsáveis pelo Sistema B no Brasil, que certifica empresas comprometidas com a responsabilidade socioambiental.

“É uma matemática que funciona e o retorno é automático. Nosso negócio cresceu porque os funcionários são motivados”, diz o empresário.

Nessa matemática, dividir os lucros se torna uma maneira de multiplicá-los. Se isso pode mudar um município, a reprodução desse exemplo seria uma boa fórmula para o Brasil. Mas essa é uma cultura que precisa ser mais disseminada pelo país — a nona economia mundial, mas apenas o 75º colocado no Índice Global de Filantropia.

Retorno multiplicado: Erik Manfrim (à direita), ao lado do irmão e cofundador, Mário; expansão com base no engajamento social      (Foto: Jorge Lepesteur)

Retorno multiplicado: Erik Manfrim (à direita), ao lado do irmão e cofundador, Mário; expansão com base no engajamento social (Foto: Jorge Lepesteur)

– A Frustração dos Profissionais com 30 anos de idade!

Está desiludido com sua carreira profissional?

Se você está na casa dos 30 anos, sua resposta provavelmente poderá ser SIM!

Veja que estudo interessante, divulgado pelo Estadão: mais da metade das pessoas dessa idade estão FRUSTRADAS com seu emprego.

Abaixo, extraído de: http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2016/07/16/frustracao-profissional-ronda-os-trintoes/

FRUSTRAÇÃO PROFISSIONAL RONDA OS TRINTÕES

Grabreile Garcia, fundadora da ONG Think Twice Brasil
Grabreile Garcia, fundadora da ONG Think Twice Brasil
Pesquisa indica que 52% dos jovens brasileiros com 30 anos estão frustrados com a carreira, trabalham para sobreviver e não fazem o que gostam. O estudo ‘Projeto 30’, feito pela Giacometti Comunicação, ouviu 1.200 pessoas dessa faixa etária. 
“A baixa ‘criticidade’ de pensamento na fase escolar, somada a escolhas vocacionais equivocadas, resultam em trintões insatisfeitos com a vida profissional”, diz o coordenador do estudo, Dennis Giacometti.
Pelo levantamento, apenas 16% dos jovens das classes A e B e 15% da classe C estão realizados com o trabalho, enquanto 9% dos entrevistados de alta renda e 10% da classe C aceitariam ganhar menos para ter mais qualidade de vida. 26% dos entrevistados das classes A e B gostariam de ter uma profissão que proporcionasse mais realização. Esse sentimento é compartilhado por 28% dos pertencentes à classe C.
Giacometti diz que esses jovens podem estar conectados a tudo, menos a eles mesmos. “A ausência de autoconhecimento faz com que se deixem levar por influência de terceiros. Por não serem autores das próprias vidas, as escolhas, na maioria das vezes, são enganos.”
Dennis Giacometti, coordenador da pesquisa Projeto 30
Dennis Giacometti, coordenador da pesquisa Projeto 30
CEO da consultoria de recolocação profissional Produtive, Rafael Souto diz que as pessoas planejam pouco a carreira. “Elas vão indo muito pelo que aparece e olham mais a questão financeira – e a pesquisa mostra que 86% buscam isso –, mas essa não é uma estratégia sustentável de carreira. Tanto que 52% estão frustrados. Esse dado reflete o que verifico no dia a dia.”

Souto afirma que essa é uma dinâmica perversa. “As pessoas se preocupam com a estabilidade financeira e deixam de analisar o quanto aquele projeto vai impactar no nível de felicidade, satisfação e realização.”

Segundo ele, não adianta fazer gestão de carreira priorizando o dinheiro. O dinheiro é um componente importante, mas precisa vir acompanhado de identificação com a empresa, com o trabalho e com a área de atuação para que o trinômio empresa, atividade e dinheiro funcione. Se estiver desequilibrado, haverá insatisfação.”

Rafael Souto, CEO da Produtive
Rafael Souto, CEO da Produtive
O caso de Gabriele Costa Garcia ilustra o que foi constatado pelo estudo da Giacometti. Depois de trabalhar dez anos em um grande escritório de advocacia de São Paulo, a advogada trocou a carreira por um trabalho voltado à transformação social.

A jovem de 30 anos afirma que hoje está mais feliz e completa. “Tinha salário bacana, estabilidade e possibilidade de ascensão, mas estava infeliz. Acho importante realizar um trabalho que tenha significado para nós e para o mundo.”

Ela conta que no escritório participava do conselho de responsabilidade social e cuidava de casos gratuitos oferecidos às organizações sem fins lucrativos. Percebi que queria migrar para esse campo”, diz.

Quando isso ocorreu, Gabriele fazia pós-graduação em direito societário na FGV. “Fiz meu TCC avaliando como a responsabilidade social das empresas eleva a marca e faz com que ela seja mais reconhecida”, conta.

Em abril de 2014, ela e o marido, Felipe Brescansini, que abandonou o posto de diretor de marketing em uma empresa, fundaram a Think Twice Brasil, instituição sem fins lucrativos que usa a empatia para discutir equidade de gênero, igualdade social, responsabilidade das empresas e consumo consciente.

Antes de desenvolverem os programas que hoje são aplicados em empresas, escolas e universidades, eles viajaram durante 400 dias por 40 países que têm os menores Índices de Desenvolvimento Humano. “Tínhamos de compreender e viver na prática os principais problemas sociais que queremos solucionar.

Gabriele Garcia e Felipe Brescansini, fundadores da ONG Think Twice Brasil, com crianças no Zimbábue
Gabriele Garcia e Felipe Brescansini, fundadores da ONG Think Twice Brasil, com crianças no Zimbábue

Fizemos pesquisa extensa sobre desigualdade social e de gênero. Nossos relatos, fotos e vídeos estão disponíveis em nosso site wwwthinktwicebrasil.org.” No momento, Gabriele está negociando a aplicação de um dos programas na Fundação Casa.Outro jovem de 30 anos que fez de tudo para fugir da frustração profissional é Igor Morais. “Quando prestei vestibular, passei em engenharia da computação e em engenharia de produção, em universidades públicas do Pará”, conta.

Ele começou a cursar as duas. No meio do ano largou uma e no final do ano, a outra. Em seguida, começou a fazer publicidade. No terceiro ano, conseguiu transferência para a USP.

Igor Morais, deixou engenharia e publicidade para ser ator
Igor Morais, deixou engenharia e publicidade para ser ator
“Mas as grades eram muito diferentes. Só aproveitei quatro disciplinas e comecei novamente o curso.” Depois de um intercâmbio em Madrid, Igor deixou publicidade quando faltava pouco para concluir e foi cursar atuação na SP Escola de Teatro. “Tinha mergulhado em um limbo tentando me encontrar, até me identificar com a carreira de ator. Hoje, pertenço ao grupo teatral Àtropical e encenamos nossa segunda peça, também tenho atuado em comerciais e estou realizado.”
Autoconhecimento é saída para evitar erro
Uma das dicas da consultora em desenvolvimento de pessoas e carreira, Maria do Carmo Marini, para fugir da frustração profissional é investir no autoconhecimento. “Saber mais sobre você e suas características intrínsecas abre possibilidades impensadas. Outra coisa, trabalhe em uma empresa cuja cultura e valores estejam de acordo com o que acredita e valoriza.”

Ela diz que trabalhar em projetos desafiadores, que tragam novos aprendizados proporciona satisfação. “Participe de grupos de estudos, pesquisas e compartilhamento de experiências, especialmente com colegas e líderes. Além disso, procure ter um mentor experiente e bem relacionado para ajudá-lo a fazer escolhas inteligentes.”

Por outro lado, ela diz que as empresas podem adotar medidas para manter a equipe feliz. “Pague bem, crie oportunidades para que eles passem por processo de autoconhecimento, orientação de carreira, coaching e mentoria. Dê feedbacks construtivos e seja um líder ético, amigável e aberto a ouvir sugestões”, recomenda.

Fundo do poço. Graduado em gestão pública, Marcos Silveira trabalhou seis anos em uma consultoria. Com o tempo, notou que o trabalho realizado nos gabinetes estava distante da população e do que ocorria em escolas e postos de saúde.

“Tive uma grande crise pessoal e de identidade. Recolhi os cacos para montar minha própria empresa, a Datapedia que está em operação há um ano.”

O jovem de 30 anos explica que sua empresa organiza todos os dados de fontes públicas oficiais. “Unificamos e organizamos as informações de forma didática, para que possam ser usadas para pautar planos de governo e de empresas.”

A Datapedia presta consultoria a um instituto e já ajudou empreendedores a montarem plano de negócio a partir da análise de dados. “Fechamos contrato com um candidato à prefeitura de Timon, quarta maior cidade do Maranhão. Fornecemos relatório técnico contendo dados da cidade como a situação de renda da população, número de mães adolescentes etc.”

Marcos Silveira criou a Datapedia
Marcos Silveira criou a Datapedia
Silveira afirma que hoje está recuperado e afirma ter sido muito bom desconstruir uma imagem de perfeição ou de felicidade plena que costuma ser vendida aos mais jovens.

“A vida não é feita só de sucesso. Pelo contrário, é a partir de altos e baixos que nos construímos como seres humanos. Identificar nossas principais indignações nos ajuda a construir um propósito. Hoje, entendo que o erro é natural e é preciso dar a cara a bater.”

Quando a frustração começou a rondar a vida do urbanista Marcelo Rebelo, ele viu que era hora de deixar a estabilidade do emprego público e encarar o desafio de implementar um plano que tentara oferecer à prefeitura de São Paulo.

“O trabalho não me motivava o suficiente pra eu desejar ficar o resto da vida. Saí para criar a empresa Praças. Hoje, trabalho no setor 2,5 que está entre o privado e o terceiro setor (ONG), no qual estão enquadrados os negócios sociais.”

Segundo ele, sua empresa promove revitalizações coletivas de praças por meio do site http://www.pracas.com.br. “Usamos a plataforma para entender a demanda da população e desenvolver um processo de cocriação do projeto de revitalização. É muito mais prático e abrangente do que promover audiência pública.”

Rebelo, por meio da Praças, é responsável por articular a aprovação do projeto junto à prefeitura e ir atrás de financiadores para realizar a melhoria.”

Mesmo ganhando menos, o jovem de 30 anos está feliz. “Estou tocando um projeto que faz sentido e no qual eu acredito. É gratificante ver minha ideia sendo implantada. Já recuperei o investimento inicial e a empresa já se sustenta. Temos mais de 80 praças que estão demandando nossa atuação”, conta.

– Onze Empreendedores e 10 Segredos

A Edição da Revista Exame, voltada para os pequenos e médios empreendedores, traz uma interessante matéria sobre segredos para o sucesso das PME, em 10 tópicos:

Extraído de: http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0019/onze-empreendedores-10-segredos-477806.html

ONZE EMPREENDEDORES E 10 SEGREDOS

Pequenos e médios empresários revelam como melhorar os resultados com dez medidas que você pode adaptar agora para aplicar nos seus negócios
 
Por Raquel Grisotto

De que fontes é possível extrair as lições mais fundamentais para os que enfrentam o desafio diário de manter uma pequena ou média empresa no caminho do crescimento? Livros de administração, palestras de especialistas, cursos de especialização, MBA, a leitura desta revista – em todas essas fontes é possível encontrar teorias, raciocínios e exemplos que, bem aplicados, com dedicação (e pelo menos um pouquinho de sorte), podem se revelar úteis e gerar resultados.

Mas pequenos e médios empresários precisam aprender rápido – rapidíssimo. O crescimento de suas empresas não pode esperar. Nessa situação, existe uma fonte melhor, mais confiável, mais didática, do que a experiência vivida por outros empreendedores?

EXAME PME acredita que não. Por isso, nas últimas seis semanas, nossos jornalistas ouviram dezenas de empreendedores à frente de negócios em crescimento. A reportagem estava, como sempre, à caça de boas histórias de empreendedorismo para contar. A busca era por práticas que, mais do que inspirar, pudessem ser adaptadas por outros empreendedores.

Desta vez, os repórteres de EXAME PME estavam particularmente interessados em histórias de pequenas e médias empresas que se tornaram mais eficientes. Se houvesse uma palavra capaz de expressar a essência que procuramos extrair de cada caso, ela seria “eficiência” – e não “crise”, da qual tanto já se falou nos últimos tempos.

As próximas 12 páginas contêm diversos casos de pequenas e médias empresas que conseguiram melhorar sua eficiência em aspectos fundamentais. Ao todo, são dez sugestões – feitas pelos próprios empreendedores que viveram essas histórias – de práticas ou atitudes que deram resultado em seus negócios.

Para o conjunto final, selecionamos as que, uma vez reunidas, formam uma espécie de manual prático de gestão, com dez capítulos que abordam diversos aspectos. Assim, há, por exemplo, um capítulo sobre clientes. Depois vêm os dedicados a distribuição, vendas, liquidez, estoques, custos, preços, inadimplência, gestão e negociação.

As histórias aqui publicadas são a parte visível desse trabalho. Mas, para cada uma delas, pesquisamos pelo menos quatro outras. Várias delas também mereceriam estar aqui. Foram escolhidas, porém, as experiências cujos resultados não dependem de projetos dispendiosos nem são de aplicação restrita. E que, com algumas adaptações, podem ser aproveitadas e aplicadas por você.

CLIENTES
Acabe com o medo do consumidor
Edgard Corona | Bio Ritmo, São Paulo, SP
Faturamento: 46 milhões de reais (1)
O que fez: Criou um seguro-desemprego para não perder alunos que temiam ficar sem trabalho

Desde que fundou a rede de academias Bio Ritmo, em 1996, o engenheiro Edgard Corona, de 52 anos, algumas vezes deixou que alunos em dificuldades financeiras frequentassem as aulas por um tempo sem pagar. “Fazia isso com os clientes fiéis, e todos continuaram comigo depois de resolver os problemas”, diz. O hábito lhe rendeu uma boa solução no final de 2008, quando ele concluiu que a Bio Ritmo poderia ficar vulnerável a um dos mais perversos efeitos de uma crise econômica – o medo de perder o emprego.

Dos seus 28 000 alunos, boa parte são executivos e profissionais que trabalham no mercado financeiro ou em grandes corporações – justamente quem mais sofre com a crise. “O número de matrículas começou a cair”, diz Corona. “Além disso, ao renovar os contratos, os alunos passaram a optar por períodos mais curtos por medo de se comprometer com despesas de longo prazo.”

Corona, então, resolveu reciclar a antiga camaradagem, criando uma espécie de seguro-desemprego. Para isso, estabeleceu algumas regras simples: quem for aluno há pelo menos dois meses e perder o emprego poderá continuar se exercitando por até um semestre sem pagar. A única condição é que os desempregados apareçam em períodos de menor movimento – para aproveitar a capacidade ociosa dos equipamentos e dos professores.

Para uma pequena ou média empresa como a Bio Ritmo, perder clientes significa crescer mais devagar, parar de crescer ou até mesmo encolher. No caso de Corona, se as perdas se intensificam, significa, também, andar rumo a uma zona de perigo – os custos fixos dos aluguéis, da amortização de equipamentos e do salário dos professores não caem quando os alunos somem. Como em muitos outros empreendimentos com foco em serviços, o avanço da Bio Ritmo depende muito da fidelidade dos clientes. “Quem perde o emprego procura uma academia mais barata, faz exercícios em casa ou abandona a ginástica”, diz Corona. “Correr atrás deles depois, oferecendo descontos, custa mais caro, é mais trabalhoso e nem sempre dá certo.”

Resultados: Além de evitar a evasão de alunos, o seguro-desemprego funcionou para atrair mais gente – até maio, o número de alunos aumentou 13% em relação ao mesmo período de 2008.
Quem pode aplicar: Empresas com receitas recorrentes, como universidades. A prática pode se transformar em descontos – concedidos em horários de pouco movimento em serviços como cabeleireiros, clínicas médicas e redes de pet shop.
O outro lado: É recomendável estabelecer limites, definindo quantos clientes podem ser beneficiados e a quantos meses de gratuidade eles têm direito. Com isso, a empresa evita ter de anistiar muita gente, comprometendo as receitas. Gladinston Silvestrini

(1) Em 2008

DISTRIBUIÇÃO
Diminua o risco dos representantes
Selma Antunes | Lumi Cosméticos, São Paulo, SP
Faturamento: 8 milhões de reais (2)
O que fez: Assumiu parte das responsabilidades dos distribuidores para reduzir a inadimplência

A empreendedora Selma Antunes, de 47 anos, viu acender um sinal de alerta em sua empresa, a fabricante de cosméticos Lumi, na metade do ano passado. Para manter nas ruas 120 000 revendedoras que vão de porta em porta oferecer batons, perfumes e demais cosméticos da marca a consumidoras espalhadas por cerca de 300 municípios, Selma sempre contou com o apoio de intermediários estratégicos – 500 pequenos distribuidores, responsáveis por prospectar revendedoras e abastecê-las.

Liderados por profissionais que decidiram tocar uma atividade própria ou donas de casa, os distribuidores normalmente compram os cosméticos a prazo da fábrica da Lumi e os vendem, também a prazo, às revendedoras. Para cumprir as datas de pagamento, não raramente alguns recorriam a empréstimos bancários. Por isso, quando o crédito na praça começou a apertar, no segundo semestre de 2008, a inadimplência na Lumi chegou a 10%, algo inédito desde sua fundação, em 2005. “Se os distribuidores estão mal, a Lumi também está”, diz a empresária. “E cortar a relação com eles pode até nos enfraquecer.” Aos distribuidores mais problemáticos, Selma propôs uma mudança nas regras da parceria. “Na nova proposta, eles não precisam pagar produtos, frete e conceder crédito”, afirma Selma. “A Lumi faz tudo isso e financia as mercadorias diretamente às revendedoras, concedendo a elas um crédito inicial de até 250 reais.” (Na parte operacional, a intermediação entre as duas pontas continua com os distribuidores.) Em contrapartida, aqueles que optam pelo novo modelo recebem uma comissão de 40% das vendas, em vez dos 60% que receberiam no jeito tradicional.

Resultados: Em seis meses, a inadimplência da Lumi caiu de 10% para até 2%.
Quem pode aplicar: Boa liquidez e caixa confortável são pré-requisito, já que a empresa arcará com custos que antes eram dos distribuidores. O modelo adotado pela Lumi pode ser uma estratégia interessante para negócios cujo crescimento dependa de uma distribuição muito pulverizada.
O outro lado: Comprometer o próprio caixa é um risco que não pode ser menosprezado. Como os distribuidores não arriscam o próprio capital, este tipo de relação com os intermediários pode gerar acomodação. “Deve ser apenas uma situação transitória e acompanhada de um trabalho de qualificação dos distribuidores e revendedores”, afirma o consultor Marco Militelli, que trabalha com pequenas e médias empresas. G.S.

(2) Estimativa de mercado

VENDAS
Estabeleça limites para as equipes concederem descontos
Ricardo Giudice | Softcorp, São Paulo, SP
Faturamento: 100 milhões de reais (3)
O que fez: Acabou com a autonomia total – os abatimentos dependem de autorização superior

No segundo semestre de 2008, um espectro rondava a Softcorp, revenda de produtos e serviços de informática – o espectro do anarquismo dos descontos. O espectro havia sido conjurado pela própria Softcorp, que deu poder a seus vendedores para decidir quando abaixar os preços para fechar um negócio. “A concorrência ficou acirrada e, para não perder espaço no mercado, afrouxamos”, diz Ricardo Giudice, presidente da Softcorp. “Com isso, a rentabilidade caiu.” Giudice não queria suspender os descontos – o perigo era sacrificar o faturamento. Por outro lado, deixar a rentabilidade despencar soava irresponsável. “O dilema era encontrar um ponto ideal para os descontos”, diz Giudice. Para manter o crescimento sem entrar no vermelho, Giudice estabeleceu descontos máximos. Dentro desses limites, os vendedores são livres para negociar. “Acima deles, é preciso consultar um superior”, diz Giudice. “A autorização depende do nosso interesse estratégico.”

Resultados: A rentabilidade voltou a subir, sem que a Softcorp deixasse de crescer. “No ano passado, o faturamento foi 10% maior que em 2007”, diz Giudice.
Quem pode aplicar: Qualquer empresa. A prática pode ser mais efetiva para as que vendem grandes volumes a clientes com forte poder de negociação. “Nesses casos, uma pequena variação no percentual de descontos gera impacto significativo no lucro”, afirma Giudice.
O outro lado: Os gestores precisam ser muito bem orientados sobre os critérios que serão usados para as exceções – ou a bagunça pode apenas mudar de nível hierárquico. G.S.

(3) Em 2008

LIQUIDEZ
Faça permutas com clientes e fornecedores
Merwyn Lowe | P3D, São Paulo, SP
Mirko Mayeroff | Webtraffic, São Paulo, SP
Faturamentos: 2 milhões de reais (P3D) (4) / 1 milhão de reais (Webtraffic) (5)
O que fizeram: Economizaram ao trocar uma melhoria no site da P3D por uma apresentação turbinada para a Webtraffic

No ano passado, o empresário Merwyn Lowe, de 42 anos, ficou chateado com o baixo número de internautas que visitavam o site de sua empresa, a P3D, que desenvolve softwares e apresentações corporativas com imagens tridimensionais. “Queria um site mais atraente, mas para isso eu precisava da ajuda de uma consultoria especializada”, diz Lowe. Antes de tirar dinheiro do caixa, ele saiu à caça de um parceiro disposto a fazer uma permuta – já que, naquele momento, estava com mão-de-obra disponível e poderia oferecer os serviços da P3D como forma de pagamento. Lowe encontrou uma oportunidade de fechar negócio com a Webtraffic, de São Paulo, especializada em estratégias de marketing para mecanismos de busca – exatamente o tipo de serviço de que a P3D precisava. Mirko Mayeroff, de 41 anos, da Webtraffic, ouviu a proposta de Lowe e gostou. “As imagens tridimensionais vão tornar nossas apresentações mais interessantes para o cliente”, diz Mayeroff. “E o melhor é que poderemos fazer isso sem colocar a mão no bolso.”

