Muita comparação entre as comemorações chutando o mastro da bandeira nos gols de Luciano (São Paulo) e Raphael Veiga (Palmeiras). Qual foi a grande diferença?
Nenhuma! Ambas “a la Aloísio Boi-Bandido”, sem infringir a regra e nem danificar o equipamento do campo de jogo.
O problema é que o árbitro Wilton Pereira Sampaio, equivocadamente, amarelou o são-paulino e escreveu na súmula que foi por chutar a bandeira. Facundo Tello, árbitro de Atlético 0x1 Palmeiras, simplesmente cumpriu a regra – que fala de comemorações debochadas que possam incentivar a violência / provocar tumulto e outras consequências.
Aqui no Brasil, a orientação é mais complicada por conta de jogos de torcida única, onde o árbitro se torna um “fiscalizador de comemorações”, onde, conforme sua avaliação, entenderá se foi “excessiva” ou não. Claro, aqui há um certo abuso de autoridade e falta de bom senso.
Se Wilton tivesse relatado em súmula que o Cartão Amarelo foi por “provocar a torcida corintiana e incitado a violência num estádio sem separação entre torcida e gramado”, mesmo com algumas restrições de alguns, seria mais “aceitável” do que a absurda justificativa do chute na bandeira.
Mas percebamos o seguinte: a nova geração de árbitros brasileira é formada diferente! Não apita várzea, nem jogos-treinos profissionais, e nem passou por um estágio que as outras passaram: apitar em presídio! O antigo Carandiru era berço dos jovens árbitros que ingressavam na FPF, por exemplo. Hoje, se começa direto em categorias fraldinha e chupetinha (e se for “fortão”, o árbitro já vai para o profissional). E, claro, apitando Sub 11 e Sub 13, não terá a mesma experiência do que apitar Pavilhão 6 vs Ala dos Detentos de Crime X.
Por fim: perceberam que Abel Ferreira está mais comportado nos últimos jogos? Aqui vem uma informação: houve um “meio-campo” para apaziguar os ânimos entre a Comissão Técnica palmeirense e a Comissão de Arbitragem da CBF. E isso significa: um cuidado maior nas escalas de arbitragem em troca de menos acusações infundadas e queixas demasiadas dos portugueses do Palmeiras.

Foto: César Greco / Palmeiras
