– Quais as reais prioridades do Povo?

Sinceramente, vejo um certo exagero de sofrimento com coisas que não tem razão de serem choradas. Uma delas é o futebol.

Mas “qual tipo de futebol” estamos falando? O do Padrão FIFA ou o do padrão Brasil? Um ótimo texto sobre o assunto:

É PRECISO REVER AS PRIORIDADES

Por José Carlos Pascoal

Um povo que sofre por causa de derrota e eliminação da Copa do Mundo, não é um povo que define prioridades, ou pior, define o esporte como única prioridade. Parece que o país parou por causa da goleada sofrida pela seleção. Uns desafogam nas lágrimas; outros se valem das gozações e chacotas; outros ainda (o que é pior) destroem patrimônios públicos e privados.

Termina a Copa e o já estático Congresso continuará “trabalhando” a passos lentos, pois começa o período eleitoral. Como quase todos são candidatos à reeleição, precisam sair em busca dos eleitores. E as verdadeiras prioridades ficam para depois. É justa a reação do povo, dando sequência às manifestações de junho de 2013, mas as mesmas perdem o sentido por causa das infiltrações dos “black blocks”, que promovem danos à propriedades. Os governantes e órgãos de segurança estão criminalizando os movimentos sociais porque não sabem combater os “black blocks”, e penalizam os que fazem as manifestações por moradia, saúde, educação, trabalho, salário.

Voltando ao futebol, leio (Painel na Copa, D3, Folha de São Paulo, 11/07/14) que “as emissoras detentoras dos direitos de TV dos campeonatos nacionais defendem que os padrões da Copa do Mundo sejam adotados para os jogos locais”. Excelente ideia: cumprimento dos horários, fair play. Só que esquecem que foram eles que produziram algumas situações degradantes do futebol brasileiro.

Para elevar as audiências das novelas, a principal emissora do país obrigou os dirigentes do futebol brasileiro (e estes aceitaram, visando os lucros) a elaborarem estapafúrdias tabelas de jogos, com horários não condizentes para a presença de público. Com os estádios vazios, os “cartolas” passaram a financiar as “torcidas organizadas”, que acabaram se tornando grupos de baderneiros violentos, afastando ainda mais os sérios torcedores. Uma reforma do futebol brasileiro passa necessariamente pela não dependência das emissoras de TV. Se fala tanto em democracia e se aceita a imposição do capital sobre o lazer. O verdadeiro torcedor está desgastado e exige mudanças. O superfaturamento das construções dos estádios traz como consequência elevação do valor dos ingressos e, na sequência, a confirmação de espaços chamados de “elefantes brancos”. É PRECISO REVER AS PRIORIDADES. (É diácono permanente na cidade de Salto/SP)

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