Resultados: Cada empresa conseguiu um serviço equivalente a 40 000 reais.
Quem pode aplicar: As trocas são mais aconselhadas para empresas que têm nos custos fixos a maior parte das despesas, como hotéis e restaurantes, mas podem ser adotadas por praticamente todos os empreendedores. “Em média, toda empresa tem um potencial de negócios permutáveis de até 10% do faturamento”, diz José Rivero, da rede de permutas Tradaq.
O outro lado: A decisão de trocar mercadorias deve ser evitada em momentos de demanda aquecida. Nesses casos, costuma ser mais vantajoso vender, fazer caixa e negociar condições melhores para pagamento em dinheiro. G.S.

(4) Em 2008 / (5) Estimativa de mercado

ESTOQUES
Organize-se conforme a lógica do cliente
Tiago Mendonça | ABC, Juiz de Fora, MG
Faturamento: 65 milhões de reais (6)
O que fez: Mudou a disposição das mercadorias no estoque, obedecendo às necessidades dos consumidores

Quando assumiu o comando do ABC, o atacado de material de construção de sua família no ano passado, o engenheiro Tiago Mendonça, de 35 anos, tinha motivos para ficar contente. Fazia dois anos que as receitas cresciam, em torno de 25% ao ano. Mas ele ficou preocupado. Com lojas em 11 cidades mineiras e clientes até no estado do Rio de Janeiro, o ABC gastava 7% do faturamento com logística. “Está na média do mercado”, diz Mendonça. “Meu receio era que esses custos aumentassem de forma desproporcional à expansão das vendas.” Cedo ou tarde, pensou ele, seria preciso adquirir mais veículos para aumentar a frota, o que o levaria a contratar mais motoristas, gastar mais combustível e arcar com outros gastos decorrentes da expansão. “Ao estudar a composição dos custos, percebi um bom espaço para economizar”, diz. “Para isso, deveríamos nos organizar de outra forma, adotando uma lógica mais de acordo com a necessidade dos clientes.”

Desde então, os funcionários passaram a ter acesso a informações mais detalhadas sobre as entregas, de forma a organizar a movimentação dos itens no depósito e o carregamento nos caminhões movidos por questões fundamentais, como “o quê”, “para quem”, “quando” e “onde”. A aplicação desses preceitos, aparentemente prosaicos, deu resultados, o que facilitou o trabalho dos motoristas, então encarregados de separar uma parte das mercadorias no local da entrega. “Com isso, o tempo gasto em cada cliente, que podia ultrapassar 40 minutos, caiu para apenas 10”, diz Mendonça.

Não era tudo o que poderia ser feito. Mendonça também se deu conta de que dava para acelerar as coisas se os mais de 10 000 itens do depósito obedecessem a uma ordem que pudesse ser modificada de acordo com a dinâmica do mercado. Artigos que hoje são muito vendidos, como determinados pisos cerâmicos e azulejos, devem ser guardados mais perto da saída. Se, daqui um tempo, outros ganharem a preferência dos consumidores, vale a pena fazer um novo desenho. “Antes, as peças estavam na prateleira por item e marca, independentemente do que sai mais”, afirma Mendonça. Do jeito antigo, gastavam-se até 2 horas para carregar cada veículo. Agora, em 90 minutos os caminhões estão prontos para partir.

Resultados: Em menos de um ano, o ABC conseguiu reduzir seus gastos com logística de 7% para 4,5% do faturamento.
Quem pode aplicar: Montar o pedido na origem é mais indicado para quem faz muitas entregas a residências ou a pequenos varejistas e em locais onde é difícil estacionar, como bares e restaurantes. “É o tipo de cliente atendido, mais do que a mercadoria, que deve definir a logística de cada negócio”, diz Paulo Fernando Fleury, professor do Centro de Estudos em Logística do Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O outro lado: O risco de separar os pedidos ainda no estoque é trocar as entregas. “A chance de confusão aumenta se os produtos tiverem embalagens parecidas”, diz Fleury. Uma alternativa para diminuir falhas é pesar cada pacote antes da saída e calcular se os valores são coerentes com os pesos descritos no pedido. R.G.

(6) Previsão para 2009

CUSTOS
Ataque velhos problemas com gente nova
Alexandre de Botton | Propay, São Paulo, SP
Faturamento: 20 milhões de reais (8)
O que fez: Deu ouvidos para um funcionário recém-chegado e sem nenhuma experiência

Ninguém pediu. Mas ele foi investigar a causa do problema mesmo assim. Aos 16 anos e recém-contratado como auxiliar do setor de impressões da Propay, o estudante Felipe de Oliveira não se conformava com a quantidade de reclamações que atendia todos os dias e decidiu descobrir por que as impressoras da empresa travavam tanto. Há poucos meses, sua iniciativa ajudou o chefe, Alexandre de Botton, de 39 anos, sócio da Propay, a resolver um problema tido como sem solução – a paralisação das impressoras por atolamento de papel. É uma questão comezinha? “Não para a Propay”, diz Botton. Responsável pelo processamento de folhas de pagamentos de grandes corporações, como Sony e DHL, a Propay tem nas impressões um ponto nevrálgico. Os 250 funcionários da empresa imprimem 50 tipos de documento em 22 impressoras, que não param de funcionar durante todo o expediente. “Uma falha nos equipamentos compromete o rendimento”, diz Botton.

Considerando manutenção, gente parada e o papel desperdiçado, o custo com as paralisações chegava a 60 000 reais ao ano. Embora gerassem despesas extras, as falhas não atraíam maior atenção. “Afinal, qual é a impressora que não enrosca?”, diz Botton. “A verdade é que a gente se acostuma com os pequenos problemas.”

Mas Oliveira – um menino vindo da escola pública e que nunca havia trabalhado em lugar nenhum – simplesmente não sabia que o congestionamento das impressoras era um problema “sem solução”. Inconformado, ele olhou o caderninho com o histórico das reclamações. “Com um pouco de observação, entendi que as máquinas paravam sempre que alguém tentava imprimir as folhas de seguro-desemprego”, diz. Ele sugeriu, então, reservar uma impressora apenas para aquele documento que usa papéis mais grossos que o comum.

Resultados: A Propay reduziu 30% de seus gastos totais com processamento de papéis.
Quem pode aplicar: Qualquer empresa com um dono determinado a lutar permanentemente contra a acomodação que tende a se instalar depois de algum tempo. “Um jeito de quebrar a rotina é formar equipes com profissionais oriundos de diferentes áreas para tentar resolver determinado problema”, diz o consultor Adriano de Lima, da Altran.
O outro lado: Culturas que incentivam os funcionários a se esforçar para resolver problemas fora de suas áreas específicas de atuação requerem certa dose de diplomacia – ou muitos poderão interpretar as sugestões dos colegas como uma intromissão. RG

(8) Previsão para 2009

NEGOCIAÇÃO
Use métricas que o outro lado já usa
Everton Gubert | Agriness, Florianópolis, SC
Faturamento: 2 milhões de reais (9)
O que fez: Ajustou o preço de seu produto à cotação do quilo de porco

Há dez anos, o catarinense Everton Gubert, de 33 anos, fez as malas e foi morar durante 50 dias numa casinha ao lado de uma granja de porcos. Ele queria conhecer o dia-a-dia dos criadores antes de fundar a Agriness, de Florianópolis, que desenvolve softwares de gestão para suinocultura. Mesmo assim, ele enfrentou um desafio comum a muitos pequenos e médios empresários – não desperdiçar tanta energia em negociações. “Os donos das granjas adoravam o software, mas diziam que era caro demais”, diz Gubert. “Era preciso falar a língua deles.” Falar o mesmo idioma, no caso, significava usar um símbolo bem intuitivo para os granjeiros – o próprio porco. Há cinco anos, o preço do software da Agriness foi atrelado à cotação do quilo de porco. Em vez de oferecer o programa por uma mensalidade de, digamos, 80 reais, Gubert passou a dizer que custaria 50 quilos de porco por mês. “É o equivalente a dois leitões”, diz ele, na língua dos porcos.

Resultados: Desde então, a Agriness conquistou quase 1 000 clientes, responsáveis por 70% das receitas.
Quem pode aplicar: Empresas que atendem clientes cujos produtos têm amplo mercado – de forma que a referência escolhida possa ser obtida facilmente. É o caso, por exemplo, de commodities cotadas em bolsa, combustíveis, pão e refrigerantes.
O outro lado: “É preciso tomar cuidado para não ficar tão exposto a fatores fora do controle do empreendedor”, diz Jean-Claude Ramirez, sócio da consultoria Bain & Company. Uma forma de evitar isso é atrelar somente uma parte do preço ao fator variável. A outra parte deve pelo menos cobrir os custos e garantir uma margem mínima de lucro. Hugo Vidotto

(9) Em 2008

PREÇOS
Cobre de acordo com a performance de seu produto
Domingos Monteiro | Neurotech, Recife, PE
Faturamento: 5 milhões de reais (10)
O que fez: Atrelou parte do preço de seu software de análise de crédito aos ganhos que o programa gerar para o cliente

Cientista da computação e mestre em inteligência artificial, o empreendedor Domingos Monteiro, de 35 anos, sempre estudou assuntos muito complicados para a maioria das pessoas. Mas, mesmo para ele, não foi fácil chegar a uma solução realmente boa para cobrar por seu serviço – um software para análise de risco na concessão de crédito. Precificar uma mercadoria de forma inteligente é sempre um desafio, até para grandes corporações. O caso de Monteiro tinha ainda um agravante. “Eu queria cobrar alguma participação nos resultados que o software garantia aos clientes, mas não sabia como”, diz. “Um cálculo malfeito poderia comprometer minhas receitas ou simplesmente afugentar a clientela, já que o produto ficaria mais caro.”

Desde que fundou a NeuroTech, em 2000, Monteiro fazia do mesmo jeito – fixava um valor pela licença de uso do software e cobrava uma taxa de manutenção, como costuma ser comum nesse mercado. “A receita mensal por cliente nunca foi maior que 3 500 reais”, diz ele. E, mesmo atendendo a empresas do porte das lojas Leader e da Companhia Energética de Pernambuco, a NeuroTech não deslanchava.

Foi somente em 2004 que Monteiro conseguiu deduzir uma fórmula eficaz para seu crescimento. “Se quisesse cobrar mais pelo produto, teria de oferecer uma contrapartida a cada comprador”, diz Monteiro. “Assim, estabeleci em contrato um valor máximo e um valor mínimo a ser cobrado – atrelados à redução da inadimplência obtida com o uso do software.” Quando os resultados do cliente melhoram, a NeuroTech recebe uma espécie de bônus que pode chegar a até dez vezes o valor mínimo combinado. Em um dos casos, por exemplo, a ferramenta permitiu a uma grande rede de varejo aumentar a concessão de seus cartões de crédito em até 42%, com uma redução da inadimplência de 34%. “A NeuroTech recebeu mais por esse desempenho”, diz Monteiro. Com a nova forma de cobrar pelo serviço, a empresa finalmente conseguiu aumentar seus ganhos – sem com isso correr o risco de assustar seus potenciais compradores. “Na conta final, o cliente paga mais, mas somente depois de ver os benefícios”, afirma o empresário. Se os resultados não aparecerem ou ficarem aquém do prometido, o cliente ganha descontos de até 75% sobre o valor mínimo combinado. “A fórmula funcionou”, diz Monteiro.

Resultados: Hoje, metade do faturamento da NeuroTech vem dos ganhos variáveis estabelecidos nos contratos. As receitas da empresa cresceram 42% no ano passado em relação a 2007.
Quem pode aplicar: Prestadores de serviços cujos resultados para o cliente podem ser medidos. É o caso, por exemplo, de empresas de cobrança, operadoras de telemarketing, agências que negociam publicidade online e transportadoras. “É um modelo mais indicado para empreendedores experientes, com largo conhecimento sobre o desempenho de seu produto e também do mercado em que atuam”, afirma Carlos Parizotto, da consultoria financeira Cypress, especializada em pequenas e médias empresas.
O outro lado: É necessário estabelecer um pagamento mínimo que permita ao menos cobrir os custos do produto que está sendo negociado. Dizer não a alguns clientes – já que parte dos resultados sempre vai depender do próprio usuário – também deve ser considerado. Nos últimos anos, a NeuroTech já dispensou 13 contratos porque Monteiro entendeu que as empresas ainda não estavam preparadas para usar o software. Uma ideia que pode funcionar é fazer um teste com alguns clientes antes de adotar o modelo em larga escala. R.G.

(10) Previsão para 2009

INADIMPLÊNCIA
Siga o calendário do cliente
Beno Krivkin | Tribecca, São Paulo, SP
Faturamento: 2 milhões de reais (11)
O que fez: Concentrou o recebimento das faturas num único dia para reduzir o risco de tomar calote

A Tribecca, especializada na gestão de portais de internet e publicidade eletrônica, tinha uma alta taxa de inadimplência – em média, 15% dos boletos (em sua maioria, referentes a contratos de publicidade parcelados em 12 vezes) eram pagos com atraso. No final do ano passado, quando o crédito ficou mais difícil, o índice de maus pagadores subiu para 25%. “Não queríamos entrar na Justiça”, diz Beno Krivkin, de 39 anos, sócio da Tribecca. “É caro e nem sempre dá resultado.” Krivkin foi investigar os novos atrasos e percebeu que a maior parte deles acontecia no começo ou no fim do mês – período em que as empresas estão comprometidas com a folha de pagamentos de seus funcionários. “Mas quase todos os boletos que venciam no dia 15 eram quitados na data”, diz. “Então, simplesmente mudamos o vencimento da maior parte dos contratos para esse dia.”

Resultados: A inadimplência deve cair em até 30% durante 2009.
Quem pode aplicar: Escolas de idiomas, academias e prestadores de serviços que trabalhem com clientes fixos.
O outro lado: Concentrar os pagamentos em uma única data pode complicar a gestão do fluxo de caixa. “Ao alterar a lógica da entrada do dinheiro, é preciso reorganizar também a saída”, afirma Márcio Iavelberg, da consultoria Blue Numbers, especializada em finanças de pequenas e médias empresas. “A empresa não pode correr o risco de se ver sem dinheiro em caixa para pagar as próprias contas.” Por isso, deve-se negociar novas datas de pagamento também com os fornecedores. Julia Moreira Leite

(11) Estimativa de mercado

GESTÃO
Crie unidades de negócios independentes
Luciano Camargo | Sênior solution, São Paulo, SP
Faturamento: 36,5 milhões de reais (12)
O que fez: Dividiu a responsabilidade pelos resultados da empresa com os funcionários

Para resolver o que à primeira vista poderia parecer um motim, o administrador Luciano Camargo, de 45 anos, decidiu dar mais poder aos funcionários. Sócio da Sênior Solution, empresa de São Paulo especializada em produzir softwares e prestar serviços de TI para bancos e instituições financeiras, Camargo notou que decisões tomadas pela diretoria demoravam cada vez mais para ser postas em prática – ou então as ordens acabavam se perdendo completamente pelo caminho. “Esse é um efeito colateral comum em negócios que escolhem crescer por meio de aquisições”, diz Camargo. É o caso da Sênior Solution, que comprou quatro empresas nos últimos três anos. “À medida que absorvíamos os funcionários desses concorrentes, que chegavam com outra cultura, ficava mais difícil administrar o dia-a-dia do negócio”, afirma Camargo. “O resultado é que muitas vezes aquilo que decidíamos não avançava pela estrutura da empresa.”

Camargo resolveu adaptar uma prática comum em grandes companhias para que as decisões pudessem voltar a fluir pela Sênior Solution. Ele dividiu a empresa em nove núcleos de negócios independentes e atribuiu metas específicas a cada um deles. Mas, em vez de delegar a executivos a responsabilidade de liderar as unidades, entregou a tarefa a um grupo de funcionários que eram ligados diretamente ao dia-a-dia da operação – entre eles técnicos de informática, profissionais da área de recursos humanos e do atendimento ao cliente. “Quem está envolvido na rotina do negócio enxerga oportunidades que, muitas vezes, escapam aos olhos dos executivos”, diz Camargo. “Eles conseguem cortar custos e acelerar processos com muito mais facilidade e rapidez.”

Como recompensa, cada um dos líderes pode receber até dois salários a mais por semestre, de acordo com o desempenho da área sob sua responsabilidade. “Na prática, dividimos a empresa em nove pedacinhos e demos maior liberdade aos funcionários para planejar e implantar mudanças”, diz Camargo. “Assim, eles conseguiram perceber com mais clareza a responsabilidade que cada um tem no resultado da empresa.”

Resultados: Os funcionários ajudaram a Sênior Solution a encontrar maneiras de reduzir despesas com o pagamento de horas extras e com o deslocamento de pessoal para atender a chamados de clientes. No total, em um ano, os custos caíram 30%.
Quem pode aplicar: Qualquer empresa capaz de desmembrar suas metas por área. “É importante que cada núcleo tenha objetivos claros a atingir e que as equipes sejam remuneradas de acordo com os resultados alcançados”, diz o consultor Aloysio Carvalho, sócio da consultoria INDG, de Belo Horizonte, especializada em gestão de custos e processos.
O outro lado: “Nem sempre um bom técnico está preparado para orientar pessoas”, diz Carvalho. Na hora de escolher quem terá papel de destaque nas equipes, é importante buscar profissionais com perfis mais empreendedores. Quando a Sênior Solution dividiu sua operação em áreas de negócios, por exemplo, o líder de um dos núcleos proibiu que seus colegas gastassem com táxi para visitar os clientes. “Só descobrimos quando um deles reclamou que estava há uma semana indo atender aos chamados de ônibus”, diz Camargo. R.G.

– A Educação Infantil tenta sobreviver na Pandemia. Conseguirá?

Dias atrás, abordamos sobre a situação caótica das universidades e seus alunos. Com salários reduzidos e muitos alunos desempregados, as mensalidades acabam não sendo honradas. Com custos a menos em água e luz (que têm sua discussão sobre a grande relevância ou não na composição dos salários dos professores), as faculdades também vivem problemas.

Como explicar ao universitário que os bares estão retomando as atividades, mas que ele, estudante, não pode ir presencialmente na sala de aula?

Mas o mais difícil e tenebroso é o cenário da Educação Infantil. Veja o caos, abaixo:

(Extraído de: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/06/30/escolas-de-educacao-infantil-comecam-a-desaparecer.htm)

ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMEÇAM A DESAPERECER

Por Paula Adamo Idoeta e Ligia Guimarães

Na Planeta Azul, porém, elas (as aulas) não irão retornar. Pereira conseguiu renegociar seu aluguel, mas a perda de mais da metade dos alunos e os descontos nas mensalidades dos que permaneceram fizeram a diretora perceber que, quando chegasse setembro, não conseguiria mais pagar suas 12 funcionárias fixas e cinco adicionais.

“Usei o dinheiro que eu tinha guardado para demiti-las. Algumas tinham mais de 30 anos de casa. Queria tudo menos fechar, porque não sei o que vou fazer da minha vida sem o Planeta.”

Escolas de educação infantil (as que abrigam crianças de zero a seis anos) de pequeno ou médio porte como a de Marli Pereira estão entre as que mais despertam a preocupação nas pesquisas conduzidas pelo professor Tadeu da Ponte, do Insper, com instituições de ensino privado.

Desde o início da pandemia e da suspensão das aulas presenciais, ele é coautor de uma pesquisa para acompanhar a situação financeira de 450 a 500 estabelecimentos de ensino privado do Brasil.

Em média, as escolas de todos os segmentos entrevistadas até maio perderam 52% de suas receitas. Na educação infantil, esse índice é ainda maior: 56%.

A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) diz temer que 80% das instituições privadas de educação infantil sejam forçadas a fechar as portas em definitivo por causa da evasão causada pela pandemia.

“As [escolas] de educação infantil são as que estão em situação mais precária, por vários pontos”, diz Ponte à BBC News Brasil.

“Primeiro, porque até quatro anos não é obrigatório que as crianças estejam matriculadas em uma escola. Mesmo com crianças de 4 a 6 anos, é pouco verossímil que um juiz mande prender um pai durante a pandemia se seu filho não estiver matriculado. Depois, é uma faixa etária mais difícil de se realizar o ensino online, porque as crianças não têm autonomia sem a mediação dos adultos. E, a essa altura, com três meses de pandemia, os pais já deram um jeito de cuidar das crianças em casa, seja como for. O serviço da educação infantil se tornou muito difícil de usufruir, e em um momento de perda de receita das famílias.”

Ponte afirma ainda que toda a receita com serviços extras prestados pela escola – que incluem horas de recreação a aulas de esportes – foi totalmente eliminada durante a pandemia. E esse dinheiro representava, segundo o pesquisador, quase a metade da receita de muitos desses estabelecimentos voltados às crianças pequenas.

Além disso, diz o professor, “geralmente essas são as escolas de bairro, que são o sonho de uma pedagoga apaixonada por crianças, que começam pequeno e crescem, trabalham duro”, mas muitas vezes sem conseguir fazer um colchão de reservas financeiras que dure muito tempo. “Escolas maiores costumam ter mais recursos e mais capacidade para realocar sua equipe.”

Pais desempregados

No Maranhão, a pedagoga Christiane Teixeira Mendes tem enfrentado a tristeza a cada notícia de aluno que não voltará a sua escola quando a pandemia passar. Ela dirige a escola de educação Infantil Porta de Papel, fundada pela própria pedagoga para as crianças de 2 a 5 anos do bairro de Coroadinho, que reúne favelas e comunidades com população estimada entre 59 mil e 100 mil habitantes na capital São Luís. Nas últimas semanas, a professora diz que tem mandado mensagens para melhorar o ânimo dos alunos.

“A gente já mandou áudio, videozinho falando que vai ficar com saudades. E eles mesmo mandam para a gente também”, diz.

Desde que a pandemia começou, o número de alunos da educação infantil caiu de 30 e poucos para 20 na Porta de Papel, e a pedagoga demitiu três de suas seis funcionárias, entre pedagogas e estudantes de pedagogia.

