“Quem esperou, como eu, Por um novo carinho E viveu tão sozinho, Tem que agradecer. Quando consegue do peito Tirar um espinho, É que a velha esperança Já não pode morrer.”
In: Onde a Dor Não Tem Razão– de Paulinho da Viola
Uma das relações mais difíceis e corrosivas que existem, no meu ponto de vista, é aquela que envolve um inesquecível tipo denominado Eterna Vítima.
Certamente todos nós já nos deparamos com uma Eterna Vítima de algo, de alguém ou de alguma circunstância.
Dentre as várias que conheci, teve uma amiga que perdeu o marido de forma inesperada e trágica. Ele estava indo visitar os pais e os irmãos, em uma outra cidade, quando teve o carro colhido de frente por uma carreta desgovernada. O fato da morte ter sido instantânea não aplacou a descomunal dor que alcançou todos nós.
Como eram bastante próximos, compareci ao velório e pude observar algo provavelmente imperceptível aos olhares menos atentos.
Minha amiga, ali, tornara-se o centro de todas as atenções e, ainda que pudesse compreender seu padecimento, percebi que só ela se lamentava. E apenas sobre a própria dor.
Parentes se revezavam para lhe fazer companhia, preocupados e solícitos. Traziam água, lanches, cafezinhos e abraços a todo o momento, enquanto ela, descontrolada, chorava pelo companheiro.
Notei que ali, próximos a ela, permaneciam solitários os pais e os dois irmãos da vítima. Pareciam contidos numa dor profunda, interna e desprovida de alardes. Silenciosos diante daquela espécie de histeria demonstrada pela esposa logo ao lado.
Nos dias e meses seguintes as coisas apenas pioraram. Era impossível ligar para saber da família, sem que ela tomasse o telefone para contar o quanto ainda sofria e tudo o que tinha que organizar e deixar em dia. Reclamava que ninguém a ajudava, que a família dele teimava em lhe criar problemas, que sua mãe resolvera adoecer justo naquele período, que o frio estava insuportável e que ninguém deveria ser obrigado a ter força como ela.
Do parceiro perdido, nenhum comentário. Nada sobre saudade, amor ou falta.
Seu nome e suas histórias simplesmente desapareceram das conversas, a não ser para recordar datas de missas que, por sinal, foram todas encomendadas.
Outro casal, conhecido meu, perdeu o filho para um suicídio que ocorreu diante de toda a família, quando o jovem, de 18 anos, se jogou da janela da sala, enquanto todos, desesperados, tentavam segurá-lo. Infelizmente, não foi possível impedir seu gesto.
O fato é que, apenas durante o funeral, foi possível comentar sobre o ocorrido que atingiu todos de maneira brutal. Pais, irmãos, tios, tias, avós, enfim, todos os familiares e amigos ficaram chocados com o trágico desfecho e demonstravam total empatia em relação aos pais e irmão do garoto.
Ocorre que, poucos dias depois, o assunto foi transformado num verdadeiro e estranho tabu. Uns foram avisando aos outros sobre a proibição de mencionar o ocorrido ou o nome do primogênito.
E a partir daquilo, por ordem dos pais, sua morte tornava-se assunto absolutamente proibido.
Ocorre que a avó paterna, última a falar com ele – já que o mesmo tentara conversar com o avô, que estava no banho, minutos antes de se atirar para a morte – permanecia inconsolável.
Ela, por ser idosa e se encontrar bastante doente, não parava de falar sobre a ocorrência, culpando-se por não ter interrompido o banho do marido. Na sua fantasia, aquele contato teria salvado a vida do rapaz.
Deste modo, aonde estivesse, expunha seu sofrimento aos prantos e falava, sempre com muito amor, sobre este que fora seu primeiro neto, talvez como um jeito de expiar o próprio pesar ou de tentar entender tão radical atitude.
Porém, a nora vivia como quem possuía o poder de controlar tudo, censurando qualquer menção ao fato.
Quando soube que a sogra – justamente no dia em que ela e o marido a acompanhavam no exame de mapeamento do câncer – havia contado a triste passagem à enfermeira ali presente, o casal imediatamente decidiu cortar contato com a velha senhora e com seu pobre marido também.
Portanto, pelos anos seguintes o casal deixou de se relacionar com os velhos e, anteriormente, tão próximos parentes, largando o cuidado destes nas mãos de sua única filha.
Por anos a fio os avós sofreram com a ausência do filho querido, provocada por uma incompreensível falta de empatia.
No final, o tão almejado reencontro só ocorreu quando do falecimento de ambos, com poucos dias de diferença.
O que vemos de semelhante nestes dois exemplos é uma notável supressão de humanidade.
