Durante toda a semana, as emissoras de rádio e TV noticiaram o alerta da ANVISA sobre as Próteses de Silicone da marca francesa PIP (Poly Implants Prothèses).
Acontece o seguinte: nos anos 90, o uso de próteses de silicone era comum em mulheres que retiravam os seios após intervenções cirúrgicas para a extração de Câncer de Mama. No Brasil, havia pouquíssimas opções (nenhuma nacional), e uma das marcas pioneiras era a PIP, pois foi a primeira a desenvolver (parece incrível por ser um conceito tão básico) próteses que diferenciavam a mama esquerda da direita.
Nos anos 2000, o uso de silicone se popularizou em questões estéticas, onde mulheres aumentavam os seios para melhorar a beleza e aumentar muitas vezes a auto-estima de um corpo bonito.
Porém, a francesa PIP faliu (a líder, hoje, é uma marca da Johnson & Johnson). E lá na França, especialistas descobriram que ao invés do silicone com a formulação correta para próteses, a empresa utilizava silicone industrial (para a construção civil). O caso veio à tona depois que uma mulher de 53 anos morreu após serem encontrados traços de silicone no pulmão e no esôfago. Outras mulheres francesas que há tempos usavam tal marca de silicone contraíram câncer.
No Brasil, estima-se que 25.000 próteses da PIP foram comercializadas. O risco observado é o de vazamento da prótese, contaminando o corpo.
Fico pensando: imagine o trauma de uma mulher que sofreu com o câncer, implantou essas próteses e teve rompimento delas? Sem contar as que implantaram com finalidade estética.
O fundador da empresa, preso, alegou que isso foi feito (o uso de silicone inadequado para fins médicos, que forçam a ruptura das próteses) para a “redução de custos e maior competitividade”.
Assustador a ganância comercial, não?
