Presidente novo, vida nova! Ao menos, é o que parece estar acontecendo na CBF em relação à arbitragem.
Mesmo já dito declaradamente que não apoia a implantação de árbitros adicionais atrás da meta, pelo motivo de não acreditar em resultados significativos para a melhora da arbitragem, o presidente da Comissão de Árbitros da CBF, Sérgio Correia da Silva, a pedido do presidente da CBF, José Maria Marin, teve que implantá-los nesse ano.
Vale a máxima: manda quem pode, obedece quem tem juízo…
Mas um dado curioso: antes, muitas críticas se referiam às escalas de estados fracos futebolisticamente no cenário nacional em jogos do Brasileirão da Série A. Por diversas rodadas, só tínhamos 1 único árbitro paulista sendo escalado, gerando críticas em SP. Mas havia uma justificativa: a preocupação em integrar os estados da federação com árbitros de todas as localidades, permitindo intercâmbio e, segundo a Comissão, gerando desenvolvimento local.
Claro que é uma política discutível, pois, na teoria, sacrificavam-se os melhores árbitros. Agora, parece que a gestão de Marin mudou a filosofia.
Para os 10 jogos da Rodada 01 do Brasileirão, o estado de São Paulo terá o maior número de oficiais escalados: 10 árbitros (16,6%, somando-se árbitros centrais, bandeiras, adicionais e 4os árbitros), seguido do Rio de Janeiro (10%) e Rio Grande do Sul (10%).
Curiosamente, Minas Gerais terá apenas um único quarto-árbitro escalado na rodada (0,01%). E se avaliarmos apenas o critério “árbitro central”, veremos que SP tem 2 árbitros na escala, RJ 1, RS 1, PE 1, ES 1, PR 1, BA 1, SC 1 e AL 1.
O que esses números representam?
Que os estados mais fortes no apito (tecnica e politicamente) estão tendo oportunidade em número de escalas, além do fato do sorteio privilegiar possíveis reclamantes de outras federações, agradando a todos.
Isso é bom! Ganha a competência e ao mesmo tempo se amarra as arestas da administração política, principalmente a da vaidade.
O que não pode é dirigente declarar publicamente que há suspeitas na escala, como fez o dr Rubens Lopes, da FERJ, demagogicamente criticando o árbitro Sandro Meira Ricci e deixando no ar a dúvida das escalas entre paulistas e cariocas. Parece mais uma queixa com interesse terceiro do que uma séria reclamação.
Vale o chororô preventivo. Dirigentes adoram fazer isso! O certo é que o esforço conciliatório de José Maria Marin com essa influência nas escalas é notória.
