– Grávida será enforcada por Adultério da Fé no Sudão!

Intolerância e radicalismo religioso: mulher grávida irá para a forca logo que o filho nascer por não concordar em renunciar ao Cristianismo.

Meu Deus…

Abaixo, sugiro que leia até o fim, extraído de: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,re-confessa,1171317,0.htm

RÉ CONFESSA?

Meriam Ibrahim foi condenada à morte por ser cristã no Sudão, onde impera a lei islâmica

Meriam Ibrahim, uma sudanesa de 27 anos, foi condenada à forca por um tribunal de Cartum. O crime? Adultério e apostasia, ou seja, renúncia à sua fé. Ela é filha de pai muçulmano e mãe cristã ortodoxa. Quando tinha 5 anos, o pai sumiu e Meriam foi criada como cristã. Adulta, casou com um cristão – daí o adultério. Sim, você leu bem.

Mas tem mais. Como a ré está grávida de oito meses, o juiz bancou o Salomão: Meriam dará à luz, e depois será executada. Pouco antes da forca, receberá cem chibatadas.

A sharia, a lei islamita que rege a jurisprudência nas teocracias maometanas, foi introduzida no Sudão em 1983. No ano passado, a Anistia Internacional denunciou que duas sudanesas de 23 anos foram condenadas a morrer lapidadas por adultério. Independentemente da fé dos cidadãos, os atos considerados “indecentes” ou “imorais” podem implicar flagelação ou amputações.

Na semana passada, enquanto universitários se manifestavam em Cartum contra a condenação de Meriam, conservadores celebravam a sentença: “Alá é grande” – e recordavam que a ré foi denunciada pelo próprio irmão. O advogado de Meriam entrou com recurso, confiando nas discrepâncias entre a sharia e a Constituição sudanesa.

No Irã, foi uma página do Facebook que suscitou um piti nos tietes daquilo que alguns chamam de “islamofascismo”. No início do mês, a iraniana Masih Alinejad postou uma foto dela sorrindo sem o hijab, com a hashtag #minhafurtivaliberdade. No Irã, uma mulher em público sem o véu significa cem chibatadas e dois meses de prisão.

Masih não previu a resposta torrencial que a obrigou a criar, dias depois, uma página para aquilo que tinha virado um movimento. Dezenas de milhares de mulheres aderiram – a página atingiu 300 mil integrantes. De Persépolis a Teerã, iranianas desataram a postar fotos sem o lenço, em locais ermos como dunas do deserto. Uma tirou o lenço e sacudiu a juba diante do gabinete do aiatolá Khamenei, o líder espiritual do país.

Jornalista, Masih foi presa no exercício da profissão, agredida fisicamente e alvo de campanhas de difamação. Como disse ao Guardian, “não se trata só da polícia da moralidade. Uma mulher que se rebele mesmo furtivamente se arrisca a perder o emprego e o apreço de parentes e colegas”. Não deu outra: o pai cortou relações ao saber do Facebook. Masih se exilou em Londres – será presa se regressar ao Irã.

A represália do regime pegou pesado. Na semana passada, a página #minhafurtivaliberdade foi hackeada por esbirros do governo. Um certo Hadi Sharifi, que se define como “ativista da mídia”, deu entrevista à agência Tasnin, publicada na página. Cuspiu marimbondos: “Masih é agente da CIA e aquelas que ‘curtiram’ a iniciativa sofrerão as consequências”. E concluiu: “Os homens iranianos têm o direito de estuprar as mulheres sem véu, já que elas circulam praticamente nuas”.

Masih deu o troco e inaugurou uma nova página, com a mensagem: “Vocês podem hackear páginas, mas não nossa liberdade”. Só faltou publicar a mais comum maldição do mundo árabe: “Que as pulgas de mil camelos infestem seus sovacos!”

A crispação continua vulcânica. Na terça, quatro jovens sem véu foram presas em Teerã, por divulgarem um vídeo intitulado Happy. Nele, elas dançam a canção homônima de Pharrell Wiliams, para celebrar o Dia Internacional da Felicidade. O vídeo teve 30 mil visualizações. Hossein Sajedinia, chefe da polícia iraniana, estrilou: “Nossa querida juventude deve evitar pessoas dessa laia, como atores e cantores.” Na quinta, as detidas foram libertadas – cada uma terá de pagar uma multa equivalente a R$ 30 mil.