“Os pais já estão falando com as crianças, e algumas já estão cientes de que não vão voltar neste ano. Tive famílias em que ficaram desempregados o pai e a mãe, e nem conseguiram o auxílio (emergencial do governo), ficaram totalmente desassistidos”. “A maioria dos alunos são filhos dos trabalhadores das feiras da região de Coroadinho, comerciantes, profissionais autônomos. Crianças que tinham mais de um irmão, de famílias grandes, crianças que moravam em uma casa com 11, 12 pessoas”, diz.

Christiane tem liderado as campanhas de arrecadação de doações para a favela, e muitas famílias dos alunos da Associação Núcleo de Educação Comunitária têm contado com a ajuda da professora para se alimentar. Projetos ligados ao G-10 das Favelas (grupo de líderes comunitários e empreendedores de impacto social) são o que tem evitado, inclusive, que a escola feche as portas definitivamente.

“Foi uma comoção”, conta a professora sobre a última semana de maio, quando muitos pais receberam a notícia de que estavam desempregados e comunicaram à escola que não poderiam mais pagar os R$ 80 de mensalidade. “Foi muito triste, porque foi praticamente na mesma semana em que fecharam muitas lojas, restaurantes, hotéis, então muitos pais que trabalhavam nessas áreas já foram comunicados da demissão. E daí vieram só para abraçar a gente, querer um colo”, lamenta.

Sem a rotina e os cuidados da escolinha, muitas das crianças voltarão para a realidade que Christiane justamente tentou combater quando fundou a Porta de Papel; rotina que ela mesmo viveu de perto quando criança que crescia em Coroadinho enquanto a mãe trabalhava.

“Geralmente as crianças ficam trancadas em casa e um vizinho dá uma olhada de vez em quando. Acontecia isso comigo quando eu era criança e minha mãe precisava trabalhar. A gente fica em casa trancadinho e daí sempre tem um vizinho que dá um OK, que dá uma ajuda para perguntar se a gente já almoçou, já lanchou. E tem a situação que é extrema, em que o pai sai para trabalhar e deixa a criança brincando”, lembra.

O cenário de demissões já começa a se concretizar em outros Estados. Em Londrina, no Paraná, o Sindicato dos Professores (Sinpro-Londrina) foi acionado depois que um colégio da cidade anunciou, no dia 15 de junho, a demissão de todos os 20 professores e o encerramento das atividades de educação infantil. Em Belo Horizonte, no começo de junho, nove escolas particulares de educação infantil já comunicaram o encerramento de suas atividades à Secretaria Municipal de Educação, de acordo com o portal G1. De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), a média de cancelamento de contratos no Estado está entre 30% e 40%.

Beatriz Abuchaim, gerente de conhecimento aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, voltada à primeira infância, destaca que ainda é cedo para avaliar que impacto a suspensão das atividades de educação infantil terá sobre o desenvolvimento das crianças – por tratar-se de uma situação inédita. Mas o que já se sabe é que a ausência das creches e escolinhas será mais sentida pelas crianças que moram em lares com maior vulnerabilidade social, que durante a pandemia podem estar submetidas a situações de insegurança alimentar e outras dificuldades.

“A pandemia trouxe uma situação de fragilização e mais vulnerabilidade a muitas famílias. Muitas crianças recebiam, inclusive, suas principais alimentações do dia das escolas de alimentação infantil”, diz ela.

“O que a gente pode dizer com certeza é que crianças que estão em lares que estejam, recebendo afeto, carinho, atenção, estímulos adequados, essas crianças vão continuar a se desenvolver bem. Ao passo que talvez crianças que estejam em famílias que não possam estimular o seu desenvolvimento talvez tenham algum prejuízo”, diz, citando, por exemplo, a falta de livros e brinquedos, ou um estresse tão grande dos pais em garantir a sobrevivência da família que não possam dar atenção direcionada às crianças. “A gente acaba tendo o aumento dessa desigualdade social no nosso país.”

Empregos ameaçados

Em São Paulo, o sindicato que representa os professores da educação privada no Estado (Sinpro-SP) explica que, embora ainda não haja um quadro claro sobre a quantidade de demissões de professores na crise, é na educação infantil que está a maior parte de pedidos para a suspensão de contratos de trabalho – modalidade prevista na Medida Provisória 936, em vigor desde abril por conta da pandemia e que permite que se suspendam por até 60 dias os contratos trabalhistas, sem que haja pagamento de salário por parte do empregador.

“Pode ser que em muitas escolas o processo de demissão esteja sendo retardado por essa possibilidade de suspensão”, explica Silvia Celeste Bárbara, primeira-secretária do Sinpro-SP.

Mas, caso se concretize o fechamento de uma grande quantidade de turmas ou de escolas, as perspectivas de desemprego são bastante preocupantes, diz Tadeu da Ponte, do Insper.

Considerando-se um universo (segundo o Censo Escolar 2019) de 556 mil professores na educação privada, fazendo uma conta conservadora de fechamento de 20% das turmas dessas escolas, “se 20% dos professores da educação básica privada perderem o emprego, são mais de 100 mil pessoas”, afirma.

Ponte é parte de uma iniciativa chamada União Pelas Escolas, que está elaborando projetos de contingenciamento para o setor de educação privada – uma das ideias em gestação é a de se propor um voucher, semelhante ao auxílio emergencial sendo concedido pelo governo, para garantir que famílias consigam pagar as mensalidades de suas escolas. A proposta, porém, está em discussão para ser formalizada. Outra demanda é pela criação de políticas de crédito do governo voltado às escolas de pequeno e médio porte.

“O risco é que, se a escola fecha, o aluno não tem para onde voltar” quando as aulas presenciais forem retomadas, diz Ponte.

Ao mesmo tempo, em São Paulo, alguns grupos têm defendido a volta do ensino privado antes do ensino público – previsto para iniciar sua reabertura a partir de 8 de setembro, segundo o plano anunciado pelo governador João Doria.

Esses grupos defendem que muitas escolas privadas já têm protocolos de higiene prontos para voltar a receber os alunos, mas críticos afirmam que o retorno do ensino particular antes do público pode aprofundar ainda mais as desigualdades entre os dois setores.

Imprevisibilidade na educação pública

Para a presidente do conselho do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, um dos grandes riscos que o fechamento de escolas de educação infantil pode causar é um inchaço das escolas e creches públicas, sem que haja capacidade de financiamento.

Na distribuição dos recursos do Fundeb, fundo estatal de educação básica que financia grande parte da educação pública brasileira, são consideradas as matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo Escolar, que retratam um período anterior à pandemia.

“Então essas crianças não estão contadas. As escolas vão ter que se adaptar a alunos novos que vêm de outra escola. O financiamento agora é uma preocupação séria. A gente fala tanto em colapso no sistema de saúde, mas corremos o corre o risco de ter um colapso no sistema de ensino”.

Visão parecida tem o presidente nacional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia.

“O grande problema que se coloca é a imprevisibilidade. É um aluno que chega e a gente não tem previsão de receber por ele”, diz Garcia, que acrescenta que os alunos podem se matricular na rede pública a qualquer momento do ano. “A rede pública não pode se recusar a fazer matrícula”.

Garcia, no entanto, defende que, especialmente na educação infantil, em que as atividades em sala envolvem engatinhar, dividir brinquedos e comida e ficar no colo das professoras, a volta ocorra provavelmente só no ano que vem, quando as condições sanitárias estiverem mais seguras, de preferência com uma vacina contra o novo coronavírus.

“A educação infantil é feita por meio de brincadeiras e interações, o que praticamente impossibilita (o distanciamento social)”, diz. Há outras questões, alerta o presidente da Undime, sobre as quais as redes começam agora a se debruçar para buscar soluções. “Máscaras em crianças causam o risco de asfixia, as crianças muito pequenas (ficam) o tempo todo um encostando umas nas outras, você não tem carteiras na sala de aula de educação infantil, não tem isolamento”, diz.

“O retorno às aulas na educação infantil é ainda mais complicado (que nas demais etapas de ensino) e vai exigir muita criatividade, discussão, reflexão. Achamos que deve ser a última área a retornar (às aulas presenciais). Se a gente pensar, sobretudo (na faixa etária) de zero a 1 ano, o ideal é voltar só quando houver vacina. Talvez a gente não tenha condição de retorno neste ano”.

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Escola Planeta Azul, em SP, não resistiu à evasão de alunos e precisou fechar as portas em definitivo Imagem: Arquivo Pessoal

– O mau negócio da “Segurança Psicológica” em não opinar no Trabalho

Você se omite em opinar durante as reuniões de trabalho? Essa “segurança psicológica” é uma omissão a ser evitada.

Boa matéria que compartilho, extraído de Época Negócios, Ed 111, Caderno Inteligência, Pg 26

NÃO TENHA VERGONHA DE OPINAR

Ficar quieto para obter “segurança psicológica” é mau negócio. 

Você talvez já tenha vivido essa situação: durante uma reunião, não expressou críticas ou fez propostas possivelmente melhores que as de outros participantes por receio de ofender alguém ou mesmo ser repreendido pelo chefe por uma suposta inconveniência. Essa opção pelo silêncio é o resultado, segundo Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, de um fenômeno que ela chama de “segurança psicológica”. Nosso cérebro segue a programação de sempre se preocupar com o que os outros pensam sobre nós e as consequências disso. É algo que remonta a milênios da civilização humana: na pré-história, entrar em conflito com os outros poderia significar a expulsão da tribo, ameaçando diretamente a própria sobrevivência, daí o instinto de evitar tais situações.

Mas a omissão e o recato em nada ajudam seu progresso profissional – ao contrário. E a falta de participação também afeta diretamente o desempenho geral da equipe. Por isso, aconselha a professora de Harvard, devemos ter consciência desse fenômeno e superá-lo, sem medo de ter opiniões ou propostas diferentes basta saber expressá-las com habilidade. Isto também nos garantirá a tal “segurança psicológica” que, segundo estudo divulgado pelo Google People Operations (seu setor de RH), é o principal dos cinco traços característicos das empresas mais bem-sucedidas (os outros são confiabilidade mútua, clareza de metas, significado do trabalho e impacto do trabalho).

– Houston contra Casas de Prostituição com… Bonecas. Todos contra a KinySdollS!

Quando o bicho-homem é mais bicho do que homem, coisas desastrosas acontecem.

Digo isso por conta do fato de uma polêmica expansão de uma franquia canadense que abre lojas que ofertam serviços de “cabines com bonecas infláveis” (a KinySdollS), propagandeando modelos muitas vezes parecidas com, pasmem, crianças!

Houston, nos EUA, abriu guerra contra a rede.

Certamente, um empreendedorismo de gosto duvidoso (ou, se preferir, condenável).

Abaixo, extraído de: https://m.extra.globo.com/noticias/mundo/prefeito-de-houston-decreta-guerra-contra-abertura-de-bordel-com-bonecas-nos-eua-23106686.html?versao=amp

PREFEITURA DE HOUSTON DECLARA GUERRA CONTRA “BORDEL DE BONECAS”

O prefeito da cidade de Houston, nos Estados Unidos, Sylvester Turner vem tentando explorar opções para barrar ou restringir a abertura de um bordel com bonecas. A expectativa é que o empreendimento inicie as atividades neste mês.

“Este não é o tipo de negócio que eu gostaria de ver em Houston e certamente não é o empreendimento que a cidade está buscando atrair”, afirmou o prefeito em um e-mail para a Fox News.

De acordo com seu gabinete, não é correto chamar o local de “bordel” e pontuou que Yuval Gavriel, o fundador da KinySdollS, chama de show.

A empresa abriu sua primeira franquia perto de Toronto, onde oferece meia hora com a boneca sozinho dentro de um quarto, de acordo com o Examiner. Gavriel anunciou que pretende expandir o negócio para mais 10 locais nos Estados Unidos até 2020.

Moradores e ativistas tem expressado e se manifestado contrários a abertura do bordel.

“Há crianças por aqui e é um bairro voltado para a família. Eu moro bem aqui e ter isso nas nossas redondezas é nojento”, afirmou Andrea Paul, uma moradora.

Em junho o Congresso votou pela proibição da “importação ou transporte de robôs e bonecas sexuais que se pareçam com crianças”.

(Acima, um dos modelos oferecidos pela empresa)

– Acontece ou não?

Acho que acontece com todos nós, não?

No popular, essa imagem representa o dito: “as pessoas vêem as pingas que eu tomo mas não os tombos que eu levo”

– Colaboração Criativa nas Empresas

Olha que interessante: como as empresas podem, em 5 passos fáceis, inovar! Ainda: 5 passos simples do empreendedor (com inovação, claro, pois é uma condição sine qua non).

São conselhos do especialista em empreendedorismo Michael O’Neil Bedward, extraído de: Época negócios, Ed 44, pg 30:

5 PASSOS PARA AS EMPRESAS INOVAREM

  • 1.  tempo para o funcionário inovar. Crie ambientes propícios para novas ideias;
  • 2. Reduza os níveis hierárquicos na tomada de decisões. Isso confere agilidade;
  • 3. Aprove as inovações. Não restrinja a criatividade ao discurso formal;
  • 4. Estruture um departamento para gerir a inovação;
  • 5. Compre ideias criativas ou pequenas empresas com protótipos ou projetos inovadores.

5 PASSOS PARA OS EMPREENDEDORES SURGIREM

  • 1. Atue por um tempo numa companhia criativa, para ganhar experiência e autoconfiança;
  • 2. Monte um pequeno negócio (bedroom business) e comece a trabalhar em casa;
  • 3. Construa uma rede de relacionamento no mundo real e na internet;
  • 4. Faça um portfólio e convença um empresário que admira a ser seu mentor;
  • 5. Encontre um sócio que entenda de finanças e marketing e que se apaixone por sua idéia.

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– As ideias alternativas para as empresas agregarem valor durante a crise

Sempre as crises trazem transtornos e situações que podem sair do controle. Mas há aquelas empresas que conseguem frutos positivos com suas marcas.

Uma matéria bem bacana sobre isso, abaixo,

Extraído de: https://istoe.com.br/sobrevivencia-dos-negocios-na-selva/

SOBREVIVÊNCIA DOS NEGÓCIOS NA SELVA

Empresários fazem malabarismos não só para equilibrar receitas e gastos, mas também para garantir mais valor às suas marcas e fidelizar seus clientes durante a crise do Covid-19. Ações mais humanas e solidárias, como o movimento #naodemita, que tenta salvar 2 milhões de empregos, servem para trazer mais tranquilidade para os trabalhadores do País e irão fazer muita diferença quando a economia voltar ao normal.

Por Anna França

Passado o primeiro momento de apreensão e até desespero diante da crise provocada pela pandemia e pela interrupção das atividades, muitas empresas começam a arregaçar as mangas para encontrar alternativas a fim de garantir sua sobrevivência e esperar o momento em que consigam novamente equilibrar receitas e gastos. O grande problema é que ninguém sabe quando isso vai acontecer. Com 917 lojas fechadas em todo o País, deixando de faturar R$ 25 milhões só em março, o fundador e CEO da rede de franquias de óculos Chilli Beans, Caito Maia, chegou a perder o sono pensando em como manter seu negócio. Mesmo com toda sua experiência, ele, que importa 100% dos produtos que vende, entrou em pânico quando o dólar bateu em R$ 5. Ainda por cima precisou adiar os planos para sua convenção de franqueados, que tradicionalmente é feita em um navio a um custo R$ 8 milhões.
“Não vou mentir. Foi difícil dormir com essa situação”, desabafa. Mas, ao mesmo tempo, a alternativa de oferecer descontos na venda online lhe pareceu simplista demais, especialmente num momento em que as pessoas querem garantir a própria sobrevivência. Nesse momento ele resolveu proteger as cerca de 6 mil pessoas ligadas à operação e decidiu abraçar causas voltadas para a área social, como usar seus canais para estimular a doação de sangue, que caiu vertiginosamente. “Decidi não gastar energia com o que não podia mudar e fui atrás do que estava ao meu alcance, de forma positiva”, conta. Com a campanha “Todo mundo é vermelho por dentro, doe sangue”, Maia espera agregar mais valor à marca e fidelizar seus clientes. O empresário aposta que, quando a economia voltar a rodar, atitudes como essas ajudarão as empresas diante dos olhos dos consumidores. Ações mais humanas como as de Maia começam a pipocar entre o empresariado. Nesta semana, mais de 4 mil empresas como Natura, Itaú, Magazine Luiza e C&A assinaram um manifesto em que se comprometem a não cortar funcionários até o final de maio. Apesar do abaixo-assinado não ter valor jurídico, a expectativa dos organizadores do movimento #naodemita é salvar até 2 milhões de empregos, com ações como férias coletivas e home office. O Sebrae e o Banco do Povo também se uniram para ajudar pequenos empresários com dicas de como obter crédito para capital de giro e manutenção de folha de pagamento, além de formas de renegociar dívidas.
Uma pesquisa feita pela consultoria Kantar mostra que as pessoas esperam justamente que as marcas se mostrem prestativas no combate ao coronavírus. O estudo global “Covid-19 Barometer”, realizado em 30 países, incluindo o Brasil, ouviu 25 mil consumidores e indicou que 77% esperam que as marcas compartilhem o que têm feito de útil neste momento. Para 75%, porém, seria um erro explorar a crise para promover seu nome. Para o consultor da IN especializado em gestão de marcas, Fábio Milnitzky, o único jeito de se atravessar uma crise dessas proporções é seguindo alguns passos importantes. “É preciso ser claro na comunicação, de forma direta e transparente”, diz. “Equilíbrio e serenidade são essenciais nessas horas e o chefe precisa aparecer, nem que seja em videoconferências, porque um rosto fala mais que mil palavras”, explica.
O momento ainda é de intranqüilidade tanto para empresários como empregados. Os shopping centers, por exemplo, começam a agonizar com seus 577 centros fechados por todo país. O setor, que faturou R$ 190 bilhões em 2019, já estima um prejuízo de R$ 15 bilhões com 30 dias de lojas fechadas. “Se isso se prolongar pode piorar ainda mais porque muitos lojistas não vão aguentar”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun. Muitos empreendimentos, segundo ele, já estão negociando tanto alugueis como as taxas de condomínio, segurança e limpeza. Mas sem movimento será difícil manter até os funcionários. O que a entidade defende é que haja um planejamento para volta das atividades, nem que seja gradual, a partir de maio. “Já temos até protocolos prontos para voltar de forma gradativa, com todo o cuidado aos consumidores, incluindo controle de entrada no número de pessoas nos empreendimentos”, afirma.

BOAS PRÁTICAS NA CRISE

>> Não se isole, o líder precisa compartilhar até as decisões duras
>> Fale, repita e fale de novo sobre os problemas. Trabalhe com ciclos curtos de comunicação para ajudar na compreensão, conforme a situação vai mudando
>> Não tenha receio de dizer “não sei”, especialmente numa situação inédita como essa pandemia
>> Ouça seus funcionários e exponha suas convicções, aumentando a empatia de ambas as partes
>> Trabalhe intensamente toda a comunicação, tanto interna como externa, para obter engajamento
>> Invista no desenvolvimento da equipe
>> Cuide da sua saúde e da equipe. Fale sobre os impactos do isolamento na saúde e nas emoções e dê dicas aos seus colaboradores
>> Crie um comitê de oportunidades, para ver o que pode agregar valor à marca. Seja criativo: Uber e AirBnb surgiram após
a crise de 2008
>> Seja positivo, não deixe o pessimismo tomar conta de seus pensamentos, ações e decisões
Fonte: IN Consultoria

– Reinventar-se na Crise: o serviço de Drive-thru do Maxi Shopping para atender os restaurantes.

Que grande sacada! O Maxi Shopping Jundiaí está implantando um serviço de Drive-Thru no seu estacionamento, visando ajudar os lojistas da área de alimentação, já que o estabelecimento está fechado.

Abaixo, os telefones, os restaurantes e como pedir,

Extraído de: https://tvtecjundiai.com.br/news/2020/04/15/maxi-shopping-jundiai-presta-servicos-por-drive-thru-1/

MAXI SHOPPING PRESTA SERVIÇO DE DRIVE-THRU

O Maxi Shopping Jundiaí, que está com as atividades suspensas por tempo indeterminado – de acordo com as orientações dos órgãos oficiais competentes -, informa que está implantando o sistema drive-thru para as lojas que vendem alimentos em geral, enquadradas em serviços essenciais pelos decretos municipais.

O sistema funciona de segunda a domingo, das 11h às 22h. O cliente deve ligar nas lojas que ofertam o serviço, efetuar o pedido e combinar a forma de pagamento e a retirada dos produtos adquiridos, sem sair do carro, no estacionamento, em frente à Entrada da Lua. Não há cobrança de estacionamento.

Além disso, confira os demais estabelecimentos com serviços delivery:

KFC – Uber Eats
Pizza Hut – (11) 4521-7200/4521-7205 e http://www.pizzahut.com.br/Ifood
Habbibs – (11) 3003-2828 e Ifood
Popeys – Uber Eats
Piazza Focacceria e Pizzaria – de terça a domingo, das 12h às 22/Ifood
Sucão – das 11h às 20h, Ifood e Uber Eats
Pizza & Dog – App “pizzaedog5”, Uber Eats, Ifood e (11) 4521-9797
Peat Shop Pet Boutique – das 12h às 20h, no sistema pick up – animais devem ser deixados e retirados na Entrada do Sol do Shopping. Agendamento deve ser feito previamente pelo número (11) 4522-4410
(Fonte/Foto: Assessoria de Imprensa)

ATEAL apresenta a Exposição ArTeiros no Maxi Shopping Jundiaí | O ...

– E essa onda de lanchonetes de Açaí?

De onde surgiram tantas lojas de Açaí? Já repararam que a cada avenida movimentada existe um Açaí-isso, Açaí-aquilo?

Serão esses comércios como os das paletas mexicanas, que pipocaram por toda a parte e muitos naufragaram ou tiveram que se reinventar?

Com tanto quiosque e casas (aqui em Jundiaí são muitas), nem todos sobreviverão... ainda mais com a crise do Coronavírus, que obriga o fechamento do comércio.

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– O Fracasso dos Patinetes Motorizados

No começo, foram uma febre (especialmente na Capital Paulista e Litoral), mas depois… os patinetes elétricos foram abandonados pelas empresas que os alugavam pelos prejuízos constantes.

