No Brasil, o sincretismo religioso é frequente entre os boleiros. Muitos jogadores entram em campo com verdadeiros ritos ecumênicos: reza-se a católica Ave-Maria; na sequência brada-se gritos de louvor evangélicos, dá-se 3 pulinhos para entrar em campo, benze-se com o Sinal da Cruz e beija-se a trave do lado do gol onde o Pai-de-Santo do time fez sua macumbaria.
Zagallo adorava combinação de palavras de 13 letras por dar sorte a ele. Mas a Copa do Mundo não começara no dia 13 de junho pelo motivo contrário. John Terry, da Inglaterra, jogou mais de 30 partidas pelo English Team com as mesmas caneleiras. Adrian Mutu, da Romênia, admitiu que repetia sempre a mesma cueca em jogos pela sua seleção. Laurent Blanc contou que durante a Copa de 98 beijava a careca do goleiro Bathez em todos os jogos, e que nunca perdeu com esse ritual (em especial, a final contra o Brasil, onde deu 3 beijos).
E quando é para se recuperar a tempo de jogo decisivo?
Diego Costa, do Atlético de Madrid, não ousou discutir: foi à Sérvia encontrar-se com Marijana Kovacevic, médica esotérica que injeta placenta de égua numa sessão espiritual em Belgrado, a fim de se recuperar a tempo da final da Champions League. Seu técnico, Simeone, aprovou o tratamento, já que ele crê piamente no ocultismo e costuma barrar atletas cujo horóscopo do dia não seja tão favorável.
Funcionará?
Talvez. Quem sabe. Será?
Me recordo que o treinador Vagner Benazzi, neste ano, a mando do seu guru Robério de Ogum, plantou 7 pimenteiras em baixo do banco de reservas no seu jogo de estréia pelo Comercial de Ribeirão Preto contra o Paulista de Jundiaí. Ganhou de 3 x 0 e o clube se animou, acabando com a série de derrotas. Mas logo depois a mandinga deixou de funcionar e o time foi rebaixado para a segunda divisão, com salários atrasados e confusão entre o elenco. Acabou a fé ou os cheques devolvidos do pagamento de atletas (relatados pelos jogadores) foram mais preponderantes para a queda?
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