– Onde e Como o Brasil está errando no futebol

A imagem do relaxado treinador alemão Joachim Low abraçando o seu estressado colega brasileiro Luís Felipe Scolari diz tudo! O primeiro curtiu a Bahia e ainda assim treinou bastante; o segundo quase não deu coletivo, fez pegadinha com a imprensa (treinou um time diferente e não passava de uma “mentirinha”) e arranjou briga contra tudo e contra todos. Detonou a arbitragem e levantou complôs.

A verdade é que treinadores brasileiros estão perdendo espaço no cenário mundial. No ano passado, durante a Copa das Confederações, o grande Paul Breitner disse na Sportv que o Brasil estava 30 anos atrasado taticamente. E tinha razão!

Felipão é um motivador (sempre foi). Armava retrancas e assim ganhava. Com bons jogadores, fazia ótimos times e levantava a moral deles. Mas sem “pé-de-obra” qualificado, nunca fez nada de diferente.

Se treinassem a Seleção, o que fariam Guardiola, Mourinho, Pekerman, Sampaoli, Bielsa, Van Gaal, Kloop, Simeone, Klinsmann, Wenger…?

Poderiam fazer muito mais, desde que aqui viessem morar, tivessem assistentes técnicos locais e uma grande quantidade de datas para treinar. Ao contrário, impossível realizar um bom trabalho sem conhecer e assimilar as dificuldades tupiniquins.

A verdade é: vivemos entressafra de treinadores, dirigentes e árbitros. Os nomes são os mesmos há tempos!

Carlos Alberto Parreira, campeão mundial e de muitas experiências internacionais, tão rodado e culto, há quanto tempo milita no futebol entre erros, acertos e teimosias? Lembremo-nos que ele disse recentemente:

A CBF é um exemplo para o Brasil. É o Brasil que deu certo, que dá certo“.

Bola fora, não? O horroroso trabalho de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero deu continuidade à destruição paulatina da estrutura do futebol, iniciada por Ricardo Teixeira e que não se vê mudança a curto prazo.

Que futuro teremos com o próprio Marco Polo Del Nero (que faliu o futebol dos pequenos clubes paulistas) a partir de 2015, onde passa de vice para presidente da CBF? Não se vê nome novo ou dirigente que nos dê esperança. São poucas as boas expectativas para o futuro, olhando por esse prisma. E isso vale para as Federações Estaduais e para os dirigentes da arbitragem, que vivem e transitam no mesmo berço esplêndido.

Dentro de campo, o cenário é negro. Nos anos 90, a Seleção Brasileira tinha os artilheiros das principais ligas europeias: Jardel em Portugal, Ronaldo na Espanha, Amoroso na Itália, Elber na Alemanha, Sonny Anderson na França e até Alcindo no Japão. E jogando por aqui Evair, Bebeto, Romário… Hoje, temos Fred e Jô!

Todo ano, revelávamos talentos no Campeonato Brasileiro. E no último ano, quem foi revelado?

As categorias de base não formam mais ninguém, e os garotos vão embora cada vez mais cedo. O número de estrangeiros no campeonato nacional foi liberado, fechando o mercado de trabalho e as oportunidades para esses jovens.

Por fim, todo esse ambiente já dava sinais: ou era apenas acaso o Santos ser goleado por 8 do Barcelona, o Internacional perder do Mazembe e o Atlético Mineiro cair diante do Raja Casablanca?

Maldita Copa das Confederações! Mascarou a fragilidade de um time que tinha muito a evoluir e, acomodado com uma conquista, regrediu na sua autossuficiência.

Não vejo futuro bom para a Copa da Rússia-18. A não ser que mais 10 rebentos como Neymar (que surge sem planejamento dos clubes mas por puro talento) apareçam para salvar a Pátria.

E você, o que espera do futuro do futebol brasileiro?

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