– O pênalti de Thiago Silva em Bruno Henrique no Fluminense 2×1 Flamengo:

Erraram o árbitro Davi de Oliveira Lacerda (ES) e o VAR Wagner Reway no Maracanã. Aliás, Davi tem um estilo de jogo de deixar o jogo correr, mas equivocadamente também deixa de marcar muitas faltas reais (como ocorrido no FlaFlu). Ele deverá estar no quadro da FIFA em 2026, no lugar de Flávio Rodrigues de Souza (SP).

Vamos à polêmica:

Dificilmente você verá alguém que analisa arbitragem (ou até mesmo de qualquer profissional do esporte, sendo jornalista, jogador ou conhecedor de futebol) dizer que não foi pênalti de Thiago Silva em cima de Bruno Henrique. O zagueiro tricolor acerta o flamenguista com um chute certeiro “na batata da perna” (a panturrilha), quando o atacante está procurando proteger a bola. Isso é falta, não se discute, e dentro da área, pênalti. 

Não concordo com quem defende que Bruno Henrique procurou o contato pra cavar. Ele sofreu um chute de Thiago Silva que errou o tempo da bola. E lembremo-nos: domínio da bola não quer dizer que você está com ela fisicamente em seu pé, mas que você controla uma situação. Bruno está jogando sem ela, e é atingido. Simples. 

Faça a alusão de Allan e Tapia (SPFC x SEP), é o mesmo erro de leitura do lance. O jogador que sofre o chute (naquele caso, um carrinho imprudente) não tem culpa do adversário bobear naquele momento e errar o tempo da bola, escorregar, chutar sem querer ou coisa que o valha. Onde está o erro, unfair-play, “cavada” ou infração de Bruno Henrique? Nenhum. Ele sofreu uma infração e não teve ela marcada. 

Igualmente, Davi Lacerda estava bem posicionado como Ramon Abatti Abel estava. De novo, o VAR deixou prevalecer a decisão de campo erroneamente (lembrando: houve um pedido da CBF para que o árbitro de vídeo intervenha menos, e aqui é de “8 a 80”: do exagero à omissão…).

Para mim, o teor do erro permite sim o Flamengo reclamar na mesma intensidade que o São Paulo, por pênaltis não marcados em clássicos igualmente importantes. 

A CBF suspenderá o árbitro da mesma forma que fez dias atrás com Abatti Abel e seu VAR? Aguardemos. 

Acréscimos:

1- O assédio direto e indireto à arbitragem é enorme, e para quem não tem estrutura, os efeitos são péssimos. Nessa semana, o Flamengo publicou uma nota elogiosa (até em excesso) para a força-tarefa da CBF, capitaneada pelo Presidente da Federação do Amapá, que busca reestruturar a arbitragem brasileira. Nela, se fala de profissionalização e outras coisas (vide aqui: https://wp.me/p4RTuC-1bOW), mas, ainda, vem em contraponto às críticas visíveis da arbitragem.

2- Simultaneamente às reclamações do lance no Maracanã, Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, dava uma entrevista pós jogo (Palmeiras x Vitória) em que (sem ficar rubro de vergonha) falava que houve muita pressão em Ramon Abatti Abel no lance do Morumbi de Allan em Tapia, e que foi uma situação que o árbitro havia ACERTADO! Aí foi demais… por isso que não teremos melhora na arbitragem, pois cada um vê apenas o seu umbigo, e aceita descaradamente os erros a favor, maquiando-os como se nada fossem. Mas quando o contrário…

3- Imaginando: para a final da Libertadores da América, a lógica será escalar aquele que é o melhor árbitro da América do Sul: Facundo Tello. Mas, por toda a pressão que pode estar ocorrendo com Flamengo e Palmeiras, imagino (e não gosto da ideia) de que a Conmebol escalará o mais experiente (e complicado) Wilmar Roldan. 

4- A Comissão Internacional de Especialistas da CBF, formada por Nestor Pitana, Nicola Rizzolli e Sandro Meira Ricci, desde AGOSTO, não dá um parecer sobre os erros de arbitragem. Ela foi criada para auxiliar Rodrigo Martins Cintra. O que ela anda fazendo? Ou, vamos usar o número “fora de sentido” da CBF, que 99,1% dos lances do Brasileirão (como divulgado) são corretos, e por isso a Comissão não é exigida? Aliás, esses notáveis estão recebendo, ou foram dispensados?

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