O argentino Diego Abal e o equatoriano Carlos Vera apitarão respectivamente o jogo de ida e de volta no confronto entre o Tricolor Paulista e a Macaca Campineira.
Farão boas arbitragens?
Claro que cada jogo é uma nova história e só se pode falar em “perspectiva de atuação”, baseada no histórico de seus jogos.
Abal, que apita no Morumbi, é um árbitro comum e que foi amadurecendo e evoluindo já com o escudo internacional. A AFA aposta nele como legítimo sucessor de Horácio Elisondo, o árbitro que encheu os hermanos de orgulho ao apitar a abertura e a final da Copa de 2006. Porém, falta muito talento para igualá-lo. Apesar do começo ruim na carreira como FIFA, cresceu e hoje é um bom árbitro. Não costuma deixar o jogo correr tanto como a maioria dos argentinos (embora, solte a partida mais que a maioria dos seus colegas brasileiros), tem bom condicionamento físico e melhorou na condição técnica, que era seu ponto fraco. Reitero: está evoluindo como árbitro.
Já para a partida de volta, com mando da Ponte Preta, veremos Carlos Vera. Essa sim é uma arbitragem que preocupa, por um simples fato: a competência do árbitro, já que o equatoriano tem péssimo desempenho técnico e disciplinar; corre muito mas se posiciona mal. Não consegue impor respeito em campo, e, na maior parte dos seus jogos, é “enrolado”. O jogo não flui, não sei se é só deficiência ou azar mesmo…
Assisti a algumas partidas dele e sempre me decepcionei com o que vi. Em particular, me recordo de Sunfrecce Hiroshima X Al Ahly, pelo Mundial de Clubes 2012 (acredite: ele foi indicado como árbitro representante da Conmebol nesse importante torneio da FIFA). E num jogo tão fácil, conseguiu se complicar! Na oportunidade deu cartão amarelo a jogador que tentou bater a falta rapidamente; atrapalhou um ataque com a bola batendo em seu “bumbum” e armando o contra-ataque do adversário; não deu vantagem quando devia e deu quando não podia… desastroso, enfim!
Na própria Copa Sulamericana, no ano passado, na partida Millonarios X Grêmio, Carlos Vera também deixou sua marca: não conteve as cotoveladas de ambas equipes, foi xingado e ironizado por atletas e só dava amarelo (aliás, ele gosta de cartão amarelo e pouco de vermelho), se envolveu numa confusão com o bandeira e o Elano, e, no final da partida, marcou um pênalti a favor do Grêmio numa clara simulação de Werley.
A pergunta é: como um árbitro desse ostenta o escudo FIFA e ainda é indicado para um jogo como esse?
A propósito, por quê não escalar brasileiros para apitar o confronto nacional?
O ponto a favor de árbitros locais é de que conhecem bem as equipes, sabem das manhas e artimanhas dos atletas. O ponto fraco é a pressão pré e pós-jogo, já que o árbitro estrangeiro não tem esse problema: apita e em seguida toma o avião e vai embora.
Fico me questionando: nos confrontos entre times de mesmo país, escala-se árbitros locais. Desde o imbróglio entre Atlético Mineiro e São Paulo, quando o presidente Alexandre Kalil pediu e conseguiu veto a árbitros brasileiros na Libertadores, só árbitros de fora estão apitando aqui. Desprestígio aos nossos apitadores, incompetência ou pura politicagem?
Em tempo: o bandeira do jogo Ponte Preta x São Paulo será Byron Romero. Me lembrei do seu compatriota Byron Moreno, o árbitro banido da FIFA por corrupção na Copa de 2002 na partida que envolveu Itália x Coréia do Sul. Anos depois, Byron Moreno foi preso por tráfico de cocaína.
Que não se confunda o quase homônimo!