A proibição da cabeça descoberta das mulheres ecoa tabus não exclusivamente muçulmanos. Também no Ocidente a cabeleira feminina já simbolizou ambivalências equívocas. Por exemplo, com Rapunzel, dos irmãos Grimm. Fechada numa torre para a preservação de sua virgindade, ela dá no pé descendo por suas próprias tranças.

Outro mito sugestivo é o da Medusa, beldade cujo cabelo é composto por serpentes, e que transforma em pedra os homens que a contemplam. Num ensaio póstumo (Medusenhaupt), Freud rumina que a cabeça da Medusa, com seus cabelos venenosos, fornece “o símbolo supremo da castração.” Não admira que, no Irã teocrático, o véu corresponda a uma exclusão do cabelo – e seja das carecas que eles gostem mais.

Como demonstrou o vídeo Happy, as cabeças descobertas das iranianas configuram uma espécie de anti-black block. Enquanto estes ocultam o rosto para promover a depredação, a ira e o anonimato, elas tiram o véu para reverenciar a identidade, a alegria e a liberdade. E, eventualmente, invocar Santo Agostinho: “Deus, dai-me a castidade – mas não já”.

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– Breves Pitacos da Arbitragem no Futebol do Sábado/Domingo

Vi pouca coisa do futebol neste final de semana, mas 5 situações pontuais:

1) Que coisa o Durval no jogo do Sport contra o Corinthians! Um jogador experiente como ele empurrando infantilmente o adversário dentro da área (e levando Cartão Vermelho)? Pênalti bem marcado. Não me venha dizer que trocou a chance de um gol por uma expulsão, pois com tal ato não impediu o tento e fez sua equipe jogar com 1 a menos.

2) A estratégia de se jogar por baixo da barreira! Certa vez, Ronaldinho Gaúcho, jogando pelo Barcelona, foi cobrar a falta e, por condicionamento/ato reflexo, a barreira pulou. R10 chutou ela por baixo… Vez ou outra, jogadores usam dessa estratégia. Mas na mesma partida citada em Recife, o Sport fez a barreira, ela pulou e um jogador se joga por debaixo dela, fazendo uma “muretinha de proteção com seu corpo na horizontal”. É jogada ensaiada, mas engraçada e desnecessária… Perde-se um jogador que disputaria a bola para um lance raro.

3) Nota 10 para o árbitro Jailson Macedo na expulsão do santista Geuvânio pelo carrinho por trás em João Paulo do rubro-negro carioca. Lembrando que quando Leandro Vuaden expulsou Léo Moura na partida Corinthians x Flamengo dias atrás, houve a crítica injusta por parte dos flamenguistas de que “o carrinho era leve, não pegou porquê na hora do toque o jogador pulou” (conhecimento errado da regra). Neste domingo, em lance parecido (mas que pegou), os flamenguistas aplaudiram.

4) O árbitro Bjorn Kupper foi criticado por dar 5 minutos de acréscimos na final da Champions League. A justificativa é de que se perdeu muito tempo com atendimento a atletas lesionados. E isso é correto. Aliás, esqueça-se dos padronizados “3 a mais”: para a Copa do Mundo, a FIFA quer que o tempo perdido seja acrescido pra valer.

5) Alex Escobar e Paulo César de Oliveira sendo destaques no Twitter por reclamações de telespectadores pela suposta “falta de emoção” na transmissão e redundância em comentários na TV Globo. Calma lá, é gente nova e competente buscando seu espaço.

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– E o Itaquerão segundo a Revista Exame?

Só agora li a polêmica e bombástica reportagem sobre a construção da Arena Corinthians que saiu nesta semana na Exame (ed 1066, 28/05/14, pg 42 a 54 – isso mesmo, 12 páginas, matéria de Maria Luiza Filgueiras e Thiago Bronzatto, intitulada: “A SAGA DE ITAQUERA”).

Qualquer pessoa sensata deve ter tido duas reações: a primeira, de espanto pelas negociatas escancaradas; a segunda, de revolta pelo mau uso do dinheiro público e facilitações burocráticas!

Alguns dados:

1- O Itaquera Stadium (como está sinalizado nas ruas da capital paulista) será o segundo estádio com custo por assento mais caro da história das Copas.

