Vai começar a Copa São Paulo de Futebol Júnior. A competição é apaixonante para quem gosta de esportes, e abre o calendário futebolístico do Brasil.
Porém, a “Copinha”, como é conhecida carinhosamente a competição, há tempos deixou de ter o propósito inicial: apresentar os craques do futuro e revelar atletas.
No começo, craques surgiam em grandes jogos de equipes de ponta. Clubes de expressão conseguiam mostrar o trabalho realizado nas categorias de base, enfrentando co-irmãos da mesma grandeza.
Hoje, equipes de todo o país, até mesmo as que não se sustentam durante o ano, disputam a Copa SP. Esquadrões formados as pressas, seleções regionais e combinados de atletas de empresários influentes acabam se envolvendo com clubes grandes. E como no futebol nem sempre o melhor vence, pode ocorrer de um grupo qualquer, por ser jogo único, eliminar um time sério que trabalha o ano inteiro. E isso não é bom para o futebol… Já tivemos o Roma de Barueri (de onde veio e para onde foi?) vencendo o torneio em cima do São Paulo FC.
Quem continua fazendo trabalho sério no esporte: o Roma ou o SPFC? O primeiro vende atletas como mercadoria, o outro forma jogadores (incluindo trabalho escolar e social). E, com frequência, esses mesmos combinados que por acaso vencem a competição, passam vexame: ou alguém não se lembra de times do Tocantins e Roraima levando goleadas com placares de mais de 10 X 0?
Em suma: perdeu-se o espírito esportivo e privilegiou-se o mérito financeiro. A Copinha deveria ser um torneio com os 12 grandes do Brasil: os 4 paulistas, os 4 cariocas, os 2 gaúchos e os 2 mineiros. Se possível, o convite a um ou outro do Centro-Oeste e Nordeste (simplesmente privilegiando o mérito técnico).
Uma segunda opção seria a de transformar a Copa SP em um estadual sub20: equipes tradicionais e com bom trabalho em suas categorias de base disputariam- Paulista de Jundiaí, Guarani de Campinas, Ponte Preta, Nacional da Capital, entre outras, seriam indubitavelmente fortes equipes na competição.
Por fim: não poderia deixar de tocar no assunto: e para a arbitragem, a Copinha vale o quê?
Vale muito! Para o árbitro iniciante, é a oportunidade de grandes jogos (para a sua carreira até aquele momento) e com casa cheia. É um debute em competição de importância. Serve para ele aspirar a séries mais altas no Estadual, como A3 e A2, além de ganhar ritmo de jogo para a temporada.
Há um problema nesse ponto: antes, a Copa SP era arbitrada por jovens árbitros durante todo o torneio, e quem se destacasse mais, chegaria à final. Hoje mudou: árbitros conhecidos nacionalmente apitam alguns jogos a fim de se prepararem ao Paulistão, tirando a oportunidade de revelar jovens talentos do apito. Na década de 90, quem apitava a final da Copinha conseguia chegar a série A1! Nos últimos anos, até FIFA atuou na Copa SP.
Fica a preocupação: qual o mote principal da Copinha aos árbitros, pela visão da Comissão de Árbitros da FPF: revelar gente nova ou treinar juiz da primeira divisão?
Quanto ao mote dos clubes, aqui a Federação Paulista não deixa dúvidas: é o de fazer negócios! Claro, quais talentos das últimas edições da Copa SP disputam o Campeonato Brasileiro?
O craque, hoje, não precisa de Copinha para se revelar. Lembre que Neymar era reserva na edição em que disputou…

Legal o POST. A Copinha virou um amontoado de jogadores procurando uma chance de surgir para o mundo. Mas acredito que isso não está mais acontecendo.
Neste meu post faço uma comparação entre os veteranos e as categorias de base. Acredito que o fato do Brasil ter virado um cemitério de dinossauros também contribua para o “desprezo” com as categorias de base.
http://chutecolocado.wordpress.com/2012/09/11/veteranos-x-categorias-de-base/
Abraço.
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