Libertadores da América e Champions League com jogos emocionantes. Na Europa a impressionante derrota do Chelsea para o Atlético de Madrid (não tanto quanto a goleada sofrida pelo Bayern frente ao Real), e por aqui a empolgante classificação do Cruzeiro no Paraguai contra o Cerro Porteño (não tão dramática quanto a eliminação do Grêmio frente ao San Lorenzo.
Várias coisas a discutir:
1 – José Mourinho e Pepe Guardiola eliminados por Simeone e Carlo Ancelotti:
Nada de criar fantasmas sobre os dois primeiros, pois são técnicos tops de linha. A derrota é normal, continuam sendo grandes e valorizados nomes. Só falta questionarem seus esquemas táticos e todo o trabalho feito até então.
2 – Miranda: o ex-são paulino não se encaixaria bem entre os selecionáveis de Scolari?
Faltou dar mais chances a ele ou precisa fazer parte da “família Felipão”?
3 – Oscar:
Logo que voltou ao Chelsea, Mourinho declarou publicamente que baseava o time em “Oscar e mais 10, pois era um jogador especial e que sempre gostou de ver”. Será que mudou o conceito? Ontem o brasileiro foi banco. Aliás, me incomoda um armador da Seleção Brasileira ser reserva em seu clube…
4 – Eto’o e a infração boba:
O jogador camaronês que um dia disse que R10 só era o melhor do mundo pois era engraçado e se chamava Ronaldinho (choramingou que se no Barcelona fosse chamado de “Eto’ozinho” faria maior sucesso e que tinham má vontade contra ele), entrou no segundo tempo. Ainda frio e sem entrar no clima do jogo, foi tentar roubar uma bola no seu campo de defesa e cometeu pênalti infantil em Diego Costa. Com sua fama e experiência, não dava para ser mais prudente?
5 – Diego Costa e o Cartão Amarelo:
a marca do tiro penal deve estar a 11 metros da meta e numa perpendicular partindo do centro dela. Se existe um buraco nela, tem que se jogar a cal ali mesmo. O mais prudente disfarçaria e pintava o ponto penal bem do lado, nunca em cima do buraco. Mas se na hora da cobrança a marca estiver dentro dele… “dançou o cobrador”! Não adianta colocar a bola do lado ou arrumar fazendo marcas (o árbitro é quem deveria conferir isso antes do jogo). Diego Costa levou Cartão Amarelo correto aplicado pelo árbitro Nicola Rizzoli ao tentar arrumar o local da cobrança do tiro penal (a advertência não foi por cera, mas por raspar com o pé o local de cobrança, descaracterizando-o). Coisas da Regra do Jogo…
6 – A final da Liga dos Campeões da Europa será um clássico municipal jogado em Londres:
Mas com protagonistas globais: treinadores italiano e argentino; centroavantes português e brasileiro. A audiência será mundial. E quantos “espanhóis da gema” estarão em campo nos dois times madrilenhos?
7 – Em Marrakesh, no final do ano, quem estará representando os continentes europeu e sulamericano?
Teremos Atlético/BRA x Atlético/ESP, um “confronto homônimo”? Ou um “confronto monetário” entre Cruzeiro x Real? Ou nada disso?
8 – Tão empolgante quanto a Champions, mas tecnicamente bem distante estão os confrontos na Libertadores:
Jogos fracos de times nivelados por baixo. Para mim, Cruzeiro pela superação e San Lorenzo pelo futebol um pouco melhor do que a média dos seus adversários são os favoritos; e eles infelizmente serão azarões no Mundial de Clubes.
9 – E as brincadeiras sobre o San Lorenzo estar bem graças a torcida do Papa Francisco?
Vale tudo para motivar o time, são engraçadinhas e simpáticas tiradas que circulam pelas redes sociais. Porém, as bênçãos do Pontífice são respeitadas mas, sejamos justos, o mérito ao time não pode ficar em segundo plano. E, claro, todos nós sabemos (e logicamente o Papa) que Deus não escolhe time de futebol… O San Lorenzo está jogando muita bola!
10 – Perguntar não ofende:
Quantos jogadores brasileiros que disputam hoje a Libertadores da América compõe a Seleção Brasileira de Scolari?
Enfim: me preocupa o abismo entre a organização dos jogos, qualidade técnica e apelo das partidas como espetáculo na Europa se comparados à América do Sul. A única coisa que importamos de lá, lamentavelmente, foram as manifestações racistas… (lembram-se do episódio Garcilasso x Tinga?). Por quê o restante (das boas coisas) não conseguimos? Falta dinheiro ou competência?