Abaixo, entenda o que aconteceu, extraído de: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/02/22/o-que-explica-a-incrivel-ascensao-e-o-vertiginoso-declinio-dos-patinetes-no-brasil.htm

O QUE EXPLICA A INCRÍVEL ASCENSÃO E O VERTIGINOSO DECLÍNIO DOS PATINETES NO BRASIL

Os patinetes elétricos chegaram a várias cidades do país prometendo ser uma alternativa moderna e sustentável de transporte; mas, em pouco tempo, as principais empresas do mercado anunciaram que estavam indo embora ou reduzindo drasticamente sua operação. O que houve?

Eles chegaram com estardalhaço. Da noite para o dia, milhares de patinetes elétricos apareceram pelas ruas. Muita gente, empolgada com a novidade, aderiu por diversão ou como uma alternativa moderna de transporte. Coisa “de primeiro mundo”. Era o futuro, agora.

Mas logo vieram os problemas. Os patinetes ficavam amontoados nas calçadas. Circulavam sobre elas. Foram roubados e depredados. O zigue-zague no meio ao trânsito provocou acidentes. Houve até morte. O poder público correu atrás para arrumar a bagunça. Fez apreensões e criou regras. Parecia que ia melhorar.

Então, em questão de meses, a Lime e a Grow, as duas principais empresas que ofereciam esse tipo de serviço em cidades brasileiras, anunciaram que estavam indo embora do país ou reduzindo drasticamente suas operações.

Assim como surgiram, de uma hora para a outra, os patinetes praticamente sumiram em muitos lugares. Mas o que houve?

Procuradas pela BBC News Brasil, a Lime e a Grow informaram que não dariam entrevistas sobre o assunto.

Por sua vez, especialistas apontam como razão desse vertiginoso declínio o fato de o serviço ser elitizado e não ter conseguido se firmar como uma opção de transporte, além de falhas do poder público e problemas enfrentados por esse tipo de negócio.

“O objetivo dessas empresas nunca foi oferecer uma solução de mobilidade. O patinete, como e onde é ofertado e por ser inseguro para o usuário, não cumpre a função de ser uma alternativa de deslocamento”, diz Daniel Guth, pesquisador e consultor em políticas de mobilidade urbana e coordenador de projetos da Aliança Bike, associação que reúne empresas de bicicleta.

O patinete fez sucesso por ser prático: o usuário só precisa de um celular para se registrar, achar um por perto, destravá-lo e sair pilotando. Ao terminar, basta encerrar a viagem e deixá-lo na rua para a próxima pessoa usar.

Mas Guth destaca que eles só são encontrados nas regiões centrais e mais nobres das cidades e não são baratos: custam R$ 3 para serem desbloqueados e, depois, mais R$ 0,50 por cada minuto de uso.

“Só para destravar, é quase o preço de uma passagem de ônibus. Isso afugenta os usuários de baixa renda. Acabam atendendo só pessoas de classe A e B que circulam onde eles estão disponíveis. É algo para poucos”, afirma o pesquisador.

Altos custos e prejuízo de milhões de dólares

A esse público restrito se soma o alto investimento para manter os patinetes em circulação. As empresas precisam ter equipes para recarregar baterias e colocá-los de volta nas ruas. E também para coletá-los e redistribuí-los pela cidade e garantir que estejam disponíveis onde as pessoas mais precisam, o que é fundamental para aderirem ao serviço.

As empresas também reclamam que os impostos aplicados no Brasil sobre os patinetes, importados em sua grande maioria da China, chegam a duplicar seu custo.

Além disso, elas usam modelos de patinetes criados originalmente para uso individual e que não foram pensados para resistir a dezenas ou mesmo centenas de viagens todos os dias. Por isso, eles precisam ser consertados ou substituídos em questão de semanas.

A americana Lime deixou claro que a conta não fechava no Brasil quando anunciou o fim do seu serviço no Rio de Janeiro e em São Paulo, as duas cidades em que atuava no país, e também em outras sete cidades na América Latina.

“A independência financeira é nossa meta para 2020, e estamos confiantes de que seremos a primeira empresa de mobilidade de próxima geração a alcançar lucratividade”, afirmou a empresa em um comunicado na época. Os mercados da América Latina eram um obstáculo para a Lime atingir esse objetivo.

A operação do sistema também se provou complexa para a Grow, resultado de uma fusão realizada em meados do ano passado entre a mexicana Grin e a brasileira Yellow no Brasil. Ambas lançaram seus serviços no Brasil no segundo semestre de 2018.

Em janeiro, a Grow divulgou ter parado de atuar em 14 cidades brasileiras. Permanece agora apenas em São Paulo, Rio e Curitiba.

A mudança é um ajuste operacional que faz parte de um processo de reestruturação da empresa para continuar prestando serviços de forma estável, eficiente e segura e consolidar sua atuação na América Latina, afirma a companhia.

O que vem acontecendo por aqui não é uma exclusividade do Brasil. Empresas de aluguel de patinetes também saíram de cidades da Europa e dos Estados Unidos, diz Rachel Binder, da consultoria de negócios CB Insights, baseada em Nova York.

“O lado operacional se provou um desafio para essas empresas. Elas ainda estão registrando prejuízo ao redor do mundo e perdendo milhões de dólares por ano. Agora, estão mais focadas em sua lucratividade do que em crescimento e se mantendo apenas nas cidades mais rentáveis”, afirma Binder.

Falta de planejamento e pró-atividade do poder público

Esse tipo de serviço faz parte de uma tendência mundial conhecida como micromobilidade, baseada em veículos pequenos e leves, vinculados a novas tecnologias, que não usam combustíveis fósseis e são usados para percorrer pequenas distâncias.

Por isso, os sistemas de aluguel de patinetes são úteis e promissores para as cidades, diz o consultor de mobilidade urbana Thiago Benicchio. Mas, para serem de fato uma boa alternativa ao carro ou ônibus, deveriam ter sido melhor planejados antes de serem lançados, opina ele.

“O imposto de importação não apareceu agora. A depredação e o desgaste dos patinetes também não são imprevistos, porque há a experiência de outros mercados. Da forma como foi feita, parece que foi uma aposta às cegas e se gastou dinheiro para testar uma coisa”, diz Benicchio.

Também é preciso incluir a micromobilidade em uma política pública mais ampla, o que não aconteceu com os patinetes no Brasil. Eles primeiro chegaram às ruas para somente depois as prefeituras elaboraram regras de oferta e uso.

Benicchio afirma que faltou proatividade do poder público para estabelecer previamente para quem e onde os patinetes poderiam ser mais úteis e como eles se integrariam a outros meios de transporte, antes de colocar milhares nas ruas de uma vez só.

“Uma operação experimental precisa ser feita em uma proporção mais adequada. Seria muito mais interessante ter ocorrido como em Londres ou Nova York, onde o poder público se adiantou e barrou a entrada das empresas até conseguir elaborar como tudo ia funcionar”, afirma o consultor.

“Se não há um debate antes, fica a impressão de que é um produto que, em vez de gerar um benefício coletivo, serve só para gerar lucro para as empresas, principalmente por meio da coleta de dados dos usuários, porque só a tarifa não cobre os custos da operação.”

Neste sentido, Guth dá como exemplo um estudo da própria Yellow, que apontou que 58% dos usuários trocaram viagens a pé pelo patinete.

“Não é estratégico, do ponto de vista do interesse público, que cidades invistam em sistemas assim. Não queremos que as pessoas caminhem menos, queremos criar condições para que caminhem mais”, afirma o pesquisador.

“Os patinetes sempre foram um modismo e, como tal, a tendência é que seja passageiro”, opina.

‘Os patinetes vieram para ficar’, diz pesquisador

Mas ainda é cedo para decretar o fim dos patinetes. A Grow continua a atuar no país, e outra empresa, a Scoo, segue oferecendo o serviço em São Paulo, em menor escala e a um preço menor. Paga-se R$ 4,40 pelos primeiros 15 minutos e R$ 0,45 por minuto a partir daí.

A Uber também se prepara para lançar o serviço na capital paulista, depois de estrear em dezembro em Santos, onde o desbloqueio custa R$ 1,50 e o minuto de uso, R$ 0,75.

“As empresas também estão buscando criar e fabricar seus próprios modelos para que os patinetes sejam mais duráveis e seguros e tenham maior autonomia, para reduzir seus custos”, diz Rachel Binder.

Outra opção que vem sendo cogitada, afirma a analista, é passar a usar estações, onde os patinetes ficariam estacionados à espera do cliente. “Embora seja menos conveniente para o usuário, essa infraestrutura é menos caótica e pode ajudar a resolver alguns problemas causados pela falta de estações”, diz Binder.

Os próprios sistemas de compartilhamento de bicicletas passaram por um processo semelhante, diz Victor Andrade, diretor do Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Eles foram se transformando ao longo de algumas décadas, desde os primeiros testes na Holanda, nos anos 1960, até virarem uma realidade ao redor do mundo.

“Os patinetes são uma alternativa importante de transporte nas cidades modernas. Mas são muito recentes, e tudo está mudando muito rápido. Ainda estamos no olho do furacão. Não dá para falar que deu errado ou que foi uma bolha.”

Após uma forte expansão das empresas de aluguel de patinetes, afirma Andrade, elas agora estão fazendo ajustes nos seus modelos de negócios.

“Acredito que é um momento de reflexão e de reposicionamento e que, depois, as empresas vão voltar a crescer e se consolidar, de forma mais sustentável. O patinete veio para ficar.”

Serviços de aluguel compartilhado de patinete elétrico chegam a ...

– Jornal Lance! deixará de ser impresso

Que pena! Um dos prazeres que sempre cultivei foi ler jornais. Sim, folhear, não rolar a tela. E, agora, como leitor do Lance! desde a edição paulista número 1, lamento muito a saída da edição impressa.

Eu já era árbitro quando a Gazeta Esportiva parou de circular, não tendo a oportunidade de ver meu nome estampado em alguma página. A primeira vez que vi meu nome no Lance! foi como uma compensação: e vejam que curioso, foi num escondido jogo entre Paraguaçuense x Bandeirante de Birigui. Mas no quadrinho estar lá a ficha técnica e escrito: ÁRBITRO: Rafael Porcari, foi vibrante. Lógico, a 1a vez nunca se esquece…

Em: https://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/apos-quase-23-anos-diario-lance-interrompe-versao-impressa_39743.html

APÓS QUASE 23 ANOS, DIÁRIO LANCE! INTERROMPE VERSÃO IMPRESSA

No último sábado (21), o diário esportivo Lance! anunciou, por meio do próprio jornal, das plataformas digitais e do Blog do Juca Kfouri, no UOL, que deixou de ter sua versão impressa a partir deste domingo (22). De acordo com o próprio jornalista, “os cuidados no combate ao coronavírus, as restrições ao ir e vir, o fechamento das bancas de jornais, tudo colabora para a decisão”.

O diário chegou às bancas de jornais do país em 26 de outubro de 1997, sob o comando do editor Walter de Mattos Júnior. À época, com a internet ainda engatinhando, foi considerado uma revolução na mídia esportiva, uma vez que era o primeiro jornal diário especializado em esportes de relevância nacional.

Agora, 22 anos e meio depois, deixará as bancas. De acordo com Juca Kfouri, no entanto, a iniciativa pode não ser definitiva. “Não tenho dúvida de que tomou a decisão certa ao interromper o projeto que, tomara, poderá voltar mais forte quando tudo isso passar”, escreveu o jornalista.

Apesar da interrupção da publicação impressa, o Lance! continuará existindo nas plataformas digitais, onde as notícias são atualizadas com bastante frequência ao longo de todos os dias. Vale lembrar que Juca Kfouri foi colunista do jornal de 1999 a 2005.

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– Prestigie a PME nesse momento de crise!

Quem criou essa mensagem, já bastante visualizada na Web, acertou em cheio!

Valorizemos a Pequena e Média Empresa, o Empreendedor local! Abaixo:

– 7 Mitos que os Jovens Empreendedores Costumam Acreditar

Cada vez mais os jovens brasileiros querem empreender. Mas, para muitos, não é fácil, devido aos medos e a falta de dinheiro. Saiba 7 mitos que existem no ideário do administrador:

Extraído de: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/7-mitos-que-os-jovens-empreendedores-ainda-acreditam

7 MITOS QUE OS JOVENS EMPREENDEDORES AINDA ACREDITAM

Não buscar sócios com conhecimentos complementares é um dos erros dos jovens empreendedores

por Priscila Zuini

Está comprovado: ter um negócio próprio é o sonho de maioria dos jovens brasileiros. Segundo uma pesquisa realizada pela Cia de Talentos em parceria com a Nextview People, 56% dos ouvidos disseram que pretendem empreender em algum momento da vida.

Os jovens também são maioria entre os que já empreendem. De acordo com o levantamento GEM 2012, 33,8% dos negócios iniciais estão nas mãos de pessoas entre 25 e 34 anos. “O empreendedorismo está consolidado na cabeça do jovem como opção de vida, o que não está é o preparo desse jovem”, diz Bruno Caetano, diretor-superintende do Sebrae/SP.

Além das várias dificuldades de um negócio, os jovens costumam ter que lidar, muitas vezes, com a descrença. “Tem muitas pessoas que acham que precisam de mais capacitação ou vivência e não podem ter seu negócio próprio”, diz Marcelo Nakagawa, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper. Veja abaixo alguns mitos sobre ter uma pequena empresa antes dos 30 anos.

1. Uma boa ideia basta

Muitas vezes, os jovens escolhem um hobby ou passatempo para transformar em negócio. “Muitos acreditem que basta ter uma boa ideia para que vire um negócio de sucesso”, diz Caetano.

Além de gostar da atividade, o jovem precisa se preparar para tirar o negócio do papel e não só apostar na sorte. “Ter uma grande ideia inovadora não é ter um grande negócio. Sem um time, a empresa cai por terra no primeiro contato com o cliente porque não vai ter quem execute”, alerta Nakagawa.

2. Empreender durante a faculdade é difícil

Largar a faculdade pelo negócio foi um passo para empreendedores como Mark Zuckerberg. Mas não é a regra. “Tem muitos que conseguem conciliar as duas coisas, principalmente quando o negócio é na área dele”, diz o professor do Insper.

Segundo ele, depende do empreendedor saber aproveitar os recursos e contatos da faculdade. “A dica que eu deixo é que ele se prepare para virar empreendedor. Está mais fácil para o jovem que está mais acostumado com o ambiente de escola, de estudo, de preparação”, sugere Caetano.

3. Negócios inovadores não têm concorrência

Confundir otimismo e ingenuidade é, para Nakagawa, um erro dos empreendedores mais jovens. “Ele tem que ser otimista, mas não pode ser ingênuo a ponto de achar que não tem concorrência”, diz. Segundo ele, é comum que nesta fase o empreendedor se sinta infalível. “Se o negócio der certo, vão aparecer dez negócios similares ao seu”, alerta o professor.

Outro mito, segundo ele, é achar que a concorrência vai demorar a reagir a sua inovação. “Em alguns casos é verdade. Em outros, é mito e o concorrente vai para cima e ocupa o espaço da startup”, explica.

4. Jovens têm mais chances de quebrar

Segundo Caetano, não há nenhum estudo que indique que empresas de jovens estão mais propensas ao fracasso. “Não há diferença significativa nas taxas de mortalidade de empresas chefiadas por jovens. Existe um preconceito da própria sociedade e os próprios jovens ficam inibidos de empreender”, justifica.

5. Reunir amigos na sociedade é melhor

Na universidade, muitos empreendedores reúnem um grupo de amigos da mesma turma para abrir um negócio. A afinidade pode parecer um bom motivo para estabelecer uma sociedade, mas pode ser uma armadilha. “Muitos começam a empresa com colegas da faculdade e o sócio é um espelho dele, com a mesma formação e os mesmos hábitos”, diz.

É preciso saber formar uma equipe que se complemente. “Basicamente, a regra é ter de alguém que sabe vender, alguém que sabe fazer e um terceiro sócio que cuide da gestão mais burocrática”, ensina o professor.

Para Caetano, achar que pode fazer tudo sozinho também pode acabar com o negócio. “É um erro fatal, precisa ter sócios que se complementem”, indica o executivo do Sebrae/SP.

6. O fracasso é o fim

Ninguém começa um negócio pensando em fracassar. Mas, se isso acontecer, não é o fim do mundo. “Uma questão que precisa ficar clara é que ele acha que não pode fracassar. É comum encontrar empreendedores que na primeira tentativa não deram certo, mas usaram isso como fonte de aprendizagem para negócios posteriores”, explica Caetano.

7. Um produto bom dispensa experiência

Assim como só uma boa ideia não é suficiente, o empreendedor não pode dispensar o conhecimento confiando apenas no produto ou serviço. “Achar que vai sustentar o negócio sem ter experiência em gestão é um erro”, diz Caetano. Outro mito é acreditar que as vendas vão acontecer facilmente. “Venda é uma estratégia, precisa ser estudada e exige dedicação”, afirma.

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– Magazine Luiza compra o Estante Virtual!

Se você gosta de livros e faz uma busca bem refinada nos preços antes de comprá-los, provavelmente já conhece o Estante Virtual, que vende livros novos e usados através de parceiros de todo o Brasil.

Pois bem: o Estante Virtual passa a ser mais uma das empresas do Magazine Luzia, que está rumando para bater de frente com os gigantes do e-commerce cada vez mais. Abaixo:

A VEZ DOS LIVROS: MAGAZINE LUIZA COMPRA ESTANTE VIRTUAL POR R$ 31 MILHÕES

Por Carolina Riveira

A varejista Magazine Luiza concluiu nesta quinta-feira a compra do site de livros Estante Virtual, que pertencia à Livraria Cultura e é conhecido sobretudo no segmento de livros usados. O negócio custou 31,1 milhões de reais.

O Magalu arrematou a Estante Virtual em um leilão feito em São Paulo, como parte do plano de recuperação judicial da Cultura. EXAME apurou que a proposta da varejista já foi completamente aceita pela Cultura e que, agora, o negócio tem de 5 a 20 dias para ser oficialmente fechado. O Cade, conselho de defesa da concorrência, também havia aprovado em dezembro uma eventual compra da Estante Virtual pelo Magalu.

Fundado em 2005 pelo administrador de empresas carioca André Garcia, a Estante Virtual reúne mais de 16 milhões de livros vendidos por terceiros, entre novos e usados. O site foi comprado pela Livraria Cultura no fim de 2017.

O movimento do Magalu era esperado pelo mercado desde o fim do ano passado. A compra faz parte do plano da varejista de oferecer uma maior diversidade de categorias em seus canais de vendas, indo além de eletrônicos e eletrodomésticos. A empresa começou a vender livros em abril de 2019 e tem um sortimento de mais de 240.000 títulos.

O Magazine Luiza não se pronunciou sobre o leilão ou sobre como pretende integrar as operações da Estante Virtual a seu site e aplicativo. Uma das possibilidades é que a empresa integre a logística da Estante Virtual a seu sistema de distribuição próprio.

Na Estante Virtual, que funcionava como um marketplace (com vendas feitas por terceiros), a entrega dos livros era até então de responsabilidade dos vendedores, gerando longos e caros prazos de entrega. Com os livros que vende atualmente, o Magalu usa parceiros próprios para as entregas e suas mais de 1.000 lojas no Brasil como espaço de retirada de itens comprados online — essa modalidade, chamada de “Retira Loja”, conta com frete gratuito ou mais barato e entrega mais rápida.

A Estante Virtual é uma espécie de “sebo” na internet, onde amantes de livros, estudantes e outros clientes podem encontrar edições antigas ou mesmo raras e comprá-las de vendedores de diferentes lugares do Brasil. A empresa afirmava em agosto de 2019 ter mais de 2.600 vendedores registrados e mais de 23 milhões de livros vendidos desde a fundação.

A venda do site estava no plano de recuperação judicial da Cultura, aprovado em abril do ano passado. Afetada pela crise das livrarias (que também levou a concorrente Saraiva a recuperação judicial), a Cultura tem uma dívida de 285 milhões de reais.

– Inovar e Copiar

Inovar e Copiar andam conjuntamente. Quer exemplos? Abaixo, extraído de Época Negócios, pg 50, por Álvaro Oppermann e Karla Spotorno:

Na corrida entre INOVADORES e COPIADORES, a vantagem é quase sempre de segundos. De acordo com um estudo recente, 97,8% do valor criado pelas inovações fica com os imitadores. É o que Peter Durcker chamava de ‘imitação criativa’.

Inventor do bife de hambúrguer, o dinamarquês Louis Lassen, não enriqueceu com sua descoberta, feita em 1900. Hoje em dia, a simpática lanchonete Louis’Lunch, fundada por ele em 1895 em New Haven, no estado de Connecticut, nos EUA, é tocada pelo seu tataraneto, Jeff, como um pequeno negócio familiar. Quem ficou rico foi Edgar Waldo Ingram, fundador da rede White Castle, em 1921 [que copiou a idéia e montou lanchonetes limpíssimas].”

E o que o Mc Donald’s faz hoje?

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– Dinheiro ou Criatividade para Inovar?

O texto é antigo, mas o mote é sempre atual: para inovar, o que é necessário? Abaixo, um repost deste mesmo blog:

Sempre questione a relação Competência Financeira X Competência Intelectual/Administrativa. Nem sempre ter dinheiro significa ter sucesso.

Veja só: o conhecidíssimo Clemente Nóbrega, em seu enésimo excepcional artigo, escreveu a respeito dos investimentos minguados no Brasil em INOVAÇÃO. E desafia: se investirmos mais dinheiro, teremos mais inovação?

Ele duvida. Responde que nem sempre dinheiro se transforma em bons resultados.

