Quem assiste o Campeonato Brasileiro e o compara com os da Europa, vê alguns hábitos condenáveis (especialmente os de unfair-play). É muita reclamação por parte de jogador, treinador, preparador físico e até de atleta reserva!
Cansa, a cada partida, ver gritos e gestos de protestos até para marcação de um simples arremesso lateral. Não condiz com o verdadeiro espírito esportivo, pois parece que as equipes querem ganhar a qualquer custo, legalmente ou não, sem se importar com a lisura e os bons exemplos.
Foi pênalti “roubado”? Ops: no jargão esportivo, “roubado” significa “mal marcado, errado, equivocado”… Mas a seu favor, pode.
Quer exemplos?
Quando é que os recordistas em cartões amarelos Zubeldía e Abel Ferreira reclamaram que foram beneficiados pela arbitragem? Quando os erros são contrários (e até quando não há erros), fazem um enorme escândalo e acabam mascarando erros de suas escalações, esquemas táticos que não deram certo ou substituições fracassadas, arranjando a temática “arbitragem” como motivo de discussão.
A propósito deles, impressiona como não evitam tomar cartões e promovem rodízio de reclamações. Repare: os assistentes técnicos e seus preparadores físicos são igualmente mal comportados, e recebem advertência tanto quanto os técnicos. É uma estratégia de pressão, igualmente condenável.
Obviamente, nossa qualidade técnica da arbitragem está aquém do desejado se comparado com a das principais ligas europeias. Mas lá, mesmo quando ocorrem os erros, não se vê toda essa bagunça com árbitro e quarto-árbitro.
Estenda-se a percepção de mau comportamento para alguns atletas. Assisti São Paulo x Flamengo e me assustei: Raphinha tumultou o jogo, foi desagradável, deselegante e inconveniente. Quando ele fez isso lá na Alemanha, no período em que jogou a Bundesliga?
Quando o VAR é acionado… aí vira bagunça. Compare na Premiere League: não há rodas em torno do árbitro, ele vai tranquilamente ao monitor e toma a decisão. Já no nosso capenga VAR tupiniquim, há quase uma conferência entre atletas “favoráveis” a uma marcação e a outros “não favoráveis”. E nada disso pode! Ficou conversando com o árbitro durante o diálogo com a cabine ou foi junto ao monitor, obrigatoriamente é lance para cartão amarelo. Aliás, para se coibir isso, algumas ligas estão adotando a regra proposta para discussão em 2025 (e que usam na condição de teste): somente o capitão tem permissão para conversar com o árbitro. Se implantada universalmente, esqueça do seu sucesso aqui. Todo mundo ficará em cima do juizão, como já é.
Outro comportamento indesejável: as simulações! Qualquer contato físico, o atingido se joga, berra, geme, pede ambulância e socorro. E em boa parte das vezes… nada foi. Um empurrão leve vira um atropelamento. Um esbarrão vira agressão. E o pior: os jogadores insistem em cavar faltas e muitas pessoas aplaudem a malandragem. Não pode! Sem contar as tentativas de pênalti… Na Europa, atacante que se joga na área e finge ter sofrido infração, é vaiado pela atitude antidesportiva. Aqui é exaltado…
Só que repare: atletas como Luciano (SPFC), Hulk (CAM), Deyverson e tantos outros, se jogassem na Europa e tivessem os mesmos comportamentos incorretos, seriam sacados do jogo. Só que os torcedores gostam disso! É como a situação desnecessária de uma bola que vai sair pela linha lateral e não tem chance de ser salva: o atleta corre, dá carrinho, faz um teatro e é ovacionado! Ele sabia que não salvaria a bola, mas sabia também que o coração apaixonado de um torcedor não fala com a razão, mas somente com a emoção.
Em resumo, tudo isso só acontece pois temos a cultura do vitimismo: todo mundo diz que seu time é o mais prejudicado do campeonato. Ué, e quem são os mais ajudados, se todos são prejudicados?
Por um futebol mais correto e limpo, amigos…

