Há muito vemos punições injustas dentro do esporte nacional. Em alguns casos, os auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva se mostram totalmente alheios à defesa ou acusação dos envolvidos e tomam decisões passionais.
Claro: se o envolvido for um time grande do eixo RJ-SP, a tendência é a de que as penas sejam mais brandas.
Mas veja só: neste final de semana, jogaram Tombense/MG x Operário/MT pela série D do Campeonato Brasileiro. O goleiro mato-grossense Igor (que é negro) reclamou que durante o aquecimento foi chamado de “macaco”. Aos 36 minutos de jogo, quando ele estava para cobrar um tiro de meta, resolveu se virar para a arquibancada e dar um bico na bola contra os torcedores, alegando que a torcida mineira cantava em coro: “Aranha, Aranha”.
E aí, alguém será punido? O Grêmio/RS foi excluído da Copa do Brasil. O Tombense será excluído da série D, ou como a repercussão foi nula ou quase inexistente, nada acontecerá?
Aliás, mantenho a curiosidade: se Grêmio x Santos fosse pela série A do Brasileirão, o clube gaúcho seria excluído? Eliminar uma equipe que já perdeu em casa por 2 x 0 em um torneio mata-mata é fácil…
Outra dúvida: se racismo é crime por preconceito racial, homofobia também é. Nunca vi um jogo ser paralisado por discriminação sexual! E é fato comum que jogadores sejam ofendidos em campo com palavras pejorativas. Ou vai dizer que nunca se ouviu o coro contra o atleta Richarlysson e tantos outros? Como ele nunca se queixou, a questão morre por aí mesmo. Mas se um jogador se assumir homossexual e ouvir “bicha” das arquibancadas, se parará a partida e o clube será excluído pelo STJD? Estou pagando para ver!
Fico com dó dos árbitros: a eles são atribuídos os adjetivos de ladrão, gaveteiro, viado, corno, fdp e tantos outros xingamentos. Mas aí é outra história: eles não têm torcida para reclamar a favor deles e tais reclamações fazem parte da cultura do futebol.
Pior é a punição (ou falta de) aos clubes e dirigentes que não cumprem as obrigações financeiras. Já viu algum time brasileiro perder ponto ou ser excluído de competição por não pagamento de obrigações trabalhistas ou simplesmente pelo calote nos salários?
O Grêmio Barueri vive uma situação vexatória com jogadores fazendo greve por falta de recebimento. O tradicionalíssimo Guarani de Campinas viu a renúncia do seu 3o presidente após o não pagamento dos salários de Junho na última 5a feira (estamos em Setembro…). Sem falar de Vasco da Gama e Botafogo, com dívidas milionárias mas que se mantém ilesos de qualquer pena.
Não deveríamos ter um Tribunal de Penas onde as condenações fossem aplicadas automaticamente ao invés de julgadas por senhores passionais? Tudo pré-determinado: atrasou pagamento e os jogadores se queixaram, pena X. Houve preconceito de torcida, pena Y. E por aí em diante…
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