A- Estádio Mané Garrinha (Copa 2014 no Brasil): R$ 20.538,00 por assento

B- Arena Corinthians (Copa 2014 no Brasil): R$ 17.647,00 por assento

C- Arena Amazônia (Copa 2014 no Brasil): R$ 14.791,00 por assento

D- Maracanã (Copa 2014 no Brasil): R$ 14.171,00 por assento

E- Allianz Arena (Copa 2006 na Alemanha): R$ 13.900,00 por assento

F- Stade de France (Copa 1998 na França): R$ 11.100,00 por assento

G- Soccer City (Copa 2010 na África do Sul: R$ 8.900,00

Como se vê, os estádios brasileiros são os mais caros do mundo e o do Corinthians custou o dobro do principal estádio do último Mundial…

2- Custo Parcial. O dinheiro, até agora, veio de financiamentos por organismos estatais:

A- R$ 420 milhões por Incentivos fiscais da Prefeitura de São Paulo;

B- R$ 400 milhões pelo PróCopa através do BNDES;

C- R$ 350 milhões como Adicional da Caixa Econômica Federal.

Total: 1,17 bilhão de reais.

Em tempo: alguns empréstimos isentam a Odebrecht como fiadora, caso o Corinthians não pague a Caixa, por exemplo.

3- Há 4 processos de investigação por 3 órgãos:

A- Suspeitas de Garantias Irreais: O Ministério Público Federal investiga o clube que deu como garantias terrenos ao BNDES na Zona Leste no valor de R$ 1,2 bi. Porém, foram avaliados 30% a mais do que imóveis prontos.

B- Incentivos Fiscais Suspeitos: O Ministério Público de São Paulo, através do promotor Marcelo Milani, declarou que o impacto das verbas liberadas pelo BNDES é tão alto e estranho que suplanta o Mensalão.

C- Dados Não Revelados: O Tribunal de Contas da União acusa o BNDES de não mostrar com clareza as cláusulas dos empréstimos e esconder as informações verdadeiras sobre a liberação de crédito.

D- Favorecimento: O TCU apura a facilitação de verbas sem capacidade de pagamento comprovada.

4- Pessoas Responsáveis na Construção:

A- Presidente Lula, buscando reforçar seu nome entre os eleitores corinthianos, marcou reuniões entre Andrés Sanches com Emílio e Marcelo Odebrechet em um resort na praia de Comandatuba. Ali acordaram o estádio.

B- Marcelo Odebrecht: lucrar com as obras do Estádio e manter bom relacionamento da sua construtora com o Governo Federal.

C- Andrés Sanches: Usar o estádio como palanque à sua candidatura como Deputado Federal.

D- Gilberto Kassab: o então prefeito queria trazer a abertura da Copa para a cidade de São Paulo a qualquer custo

5- Receitas Ilusórias para pagar os empréstimos do Estádio ao Governo até 2028 e a Odebrechet (em R$):

A- Faturar 120 milhões por ano com bilheteria (o Milan arrecada 79 milhões).

B- Faturar 95 milhões com camarotes (o Maracanã arrecada 10 milhões).

C- Faturar 60 milhões por ano com naming rights (a Arena O2 do Arsenal, em Londres, fatura 22 milhões).

D- Faturar 40 milhões por ano com shows (o Morumbi arrecada 4 milhões; em breve, a Arena do Palmeiras concorrerá com os outros dois estádios).

E- Faturar 30 milhões com cobrança de entradas a turistas por ano em visitas ao Itaquerão (o Museu do Futebol no Pacaembu fatura 2 milhões).

Vai pagar o estádio com essas verbas?

A PERGUNTA/DÚVIDA FINAL: tudo isso remete a uma grande irresponsabilidade do Governo Federal e demais autoridades, que arriscaram um estádio inteiro financiado sem garantias de pagamento (já que quem deve é o Corinthians e a Odebrecht é um “avalista em termos” – sem responsabilidade de quitação em caso de calote (incrível isso!); ou tudo foi planejado justamente para não pagar, sabendo que tal engenharia financeira apenas mascararia os números, enganando a opinião pública e iludindo os cidadãos?

O medo (não só meu, mas de todos) é: o temor de que o Governo tenha arquitetato dar um estádio de 1,2 bilhão de reais a um clube de futebol (seja ele qual for) em troca de populismo e desvios de verbas por corrupção, sendo que há tantas prioridades em nosso país que deveriam ser priorizadas com tal montante.

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