Estamos acompanhando o movimento dos jogadores brasileiros de futebol contra o gramado sintético. Aqui em nosso país, Palmeiras, Botafogo e Athlético tem esse piso. Obviamente, jogadores desses clubes não participaram desse protesto.
A queixa é: as lesões! E é por esse motivo que na Europa não se joga no “artificial”.
Eu me lembro que no começo dos anos 2000, houve um Mundial Sub 15 na Finlândia, com estádios de gramado sintético. Dizia-se que esse piso seria o futuro do esporte, pois a manutenção seria mais fácil, além de outras benesses (os finlandeses estão próximos ao Círculo Polar Ártico, então justificaria-se tal tentativa).
No Brasil, já dissemos, se questiona demais as lesões dos atletas. Na Europa, em sua maioria, as grandes ligas não adotam esse modelo justamente para prevenção. Com a ideia de arenas multi-uso, também o Pacaembu adotou o sintético e a Arena MRV terá o piso trocado.
Com exceção de alguns clubes amadores, havia poucas partidas profissionais em sintético na minha época. E para esses pisos (bem como para gramados duros / secos), eu apitava usando uma chuteira de trava baixa com amortecedor (me recordo até hoje: me custou caríssimos R$ 880,00, da Adidas, comprada na Bayard do Shopping Center Norte, e que posteriormente Wilson Luís Seneme adquiriu uma igual). Nunca me lesionei com ela.
Nos gramados naturais diversos, eu usava uma trava mais alta ou outra mais moderada, sempre tomando cuidado para evitar lesões. E era justamente por culpa dos gramados esburacados do Interior Paulista.
Se me perguntassem o que eu preferiria hoje, responderia sem titubear: para eu correr (com calçado adequado) no sintético! Mas para apitar, no natural (desde que de boa qualidade), pois a bola pula mais, os jogadores deslizam mais no carrinho e, um macete, é você calibrar a bola “com um pouquinho menos de pressão”.
Aqui, me colocando no lugar dos jogadores: se eles, que sofrem mais do que os árbitros, não querem o sintético, que se privilegie o natural!
