Muita polêmica sobre o Cartão Amarelo recebido por Luciano, do São Paulo, após o gol de empate contra o Corinthians.
Antes de algumas importantes observações, é necessário saber o que diz a Regra 12 – “Faltas e Condutas Incorretas”:
Comemoração dos gols
Os jogadores podem comemorar ao marcarem um gol, mas a comemoração não deve ser excessiva; as comemorações coreografadas não são incentivadas e não devem ocasionar uma perda excessiva de tempo. Sair do campo de jogo para comemorar um gol não é uma infração passível de advertência com CA, mas os jogadores devem retornar o quanto antes.
Ainda que o gol seja anulado, um jogador deverá ser advertido com Cartão Amarelo por:
- subir no alambrado e/ou se aproximar dos espectadores de uma forma que cause riscos à integridade física e/ou à segurança;
- agir de forma provocativa, debochada ou inflamatória;
- cobrir a cabeça ou o rosto com uma máscara ou item similar;
- tirar a camiseta ou usá-la para cobrir a cabeça.
Você pode discordar do excesso de rigor da regra. Também você pode achar insensível orientar que o atleta comemore somente com o seu banco em estádios de torcida única (como a CBF orienta) e imediatamente a um gol tenha a racionalidade de ir até lá. Mas você não pode deixar de dizer que, sabedor que vai tomar um cartão, o jogador erra ao insistir em praticar tal ato contrário.
No pós-jogo do Majestoso, a entrevista de Luciano mostrou isso: ele disse várias vezes sobre Wilton Pereira Sampaio desejar dar cartão a ele , e usou inclusive o exemplo de Gabigol (que recebeu amarelo por comemorar gol). Ora, ao dizer isso, ele sabia que poderia levar o Amarelo e ainda assim fez a mesma coisa que exemplificou.
De novo: você pode criticar a regra e a orientação (eu também não gosto de como elas são hoje), mas essa “rebeldia” (ou burrice) prejudicou o próprio atleta e o seu time.
Duas situações específicas a comentar:
- Sobre a “ameaça de que recebeu”, ao dizer que Wilton ameaçou dar amarelo: boleiro experiente sabe que o árbitro faz a advertência verbal preventiva, do tipo: “se você continuar reclamando, eu vou te dar cartão amarelo”. Isso é normal, e o jogador deveria “agradecer” o árbitro por lhe avisar que está prestes a ser amarelado, e assim evitar a punição. Luciano, frequentemente, reclama de tudo com a arbitragem e tem um comportamento ruim. Se fosse mais esperto, evitaria o cartão.
- Sobre a comemoração em si: ela está no mesmo rol de orientações de “subir na arquibancada junto aos torcedores”, “de trepar em alambrados”, de fazer gestos à torcida adversária”, com a justificativa de que isso pode incentivar a violência / tumulto entre os torcedores. Gostemos ou não, é a regra.
IMPORTANTE: Chutar o mastro da bandeira na comemoração do gol não é motivo para cartão amarelo (nunca foi e não é – nem está na orientação). Fazer gesto provocativo para a torcida adversária, é. Na súmula, Wilton Sampaio escreveu que o motivo da punição foi o chute. Errou.
Acréscimo: Eu me lembro que o primeiro cartão que vi sobre comemoração de gol em gesto para a torcida fazer silêncio foi com… Romário (que quase nunca tomava cartões). Foi em um São Paulo x Vasco da Gama no Morumbi, num sábado à tarde, quando Sidrack Marinho dos Santos, árbitro sergipano, advertiu o Baixinho. Na época, se questionou: “Que excesso de rigor! Xingaram ele o jogo inteiro e ele não pode mandar a torcida ficar quieta? Até parece que a torcida vai pular o fosso e invadir o campo”.
Claro, vivemos outras exigências profissionais e as novas arenas não têm mais alambrados… porém, “engessar” o jogador na comemoração de um gol é crer que ele é absolutamente gelado, integrante de uma atividade onde não se mexe com as emoções.
Para tudo há de se ter o bom senso.
Observação: e as discussões entre gandula e jogador, além da encarada de Luxemburgo? Usar-se-á a mesma régua do caso Abel – Calleri?
Arte extraída da Web autoria desconhecida. Quem souber, informar para crédito na postagem.

