Muita gente comete equívocos ao falar sobre Fair Play Financeiro, imaginando ser “teto de gastos” e dizendo que isso “evitaria permitir que Palmeiras e Flamengo promovessem uma ‘espanholização’ do futebol brasileiro”.
Ledo engano. Fair Play Financeiro é permitir gastar o que se tem. Se não se tem dinheiro, não se permite gastar. Assim, clubes equilibrados financeiramente podem ir muito mais além (como os próprios Palmeiras e Flamengo, mas incluindo Red Bull Bragantino, Bahia e todos os demais que têm contas em dia).
Vide o caso da Ponte Preta de Campinas, cujo elenco promete fazer greve na segunda-feira por falta de pagamentos. A Macaca foi campeã da série C e obteve o acesso à 2ª divisão, devendo salários. Imagine que alguns adversários dela não conseguiram fazer uma boa campanha justamente porque precisavam honrar os seus compromissos e não poderiam contratar jogadores mais caros e melhores tecnicamente. Assim, injustamente, quem foi correto nas finanças não subiu, e quem não se preocupou com isso, sim.
É justo tudo isso?
Usemos o exemplo do Corinthians na Copa do Brasil: se não tivesse Memphis Depay e outros atletas, preocupado em manter salários em dia, o Timão teria chegado à final da Copa do Brasil?
Precisamos, urgentemente, para a moralização do futebol brasileiro, de Fair Play Financeiro.