Extraído de: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI177094-16644,00-O+FATOR+DECISIVO.html

O FATOR DECISIVO

O Brasil investe pouco em inovação – cerca de 1% do PIB. Será que mais uns bilhõezinhos melhorariam nossa performance? Duvido.

por Clemente Nóbrega

Em um artigo publicado em 2007, mostrei a correlação entre incompetência para inovar e instituições fracas – não há inovação sem que na sociedade haja confiança institucionalizada. Pesquisas mostram que não melhoramos nisso, mas temos outros pecados também. Fala-se que o país investe pouco em inovação – cerca de 1% do PIB (países ricos, duas ou três vezes mais). Será que mais uns bilhõezinhos melhorariam nossa performance? Duvido. Eu não aumentaria investimentos, rearranjaria recursos que já estão no sistema. Veja só. No mundo da gestão (de qualquer coisa, privada ou pública), só o que legitima é resultado – output, não input. Sucesso não é medido pelo que entra no sistema, mas pelo que sai dele. Não número de policiais nas ruas, mas redução de crimes. Não campanhas de vacinação, mas diminuição de doenças. Claro que inputs são aproximações – proxys, como dizem, para resultados esperados, mas um gestor que se limita a proxys não é um gestor, é um burocrata.

A Apple – empresa mais inovadora do mundo – investe bem menos em inovação do que a média das empresas de tecnologia, mas obtém muito mais resultado. É mais produtiva em inovar. Numa empresa, os dirigentes estabelecem diretrizes (metas a atingir e meios para que sejam alcançadas). Ex: “Queremos que, dentro de cinco anos, 20% de nossas receitas estejam sendo geradas por produtos que não existem hoje”. Os recursos que vão ser alocados para que a diretriz seja cumprida dependem da meta a alcançar, não é simples? O que as empresas inovadoras têm são processos gerenciados em função de metas de output de inovação. Assim: “Se tudo continuar sendo feito como vem sendo feito, cresceremos ‘x%’ ano que vem. Mas se quisermos inovar, então, em cima de ‘x%’, colocaremos, digamos, mais um ou dois pontos percentuais, que têm de vir de inovações. Ficando no ‘papai &mamãe’, cresceríamos 20%, mas a meta é 22%. Esses 2% além do ‘esperado’ são inovação na veia. O investimento para chegar lá será um percentual desse ‘extra’ que espero obter (um percentual aplicado aos 2%). Os 2% de inovação terão de ser desdobrados por todas as áreas produtivas da empresa. Cada uma dará sua contribuição para o todo. Não sabem como fazer? Treine-os, há método para isso. A unidade bateu sua meta de inovação? Prêmios, bônus, fanfarras. Não bateu? Bem, o que acontece com um vendedor que não vende? Com um financeiro que não planeja o fluxo de caixa? Não há mistério. É gestão pelas diretrizes. Tem meta, prazo, responsabilização e plano de ação. A cada período tudo se repete – um delta além do ‘papai & mamãe’, incorporando os ganhos do período anterior”.

A Apple investe bem menos em inovação do que
 a média, mas obtém muito mais resultado

Órgãos fomentadores de inovação devem parar de se medir pelo dinheiro que injetam no sistema, como se isso garantisse resultado. Sem gestão, não garante. O input que conta é conhecimento, mais que dinheiro. Atenção: o investimento em inovação (como percentual do resultado) tem de diminuir com o tempo, mas riqueza nova tem de ser criada continuamente. Possível, mas só com gestão da inovação.

* Clemente Nobrega é físico, escritor, consultor de empresas e autor do blog Ideias e Inovação no site de Época NEGÓCIOS

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– A dica do “Guru” do Guru Steve Jobs: Arrisque!

Nolan Bushnell já foi citado pelo falecido Steve Jobs (o gênio criativo fundador da Apple) como seu guru e mentor. Nolan é o fundador da Atari (lembram-se do sucesso do video-game da década de 80?), e conta algumas particularidades sobre seu pupilo e dá dicas para administradores e empreendedores:

Extraído de Revista Veja, Páginas Amarelas, pg 17-20, ed 16/01.

“Muitos executivos temem arriscar. Perigoso é não arriscar. A falta de inovação leva ao declínio da empresa (…). Países pobres como o Brasil têm de se livrar do complexo de inferioridade para começar a inovar. Tenho certeza de que há jovens brasileiros com potencial para ser novos bilionários da web. Eles precisam só de incentivo (…) Steve Jobs não gostava de tomar banho, cheirava mal, mas ele tinha o mais importante: faísca nos olhos só exibida por gênios da criatividade“.

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– O Empreendedor que compra tudo!

Patrice Etlin é um dos executivos que mais tem se destacado nos últimos anos, pois está comprando todos os bons negócios de vários setores no Brasil.

  • Se dá lucro, ele adquire para ganhar mais.
  • Se dá prejuízo, ele compra para salvar e lucrar.

Vejam só quantas empresas ele investiu recentemente (e quanto dinheiro entrou nas aquisições),

em: https://bit.ly/2RqiBVt

O DONO DO MERCADO

Ele já investiu R$ 19 bilhões para comprar empresas como Walmart, Viena, Frango Assado, Dudalina, Le Lis Blanc, o laboratório Fleury e as lojas Samsung. Tamanho arrojo garante a Patrice Etlin posição privilegiada no varejo brasileiro

O número 3.311 da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em um dos metros quadrados mais cobiçados da capital paulista, tem se tornado o principal centro de operações do varejo brasileiro nos últimos anos. O 9o andar abriga o escritório do fundo americano de private equity Advent International na América Latina, de onde o sócio Patrice Etlin define suas estratégias de compra de participações em empresas. Em 21 anos de operação, ele já investiu R$ 19 bilhões, sendo que a maior fatia dessa fortuna, cerca de 35% do total, foi para companhias do setor de varejo, como a recente aquisição de 80% do capital do Walmart no Brasil, por R$ 2 bilhões. “Estamos intensificando nossos investimentos no varejo porque temos grande afinidade com o ramo e, além disso, criamos uma sólida expertise setorial”, diz Etlin, que apesar do nome herdado de sua família francesa se considera 100% brasileiro.

Entre as empresas sob o guarda-chuva de Etlin, além do Walmart, estão o grupo IMC (controlador das bandeiras Frango Assado e Viena), a companhia de moda Restoque (dona das marcas Dudalina, Le Lis Blanc e John John), a rede gaúcha de materiais de construção Quero-Quero, com mais de 250 lojas, o grupo de autopeças Fortbras e mais de 100 unidades das lojas Samsung no Brasil. “A crise gerou oportunidades de aquisição e, especificamente no varejo de alimentos, que sofreu com o achatamento das margens e com a deflação, surgiram boas opções de compra”, garante o executivo. Depois de assumir uma posição de destaque no varejo, ele também orquestrou a aquisição de fatias na Estácio, a segunda maior empresa de ensino superior do Brasil, na corretora de valores Easynvest, na rede de medicina diagnóstica Fleury e no programa de fidelidade Life Miles.

Com um estilo de gestão peculiar, que se resume em partir para o ataque enquanto a maioria se esconde com medo da crise, Etlin constrói uma reputação de protagonista do varejo nacional. Aos 55 anos, quando não está em seu escritório, ele diz investir seu tempo à família, com sua esposa e três filhos, e à prática de seu esporte favorito: pesca submarina. “O segredo, na vida e nos negócios, é saber se isolar dos barulhos que estão à nossa volta”, afirma o corintiano Etlin, relembrando que a decisão de comprar o Walmart se deu em plena greve dos caminhoneiros, no fim de maio. “Sem interferência de tudo aquilo que desconcentra, podemos ter mais foco na empresa e atenção aos detalhes”.

A filosofia de Etlin, por razões óbvias, garantiu ao fundo Advent um período de bonança nos anos de crise e recessão da economia brasileira. Ao seguir na contramão da manada, Etlin adquiriu e recuperou “empresas machucadas”, especialmente porque se cercou de profissionais de alta reputação e experiência em seus respectivos setores. Um deles é Luiz Fazzio, homem de confiança de Etlin e que passou da cadeira de presidente da Tok&Stok para o comando do Walmart. “Com o time certo e no tempo certo, vamos seguir em frente com a estratégia de consolidação de nossos investimentos no varejo, certos de que é um dos setores com maior potencial de expansão nos próximos anos”.

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“O segredo, na vida e nos negócios, é saber se isolar dos barulhos que estão à nossa volta” – Patrice Etlin: período de bonança mesmo na recessão se deve à estratégia ousada de adquirir e recuperar “empresas machucadas”, como a rede Walmart

– O Programa Verde Amarelo: as novas regras para incentivar a contratação de jovens.

Gostei bastante das medidas para incentivar a contratação de jovens, a partir da desoneração do empregador.

Os mais novos são pessoas menos experientes e que estão, pela faixa etária, mais desempregadas que as outras. Dar oportunidade a eles é importantíssimo! Apoiar o empreendedor para isso, idem (com o detalhe de que não se pode “trocar um funcionário mais velho por um mais novo”).

Parabéns, nessa o Governo Federal foi irrepreensível. Abaixo, as medidas:

Extraído de: https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/11/governo-anuncia-programa-para-tentar-estimular-contratacao-de-jovens.ghtml

GOVERNO ANUNCIA PROGRAMA PARA ESTIMULAR CONTRATAÇÃO DE JOVENS

Verde Amarelo foi lançado em cerimônia no Palácio do Planalto e, segundo o governo, reduz em cerca de 30% os custos do empregador. Programa flexibiliza regra de trabalho aos domingos.

O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (11) um programa que visa incentivar a contratação de jovens entre 18 e 29 anos.

Conheça os detalhes do programa:

O programa, chamado Verde Amarelo, foi lançado em uma cerimônia no Palácio do Planalto, da qual participaram o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo o governo, o programa reduz de 30% a 34% os custos para o empregador; flexibiliza o trabalho aos domingos; incentiva o microcrédito; e prevê mudanças jurídicas relacionadas a processos trabalhistas.

De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo é gerar 1,8 milhão de empregos até 2022.

  • as empresas poderão contratar até 20% dos funcionários na nova modalidade (em postos de trabalho com remuneração de até 1,5 salário mínimo);
  • as empresas poderão contratar na nova modalidade até o final de 2022;
  • os contratos deverão ser de no máximo 2 anos;
  • os funcionários receberão, mensalmente, o valor proporcional às férias e ao 13º salário.
  • Segundo o Ministério da Economia, as medidas previstas no Verde Amarelo são válidas somente para novas contratações e não permitem substituições na atual folha de empregados. A pasta não informou, contudo, se haverá algum tipo de fiscalização.

Inicialmente, o governo cogitou incluir na proposta pessoas com mais de 55 anos, mas isso ficou de fora do Verde Amarelo.

O programa lançado nesta segunda-feira permite a ampliação do trabalho aos domingos e feriados. Pela lei atual, o repouso remunerado aos domingos é a regra. O pacote do governo, contudo, permite o descanso “em qualquer outro dia da mesma semana”.

De acordo com o Ministério da Economia, entidades preveem que, com essa mudança, será possível gerar cerca de 500 mil empregos até 2022.

Recentemente, a Câmara dos Deputados tentou flexibilizar a regra do trabalho aos domingos, durante a votação da chamada “MP da liberdade econômica”. O Senado, contudo, rejeitou mudar a regra.

Governo lança programa para criar vagas de emprego:

O programa prevê diversas outras medidas, entre as quais:

  • Microcrédito: Concessão de R$ 40 bilhões para até 10 milhões em microcrédito. De acordo com o governo, os recursos serão direcionados a “população vulnerável, desbancarizados e pequenos empreendedores formais e informais”;
  • Reabilitação profissional: Tentar reinserir no mercado de trabalho 1 milhão de pessoas afastadas por incapacidade. O objetivo é garantir a “reabilitação física e habilitação profissional para reinserir vítimas de acidente do trabalho, acidentes de qualquer natureza ou pessoas que estejam fora do mercado de trabalho decorrente de incapacidade”;
  • Contratação de pessoas com deficiência: De acordo com o governo, metade das 768 mil vagas para pessoas com deficiência estão preenchidas. O objetivo é estimular novas contratações.

Mônica Waldvogel explica medidas do programa de emprego apresentado pelo governo

Durante a cerimônia desta segunda-feira, Bolsonaro assinou uma medida provisória (MP) para permitir o “contrato verde amarelo” de jovens de 18 a 29 anos.

Portanto, o programa terá força de lei assim que a MP for publicada no “Diário Oficial da União”. Para se tornar uma lei em definitivo, contudo, o “contrato verde amarelo” precisará ser aprovado pelo Congresso Nacional em até 120 dias.

O Congresso poderá aprovar a MP como o governo a enviou; aprovar a proposta com mudanças; ou rejeitar.

Em caso de aprovação, o texto será enviado para sanção de Bolsonaro. O presidente, por sua vez, poderá sancionar a proposta, sancionar com vetos ou vetar integralmente. Se Bolsonaro vetar, os parlamentares poderão manter a decisão do presidente ou derrubá-la.

Além disso, a parte do programa voltada para a reabilitação de pessoas constará de um projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional. Portanto, só se tornará um lei se aprovada pelos parlamentares e sancionada por Bolsonaro.

Segundo o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, havia uma reivindicação “muito forte” para que o período em que o contribuinte recebe seguro-desemprego contasse para o tempo de aposentadoria.

Segundo ele, o governo decidiu, então, cobrar contribuição previdenciária de quem receber seguro-desemprego, e o período contará para a aposentadoria.

“Nós vamos passar a cobrar, a partir do período da noventena, a contribuição mínima de 7,5% e, em contrapartida, vamos contar o período do seguro-desemprego para termos de aposentadoria”, afirmou.

Ainda segundo Rogério Marinho, o governo calcula que, com as medidas anunciadas nesta segunda-feira, deixará de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões em cinco anos.

A “compensação”, segundo ele, será por meio da mudança no seguro-desemprego. Conforme o secretário, com a contribuição de 7,5%, o governo poderá arrecadar até R$ 12 bilhões em cinco anos.

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– A Colaboração Criativa nas Empresas

Olhe que interessante: como as empresas podem, em 5 passos fáceis, inovar! Ainda: 5 passos simples do empreendedorismo (com inovação, claro, pois é uma condição sine qua non).

São conselhos do especialista em empreendedorismo Michael O’Neil Bedward, extraído de: Época negócios, Ed 44, pg 30:

  • 5 PASSOS PARA AS EMPRESAS INOVAREM
  • 1. tempo para o funcionário inovar. Crie ambientes propícios para novas ideias;
  • 2. Reduza os níveis hierárquicos na tomada de decisões. Isso confere agilidade;
  • 3. Aprove as inovações. Não restrinja a criatividade ao discurso formal;
  • 4. Estruture um departamento para gerir a inovação;
  • 5. Compre ideias criativas ou pequenas empresas com protótipos ou projetos inovadores.

5 PASSOS PARA OS EMPREENDEDORES SURGIREM

1. Atue por um tempo numa companhia criativa, para ganhar experiência e autoconfiança;

2. Monte um pequeno negócio (bedroom business) e comece a trabalhar em casa;

3. Construa uma rede de relacionamento no mundo real e na internet;

4. Faça um portfólio e convença um empresário que admira a ser seu mentor;

5. Encontre um sócio que entenda de finanças e marketing e que se apaixone por sua idéia.

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Imagem extraída da Internet, autoria desconhecida.

– Cardápio Verde para Melhorar a Imagem!

A rede americana McDonald’s faz de tudo para mudar a imagem de vilã da saúde que lhe foi imposta. Já tentou mudar o cardápio, patrocinar ações esportivas e outras coisas. Agora, radicalizou: na Índia, onde a carne de vaca é proibida pelo fato do animal ser sagrado pela religião hinduísta, seus restaurantes já servem frango e peixe ao invés de hambúrgueres bovinos. Porém, algumas lojas se tornarão 100% vegetarianas!

O novo cardápio será: McVeggie (sanduiche com hambúrguer de cenoura e ervilha), VegPizza McPf (massa / torta de feijão e molho de tomate) e Hashbrown (como nuggets, só que de batata).

O restaurante sinônimo de hambúrguer de boi, na prática, abandonará seu carro-chefe.

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– E se o Amor fosse a Conta-Gotas, comprado em Farmácia?

Olha que interessante: a “droga do amor” já é vendida nos EUA, em boa parte das farmácias. Pode ser em gotas ou em spray.

O que ela faz e como age? Simples, relato abaixo (extraído de Revista Superinteressante, Ed Novembro/ pg 68-70):

AMOR DE FARMÁCIA

Já existe um remédio que promete melhorar a vida a dois. E ele não é azul. Veja como a ciência está metendo o bedelho no amor.

Por Carol Castro e Felipe Van Deursen

Amor não é uma vontade incontrolável de ficar com seu amante o tempo todo. O nome disso é serotonina.

Amor não relaxa o corpo, cria laços e deixa os apaixonados felizes. O nome disso é ocitocina. É dopamina!

Biologicamente, paixão é só um jato de hormônios e neurotransmissores disparados pelo cérebro. E que viciam quase como droga – as áreas de prazer e recompensa ativadas são as mesmas. Mas uma hora cansa. Quando a festa hormonal no cérebro acaba, o amor chega ao fim.

Com isso em mente, os neurocientistas Julian Savulescu e Andres Sandberg, da universidade de Oxford, iniciaram a busca pela ciência do amor eterno (…) A ideia deles é incentivar a produção de remédios que supram a escassez dessas substâncias. Para isso, estudam o papel delas no amor, a fim de descobrir como sua falta atrapalha os relacionamentos e como seria benéfico aumentar de novo suas doses no corpo. Porém, enquanto eles cuidam da parte teórica, outro grupo já pôs as ideias em prática. O remédio do amor vem em um recipiente de 7,5 ml, com conta-gotas, ou sob a forma de spray nasal. A ocitocina está no ar! (…)

Em 2010, o psiquiatra americano Bryan Post decidiu sintetizar e engarrafar o hormônio. Diz ele: “não é tóxica, não faz mal e não vira um vício, já que não desperta uma vontade contínua de uso” (…) Ele já pode ser comprado em farmácias nos EUA e custa cerca de R$ 120,00.

O remédio não restaura a paixão. Nem chega perto disso. Mas proporciona uma forte sessão de relaxamento. E isso pode ajudar nos momentos mais tensos da relação. Com duas borrifadas no nariz ou seis gotas debaixo da língua, o hormônio corre pleo sistema sanguíneo e aos poucos entra no sistema nervoso central, reduzindo o nível de cortisol (hormônio do estresse) no sangue. Aí, é só calmaria.

DIAS DE OCITOCINA

Experimentamos a droga do amor. Veja como foi!

Ela tem sabor de menta. Para fazer efeito, você precisa pingar 6 gotas embaixo da língua ou apertar o spray uma vez em cada narina. Após dez minutos, a droga começa a surtir efeito, que dura até quatro horas. Em pouco tempo, o braço amolece e o coração desacelera. Piadas bobas ficam engraçadas. A vontade de defender qualquer assunto beira a zero. Estender uma briga fica muito difícil. De fato, uma discussão acalorada de namorados foi dissolvida no ar quando o spray fez efeito. Por um tempo, tudo é lindo. Sorrisos e abraços ficam fáceis. É bom. Mas basear a tranquilidade do dia-a-dia ou, pior, sustentar um relacionamento nessas gotas soa um tanto assustador.

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– Era uma simples lâmpada…

Hoje é o dia em que foi inventada a lâmpada elétrica, em 1879, por Thomas Edison.

O que seria de nós sem as lâmpadas, não? Mas não é sobre isso que falaremos, e sim sobre gênios!

Leonardo Da Vinci é famoso por sua genialidade e muitas invenções revolucionárias (além, claro), da Mona Lisa, sua pintura marcante. Mas Thomas Edison não fica atrás! Veja suas inúmeras invenções (extraído da Wikipedia):

THOMAS EDISON

Thomas Alva Edison (Milan, Ohio, 11 de Fevereiro de 1847West Orange, Nova Jérsei, 18 de Outubro de 1931) foi um empresário dos Estados Unidos que patenteou e financiou o desenvolvimento de muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial. O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park), como era conhecido, foi um dos primeiros a aplicar os princípios da produção maciça ao processo da invenção.

Na sua vida, Thomas Edison registrou 2.332 patentes. O fonógrafo foi uma de suas principais invenções. Outra foi o cinematógrafo, a primeira câmera cinematográfica bem-sucedida, com o equipamento para mostrar os filmes que fazia. Edison também aperfeiçoou o telefone, inventado por Antonio Meucci, em um aparelho que funcionava muito melhor. Fez o mesmo com a máquina de escrever. Trabalhou em projetos variados, como alimentos empacotados a vácuo, um aparelho de raios X e um sistema de construções mais baratas feitas de concreto.

Entre as suas contribuições mais universais para o desenvolvimento tecnológico e científico encontra-se a lâmpada elétrica incandescente, o gramofone, o cinescópio ou cinetoscópio, o ditafone e o microfone de grânulos de carvão para o telefone. Edison é um dos precursores da revolução tecnológica do século XX. Teve também um papel determinante na indústria do cinema.

Em 1969 foi incluído no Automotive Hall of Fame.

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– O Design Sprint do Google

As startups já conhecem esse processo, mas vale compartilhar: o método Sprint, do Google!

Abaixo, extraído de Veja, ed 2654.

FÁBRICA DE SUCESSOS

Criado por funcionários da divisão de novos negócios do Google, o método Sprint consiste numa “linhagem de montagem” para empreender – tanto dentro de uma empresa como na vida pessoal. 

Por Jennifer Ann Thomas

“EU NÃO FALHEI. Apenas encontrei 10 000 maneiras que não vão funcionar e, assim descobri qual dará certo.” A frase, que se tornaria célebre, foi proferida pelo americano Thomas Edison (1847-1931) depois de testar milhares de protótipos para conseguir desenvolver a primeira lâmpada elétrica da história, em 1879. O mesmo espírito animou, em pleno século XXI, um novo método de invenção e empreendedorismo, elaborado no Vale do Silício, polo tecnológico onde surgiram empresas como Apple, Google e Facebook. Batizada de sprint, a técnica permite testar projetos – de startups, de grandes companhias ou mesmo relacionados a carreiras individuais – em apenas cinco dias, partindo de uma ideia e chegando a um teste prático.

Tudo isso sem demandar gastos de milhões de dólares para viabilizar um plano que, no fim do processo, poderia fracassar. O roteiro do Sprint serve de pontapé inicial para todo mundo: marcas que precisam resolver problemas pontuais, empresas estabelecidas que querem lançar novas empreitadas, pessoas infelizes no trabalho que planejam montar o próprio negócio ou mesmo aqueles que pretendem trocar de profissão.

