– Os muitos acertos e o único erro de Candançan em Corinthians 0x0 Palmeiras na decisão do Paulistão 2025.

O jovem Matheus Delgado Candançan foi muito bem no dificílimo e nervoso jogo final do Campeonato Paulista 2025. Aliás, uma partida em que, “jogo jogado”, foi muito ruim.

O árbitro correu bastante, se posicionou como um veterano (ele tem essa virtude de saber se colocar bem nos espaços do gramado) e tentou, na medida do possível, aplicar a lei da vantagem. Quando não concretizada, não teve vergonha em voltar atrás e marcar a falta atrasada. Disciplinarmente foi muito bem, e idem tecnicamente.

Vale pontuar as situações mais polêmicas, onde existiram detalhes da regra menos conhecidos do torcedor, e que fomentaram debates:

1) O pênalti de Félix Torres em Vitor Roque: ali, um lance difícil e que ocorreu em cima da linha. Havia dúvidas se era pênalti ou falta, e como o VAR conseguiu flagrar que foi na linha da área penal (as linhas fazem parte da grande área), corretamente se marcou pênalti.
Félix Torres já tinha Cartão Amarelo, e a Comissão Técnica do Palmeiras enlouqueceu-se naquele momento. Abel Ferreira e seus dois auxiliares exigiram o segundo amarelo e consequentemente o Vermelho. Pela conduta, Abel foi acertadamente advertido com o Cartão Amarelo. Quando o árbitro voltava para o campo, o treinador palmeirense insistiu nas reclamações e, dedurado pelo quarto-árbitro, segundo a súmula, o ofendeu dizendo que “vocês tem que ver direito, é tudo contra nós, isso é absurdo, tais a roubar”. Corretamente foi expulso.
Acontece que ACERTOU Candançan ao não advertir Félix Torres naquele momento. Entenda:
Se você comete um pênalti em disputa de bola numa situação que é para cartão vermelho, já há algum tempo esse cartão deve ser amarelo (motivo: a FIFA entendia que expulsão + pênalti seria uma punição severa). Recentemente, esse princípio passou para a situação de: se você comete em disputa de bola um pênalti para cartão amarelo, esse não deve ser aplicado.
Assim:
EM DISPUTA DE BOLA (não vale agarrão, empurrão ou mão intencional):
Pênalti + Cartão Vermelho = vira Cartão Amarelo.
Pênalti + Cartão Amarelo = vira Sem Cartão.

Abel não sabia da Regra (ou sabia e tentou pressionar) e reclamou à toa.

2) Sobre Memphis Depay ter imitado Soteldo e subido em cima da bola: deveria ter aplicado o Cartão Amarelo por impedir o adversário de disputar a jogada, reiniciando o jogo com Tiro Livre Indireto ao Palmeiras. Você pode proteger a bola do seu oponente, mas sempre permitindo que ela possa ser disputada. Prendê-la com os pés (por cima ou entre as pernas), a coloca tecnicamente fora de disputa. Antigamente, existia até mesmo o termo de “bola presa”. Aqui, não estamos falando de um possível deboche / provocação, mas do espírito da regra do jogo.

3) As expulsões de Lomba e Martínez: o palmeirense chutou o quadril do corintiano, que revidou com um tapa no rosto, segundo a súmula. Ali, não tem muito o que fazer. É uma confusão generalizada, e se o VAR se debruçar para fuçar, acharia meia dúzia de vermelhos e amarelos. Fez o correto: “um pivô de cada lado” para fora, que se identificavam melhor como protagonistas da bagunça, e segue o jogo.

Candançan tem um ótimo futuro pela frente, que não se queime o árbitro novato.

Quatro Observações Finais:

A – Depay faria isso (subir na bola) na Europa? Ou com o time perdendo? Ou no Allianz Parque? O gringo foi malandro à brasileira… (e não estou exaltando isso).

B – Mesmo com suportes de bola, as 17 não estavam à beira do campo. Tão bem funcionou isso no Paulistão (copiado da Premiere League), mas, quando se quer fazer “arte”, se faz… as bolas sumiram no final do jogo.

C – Como entra com sinalizador em campo, e ninguém faz nada? Os artefatos já estavam dentro da Arena ou não há revista? Não estou criticando o uso, apenas apontando: se não pode entrar, como entra?

D – Vitor Roque foi criticado por se jogar em lances de área no Barcelona e no Betis. Fez o mesmo contra o São Paulo e tentou cavar pênalti duas vezes simulando ontem. Corre o risco de ficar marcado e, quando for de verdade, não se marcar. É a fábula popular de “Pedro e o Lobo” na vida real…

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