Vivemos anos em que “a obrigação de viver o mundo woke” virou moda. Quem era contra, ganhava adjetivos pejorativos. Tudo o que essa patota falava, deveria ser cumprido.
(Sobre woke, clique aqui: https://wp.me/p4RTuC-ZUn)
Eis que a Jaguar viveu o cansaço e o radicalismo da cultura woke, com uma campanha fracassada comercialmente (aqui: https://wp.me/p4RTuC-18rV) e a discussão sobre o exagero woke veio à tona.
Agora, empresas não estão mais na pauta woke em suas campanhas – mas os defensores, barulhentos, tentam lacrar. Veja o caso abaixo da polêmica envolvendo a atriz Sydney Sweeney, que tentaram “cancelar” sua reputação sobre seus genes. Com o trocadilho Jeans / Genes, o mundo da lacração alegou que, quando a atriz mostrava na sua peça publicitária que seus genes eram bons, e alguém corrigia por jeans (em inglês, a sonoridade das palavras é próxima), ela cometia crime social. Foi acusada por “ser branca, loira e rica”, e que isso seria mostra de supremacia racial e, pasmem, de eugenia. A contratante bancou a contratada e “micou-se” o protesto woke.
QUANDO A POLÊMICA VIRA MOEDA DE MARKETING
Por Felix Polo
A campanha da American Eagle com Sydney Sweeney “Sydney Sweeney Has Great Jeans” mostra como o marketing atual opera no limite entre atrair atenção e provocar rejeição.
O trocadilho entre “jeans” e “genes” parecia um copy “inocente”, mas foi suficiente para acender discussões sobre:
Eugenia e representatividade → traços eurocêntricos exaltados.
Sex appeal calculado → closes de câmera que remetem ao olhar masculino.
Polarização política → até Donald Trump entrou no debate, transformando a atriz em símbolo cultural.
Resultado? Ações da marca oscilaram em +23% no auge da controvérsia. Ou seja: a indignação gerou capital de atenção.
No marketing contemporâneo, não basta vender produto. É preciso vender narrativa.
E narrativas fortes invariavelmente mexem com valores sociais e políticos.
A pergunta que fica: isso já não tá ultrapassado?

