Nos últimos dias, muitos protestos estão ocorrendo Brasil afora. Mas eles valem algo? Qual a importância e significado deles?
A onda começou com as passeatas em São Paulo, organizadas em sua maior parte pelas redes sociais, lembrando até o início da “Primavera Árabe”. Tudo pela redução de R$ 0,20 no transporte público, incentivando outras praças. Embora a causa seja justa e vivamos numa sociedade de liberdade de expressão, não podemos confundir Democracia com Anarquia. Os manifestantes abusaram da prática do vandalismo, promoveram arruaça e impediram que outras pessoas exercessem seu direito: o de se locomover nas ruas, de garantias de segurança, além de espalhar o terror. Se fosse um ato pacífico, nada a reclamar. Mas com fundo político e violento, tudo a contestar pelo radicalismo praticado.
Porém, em Brasília, manifestantes promoveram protestos contra os gastos da Copa das Confederações e Copa do Mundo. Foram extremamente zelosos para que nenhum cidadão de bem fosse prejudicado, evitaram confrontos com a Polícia (que diferente de SP, não foi vítima de arruaceiros) e não atrapalharam a ordem pública. Excelente! Esses têm o meu respeito, pois exerceram a Democracia de fato.
Dentro do Estádio Mané Garrincha, Joseph Blatter (presidente da FIFA) e Dilma Roussef foram vaiados a exaustão. O primeiro pelas exigências impostas e por todo o histórico de corrupção da entidade. A segunda pela política econômica e pela gastança de recursos que poderiam ser destinados a outras áreas. Neste ato, os manifestantes também foram bem.
Questiono: se o público fosse outro, aquele que recebe verba do bolsa-família, Dilma seria vaiada? Ali, gente de boa condição financeira hostilizou. Mas o fizeram por não serem pobres, ou por serem intelectualizados e discordarem da política demagógica, que esconde gastos bilionários em estádios e se pauta em verbas a potenciais eleitores?
Por fim: fico apenas com pena de que algumas ações possam ser irrelevantes. Desde 2007 Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, bradou sobre o fato da Copa ser privada, sem recursos públicos. Portanto, há 6 anos sabíamos de que o discurso era inverossímil. Por que não saímos as ruas antes dos gastos se consumirem, antes das autoridades públicas (independente se Federal ou Estadual) gastarem 1,2 bilhão de real no Estádio de Brasília ou 1,0 bilhão no Maracanã? Se somadas, quantas escolas, leitos hospitalares ou obras necessárias poderiam ser construídos com tais recursos? Perdeu-se o timing para que os protestos tivessem eficácia.
Até agora você viu, de verdade, algum retorno positivo ao país dos “investimentos da Copa”?
Entre protestantes e protestados, ninguém se entende. E a Sociedade como um todo é quem sai prejudicada.
Aliás… tem tanta coisa para se protestar e não se protesta, não?


Vandalismo?! Você já frequentou o metro da Sé em dia útil ás 18 hs? Acredito que não… tente escrever essa matéria dentro do metro em tal horários…. aí você perceberá o que é vandalismo, isso se não roubarem seu notebook….
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