– O presidente do Grêmio e o Celular do Chefe dos Árbitros.

Sendo eu Presidente da Comissão de Árbitros da CBF, eu não devo receber presidente de clube de futebol no meu gabinete (afinal, se receber um, deverá receber todos – e será uma romaria à entidade). Por coerência, não devo fornecer meu telefone pessoal também, certo?

Quando percebe um novato, cartola de time adora pressionar o árbitro dizendo que “ligou para fulano” (se referindo ao “chefe dos árbitros”. Ligou nada, é êngodo, mas há jovem juiz que se amedronta.

Marcelo de Lima Henrique, veteraníssimo árbitro, sabe disso, e tal artifício não funcionaria com ele. Mas o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, disse na coletiva pós-jogo do GreNal que durante a partida, ligou para o presidente da CA-CBF, Rodrigo Martins Cintra, dizendo que estava sendo “operado” pelo De Lima (palavras dele).

Ligou mesmo? Ou foi para dar uma de “bom”?
Ou Cintra realmente cai no erro de permitir tal situação, fornecendo seu número e atendendo dirigente reclamante DURANTE uma partida de futebol?

Dias atrás, Cintra estava no Derby Paulistano, dentro de campo, observando o árbitro. No meio do seu trabalho, hipoteticamente, liga um presidente de time qualquer reclamando que naquele momento (portanto, outro jogo), seu clube está sendo prejudicado. Pode? Ou ainda pior: se eles têm o telefone dele, imaginaram a Leila Pereira ou o Osmar Stábile fazendo isso concomitantemente à partida desenrolando?

Na Premiere League, onde você é punido até por elogiar árbitro (e não é força de expressão), esse assédio não aconteceria… faz parte da ética, no mínimo.

O que a CBF pensa sobre isso, não?

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