Nessa última categoria, atualmente, os exemplos se multiplicam. Segundo uma pesquisa da rede social Linkedln, a nova geração tende a mudar de emprego ao menos quatro vezes até os 32 anos de idade. Adotar o Sprint para tomar decisões pode ajudar na redescoberta profissional.

Não por acaso, a nova metodologia surgiu dentro de uma companhia reconhecida pelo seus viéis inovador, o Google. Mais especificamente, em seu braço de novos negócios, o Ventures. O sprint começou a ser desenvolvido em 2003 pelo engenheiro americano Jake Knapp. Até 2012, foi testado, na prática, no lançamento de recursos de produtos-chave da empresa – como o navegador Chrome, o serviço de e-mail Gmail e o sistema de publicidade Adwords. A partir do sucesso de aplicação nos inventos da marca, o método se difundiu pelo Vale do Silício e por outros polos de tecnologia. Já foi adotado, por exemplo, por uma concorrente direta do Google, a Mozilla, dona do navegador Firefox. Em 2016, Knapp, ao lado de outros dois colegas do Google – os designers John Zeratsky e Braden Kowitz -, publicou um livro sobre o assunto, que chegou ás listas dos mais vendidos dos Estados Unidos. No mês passado, Sprint: o método Usado no Google para testar e Aplicar novas ideias em apenas cinco dias foi publicado no Brasil pela editora Intrínseca. O sucesso nas livrarias e lojas de e-books se deve sobretudo ao fato da obra servir de guia também a quem jamais pensou em empreender e, no entanto, por motivos diversos, encontra-se de repente em una encruzilhada profissional. No livro, Knapp conta como formulou a ideia do Sprint.

Naquele ano de 2003, ele viu nascer seu primeiro filho. O engenheiro notou então que a novidade familiar fizera com que se tornasse menos produtivo no trabalho.Para retornar seu ritmo, decidiu elaborar um roteiro simples, com o qual pudesse acelerar seus afazeres profissionais. Como empreender, por meio de Ventures, de um modo mais rápido? Assim surgiu a fórmula que permite avaliar, em uma semana útil. Ideias de negócios. Contudo, foram necessários quase dez anos para Knapp aperfeiçoar o procedimento. De início, por exemplo, ele acreditava que um Sprint poderia ser feito com um time de quarenta pessoas. Entretanto, as primeiras tentativas só renderam confusões. Após uma série de testes, chegou-se á conclusão de que a coisa só funcionava quando desenvolvida por equipes pequenas – de, no máximo, sete membros.

Nesse limite, o ideal seria contar com a seguinte composição de perfis: um indivíduo chamado de “o definidor”, que tomaria as decisões finais; e seis especialistas, das áreas de finanças, marketing, contato com o consumidor, tecnologia, logística e design. Isso, claro, considerando-se que o Sprint seria realizado dentro de uma empresa de grande porte, como o Google.O sistema revelou-se prático e  eficaz Disse Knapp: “O nosso método resolve um ponto básico, porém muito difícil de realizar no dia a dia, que é o teste de protótipos. Estudantes e startups, assim como grandes empresas, podem se beneficiar dele. Numa comparação, O Sprint seria como ter a chance única de bater alguns pênaltis contra o time adversário, no primeiro tempo de uma partida de futebol, e só depois apostar em quem ganharia o jogo”.

De acordo com índice Kauffman de Empreendedorismo, que analisa o ecossistema de novos negócios nos Estados Unidos, 310 em cada 100 000 adultos americanos abrem negócios, todos meses, desde 2016. Para financiar as empreitadas, cadas uma dessas startups consegue captar, em média, 1,3 milhão de dólares em investimentos. Além disso, elas gastam em torno de 500 000 dólares mensais para manter suas operações. No entanto, a maioria, nove em cada dez, falha nos primeiros vinte meses. A perda de dinheiro relacionada ao fracasso poderia, em teoria, ser evitada caso se aplicasse o Sprint no início desses projetos; assim, talvez se descobrisse que a empreitada já nasceria fadada a falir.

Em um país em crise, como o Brasil, essa certeza pode ser ainda mais determinante para aqueles que perdem o emprego e optam por se dedicar ao próprio negócio – situação de 44% dos que abriram empresas nacionais entre 2015 e 2016. O Sprint ainda desconstrói a representação romântica que se tem dos empreendedores do ramo da tecnologia. Antes, imaginava-se um jovem nerd numa garagem, sonhando com suas invenções – o script vivido por Steve Jobs (1955-2011), que nos anos 70, criou a Apple, ao lado de Steve Wozniak, literalmente na garagem de casa, e montou ali seus primeiros computadores sem plano de negócios na cabeça.

No século XXI, esqueça essa cena, de um garoto correndo grandes riscos em prol de um projeto visionário. Hoje, o vale do Silício funciona como propõe o Sprint: uma linha padronizada de montagem de ideias; algo mais parecido com o antigo fordismo do que com a imagem de uma mente genial querendo mudar o mundo a partir de uma sacada espetacular.

Informações via Revista Veja.

– As mulheres são as grandes empreendedoras de nosso país!

Você sabia que o Brasil é o país com maior número de Empreendedoras do mundo?
Compartilho matéria da Isto É, Ed 2305, por Jamil Chade.

BRASIL, O PAÍS DAS EMPREENDEDORAS

Elas compõem mais da metade da população nacional. São maioria nas faculdades, ocupam 42% das vagas de emprego do País e sustentam, sozinhas, 35% dos lares. Mas a brasileira quer mais, muito mais. E para isso tem enveredado por um caminho que, durante muito tempo, foi dominado pelos homens – o do empreendedorismo. Hoje, segundo dados da consultoria internacional Grant Thornton, a mulher brasileira é a que mais empreende no planeta. Depois de ouvir 11 mil empresas em 39 economias, o centro de pesquisas constatou que, no Brasil, a taxa de empreendedoras é de 12% contra uma média mundial de 4%. “A brasileira quer e pode mais”, diz Madeleine Blankenstein, sócia-diretora do International Business Center da Grant Thornton Brasil. “Com a economia aquecida, ela pode escolher como quer ganhar seu dinheiro.” E muitas escolhem abrir o próprio negócio, depois de refletir de maneira cuidadosa e calculada. “A mulher que abre uma empresa no susto, para ter uma fonte de renda, qualquer que seja ela, não é mais tão comum”, explica Bruno Caetano, diretor superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em São Paulo.

Fernanda Mion, 27 anos, é exemplo disso. Logo que entrou na faculdade, ela buscou uma forma de complementar sua renda. Descobriu que comprando bijuterias na 25 de Março, rua de comércio popular em São Paulo, e revendendo para as colegas na universidade, conseguiria algum dinheiro. Mas logo percebeu que as amigas revendiam suas bijuterias e farejou uma oportunidade de negócio. “Se pudesse produzir desenhos meus, comprar direto da fundição e distribuir para minhas amigas revenderem, teria um negócio”, diz. Com R$ 2 mil emprestados do pai, começou a Fernanda Mion Acessórios. Hoje ela tem três lojas físicas, uma virtual, 50 revendedoras e 12 funcionários – dois dos quais são seu pai e sua mãe, que trabalham, orgulhosos, com a filha. “Depois de me formar em rádio e tevê, fui fazer um curso de vendas para o varejo e o atacado”, diz ela, que investiu em formação. O Rio de Janeiro é o próximo mercado que Fernanda quer explorar.

“A mulher empreendedora tem muitas qualidades”, diz Odair Soares, economista e professor de administração na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Ele lembra, por exemplo, que as mulheres, por serem ao mesmo tempo mães, profissionais, esposas e donas de casa, têm capacidade única para administrar vários problemas simultaneamente – uma qualidade que se desdobra em muitas outras, como mostrou o estudo Global Entrepeneurship Monitor 2010, fruto de parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (leia quadro). “Não é à toa que vemos uma ascensão constante, desde 2002, da presença feminina entre os brasileiros que abrem empresas no País”, afirma Caetano, do Sebrae. Nos últimos nove anos, a participação subiu sete pontos percentuais, de 42% para 49%.

Mas, antes dessa ascensão vigorosa, já havia muitas empreendedoras fazendo sucesso. É o caso da dentista e proprietária da rede Sorridents, Carla Renata Sarni. Em 1995, meses depois de se formar, ela já tinha aberto o próprio negócio, de olho no atendimento de pacientes em larga escala. O que começou com uma sala de 21 metros quadrados na Vila Císper, zona leste de São Paulo, virou um império com 161 franquias pelo País, uma sede com 83 funcionários e mais de 30 mil pacientes atendidos por mês. “Sempre fui vendedora, sei fazer isso muito bem e só consegui explorar essa habilidade plenamente depois de abrir meu negócio”, diz Carla.

O setor de prestação de serviços, no qual o contato humano e o traquejo social são mais valorizados, ainda é a área com a maior presença de mulheres empreendendo. A sensibilidade feminina também trabalha a favor quando as metas são claras. “Nós temos objetivos muito bem definidos desde o começo da empresa”, explica Neusa Barata, que fundou a NBSete, uma agência de promoção publicitária, em 2006, pouco depois de perder o emprego e sofrer um grave derrame cerebral, do qual se recuperou completamente. Desde então, ela já mudou de endereço duas vezes para acomodar mais funcionários – no início eram dois, hoje são 35. “Coloco meta em tudo e sempre consigo atingi-las”, diz Neusa. Segundo o Sebrae, empresas como a NBSete têm tudo para conti­nuar dando certo. Embora o serviço ainda não tenha dados para comprovar essa tese, os consultores do instituto já observam que empresas criadas por mulheres vão menos à falência que as lideradas por homens. 

– O Ouro Verde da Cana Paulista: Tudo se Aproveita!

Cada vez mais a cana-de-açúcar demonstra ser o Ouro Verde (fazendo uma analogia ao petróleo, chamado outrora de Ouro Negro) no mercado agrícola e energético brasileiro. Da cana se produz o álcool, o açúcar, a garapa, a cachaça; do seu bagaço a energia elétrica, também biodiesel, e… pasmem… até água potável.

A Dedini, gigante do setor, está desenvolvendo um equipamento que explora simultaneamente 6 riquezas da cana-de-açúcar.

Abaixo, extraído de:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/599/a-usina-seis-em-um-dedini-desenvolve-um-equipamento-que-129820-1.htm

A USINA 6 EM 1

A História da Dedini Indústrias de Base é marcada por altos e baixos. Em 1987, a companhia quase fechou as portas por conta da forte retração do setor sucroalcooleiro. De uma hora para outra praticamente todas as encomendas foram canceladas e a direção da Dedini se viu sem recursos para honrar os compromissos. Para escapar da falência, foi preciso vender terrenos e até a divisão siderúrgica, repassada à Belgo Mineira. No final de 2008, o cenário pelo lado da demanda praticamente se repetiu. A crise econômica global fez com que os clientes se retraíssem, causando uma redução de R$ 600 milhões na carteira de pedidos da fabricante de equipamentos, caindo para R$ 2,1 bilhões. A diferença é que a Dedini de hoje em nada lembra a de dez anos atrás. A começar pela estratégia de produção, fortemente diversificada na qual as usinas de etanol respondem por cerca de 45% das vendas totais. Na década de 1980 esse percentual era o dobro. Além disso, em breve sairá do forno um produto que a própria empresa classifica como a usina do futuro. Batizado de Usina Sustentável Dedini, será a arma da companhia para enfrentar uma eventual retração do mercado. Hoje, uma unidade padrão é capaz de gerar produtos como açúcar, etanol, biodiesel (extraído da palha e das folhas da planta) e energia (por meio da queima do bagaço).

A Usina Sustentável produzirá também fertilizante (da mistura de resíduos do processamento) e água para uso industrial e consumo humano. Hoje, este insumo é desperdiçado apesar de cada tonelada de cana ser composta de 70% de água. “A usina do futuro será praticamente autossustentável, com impacto ambiental próximo de zero”, diz Sérgio Leme dos Santos, presidente da Dedini, que assumiu o cargo em janeiro deste ano. O novo modelo de usina está em fase de testes e chegará ao mercado até o final de 2010. Para ampliar a receita, a empresa criou ainda uma divisão de automação. Ela é responsável pela montagem de equipamentos da marca e de outros fabricantes, uma tarefa que antes era entregue a terceiros e que já colabora com uma parcela expressiva do faturamento da Dedini.

Santos, porém, não acredita numa crise profunda para o setor. “A agroindústria vive um período de consolidação e deverá emergir desse processo ainda mais forte”, aposta. “A pressão global para o uso de tecnologias limpas deverá continuar favorecendo os investimentos em combustíveis renováveis, como o etanol.” Além disso, cerca de 95% dos pedidos estão em fase de produção nas cinco fábricas da Dedini e serão entregues até o final do ano. Com isso, a receita deverá se manter no patamar dos R$ 2 bilhões obtidos em 2008. Para especialistas, as perspectivas para o setor são realmente positivas. “O momento atual é delicado mas a expectativa é de que haja uma retomada no médio prazo”, opina Estefan Haddad, sócio- diretor da BDO Trevisan.

Mesmo que as previsões otimistas não se confirmem, a Dedini conta com a diversificação para superar possíveis dificuldades. Sua lista de produtos inclui esteiras para mineração, laminadoras para siderúrgicas, processadoras de biodiesel, usinas para tratamento de água e esgoto, tanques para cerveja e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A diversificação é resultado de um robusto plano de investimentos que consumiu R$ 300 milhões no período 2005/2008. A tecnologia da Usina Sustentável foi desenvolvida pela equipe composta pelos 20 pesquisadores “da casa”, todos com título de mestre ou doutor, que tiveram o reforço de técnicos ligados a universidades de São Paulo e parceiros globais como a alemã Siemens, a sul-africana Bosch Projects e a americana Rohm and Haas. “Agregamos à nossa linha produtos para os segmentos nos quais poderíamos ser competitivos no cenário brasileiro e internacional”, explica o presidente da Dedini. Mas isso não significa dizer, no entanto, que a área de açúcar e álcool será abandonada. Ao contrário. Esse nicho faz parte do DNA da empresa fundada em Piracicaba (SP) em 1920.

– As principais startups brasileiras

E quem são as jovens empresas do Brasil que alcançam potencialmente a marca de 1 bilhão de dólares?

Sobre esse fenômeno de novos e bons negócios do empreendedorismo tupiniquim, abaixo (citação ao final da matéria):

CLUBE DOS UNICÓRNIOS: AS STARTUPS BRASILEIRAS AVALIADAS EM US$ 1 bilhão

Brasil já tem oito empresas neste seleto grupo — a última a entrar foi a Loggi. Elas fazem uma revolução não só na tecnologia, mas na maneira de trabalhar.

Por Daniel Bergamasco, Larissa Quintino

No fim do expediente de quarta-feira 5 de junho, petiscos e bebidas foram servidos no andar térreo do prédio na região da Avenida Paulista onde está sediada a startup Loggi, uma plataforma que conecta 25 000 motociclistas para entregas em 36 cidades brasileiras. Enquanto um DJ tocava músicas pop, profissionais garantiam suas selfies dentro de uma piscina de bolinhas em meio a dezenas de balões coloridos. A data havia sido um marco na companhia: fundada em 2013, a Loggi anunciou que, após uma injeção de recursos de investidores liderados pelo japonês SoftBank, se tornara um unicórnio — como é chamada a startup (jovem empresa independente de tecnologia) que atinge valor de mercado de ao menos 1 bilhão de dólares. Para celebrar, a imagem da criatura mitológica se repetia por todo lado, em bonecos infláveis ou em tiaras com chifre usadas pelos funcionários.

Desde que o Instagram deixou o mundo de queixo caído ao ser vendido por exato 1 bilhão de dólares ao Facebook, em 2012, as empresas de tecnologia que atingem essa cifra mítica são comparadas aos cavalos encantados por terem se tornado lendas na selva de empreendedores. Até janeiro de 2018, quando a 99 foi arrematada pela chinesa Didi Chuxing, o Brasil não tinha ouvido falar de representante nesse seleto clube. Hoje, o momento é de efervescência — das mais de 300 representantes de start­ups bilionárias de que se tem notícia no mundo, oito pintaram aqui desde então. E centenas são candidatas a repetir tal cavalgada. Apenas no ano passado, o país atraiu 1,3 bilhão de dólares em investimentos, distribuídos entre 259 startups, 55% mais que no ano anterior (veja o quadro).

Mas e a crise? Bem, para essas organizações, ela por vezes mais ajuda que atrapalha, ao usarem tecnologia para a redução de custos e assim se diferenciarem da concorrência. A cearense Arco Educação, a única não paulista no grupo, é bom exemplo. Criada a partir de um conjunto de escolas de Fortaleza, a empresa oferece hoje um sistema educacional presente em 1 400 escolas brasileiras com fortes componentes de ensino a distância, como videoaulas e livros digitais. O material didático digital sai até 40% mais barato que o físico. Quanto maior o número de alunos que assistem às lições, mais a vantagem aumenta. O grande impulso para a expansão tecnológica foi a entrada, em 2014, do fundo americano General Atlantic, que detém hoje um quinto do negócio. Em setembro, a Arco captou 780 milhões de reais na bolsa eletrônica Nasdaq, pela venda de 25% de suas ações. Com o bolso cheio, comprou em maio o Sistema Positivo por 1,65 bilhão de reais.

Não à toa, a euforia é o que se respira dentro dos escritórios. A estética animada e lúdica (às vezes infantilizada, para os olhares de alguns) é a regra. Geladeiras com cervejas de graça e salas de “descompressão” com tapetes de ioga repetem-se em vários deles, mas existem particularidades. Na Loggi, há um urso de pelúcia de 1,50 metro de altura (apelidado de Loggão) e um boneco sparring no qual os mais estressados podem desferir golpes de boxe. Uma vez por semana, o CEO Fabien Mendez liga seu notebook em uma área comum e os empregados são bem-vindos para falar sobre qualquer tema.

Na sede do iFood, em Osasco, funcionários locomovem-se de patinete de um canto a outro (não é só modinha hipster; o prédio, todo térreo, tem 13 000 metros quadrados) e há vídeos no circuito interno (às vezes, ao vivo) para dividir com todos as novidades. “Tentamos fazer com que a comunicação flua como se ainda estivéssemos em uma garagem”, diz o CEO Carlos Moyses, cofundador de uma das empresas que originaram o iFood. Ex­-entregador de pizza na Austrália, ele passa dez dias por ano na China para se conectar com as inovações.

Para além da originalidade no visual, é na ação que esses negócios buscam transformar o ambiente de trabalho. Tome-se como exemplo a desenvolvedora de aplicativos Movile. Se em companhias tradicionais é incomum que uma mulher seja contratada durante a gravidez, ali sete gestantes ganharam seu crachá nos últimos doze meses. Quando voltam da licença­-maternidade, elas são recebidas com foto de seu bebê em porta-retratos e um resumo das decisões importantes tomadas em sua ausência. No Nubank não existem alas específicas dentro do escritório — um engenheiro de software pode sentar­-se ao lado de alguém de recursos humanos; cada um posiciona seu notebook onde quiser. Além disso, é possível levar o cachorro para o expediente e trabalhar na varanda para deixar o pet à vontade (vez ou outra algum bichinho se perde nos nove andares e a turma sai em seu resgate).

Há alguns clichês inescapáveis no discurso dessas empresas: dizer que precisam identificar as “dores” da sociedade (problemas a ser resolvidos) e anunciar uma “missão” mais charmosa que o simples lucro. A “missão” da Gympass, criadora de um passe que permite frequentar milhares de academias, é “combater o sedentarismo”. Isso é levado a cabo dentro do prédio na Vila Olímpia, e acontecem reuniões que começam com todos suando a camisa de forma literal, em um treino. As reuniões mensais mostram um ranking de empregados que usam com mais frequência o próprio serviço – o CEO da operação brasileira, Leandro Caldeira, costuma aparecer entre os primeiros. Ele acorda diariamente antes das 6 horas e já testou de ciclismo a escalada indoor. Dica de ouro para o participante dos processos seletivos da firma, presente em catorze países (dos Estados Unidos a San Marino): se ganhar um passe livre de um mês do RH, não deixe o brinde de lado (os recrutadores poderão monitorar o uso). Uma regra curiosa da alta gerência é não falar do trabalho de um terceiro se ele não estiver presente.

Estar em uma firma diferentona, claro, não é para todo mundo. “O discurso cheio de propósito, as coisinhas gostosas na geladeira, tudo é usado para fazer com que as pessoas tenham longas jornadas, muitas vezes no fim de semana”, diz um ex-funcionário da 99, que descreve um ambiente (excitante ou extenuante, você decide) de constantes mudanças. Conta ter tido meia dúzia de chefes em um ano. “No ambiente em que se arrisca mais e se corrige o erro rápido, é necessário preparar­-se para alterar as metas do dia para a noite.” A reportagem ouviu relatos parecidos de trabalhadores dos outros unicórnios. Um engenheiro demitido da Stone por não bater as metas ainda assim recomenda o lugar, pelo acesso fácil à chefia para dar ideias.

De acordo com a consultoria Michael Page, os salários em startups são até 20% maiores que a média de mercado. Interessado? A headhunter Juliana Fiuza, especialista em inovação na Follow Recruitment, indica o caminho: “Essas empresas buscam o perfil criativo, flexível e intraempreendedor”. O último termo designa funcionários que vão além das suas obrigações e agem com cabeça de dono, criando oportunidades.

Os rostos jovens vistos ao redor do escritório não são uma impressão. Na 99, apenas 6% dos trabalhadores têm mais de 40 anos. Nas outras companhias, não é muito diferente. “Isso está relacionado ao uso de tecnologias recentes e de redes sociais, mas há espaço para pessoas mais velhas, especialmente no nível de gerência”, diz Cristina Junqueira, do Nubank, a única mulher entre os fundadores do clube do bilhão (40% de seu time é do sexo feminino; 30% do total é LGBT).

