O novo treinador do Flamengo, Tite, é questionado por muitas coisas – desde o não-aceite ao Corinthians e ida ao Mengão (comparando-o indevidamente com Victor Pereira) até quanto a relação com Gabigol (que um dia desdenhou dele por não ter sido chamado à Seleção).
Gosto do treinador Tite, taticamente falando. Como profissional, trabalhei pouquíssimas vezes com ele – e das vezes que reclamou da arbitragem, foi forte, mas ainda assim educado (não tive problemas).
Dois episódios que não gostei: a assinatura do repúdio à CBF, e depois ir treinar a Seleção; além da teimosia (ou má vontade) com Vini Jr na Copa de 2022.
Mas o que se perguntará na coletiva de Tite? E o que ele responderá?
Inteligente como é, ele vai tirar de letra (em destaque, a pergunta; sublinhado, a resposta imaginável):
- Não iria ficar um ano sabático sem trabalhar? Isso é relativo, não é necessariamente um ano, e uma proposta como a do Flamengo não se recusa.
- Não trabalharia na Europa? Não veio a proposta ideal, com as condições que eu queria. E a proposta do Flamengo me chamou muito a atenção, principalmente pelo que o clube nos oferece e possibilita.
- Por que recusou a proposta do Corinthians e foi para o Flamengo? Não houve proposta, houve sondagem, nada formal. E não troquei um pelo outro, veja quantos dias negociamos.
- Como será a relação com Gabigol? Normal, e foi uma reação natural dele. Eu gosto de jogador que se incomoda em não estar na Seleção, pois mostra disposição, vontade, quer doar-se um pouco mais. E agora Gabigol terá a oportunidade de mostrar que eu estava errado, performando. Isso é salutar ao clube.
Alguém imagina algo diferente disso? Qualquer um de nós, com um pouco de sabedoria e assistindo as entrevistas dele, responderia do mesmo jeito. E acrescento: acho uma bobagem a história de que “traiu o Corinthians”. São profissionais! Muricy Ramalho trabalhou no Santos, no Palmeiras e no Flamengo… Emerson Leão passou pelos quatro grandes paulistas… tudo normal.

Foto: Meier / GETTY IMAGES
