No último sábado, Ramon Abatti Abel representou perfeitamente o espírito da arbitragem brasileira atual, desde a introdução do VAR: o de transferir a responsabilidade de lances para cabine.
Em Vasco x Atlético Mineiro, Otávio colocou a mão na bola intencionalmente. Não foi movimento nem natural, nem antinatural. Foi deliberado!
O árbitro deve marcar pênalti, e não há o que contestar. O VAR, como sugere o protocolo, fez a revisão. Mas ficamos vários minutos esperando o árbitro de vídeo decidir alguma coisa, e ainda assim Abatti foi ao monitor. Perdeu-se um tempão enorme, desnecessariamente. Lance claro, sem dúvida alguma, e o próprio árbitro foi ver a decisão dele para um possível momento de se “reapitar” o jogo.
É justamente isso que a FIFA não quer: se surgir uma dúvida (e esse lance não era duvidoso), mantenha-se a decisão de campo. Se o lance for claro (como foi), agilize-se a partida. Porém, nenhum juiz quer bater no peito e assumir o lance. Deixe para a equipe de VAR, com seus AVARs e demais membros no ar-condicionado…
Tanta demora causa apreensão, traz nervosismo e tensão maior à partida, além de que quebra o ritmo de jogo das equipes e acaba com toda a dinâmica.
Fico pensando: nos Jogos Olímpicos, tivemos um outro Ramon Abatti Abel apitando. O que houve com ele, que lá em Paris não sucumbia ao VAR?

Arte: Olhar Digital
