– Análise da Arbitragem de Palmeiras 1×3 Botafogo: os 3 lances com as 4 polêmicas.

Foram 3 lances de muita reclamação no confronto entre Palmeiras x Botafogo, que para muitos foi uma final antecipada. Aliás, o primeiro lance com duas polêmicas. Vamos lá:

1) 16m: Almada avança ao ataque, e quase dentro da área, sofre falta de Gustavo Gómez. Não foi pênalti, mas falta fora da área. Wilton Pereira Sampaio estava longe e se equivoca, marcando escanteio (e os botafoguenses reclamam). Nessa cobrança de escanteio, Gregore disputa com o seu marcador e a toca por último. Agora, seria tiro de meta ao Palmeiras, mas o ótimo bandeira Bruno Raphael Pires comete um erro que não lhe é costumeiro, e marca novo escanteio (para quem está em profundidade, é difícil ver no lance rápido “se pega por último no branco ou no verde”). Dessa cobrança, sai o gol do próprio Gregore.
Assim, errou a arbitragem duplamente, prejudicando ambas equipes: não marcou uma importante falta na entrada da área ao Botafogo (e consequentemente teria que dar Cartão Amarelo ao zagueiro Gustavo Goméz) e desse erro surge outro, agora contra o Palmeiras (de peso maior, evidentemente, pois foi um gol).

2) 26m: Luiz Henrique solta o braço contra Rony atingindo-o no rosto. Lembremo-nos: desde 2020, as cotoveladas, os braços e as mãos que atinjam a cabeça de um adversário motivados por ato deliberado de se desvencilhar, devem ser punidos com Cartão Vermelho (o mesmo peso de uma agressão, nessa bandeira que a FIFA adotou de evitar lances e choques que envolvam cabeça no futebol). Errou Wilton Sampaio, deveria ter expulsado o jogador botafoguense.

3) 68m: Sobre a expulsão de Marcos Rocha: Igor Jesus e Marcos Rocha discutem, e o botafoguense empurra o palmeirense, que revida com um leve tapa não tão certeiro. Nesse lance, era cartão amarelo para os dois atletas pela “desinteligência” (Igor Jesus ainda valoriza e cai colocando a mão no rosto, simulando algo mais grave do que foi). Porém, Marcos Rocha também dá um chute na canela do Igor Jesus (e a partir daqui é interpretação): você pode considerar isso como “ato hostil” ou “agressão” e expulsar o jogador, mas também pode considerar consequência da provocação de Igor Jesus e manter somente o Amarelo. Aqui, reforço, é lance interpretativo (eu expulsaria, pois ele já tinha revidado equitativamente com a tentativa de tapa, e o chute, portanto, foi uma reação a mais desmedida).

O detalhe do jogo: todo mundo nervoso desde o primeiro minuto, querendo jogar contra a arbitragem (que já se perde em condições normais…) Está muito chato isso. Os treinadores trabalham com dedo em riste ao árbitro, aos bandeiras e ao quarto-árbitro (esse, precisa sair do campo para uma clínica de saúde mental). As Comissões Técnicas ficam em pé, permanentemente, como se assim pudesse (a regra determina que um assistente técnico pode ir ao treinador e conversar, mas deve voltar ao bancoe isso não funciona aqui).

A orientação de que “só o capitão pode falar com o árbitro, e se qualquer outro for, deve levar Amarelo”, acabou. Vide quanto “bololô” em cima do Wilton. Essa é uma regra em teste na Europa, e que algumas ligas já adotam como se fosse definitiva. Aqui no Brasil, funcionou poucas rodadas.

ACRÉSCIMO: o gol de Richard Ríos, há 20 anos, seria anulado, pois Gustavo Gómez seria sancionado pelo impedimento. Hoje, se interpreta que ele não encobre a visão do goleiro (John não foi atrapalhado por ele) e o fato de demonstrar que não quer participar da jogada desviando da bola, permite que o gol seja validado).

Meu amigo Zé Boca de Bagre falou: “time que toma gol de escanteio não tem que reclamar… Traz juiz estrangeiro, ele apita o jogo sem se preocupar com veto na próxima rodada, “monta embora no avião” e dá uma banana para esses xaropes…”
Esse Zé não tem papas na língua… e olhe que ele me lembrou que esses caras não reclamaram dos dois pênaltis inexistentes a favor do Palmeiras contra o Fortaleza nesse mesmo campeonato (relembre aqui: https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2024/10/26/os-lances-polemicos-de-palmeiras-2×2-fortaleza/).

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