Na última quinta-feira, ouvi uma entrevista do repórter Fábio Seródio (Rádio Jovem Pan) com o diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes. Questionando-o sobre o estádio, referiu-se a Arena Itaquera e imediatamente foi advertido pelo cartola: “É Arena Corinthians!”, disse ele.
Na sequência, disse que o Timão jogaria na Arena Corinthians apenas contra o Figueirense e depois mandaria seus jogos no Estádio do Canindé.
Ué, pelo mesmo critério, não seria Estádio Osvaldo Teixeira Duarte?
Até a FIFA orientou e a Prefeitura sinalizou os acessos como Arena Itaquera (e para desespero dos mais fanáticos, de verde)! Porquê a vaidade?
Arena Itaquera remete ao bairro (ao estádio que está em Itaquera e é referência), assim como Estádio do Morumbi se refere ao Cícero Pompeu de Toledo, Vila Belmiro ao Urbano Caldeira, Maracanã ao Mário Filho e Pacaembú ao Paulo Machado de Carvalho.
Seria vergonha?
Claro que não. É obvio que o Corinthians não deseja que o apelido Itaquerão se popularize (embora já se popularizou) porque quer vender os “naming rights” da Arena e precisa dessa grana. Se não fosse pelo dinheiro, o nome ideal seria Estádio Vicente Matheus, o Itaquerão (ou “Colosso de Itaquera”, como um dia sonhou o folclórico presidente corinthiano falecido).
Ao invés de tal polêmica, o dirigente deveria se preocupar com as obras da praça esportiva. E sobre isso, passou batido o discurso do prefeito do RJ, Eduardo Paes, quando interpelado sobre o atraso nas construções das instalações da Copa do Mundo. O mandatário “tirou uma casquinha” do estádio do Corinthians na última sexta-feira. Disse:
“O Brasil tem essa cultura de atraso mesmo, veja o puxadinho da cobertura do estádio de Itaquera que abrirá a Copa, também não vai estar pronto”.
E o pior é que é verdade… a cobertura dos assentos mais caros não ficará pronta a tempo. Mas talvez o mais triste é uma autoridade achar que atraso é “cultura” aceitável e normal.
O que você acha de tudo isso? Itaquerão deve ser evitado (e por tabela, Mineirão, Castelão, Vivaldão, e outros tantos nomes)? E a cultura do atraso pregada pelo prefeito carioca?
Deixe seu comentário:

