Há certas coisas que são indefensáveis. Falar mal de bombeiro, criticar quem pratica serviço voluntário, fechar hospitais, entre tantas coisas impopulares e indevidas, estão nesse rol.
Há outras condenáveis, mas com certos “poréns”: substituir mão de obra humana por máquinas robóticas a fim de aumentar a produtividade, criar impostos com a desculpa de que a verba será para a saúde, destruir praças para aumentar a malha viária, entre outras situações, soam a primeira vista ruins mas são necessárias.
Tanto na categoria das indefensáveis quanto nas condenáveis, vemos a Prefeitura Municipal de Jundiaí envolvida nesses dias. Quer exemplos?
1- É indefensável reduzir vagas em creches ou suprimir salas de aula. Se já existiam, devem ser mantidas. As desculpas de “falta de espaço” ou “redução de custos” deveriam ser extirpadas de qualquer Secretaria, pois soam como ridículas. Numa cidade tão rica e com tanta verba como Jundiaí, usar de tais argumentos é vergonhoso. E 7 creches sofrerão com isso. Será que realmente o prefeito Pedro Bigardi está a par disso? É impensável que justo aquele que se elegeu por um Partido Comunista tome uma medida tão anti-comunitária. E pior: realocar vagas para outros bairros é um remendo ainda mais maroto, pois dá-se a entender de que a coisa é simples, tirando de um lugar e colocando em outro. Ora, criança não é mercadoria, e como ficarão as mães? Acordarão mais cedo para pegarem ônibus e levarem seus filhos a outros lugares, e chegarão mais tarde por isso também?
2- É condenável alegar que os radares serão a solução para o caótico trânsito em Jundiaí. Porém, é inegável que eles reduzirão os acidentes nos cruzamentos, em troco não da Educação no Trânsito, mas sim da ameaça da punição financeira: a multa! Um radar pode multar o excesso de velocidade e flagrar o avanço do sinal vermelho, mas ainda não pode sair do seu poste e orientar o trânsito, tampouco parar motorista embriagado ou apreender carro roubado. Um agente humano não seria melhor do que uma máquina? A Educação no Trânsito não é uma prevenção melhor aos motoristas do que a simples cobrança monetária da infração? Aliás, e as verbas a serem arrecadadas, não se comenta? A empresa proprietária do sistema não houvera sido questionada pela oposição na administração anterior, e que hoje com os papéis trocados se acomodou?
Enfim, a questão é: que raio de economia burra é essa de deixar as crianças longe de suas casas, alegando a “pouca procura”, como se assim fosse, ao mesmo tempo em que se gasta horrores com sistema de multas?
Preferiria que cada real gasto no sistema de radares fosse revertido para as escolas e creches. E que cada real arrecadado fosse revertido para entidades educacionais. E já que falamos tanto de trânsito, parece que o prefeito está na contramão.
Escrevo isso como cidadão, desinteressado de quais partidos estejam no imbróglio e sem pretensões políticas. Apenas como desabafo de uma incrível demonstração de total insensibilidade dos gestores municipais.
Caros governantes, vocês estão fechando ESCOLAS! Têm dimensão do que é isso?