A verdade é que ninguém gosta de ficar perto de pessoas que se fazem de vítimas. Ainda que não seja legal julgá-las ou condená-las, confesso que, pessoalmente, acho difícil demais este tipo de convivência.
Todos entendemos que coisas indesejáveis ou muito ruins, lamentavelmente, podem acontecer na vida de qualquer um de nós. E ninguém deseja isso nem para si, muito menos para aqueles que amam.
O fato é que você pode vir ser vítima de uma fraude, por exemplo, ou de um crime ou, até mesmo, de uma agressão sexual. Pode ter sofrido traumas na infância ou no decorrer da vida. Ninguém escapa de tempos ruins.
E se, por alguma razão, você imaginar que podia ter evitado a dor e que toda a responsabilidade dela cabe à você, saiba que está redondamente enganado/a.
Também será perfeitamente normal sentir pena de si mesmo de vez em quando ou, ainda, sentir-se impotente diante de um desafio como uma perda ou um divórcio.
O nome deste sentimento é auto piedade.
Contudo, permanecer grudado/a ao status de vítima, ainda que de forma velada, pode significar que você se tornou dependente da pena das outras pessoas e que se acostumou de ver todas as suas faltas justificadas e todos os seus deslizes perdoados.
Isto pode parecer altamente viciante, não é?
Afinal, se ninguém tem coragem de lhe criticar quando até você sabe que merece, se não lhe cobram o que está claro que deve, se não precisa ter obrigação de fazer coisa alguma e tudo passa a ser legitimado pela eterna dor que talvez nem sequer sinta e que finge tentar esconder, então você, decididamente, é deveras manipulador/a e sabe muito bem disto, certo?
O trauma não aconteceu apenas com você, ele se converteu em quemvocê é.
Logo, você não pretende sair do trauma porque escolheu se apegar a ele feito um náufrago diante de um pedaço de isopor.
O tornou parte da história que você vive para contar e recontar incansavelmente.
A Eterna Vítima, no fundo, decidiu paralisar sua própria história, se concebendo incapaz de caminhar em frente, embora finja que segue adiante.
Aprendeu que só obterá atenção e amor se continuar sendo objeto de compaixão.
Seu indisfarçado ‘pobre de mim‘ inegavelmente continuará sendo usado para que os outros sejam forçados a aceitá-lo/a como é, mesmo se isto não for nada justo.
E quem deseja ter pessoas ligadas a si por pena ou culpa? Quem vai querer viver algo tão insuportavelmente exigente, onde um drena enquanto o outro se deixará sugar?
Pode nascer uma relação saudável daí? Eu, honestamente, mantenho sérias e profundas dúvidas acerca desta possibilidade.
Em tempos de excesso de mundo virtual, onde o real vai se distanciando e as pessoas perdem a sensibilidade, compartilho a mensagem papal de conforto (abaixo):
“Nenhum algoritmo poderá jamais substituir um abraço, um olhar, um verdadeiro encontro”
Essa mensagem foi transmitida pelo Papa Leão XIV dias atrás, para o 36º Festival dos Jovens em Medjugorje, onde ele encorajou a buscarem encontros sinceros e a se alegrar e chorar com aqueles que estão ao seu redor, seguindo o exemplo de Maria.
Reflita: não é uma grande verdade?
IN ENGLISH –
In a time of an excess of the virtual world, where reality is becoming more distant and people are losing their sensitivity, I’m sharing the papal message of comfort (below):
“No algorithm will ever be able to replace a hug, a glance, a true encounter.”
This message was conveyed by Pope Leo XIV a few days ago for the 36th Youth Festival in Medjugorje, where he encouraged them to seek sincere encounters and to rejoice and cry with those around them, following the example of Mary.
Responda rápido: quem é o grande capitão do seu clube?Aquele jogador que simboliza seu time, que ostenta a faixa e lidera em campo?
Eu pensei no meu querido Paulista de Jundiaí, e o último grande capitão foi Vágner Mancini no meio de campo, que liderava os jovens atletas em 2004. Naquela ocasião, o time do técnico Zetti perdeu a final do Campeonato Paulista para o São Caetano de Muricy Ramalho e foi vice-campeão estadual. No ano seguinte, Mancini assumiu como treinador e conquistou a Copa do Brasil (premiação da época: R$ 1 milhão).
Neymar é o grande líder em campo do Santos FC? Não é. Lamento desapontar os fãs, mas sejamos justos: o líder tem que ter controle emocional, e após 6×0 sofridos pelo Vasco da Gama, fugiu dos companheiros (órfãos de líder) e saiu chorando(alguns crêem que foi um choro midiático). O saudoso Zito deve estar revoltado lá no Céu…
Luciano ou Rafael, são capitães adequados para o São Paulo FC? E o capitão do Corinthians? Até Romero já assumiu tal função. No Palmeiras, aí sim vemos uma figura de liderança: Gustavo Goméz (pena que não é brasileiro).
