– Análise da Arbitragem de São Paulo X Santos, Paulistão 2012, Morumbi

Um Sansão com lances discutíveis nesta tarde. O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro correu bastante, esteve sempre próximo aos lances e se posicionou bem. Manteve ótima interação com seus bandeiras e assistentes de meta. Em lances de interpretações/marcações, tecnicamente foi bem; Disciplinarmente, razoável.

Em especial, três situações polêmicas:

1 – Comecemos com o embate entre Rodrigo Caio X Neymar. No começo do jogo, o marcador fez falta boba em Neymar, que não era para advertência com cartão amarelo, mas sim verbal. No final do primeiro tempo, novamente Rodrigo Caio atinge Neymar, agora com muita força e por trás: lance típico para cartão amarelo, não aplicado! Aqui, o árbitro pecou no critério: se deu no primeiro lance, menos viril, por que não deu no seguinte? Na 3ª disputa de bola entre eles, Neymar busca receber a falta e consegue. Novo cartão amarelo para Rodrigo Caio, que consequentemente é expulso.

2- O pênalti marcado em Luís Fabiano: o atacante recebe a bola e dispara para o gol. Entra na área, adianta a bola em uma distância ainda possível de domínio e Rafael sai aplicando um carrinho, que não atinge o adversário nas pernas, mas onde o pé do Luís Fabiano, desequilibrado, bate em seu peito. O camisa 9 do São Paulo pula para não ser atingido. E este é o pênalti por “infração devido a ação temerária”, ou seja, cometer uma ação onde pode lesionar um adversário. Como a regra faculta “atingir ou não o adversário”, portanto, é pênalti. Imagine a situação: onde os pés de Rafael atingiriam caso o atacante não pulasse? Se o goleiro acerta as pernas, dependendo da força, poderia até ser vermelho (configurando infração por força excessiva). Faz-se necessário entender que os carrinhos devem exclusivamente atingir a bola, sem levar riscos ao adversário. E a Regra exige a punição, independente se o atleta receber o pontapé, pular, simular ou continuar. Não importa a consequência do lance, se marca o risco que um carrinho provoca, dentro ou fora da área.

3- O 3º Gol do São Paulo FC. Na minha opinião, em lance extremamente difícil: gol irregular. Veja o vídeo do gol aos 41m do 2º tempo e repare quando der 7,5 segundos da gravação (em: http://is.gd/sansao). Perceba o seguinte: Lucas recebe a bola em boa condição (Arouca dá condição no meio do campo, quando a bola é lançada ao sãopaulino que está na lateral). Ele avança e cruza para Cortês, em condição legal. A bola bate na trave e sobra para Lucas. É justamente nesse momento que surge o questionamento: Lucas estava à frente da linha da bola quando Cortês chuta. Portanto, só poderia jogar, caso pegasse um rebote, se existisse dois atletas adversários entre ele e a linha da bola nesse momento (para evitar a condição de impedimento classificada como “tirar proveito de estar em posição de impedimento”). E Lucas pega o rebote e ainda faz o gol! Responda: além do goleiro, o último zagueiro está na mesma linha do Lucas, atrás ou a frente? Considere que você não deve avaliar apenas os pés, mas a cabeça e o tronco, desconsiderando as mãos, já que não se pode jogar com elas sendo jogador de linha. Na imagem, fico na dúvida: Lucas não está, minimamente, à frente do último zagueiro?

Para mim, sim. Mas respeito outras considerações, já que não há uma câmera na linha da jogada.

Tire suas conclusões. Caso a equipe de arbitragem tenha errado, este é um erro aceitável pela velocidade da jogada, dificuldade do lance e tempo de jogo (já que todos estão mais cansados e suscetíveis a erro).

E você, o que achou do jogo? Deixe seu comentário:

 

 

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