(publicado originalmente em 26/04/2013)
Dias atrás, falamos sobre a declaração de Sandro Lima, vice presidente do Fluminense, que pediuarbitragem estrangeira para os jogos da Libertadores da América que envolvessem seu clube contra brasileiros, após atuação ruim do brasileiro Ricardo Marques Ribeiro no jogo contra o Grêmio/RS. Disse ele:
“[Os estrangeiros] são árbitros mais calejados e não sentiriam pressão. Na Libertadores, queremos árbitros de fora do Brasil” (link em: http://is.gd/l84WYF)
A discussão se tornou: chamar árbitro de fora para evitar que este seja pressionado é exagero ou necessidade? O árbitro brasileiro sente mesmo mais pressão? Isso tem fundamento?
Sim e Não. E explicamos na oportunidade:
- Sim, pois o árbitro nacional pode já ter se desgastado com a equipe pelos inúmeros jogos dos campeonatos em que apita no próprio país. Os dirigentes já o conhecem com mais intimidade e acabam naturalmente pressionando mais.
- Não, pois árbitro bom não se deixa influenciar pela pressão. E isso independe da nacionalidade do apitador.
Agora, teremos a arbitragem do paraguaio Antonio Arias para as oitavas de final, envolvendo São Paulo x Atlético Mineiro (o mesmo árbitro da final entre Tigre x São Paulo, quando Luís Fabiano foi expulso no começo do jogo e a arbitragem foi muito ruim).
No ano passado, árbitros brasileiros apitaram os confrontos entre equipes brasileiras em todas as fases possíveis (nos confrontos entre Corinthians x Vasco e Santos x Corinthians, por exemplo). Neste ano, já pelas oitavas, no confronto entre os argentinos Newell’s Old Boys x Velez, tivemos arbitragem do argentino Diego Abal. Por que o confronto brasileiro das oitavas não tem arbitragem brasileira?
Diz-se à boca pequena que a viagem do presidente do Atlético (Alexandre Kalil) à Conmebol teve a finalidade de pedir arbitragem estrangeira nessas partidas. Se verdade, mostra como a Conmebol aceita pedidos, independente da competência. Segundo o Uol, Alexandre Kalil disse (extraído de http://is.gd/XNAig7):
“Fui na Conmebol nesta semana, mas não falei de nenhum nome. Eles (São Paulo) querem o Heber Roberto Lopes e o Leandro Vuaden. Estão pedindo pelo amor de Deus”.
Como entender o aceite da Conmebol: força política do Atlético, desprestígio do São Paulo oufraqueza dos árbitros brasileiros (sem força alguma nas suas entidades representativas para reclamarem do ‘boicote’ a eles)?
O certo é: o critério mudou. Entre argentinos, árbitro da casa. Entre brasileiros, estrangeiros.