O futebol brasileiro carece de natos capitães.E lembrando: capitão não é necessariamente o craque, mas o líder. Pelé foi capitaneado por Carlos Alberto Torres em 70, por exemplo.
No meio da arbitragem, os árbitros brincam que o capitão só serve para tirar o Toz e ser referência para comunicação coletiva. No “jogo-jogado”, não é bem assim entre os atletas.
Talvez a grande pergunta seja: por que não temos mais dignos capitães nas equipes?E outra: como voltar a tê-los?
Quem tiver as respostas, urgentemente deve fazer consultoria às agremiações…
IN ENGLISH –
Answer quickly: who is your club’s great captain? That player who symbolizes your team, who wears the armband and leads on the field?
I thought of my beloved Paulista de Jundiaí, and the last great captain was Vágner Mancini in the midfield, who led the young athletes in 2004. On that occasion, coach Zetti’s team lost the Campeonato Paulista final to Muricy Ramalho’s São Caetano and were state runners-up. The following year, Mancini took over as coach and won the Copa do Brasil (the prize money at the time was R$ 1 million).
Is Neymar the great on-field leader of Santos FC? He isn’t. I’m sorry to disappoint the fans, but let’s be fair: a leader must have emotional control, and after a 6-0 thrashing by Vasco da Gama, he ran away from his teammates (orphans of a leader) and left crying (some believe it was a media-savvy cry). The late Zito must be outraged in Heaven…
Are Luciano or Rafael suitable captains for São Paulo FC? And Corinthians’ captain? Even Romero has taken on that role. At Palmeiras, that’s where we see a leadership figure: Gustavo Goméz (it’s a shame he’s not Brazilian).
Brazilian football lacks natural-born captains. And remember: a captain is not necessarily the star player, but the leader. Pelé was captained by Carlos Alberto Torres in ’70, for example.
In the world of refereeing, referees joke that a captain is only useful for tossing the coin and being a reference for collective communication. In the “game played,” it’s not quite like that among the athletes.
Perhaps the big question is: why don’t we have more worthy captains on the teams? And another: how do we get them back?
Whoever has the answers should urgently consult with the clubs…
Parabéns, vereador Rodrigo Albino. O Bairro Medeiros precisa de melhorias urgente no trânsito, e abrir a Avenida Maria Aparecida Pansarin Porcari é algo de interesse do bairro. Conte com os moradores nessa luta.
Para quem não conhece a região, a Avenida Reynaldo Porcari e a Avenida Guilherme Porcari poderiam ser interligadas pela Avenida Maria Aparecida Pansarin Porcari. Não o são hoje, pois antigamente essas avenidas eram ligadas pela Marginal da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, que quando houve a duplicação da estrada, deixou de existir (e a avenida citada, antiga Rua 4, termina em residências e é usada parcialmente).
Desapropriando parte dos sítios dali e dos terrenos de alguns comércios (sem prejuízo algum nas construções de lá), a Avenida poderá ligar “o Medeiros de cima” com o “Medeiros de baixo”(como os antigos moradores costumam falar), melhorando o fluxo de veículos, trazendo segurança aos estudantes da Escola Rafael de Oliveira (que sofrem com a atual situação), aos moradores da Vila Pires e outros loteamentos daqui, ao acesso mais seguro à Capela Nossa Senhora de Fátima, à melhor circulação dos ônibus urbanos, além da economia de tempo aos motoristas.
– A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1 “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3 Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5 E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7 Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8 Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9 Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11 Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12 ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13 Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14 Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15 Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16a Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
🙏🏻 Enquanto vou correndo, fico meditando e faço uma prece à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro:
“- Ó Virgem Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe, rogai por nós que recorremos a vós. Hoje, especialmente pelos que estão solitários, sem alguém para que possam se relacionar afetiva ou espiritualmente. Amém.”
Reze, e se o que você pediu for para seu bem, Deus atenderá.
IN ENGLISH – 🙏🏻 While I’m running, I meditate and say a prayer:
“- O Virgin Mary, Mother of God and Our Mother, pray for us who have recourse to you. Today, especially for those who are lonely, without someone they can relate to emotionally or spiritually. Amen.”
Pray, and if what you asked for is for your own good, God will answer.
👊🏻 Olá amigos! Tudo bem? Já de pé para o dia render!
Por aqui, tudo pronto para suar mais uma vez em busca de saúde. Vamos correr a fim de produzir e curtir a tão necessária endorfina (controlando o cortisol)?
Hello friends! All good? Already up so the day can be productive!
I’m all set to get a sweat on once again in the name of health. Let’s go for a run to produce and enjoy that much-needed endorphin (while keeping cortisol in check)?