A Movile é uma das mais admiradas pelo dinamismo. Seus oito negócios principais são chamados ali dentro de transatlânticos, maiores e complexos, enquanto os projetos iniciais recebem o apelido de jet skis. “Se o profissional tem uma ideia, vai lá, implanta e apresenta os dados. O jet ski pode tombar quando vem uma onda, depois a pessoa se levanta e corrige a rota”, explica o cofundador Eduardo Henrique Lins, que hoje comanda de Miami a Wavy, braço do grupo de inteligência artificial para a comunicação das empresas com seus clientes. O aplicativo PlayKids, de vídeos e jogos para crianças, presente em 187 países, é um desses barquinhos que cresceram. Nasceu após o naufrágio de vinte tentativas para emplacar uma plataforma segmentada de vídeos, de música sertaneja a comédia stand-up.

No Brasil, existem cerca de 12 800 startups. Mas, para entrar na elite dos unicórnios, o empreendedor tem de chamar a atenção de investidores em diversas etapas — as contrapartidas vão de sociedade a participação no conselho. Num universo em que mesmo empresas bem estabelecidas podem valer uma fortuna sem dar lucro (veja a entrevista), o potencial é que aguça os apostadores. Lembra-se do exemplo do Instagram, vendido por 1 bilhão de dólares? Seis anos depois, a rede social valia 100 vezes essa cifra. “Olho mais para o sonho e o compromisso do fundador do que para o negócio”, diz Hernan Kazah, que fundou o Mercado Livre em 1999 e hoje investe em novas ideias. “Há muitas replicações com mérito do que é feito no exterior, mas estamos de olho em cases de inovação de abrangência mundial, como foram a Embraer e a Natura”, diz Bruno Rondani, da aceleradora 100 Open Startups.

No Vale do Silício brasileiro, quem quer ser patrão deve ficar de olho em Brasília. Anunciada em 1º de maio pelo presidente Jair Bolsonaro, a medida provisória da liberdade econômica, apelidada de “MP das startups”, prevê incentivos a jovens empresas, como dispensa de alvará na fase inicial. A proposta do governo precisa ser aprovada pelo Congresso até o fim de agosto para virar lei. Para Caio Ramalho, coordenador do MBA de private equity e venture capital da Fundação Getulio Vargas, os incentivos são bem-­vindos, mas a prioridade deve ser facilitar o fechamento caso a empreitada não dê certo. “Um ambiente saudável de startups existe onde empresas possam nascer e morrer, pois a falha em um negócio pode ser uma lição para o que vem.” Enquanto o oceano burocrático seguir atrapalhando o ciclo de nascimento e morte dos pôneis brasileiros, o país terá menos unicórnios.

Com reportagem de André Siqueira

Publicado em VEJA de 10 de julho de 2019, edição nº 2642

Funcionários da Loggi comemoram o fato da empresa ter se tornado uma unicórnio (Antônio Milena/VEJA)

– O Imbróglio da sucessão no comando da Marabraz

Quer coisa pior do que briga em família para comandar os negócios? E mais ainda quando o dinheiro que entra é muito bom?

Parece roteiro de filme policial, mas é a história das confusões envolvendo a popular loja de móveis Marabraz!

Abaixo, extraído de: https://veja.abril.com.br/brasil/a-cigarra-e-as-formigas-a-confusao-familiar-das-lojas-marabraz/

A CIGARRA E AS FORMIGAS: A CONFUSÃO FAMILIAR DAS LOJAS MARABRAZ

Batalha pelo patrimônio põe um irmão e seus filhos contra o resto do clã. Eles pedem uma fatia do negócio depois de terem saído, como na fábula famosa

Por Fernanda Thedim

“Lojas Marabraz: preço menor ninguém faz.” O refrão martelado há décadas em comerciais da maior rede de lojas de móveis do Brasil, no trinado inconfundível da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano, é pura alegria. Já as relações entre os donos do negócio, a família Fares, estão longe disso. Uma batalha judicial pelo patrimônio opõe um irmão, Fábio, afastado da empresa, contra os três que a comandam — Jamel, Nasser e Adiel. Agora, uma nova geração — Abdul e Ali, filhos do primogênito, Fábio — resolveu também entrar na briga. Do enredo, que inclui fraudes, boletins de ocorrência, documentação suspeita, traição amorosa, divórcio, aids e até tiros, extrai-­se a comparação com uma conhecida fábula atribuída ao grego Esopo, o pai de todas as fábulas: aquela em que, chegado o inverno, a leviana cigarra bate à porta da sensata formiga achando-se no direito de ter uma parte das reservas acumuladas durante o verão.

O patrimônio em jogo é considerável: a rede varejista, com sede em São Paulo, possui 132 lojas e, segundo estimativas de mercado, fatura 1 bilhão de reais e lucra 60 milhões por ano. No capítulo mais recente do imbróglio familiar, Abdul e Ali brigam na Justiça desde o fim de abril por 10% do valor da marca Marabraz — uma fortuna na casa dos 50 milhões de reais. Em processos que correm na 17ª Vara Cível de São Paulo, eles alegam que os tios Jamel, Nasser e Adiel recorreram a “falsificação de assinaturas e manipulação de documento” tanto para afastá-los de sua parte no negócio quanto para dilapidar sua herança, nesse caso usando uma procuração vencida da avó, Hajar Fares — por sinal, os netos reclamam de não poder ter acesso a ela.

Abdul (que, como em toda família muçulmana, tem primos homônimos) já passou por três situações em que atiraram nele. Nos boletins de ocorrência, elas aparecem como tentativas de assalto; ele as interpreta como atentados. Para a Marabraz, “essa é mais uma história fantasiosa” da dupla. A verdade é que Abdul e Ali estão fora de tudo o que se refere à companhia desde que o pai abdicou de sua parte. Sobre a procuração da avó, o documento apresentado por eles foi submetido a perícia encomendada pela Marabraz e tem indícios de falsificação. E, de acordo com a parte da família que continua na empresa, é dona Hajar que não quer ver os netos, que a decepcionaram, de acordo com o grupo.

A história da saída de Fábio dos negócios é um capítulo à parte na fábula. No processo que move contra os irmãos desde 2017, que corre em segredo de Justiça, o primogênito do clã assume que a situação chegou aonde chegou depois que ele cometeu uma série de fraudes. A primeira foi ter simulado sua saída da empresa, em concordância com os irmãos, para não ser obrigado a dividir o patrimônio ao se divorciar, em 1995, de Suhaila Ali Abbas, com quem era casado em regime de comunhão de bens. Suhaila pediu a separação ao descobrir que Fábio é portador de HIV. Segundo o filho Abdul, o pai adquiriu o vírus durante relação extraconjugal com uma ex-funcionária da empresa e escondeu sua condição por dez anos. O processo do divórcio arrastou-se até 2000 — depois de ser despejada da mansão em que vivia com os filhos na Serra da Cantareira, Zona Norte de São Paulo, Suhaila saiu do divórcio com 3 milhões de reais e dois imóveis.

Pois bem — passado tudo isso, o casal reatou, dessa vez com pacto pré-­nupcial e separação de bens. “Por causa da doença do Fábio, combinamos que não haveria mais relação sexual. Era uma convivência pautada pelo companheirismo. Mas não deu certo de novo”, revela Suhaila — e lá foram eles para um segundo processo de divórcio. Nesse momento, registros na Junta Comercial paulista mostram que Fábio saiu, pela segunda vez, da sociedade do Grupo Marabraz. E foi aí que o caldo entornou. Fábio alega que foi, essa também, uma simulação acordada com os irmãos para proteger o patrimônio familiar. A Marabraz refuta e mostra recibos de que pagou, real a real, pelos 25% dele na empresa, em parcelas ao longo de dez anos que totalizam 44 750 000 reais. “Ele dizia que estava cansado e queria sair. Estipulou um valor e recebeu exatamente o previsto”, diz.

A Marabraz é categórica: “Com a saída do Fábio do quadro societário, em 2005, ele deixou automaticamente de ser dono da marca. Essa é a história verdadeira”. Cigarramente, nem ele nem os filhos se conformam de não usufruir a receita que o Grupo Marabraz, formigamente, acumulou de 2005 para cá. A primeira liminar referente ao processo movido pelos netos Fares é favorável a eles. Segundo a juíza Luciana Laquimia, há “claríssimos contornos de que a atuação empresarial do grupo, por décadas, sempre esteve assertivamente vocacionada ao esvaziamento e à dilapidação patrimoniais”. A Marabraz entrou com recurso, que ainda não foi julgado. Para a empresa, mais do que reconhecimento de direitos, Fábio e filhos querem mesmo é alcançar algum acordo financeiro — que ela não está disposta a fechar. Por enquanto, o desfecho é igual ao da fábula. Cantou? Agora dance.

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– Os produtos Nestlé em Loja Própria, dentro do novo modelo de negócio da marca.

Que legal: vem aí o “Empório Nestlé” uma “loja de fábrica” dentro da sede da Nestlé que conterá inclusive produtos para animais de estimação!

Um modelo de negócio ousado e diferente, para quem é reconhecido em chocolates e outros produtos alimentícios.

Abaixo, extraído de UOL Economia, em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/07/04/nestle-inaugura-emporio-produtos-nova-sede.htm

NESTLÉ E SUA LOJA PRÓPRIA

A Nestlé inaugurou uma loja aberta ao público em sua nova sede, na zona sul de São Paulo. No local, são vendidos produtos próprios e de marcas parceiras, como L’Oréal, Roots to Go, Terra Fértil, Life Mix, Sodiê e The Body Shop. Os preços, segundo a empresa, são os mesmos do mercado.

Segundo a empresa, o Empório Nestlé tem mais de 1.500 tipos de produto, como chocolates, cafés, produtos lácteos, cereais, bebidas, achocolatados, linha de nutrição infantil e alimentos para pets, entre outros.

O consumidor também pode comprar pelo site e retirar no empório duas horas após a confirmação do pedido. A empresa faz entrega da compra em um raio de até 15 km de distância da companhia.

De janeiro a abril, a empresa manteve aberta ao público uma iniciativa semelhante, a Loja Nestlé, que funcionava na antiga sede da companhia, na avenida Chucri Zaidan. Antes disso, a loja era restrita aos funcionários.

Onde encontrar:
Endereço: Av. das Nações Unidas, 17.007, torre Alpha, 1º andar, Santo Amaro, São Paulo
Horário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 9h às 12h
Mais informações: emporionestle.com.br

Nestlé abre o Empório Nestlé, com produtos da marca e de parceiros, em São Paulo Imagem: Divulgação

– O gênio Maurício de Sousa, o sucesso da Turma da Mônica e os preparativos para a sucessão na empresa.

Tive uma oportunidade de bater-papo despretensiosamente com Maurício de Sousa. Encontrei-o na fila de espera do seu carro num hospital, e eu estando acompanhado da minha filha mais velha Marina (o mesmo nome da personagem criativa dele), foi super atencioso e simpático.

Pois bem: às vésperas do filme “Laços”, onde os personagens serão de carne e osso, a Revista Superinteressante trouxe uma matéria bacanérrima sobre seu grupo de entretenimento e os preparativos para a sucessão de Maurício.

Vale a pena a leitura, para administradores, empreendedores e apaixonados por quadrinhos!

Abaixo, em: https://super.abril.com.br/especiais/o-plano-realmente-infalivel-de-mauricio-de-sousa/

O PLANO REALMENTE INFALÍVEL DE MAURICIO DE SOUSA

Ele criou um dos maiores impérios de quadrinhos do mundo. Agora, prepara a Turma da Mônica para crescer sem ele.

Aos 83 anos, Mauricio de Sousa ainda vai trabalhar todos os dias no estúdio. O desenhista veterano divide as energias entre seus dez filhos – muitos dos quais trabalham com ele – e seus mais de 400 personagens. Hoje, sua Turma da Mônica é uma espécie de patrimônio nacional. Nos 60 anos desde a fundação da Mauricio de Sousa Produções, seus produtos ajudaram a alfabetizar algumas gerações de brasileiros – e ergueram um império que vendeu mais de 1 bilhão de gibis.

Mas o mundo mudou desde que Mauricio publicou sua primeira tirinha no jornal, claro. A quantidade de pessoas que ainda compram jornais e revistas em papel diminui exponencialmente. As crianças, seu principal público, hoje já nascem com tablets na mão e parecem cada vez mais distantes dos gibis. A sociedade ficou muito mais alerta com os conteúdos voltados para os pequenos – hoje é difícil encontrar pais a fim de que seus filhos tenham como exemplos crianças que não tomam banho ou batem no coleguinha.

Sem falar que todo esse império foi construído a partir e por meio de uma só pessoa: o próprio Mauricio de Sousa. Ele criou a turminha sozinho, mesclando lembranças da infância com exemplos que via dentro de casa, de seus próprios filhos. Começou a empresa – a antiga “Bidulândia” – em uma salinha na Folha de S.Paulo. Mais do que isso. Foi da cabeça dele que surgiram todas as ideias de expandir a marca – de licenciar embalagens de tomate até erguer um parque temático. Mas existe um limite para Mauricio de Sousa – e ele é biológico.

O futuro chegou para a Mauricio de Sousa Produções. Chegou para o seu fundador. E eles poderiam ter ficado no passado, mas não ficaram. Entenda por quê.

Do interior para o mundo

Começou quando “Mauricinho” tinha 11 anos e morava em Mogi das Cruzes, SP. O garoto, que aprendeu a ler com gibis, perguntou ao pai se dava para viver só de fazer desenho. Seu velho também era artista – poeta, repentista, músico. Seu Antonio de Sousa tentou carreira em todas essas áreas, mas nada deu certo. Para sustentar a família, acabou fundando um barbearia. “Quando falei que queria seguir uma carreira artística, meu pai me deu um conselho duro para me alertar, avisar que eu ia ter problemas como ele teve: estude, desenhe… mas sempre administre o seu negócio”, conta Mauricio.Aos 14 anos, ilustrando informes publicitários, Mauricio já pagava o aluguel da casa em que morava com os pais. Quando fez uma ilustração para o suplemento esportivo do único jornal da cidade, veio seu grande insight: trabalhar em jornais poderia ser seu futuro. Fazia sentido: as propagandas com que trabalhava eram esporádicas. Já jornais diários exigiam desenhos variados a cada edição – a oportunidade ideal para quem queria viver daquilo.

Com isso em mente, já com 19 anos e morando em São Paulo, em 1954, Mauricio pegou seus desenhos e foi até a Folha da Manhã – publicação principal do que hoje é a Folha de S. Paulo. “Vim atrás de uma oportunidade como desenhista!”. O diretor de arte do jornal olhou a pasta com os trabalhos e foi categórico: “Desista”.

Pesou. Mauricio saiu do encontro desolado. Ainda nos corredores da Folha, a tristeza do menino chamou a atenção de um repórter, Mário Cartaxo. Ele quis saber o que um menino quase aos prantos estava fazendo ali.

Mauricio saiu desse papo com um emprego – de copidesque, uma espécie de revisor dos textos da redação. Mas poderia ter sido de qualquer outra coisa. O conselho de Mário era justamente esse: que o rapaz aceitasse qualquer oportunidade, e fosse tentando se aproximar dos desenhos a partir dali.

Pouco depois, Mauricio virou repórter policial da Folha. Depois de ilustrar várias matérias para o jornal (incluindo as cenas de crimes sobre os quais escrevia), foi só em 18 de julho de 1959 que ele chegou mais perto daquilo que realmente queria. Ganhou a chance de publicar sua primeira tira, na Folha da Tarde.

Não nascia, ainda, a baixinha de vestidinho vermelho. O primeiro protagonista de Mauricio foi Bidu, um schnauzer cinza – nem azul ele era ainda. O dono do cãozinho, Franjinha, também estava lá, mas como coadjuvante. A tira marcou a estreia oficial do jovem desenhista no mercado de quadrinhos.

O impacto da Mônica

Depois de Bidu e Franjinha, o leque de personagens cresceu, com Horácio, Piteco, Titi e Jeremias. Em 1960, nascia o Cebolinha, inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que também trocava as letras.

O primeiro problema? Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um bebê. Pegou mal. Um dos seus colegas na Folha chegou a dizer: “Você parece misógino…”. Mauricio foi procurar no dicionário o que a palavra significava. Não gostou do que leu.

E encontrou a solução dentro de casa: Mônica, uma de suas filhas. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha. E ela chegou se impondo: “A Mônica é uma menina que, já naquela época, nasceu empoderada. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse. A Mônica virou a dona da rua a pedido dos próprios leitores.” É o que diz a própria… Mônica. A de carne e osso. Mônica Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da MSP.

Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.

-(Victor Kahn/Superinteressante)

Nessa época, além do gibi, Mauricio produzia tirinhas para diversos jornais. Foi ali que o desenhista percebeu que não daria conta sozinho. Começou a contratar auxiliares para fazer as etapas mais braçais do trabalho, como a finalização (veja mais abaixo). “Naquela época, não havia mão de obra especializada. Eu tinha que contratar e praticamente ‘segurar na mão’ para explicar o estilo e o traço que queria. Criei, aos poucos, uma equipe que realmente conseguisse me ajudar.”

Ele se lembra claramente da primeira vez em que outra pessoa escreveu um roteiro da turminha: “Detestei! Eu percebi que o Dudu (Alberto Djinishian) tinha jeito. Não era exatamente a mesma coisa que eu, mas tinha jeito”. Mas, então, qual foi o problema? “Não gostei do ritmo da história. Tive que puxar, explicar. Depois ele acabou sendo o primeiro a me auxiliar na parte de roteiro. Mas era algo que não queria largar de jeito nenhum.”

Conforme os personagens ganhavam visibilidade, veio o merchandising. O primeiro contrato foi com a Cica, marca de alimentos, ainda em 1970 – a primeira a levar a turminha para a TV, em uma propaganda de molho de tomate. O acordo existe até hoje – é um dos contratos mais longos de merchandising em vigência no mundo.

Mesmo com o sucesso todo, Mauricio não esqueceu o conselho do pai. Criou regras duras para proteger seus personagens – e seu público: “Um personagem não pode aparecer com uma lata de extrato de tomate na mão, ou com outro produto qualquer”, explica. “Eles podem aparecer na embalagem de qualquer licenciado, mas nem ali eles estarão usando os produtos. Isso seria avançar o sinal. Nunca tivemos propagandas que pudessem ser consideradas subliminares ou abusivas.”

À medida que a Mônica e seu universo cresciam, Mauricio foi obrigado a delegar cada vez mais funções. Foi o primeiro indício de que a turma estava crescendo mais rápido do que o seu criador planejou inicialmente.

E como cresceu. No auge, em 1987, a turma da Mônica vendia 5 milhões de revistinhas mensais. As únicas publicações que competiam com as de Mauricio eram as da Disney. Hoje, quase não há mais concorrência: a turminha ocupa cerca de 80% do mercado nacional de quadrinhos. Os números atuais, porém, a MSP – e a Panini, que publica os quadrinhos – não divulgam.

Limoeiro 2.0

Mauricio continua sendo um presidente ativo – mas já divide mais funções essenciais dentro da MSP do que o Mauricio do passado gostaria. O desenhista não gosta de ser chamado de centralizador: “Isso aí é palavrão!”. Ele, no entanto, admite que é ciumento. Por muitos anos, mesmo tendo pessoas contratadas para checar e aprovar cada uma das historinhas, ele ainda olhava, um a um, todos os roteiros que saíam da Mauricio de Sousa Produções. Mas isso teve que ficar para trás. Ciúmes à parte, hoje Mauricio está passando seu legado.

O primeiro pilar dessa nova MSP é a própria Mônica – a de carne e osso. Ela é a responsável, principalmente, por dois setores: comunicação com o público e internacionalização da marca.

Durante muito tempo, a MSP não falava com o público diretamente. A Turma da Mônica tinha um site simples, e só respondia mensagens de fãs nos gibis. Mas o público pedia mais. E ter um site e uma equipe digital terceirizada não era suficiente. Hoje, 12 pessoas na MSP trabalham exclusivamente com internet e redes sociais, em português e em inglês – sob o comando de Marcos Saraiva, filho da Mônica.

Falando em exterior, a aventura internacional da MSP começou, lá atrás, nas décadas de 1970 e 1980, quando os gibis começaram a ser distribuídos em outros países. Até hoje, a turminha já foi traduzida para cerca de cem idiomas.

Hoje, a coisa vai bem além de traduzir histórias em quadrinhos. Um dos maiores trunfos da MSP hoje é o Mônica Toy, que funciona em qualquer idioma da galáxia. São esquetes sem falas, só efeitos sonoros, com apenas 30 segundos e feitos para o YouTube. Seu maior público vem dos EUA e da Rússia. Hoje, eles acumulam mais de 11 milhões de inscritos no YouTube e quase 10 bilhões de visualizações.

A última invenção que Mônica Spada encabeçou, porém, tinha um propósito bem diferente: o #DonasDaRua é um projeto que busca valorizar figuras históricas femininas importantes, para servir de inspiração às pequenas leitoras do mesmo jeito que a Mônica, a personagem, faz há mais de cinco décadas.

“Fiquei horrorizada ao descobrir pesquisas que dizem que meninas, até seis anos, se acham parecidas com meninos; mas, depois disso, começam a achar que são menos do que eles”, conta a diretora. “Entendi que era nosso dever fazer alguma coisa. Acredito que temos essa obrigação em função de nossa história, já que o Maurício de Sousa criou meninas fortes em 1960.”

O #DonasdaRua, além de reforçar o papel de personagens femininas importantes para a história, organiza campanhas publicitárias, exposições de arte e palestras em escolas que trabalham a questão da igualdade entre os sexos, e estimulam meninas desde pequenas a ampliar seus horizontes.

Ares diversos

Mauro Sousa, um dos filhos mais novos de Mauricio (e alterego do personagem Nimbus), também trabalha na MSP – buscando trazer à Turma da Mônica para a vida real. Ele fundou a MSP Ao Vivo, o braço da empresa que cuida, atualmente, do Parque da Mônica.

O parque original nasceu em 1992, no Shopping Eldorado, em São Paulo, por iniciativa de Mauricio. Mas uma mistura de erros de administração e da enorme estrutura necessária para abarcar os brinquedos e os shows com personagens acabaram tornando o empreendimento inviável. Em 2010, o Parque da Mônica fechou.

