– Choque de Gestão ou Reinvenção na Condução da Arbitragem?

A primeira quinzena de Janeiro foi marcada por inúmeras denúncias contra Federações nas Comissões de Arbitragem no Brasil. Problemas na Comissão Nacional, após revelações do árbitro Gutemberg de Paula. Também sobre benesses a amigos, na Comissão Paulista. No Distrito Federal, revolta dos árbitros.

Estamos vivendo um ineditismo ímpar. Será que o “efeito Gutemberg” contagiou os árbitros?

Tomara. O fim da administração por cabresto se faz necessária. “Democratizar pra valer” as instituições que lidam com a figura do árbitro de futebol, sendo patrões como Comissões de Arbitragem ou de defesa como Sindicatos e Cooperativas se faz necessário. E isso depende se as denúncias se concretizam ou não.

Desvincular os dirigentes das instituições com a dependência das Federações é necessário. Ser voz ativa em defesa do associado, idem. E nesse novo momento, vejo questionamentos dos árbitros frente posições equivocadas de instituições como a ANAF, que ao invés de apoiar o árbitro e procurar a investigação se outros árbitros sofrem ou não assédio moral, resolveu apoiar incondicionalmente o acusado pelo seu associado. É a ‘mortadela fatiando a máquina’, ou o mesmo que dizer que a ‘linguiça tenta jantar o cão’. Inversão total de valores!

No mundo organizacional, termos como “Reinvenção ou Reengenharia” estiveram na moda dos anos 90. Ele se referia a repensar as instituições, começando do zero, fazendo tudo de novo. Depois, nos anos 2000, tivemos o conceito de “Choque de Gestão”, onde as empresas deveriam parar tudo e mudar radicalmente o patamar administrativo, em processos e pessoas. Agora, na década de 10, utilizamos o termo “Destruição Criativa”, abandonando velhas práticas e recomeçando.

Reengenharia, Choque de Gestão, Destruição Criativa… não importa o nome. Importa que os conceitos dessas ferramentas da Administração de Empresas deveriam com urgência serem aplicadas no futebol brasileiro, incluindo não só a Arbitragem mas a estrutura do futebol como um todo.

Estamos perdendo tempo em se passar o futebol a limpo, ou esse novo momento será, de fato, um marco?

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