No mesmo ano, Mauro Sousa entrou em cena na empresa, e resolveu tentar de novo. Só foi conseguir reabrir o parque em 2015 – dessa vez em outro shopping paulista, o SP Market – mas deu certo: o parque, reinaugurado em 2015, atrai cerca de 600 mil visitantes ao mês.

A ideia de Mauro, porém, era transformar a MSP numa empresa de espetáculos. Ele – que é ator, músico e mágico (como o Nimbus nos quadrinhos) – começou a promover shows e peças teatrais com a Turma da Mônica ao redor do Brasil… e do mundo. O Japão, os Emirados Árabes e a própria Disney já receberam apresentações originais organizados por ele, com os personagens de Mauricio.

Agora, a coisa cresceu – Mauro está nos preparos finais de uma turnê com mais de 80 apresentações, criada justamente para comemorar o aniversário de 60 anos da MSP.

O show, chamado Brasilis, quer ser um espetáculo circense futurista – a inspiração principal, claro, é o Cirque du soleil. Só que um Cirque du soleil com Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão, Chico Bento… E, falando em Chico Bento, o enredo é todo narrado pela avó do ele, a Dona Dita. O tema são as origens do Brasil vistas pelo olhar da diversidade… Que, antes de ser a palavra da vez, já era um dos temas chave dos gibis da Turma da Mônica.

Nas historinhas, há representantes para todas as etnias e particularidades: índios, negros, brancos, asiáticos, cegos, cadeirantes, crianças com síndrome de down e autismo. A lacuna mais recente a ser preenchida no “panteão” da diversidade mauricística foi em 2019, quando estreou a personagem Milena, primeira menina negra a fazer parte dos gibis da turminha.

-(Victor Kahn/Superinteressante)
Fluxo do Gibi
1A) ROTEIRO
Os roteiristas produzem um esboço completo: distribuição de quadrinhos, cenários, atitudes dos personagens, expressões e, claro, o texto. O desenho pode ser simples.1B) ANIMAÇÃO
As animações da turminha clássica e as da Mônica Toy são feitas aqui, por cerca de 13 animadores. As falas e os sons das primeiras são gravados no estúdio. Já a Toy tem toda sua sonoplastia feita pelo diretor artístico José Márcio Nicolosi.

2) DESENHO
Com o roteiro pronto, o desenhista faz os personagens no padrão e enriquece a cena com elementos gráficos. Hoje, eles podem fazer isso digitalmente ou à mão.

3) ARTE FINAL
Após aprovação da diretoria de arte, a arte final cuida do acabamento dos traços: noções de profundidade e movimento são conseguidas apenas usando traços mais finos ou mais grossos no contorno dos personagens.

4) LETRAS
Depois de postos os balões, as falas são escritas na “fonte Mauricio”. Ela imita a letra do próprio criador, e o processo de colocá-las só se tornou 100% digital em 2007.

5A) CORES
As cores são todas aplicadas digitalmente. Existem cores pré-definidas para roupas, tons de pele, fundos. Mas os coloristas podem inovar quando se trata de desenhos novos.

5B) RETÍCULAS
Os últimos detalhes da TMJ são feitos com a técnica da retícula – um processo que, basicamente, decompõe cores em pontos. Com ela, é possível fazer profundidade, texturas, sombras e brilhos apenas decompondo o preto – sem usar outras cores.

Atualmente, 25 roteiristas bolam as aventuras que chegam às revistinhas. Eles costumavam trabalhar reunidos em uma sala na MSP – até o dia em que Mauricio começou a se incomodar. O desenhista percebeu que as histórias estavam parecidas demais. Segundo ele, porque todos os roteiristas tinham vidas e realidades muito semelhantes. Solução: mandou eles para casa – para casas ao redor de todo o País. Há 20 anos, roteiristas de norte a sul trazem referências e vivências diferentes para as histórias, livres para desenhar os personagens que quiserem, e até para criar novos antagonistas ou dar maior destaque para figuras secundárias.

A liberdade é grande, desde que tudo passe pelo crivo de uma pessoa – que não é mais o Mauricio. É Marina, uma das cinco irmãs de Mônica. Nos quadrinhos, a personagem inspirada nela é desenhista. Na vida real, a filha que herdou os dotes artísticos de Mauricio acaba não desenhando. Ela é diretora de conteúdo da MSP, e coordena todos os gibis, livros e animações criadas lá dentro. “Analiso o ritmo, o layout e, principalmente, a ideia de um rascunho antes de ele virar quadrinho. Vejo se a mensagem faz sentido e se está no perfil dos personagens”, conta.

Mauricio garante que essa carta branca ele só deu para a filha. “Ela trabalha do meu lado há mais de 30 anos. Ela desenha como eu – alguns personagens, ela desenha melhor do que eu.”

Novos quadrinhos

A MSP produz 1.200 páginas originais por mês, além de versões em inglês e espanhol. Hoje, os gibis são comercializados em 30 países. Mas, mesmo com personagens sólidos, desenvolvidos por décadas, Mauricio percebeu o óbvio: que seu público estava largando os gibis cada vez mais cedo.

Não só porque o mercado de papel estava diminuindo, mas também porque os leitores estavam crescendo e migrando para aventuras mais elaboradas, como os mangás. Era preciso cativar esse público. Havia chegado a hora da turminha crescer.

A MSP, então, lançou sua primeira linha editorial inédita em 50 anos, com personagens praticamente novos. Afinal, pessoinhas de 7 anos não são iguais aos 15 anos. Novas personalidades precisaram ser desenvolvidas para cada um dos personagens clássicos. Nascia a Turma da Mônica Jovem (TMJ) que, lançada em 2008, hoje vende mais que a Turma da Mônica original.

-(Yasmin Ayumi e Victor Kahn/Superinteressante)

Mas dava para ir além. Entra aqui Sidney Gusman – o Sidão. Jornalista especializado em HQ, exímio conhecedor do mercado mundial de quadrinhos, ele entrou na MSP para pensar em projetos especiais. Sua obra-prima surgiu em 2009, ano em que a empresa comemorava 50 anos. Sidão convidou a nata dos quadrinistas brasileiros – nomes como Ziraldo, Laerte e Angeli – para criar releituras dos personagens clássicos de Mauricio de Sousa, e histórias inéditas. O especial, chamado “MSP 50”, foi um sucesso absoluto – que rendeu mais duas sequências oficiais. “Nerd adora trilogias!”, diz o editor.

Enquanto ainda eram lançados os especiais, Sidão teve outra ideia: lançar graphic novels. Narrativas longas e voltadas ao público jovem-adulto são febre fora do País, mas não havia nada grande nesse modelo no Brasil.

Mauricio titubeou. Sidão teve que tranquilizar o chefe: “Mauricio, todo mundo vai ter que jogar sob as suas regras”. Mauricio refletiu, e perguntou: “Sidney, você promete que vai cuidar bem dos meus filhos?”. O editor foi categórico: “Como se fossem meus!”.

Em 2012, estreava Astronauta Magnetar, de Danilo Beyruth, a primeira de uma série de graphics que já conta com 22 números. Gente que conheceu a Mônica na infância voltou a ler HQs. E o projeto impulsionou diversos artistas nacionais.

Hoje, Sidão é uma espécie de “pai” das graphics, que já contam com releituras de Chico Bento, Papa-Capim, Piteco, Louco, Turma da Mata e Capitão Feio – só para começar. As histórias, conforme a intenção do seu “pai biológico”, já nasceram exportáveis: o Astronauta de Danilo Beyruth está sendo adaptado pela HBO e vai virar série. A graphic Laços, dos irmãos Victor e Lu Cafaggi, é a inspiração para o primeiro filme com atores de carne e osso da Turma da Mônica – e estreia neste mês de junho.

O segredo do plano

Depois de tudo isso, resta a pergunta: o que torna a turminha tão relevante há tantos anos? “Não sei explicar… Só sei que funciona mundialmente. O Stan Lee me disse isso uma vez. O Tezuka me falou ‘continua desse jeito, não muda nada.’ O Will Eisner se perguntou ‘por que é que eu não inventei isso?’”*, conta Mauricio.

Talvez o segredo esteja no DNA dos personagens. Eles falam sobre a vida cotidiana, tão próxima quanto possível de uma infância real. O Limoeiro não é o mundo maravilhoso de Disney. O verdadeiro palco da turminha sempre foi o campinho de futebol, a padaria, etc. As intriguinhas, rivalidades e birras de qualquer grupo de crianças reais são a viga de sustentação das histórias.

Apesar de tudo isso, com o passar dos anos, a conduta de alguns dos personagens precisou mudar. Alguns dos ajustes foram capitaneadas por Mônica (a de carne e osso). “Fizemos uma parceria com a ONU Mulheres que nos fez questionar coisas que pareciam banais, tipo ‘Por que todas mães dos personagens usam avental?’ ‘Por que o Cebolinha chega em casa e a mãe que sempre está cozinhando? Aliás, por que só a mãe cozinha?’”.

Nas histórias de hoje, o Seu Cebola também faz o jantar. As mães não usa mais avental. Fora as outras mudanças, que você vê no box abaixo:

-(Victor Kahn/Superinteressante)
Mudança de planos
1) PALAVREADO
Os leitores mais vintage se lembram dos personagens da turminha xingando uns aos outros por meio de símbolos como esses. Mesmo bem abstratas, ofensas assim não aparecem mais nas histórias.
2) COELHADASO Cebolinha ainda zoa a Mônica, mas, agora, ao final da historinha, ele tem que perceber que sua atitude estava errada. Algumas palavras também foram banidas de seu vocabulário – xingamentos gordofóbicos ficaram para trás.

3) XINGAMENTOS
A Mônica ainda bate no Cebolinha – mas agora é ela quem tem de notar que essa não é a melhor solução. Além disso, nenhum dos meninos aparece mais todo arrebentado, nem com o olho roxo.

4) SEM PIXO
Cebolinha não faz mais suas “artes” no muro: ele desenha em um cartaz e vola na parede.

5) SUNGUINHA
Foi-se o tempo em que Chico Bento podia nadar pelado no riacho da Vila da Abobrinha. A ideia é não mostrar nudez infantil. Hoje, Chico veste um calção de banho na hora de se refrescar.

6) DESARMADO
Essa também é das antigas. Nhô Lau, vizinho de Chico Bento, ficava muito bravo quando o garoto invadia seu sítio para roubar goiabas. Por isso, costumava perseguir Chico com uma espingarda de sal. Hoje, lógico, menções a esse tipo de violência estão fora dos gibis.

Mauricio leva essas “correções” a sério: “Temos que respeitar o que está sendo entendido como hábito ou costume de um tempo. Devemos isso a quem nos acompanha há muito anos – aos filhos dos primeiros leitores, aos seus netos e, daqui a pouco, a seus bisnetos.”

Hoje, o bairro do Limoeiro está espalhado em gibis, mangás, graphic novels, livros, desenhos animados, parques, games, aplicativos, filmes, peças de teatro, esquetes no youtube, memes na internet e alguns milhares de produtos licenciados (inclusive as clássicas maçãs e latas de extrato de tomate).

E o que Mauricio pensa de tudo isso? “Acho que os meus sucessores vão ter uma boa brincadeira para conduzir nas próximas centenas de anos”.

MSP 60

-(Divulgação/Reprodução)

*Stan Lee (1922-2018), quadrinista histórico da Marvel, criou personagens como Homem-Aranha e os X-Men; Osamu Tezuka (1928-1989), considerado “o pai do mangá” no Japão; Will Eisner (1917-2005), lenda dos quadrinhos, empresta seu nome ao “Oscar” das HQs, o “Eisner Awards”.

– Por 11 bilhões de dólares, a brasileira Natura compra a internacional Avon!

Uau! Que negócio entre gigantes espetacular!

Já imaginaram o número de lojas, funcionários, distribuidores, faturamento e onde estará entrando a nova empresa formada pela Natura e Avon?

Impressione-se com a enorme corporação que está nascendo na área dos cosméticos, abaixo,

Extraído de: https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/natura-anuncia-compra-da-avon.ghtml

NATURA ANUNCIA COMPRA DA AVON

Fechamento do negócio ainda depende de aprovações; companhia combinada tem valor estimado em US$ 11 bilhões.

A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta quarta-feira (22) a aquisição da Avon, em uma operação de troca de ações. Segundo a companhia, a operação cria o quarto maior grupo exclusivo de beleza do mundo.

A partir da transação, será criada uma nova holding brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais detentores da Avon terão os demais cerca de 24%.

No negócio, o valor da Avon é estimado em US$ 3,7 bilhões, e o da nova companhia combinada em US$ 11 bilhões. Os papéis da Natura Holding serão listados na B3, a bolsa brasileira, e terão certificados de ações (ADRs) negociados na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Os acionistas da Avon terão opção de receber ADRs negociados na NYSE ou ações listadas na B3.

Em comunicado, a Natura informa que a transação permanece “sujeita às condições finais habituais, incluindo a aprovação tanto pelos acionistas da Natura quanto da Avon, assim como das autoridades antitruste do Brasil e outras jurisdições”. A conclusão da operação é esperada para o início de 2020.

“A união de hoje cria uma força importante no segmento”, afirma em nota Luiz Seabra, cofundador da Natura. Acreditamos que os negócios podem ser uma força para o bem e, com a Avon, ampliaremos nossos esforços pioneiros para levar valor social, ambiental e econômico a uma rede em constante expansão”.

Já o presidente do conselho da Avon, Chan Galbato, afirma que “o Conselho da Avon está confiante que a Natura será uma parceira poderosa para a marca, ao mesmo tempo em que oferece mais escala, operações e oportunidades ampliadas para colaboradores e Representantes, além de tremendo potencial de ganho para acionistas de ambas as empresas”.

Negócios combinados

No comunicado enviado ao mercado, a Natura aponta que o negócio cria um grupo com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras, com 3,2 mil lojas.

“Com a Avon, a Natura &Co terá faturamento bruto anual superior a US$ 10 bilhões, mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países”.

A expectativa é que o negócio gere sinergias entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões anuais, “que serão parcialmente reinvestidos para aumentar ainda mais sua presença nos canais digitais e mídias sociais, em pesquisa e desenvolvimento, iniciativas de marca e expansão da presença geográfica do grupo”, diz a companhia.

As ações da Natura fecharam o dia em alta de 9,4%, atingindo o recorde de R$ 61,50. Já as ações da Avon saltaram cerca de 9%, cotadas a US$ 3,49.

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– Opções de empregos de atividades profissionais não tão comuns

Há algumas profissões que você nem imagina, como identificador de sexo de aves, analista sensorial ou cliente oculto.

Saiba mais,

Extraído de: http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2017/04/09/mercado-tem-opcao-de-profissoes-pouco-conhecidas/

MERCADO TEM OPÇÃO DE PROFISSÕES POUCO CONHECIDAS

Enquanto muitos se perguntam quais serão as profissões do futuro, diversas atividades desenvolvidas na atualidade permanecem desconhecidas. Algumas, como analista sensorial, sexador, silvicultor e engenharia de alimentos são exercidas há mais tempo. Outras, como direito da moda e cliente oculto, são mais recentes.

Advogada criminal com expertise em moda de luxo, Regina Ferreira de Souza diz que o direito sempre socorreu todas as indústrias, inclusive a de moda. “Mas com o surgimento do fast fashion – moda produzida rapidamente e vendida por valor baixo –, problemas que já existiam acabaram se potencializando, como cópia e precarização do trabalho”, conta.

Esse quadro fez com que escritórios de advocacia e profissionais do segmento sentissem necessidade de compreender o que é moda e as suas implicações legais. “A moda sempre foi cercada de informalidade. Muitas vezes, o dono de uma confecção pede ao criador que reproduza uma peça e o profissional não sabe se aquilo é inspiração ou cópia.

Neste cenário, a Faculdade Santa Marcelina criou a pós-graduação em direito da moda e convidou Regina para coordenar a montagem do curso.

“A primeira turma, iniciada em março, atraiu tanto graduados em moda quanto em direito. Advogados aprovados no exame da OAB poderão advogar na área. E o pessoal de moda terá bagagem para orientar as atividades das confecções.

Regina afirma que no Brasil não há escritório voltado ao fashion law, mas vários já criaram a área. “Onde trabalho temos uma área de crimes da indústria da moda.”

Segundo ela, apesar de o mercado brasileiro ter problemas arraigados, como o trabalho escravo, desde que a fiscalização se tornou mais rigorosa, as empresas estão mais preocupadas em corrigir distorções de forma preventiva. “No futuro, acho que haverá a função de consultor de direito de moda. Mesmo porque o consumidor está mais exigente e quer saber o que comprou, se foi produzido de forma sustentável etc.”

Na surdina. Para testar a qualidade de produtos e serviços, companhias de diversos segmentos contratam profissional denominado ‘cliente oculto’. A OnYou, de José Worcman, é especializada em treinar e fornecer essa mão de obra.

Segundo ele, qualquer pessoa acima de 18 anos pode ser um cliente oculto em potencial. Basta preencher cadastro dando informações do perfil e características específicas sobre o que gosta de fazer, lugares que frequenta, estilo de roupa etc. Com esses dados desenhamos o perfil do cliente oculto.”

Segundo ele, além de treinamento geral de como se comportar em uma missão, esses profissionais recebem capacitações específicas conforme o tipo de negócio que terão avaliar.

Hotéis, restaurantes, incorporadoras, concessionárias, companhias aéreas e de seguros estão entre as contratantes.

“No Brasil, ainda não temos pessoas que só vivem dessa profissão. Mas nos Estados Unidos e Europa é comum encontrar quem se dedica exclusivamente ao trabalho de cliente oculto”, afirma Worcman.

Engenharia de alimentos pode ser uma atividade mais conhecida, mas poucos sabem exatamente qual função os profissionais da área exercem. Gerente de produção das áreas de baby food, massas alimentícias e planta de legumes da Nestlé, Washington Rueda conta quais são as atribuições.

O engenheiro de alimentos atua nos processos relacionados com a industrialização de alimentos. Pode trabalhar na fase de projeto, pesquisa e desenvolvimento, fabricação, conservação, armazenamento, transporte e comercialização.”

Segundo ele, tudo o que diz respeito ao processo de transformação da matéria-prima em produto acabado é de responsabilidade do engenheiro de alimento. “A profissão tem um grande leque de atuação e grande demanda no mercado.”

Rueda afirma que outro segmento que absorve esse profissional é o de fiscalização. “Eles são contratados por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Serviço de Inspeção Federal (SIF). Outra área na qual temos grande atuação é na de garantia de qualidade”, conta.

No campo, profissionais que trabalham com manejo de florestas nativas, monitoramento de fauna e flora silvestre, recuperação de áreas degradas, pesquisa de solo, plantio para recuperação de florestas nativas e em centros de pesquisa, são denominados silvicultores.

Gerente de silvicultura da Fibria – produtora de celulose –, Mário Grassi é formado em engenharia florestal. “Mas o mercado oferece cursos técnicos e tecnológicos voltados à formação de silvicultores.”

Outra área de atuação é na produção de madeira para serraria ou para indústrias de celulose, chapas, móveis e carvão para siderurgia. “Pode, ainda, trabalhar com logística florestal no transporte de madeira. Ou com colheita florestal, usando máquinas que colhem as florestas que plantou. É um mercado vasto e temos dificuldade de encontrar profissionais qualificados.”

Industrias de alimentos e de autos buscam analistas sensoriais

Analista sensorial da Nestlé, Thalita Faria exerce uma atividade invejada por muitas pessoas. Ela comanda o time de degustadores da linha de chocolates produzidos pela companhia. “As pessoas precisam conhecer muito bem os produtos antes de participar dos programas de capacitação de avaliadores”, conta.

Formada em engenharia de alimentos, trabalha na empresa há cinco anos e ocupa a função há dois. “Temos aproximadamente 250 trabalhadores da unidade que, além de exercerem outras atividades, foram treinados para serem degustadores.”

Segundo ela, para ser avaliador é preciso passar por exames médicos que se repetem periodicamente. “Mas durante a degustação não é necessário engolir o produto, que pode ser descartado em um copo. A opção foi criada pensando na saúde do trabalhador. Além disso, tem um limite para a pessoa degustar por dia, não podendo ultrapassar 25 gramas”, afirma.

Thalita diz que as degustações ocorrem em todas as linhas de produtos a cada três horas para garantir sempre a mesma qualidade.

Na indústria automobilística também existe a figura do analista sensorial, responsável por avaliar os odores dos materiais usados no acabamento interno dos veículos.

Gerente de materiais de acabamento da Peugeot, Fabien Darche diz que os materiais tem de se encaixar dentro de certa especificação. “Fazemos testes com clientes para identificar descrições sensoriais que permitam qualificar o cheiro.

Segundo ele, esses profissionais são pessoas que têm um sentido olfativo bem desenvolvido, sendo capazes de identificar e qualificar os odores.

“Eles são capazes de nomear e explicitar qual sensação o cheiro ruim ou bom podem proporcionar. Claro que as montadoras não querem oferecer uma experiência sensorial ruim, temos de usar materiais com odores que irão contribuir para uma experiência sensorial positiva. Para ter essa certeza, é preciso contar com a avaliação desses profissionais que são pouco conhecidos”, ressalta.

Darche conta que na Peugeot esse time fica centralizado na França e todas as fábricas da marca, antes de usarem o material em novos modelos, enviam amostras para testes.

“São 12 pessoas que têm de permanecer na empresa para que realizem avaliações a cada três semanas com o objetivo de manter a habilidade ágil e sempre em evolução”, explica.

Olhômetro. Sexador, para quem não sabe, é quem identifica o sexo das aves. Presidente da Associação Brasileira de Sexadores, Takaaki Mifune diz que a identificação ocorre quando a ave tem um dia de vida. “É preciso saber pegar, manusear e observar a cloaca – cavidade onde se abrem o canal intestinal e os aparelhos urinário e genital.”

Segundo ele, a visão precisa ser muito apurada. “A eficiência varia conforme a pessoa, com média de acerto de 95%. No Brasil, temos cerca de 150 profissionais.”

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