Interprete esses números abaixo e reflita se vale a pena termos uma Copa do Mundo:
A FIFA arrecadou US$ 3.2 bi antes da Copa do Mundo da África começar. Mas o PIB da África do Sul, motivado pela Copa 2010, cresceu apenas 0,2%. A entrada de dinheiro prometida não ficou, em tese, nas mãos dos sulafricanos. Reproduzimos dias atrás esses dados, explicados pelo membro do Conselho de Pesquisas de Ciências Humanas da África do Sul, Prof Dr Udesh Pillay, que disse (citação extraída de Exame: http://is.gd/Oq7qIX)
“O governo caiu na ilusão da realização de uma Copa do Mundo (…) Assumiu todas as responsabilidades e obrigações para sediar o Mundial. Já o lucro foi todo para a Fifa.”
Para a segurança da Copa, o Exército Brasileiro estima gastar até 4,5 bilhões em compra de equipamentos e gastos em logística para as operações durante o período, contra US$ 1 bi gastos pela África do Sul para o evento (números extraídos de Época: http://is.gd/ygWtaD)
Não esquecendo: de todos os estádios que historicamente já sediaram uma final de Copa do Mundo, o Maracanã será o mais caro de todos (segundo a ESPN, em: http://is.gd/o4ZHp4)
E aí, fica a célebre frase de Ricardo Teixeira, quando o Brasil foi escolhido como sede:
“Não haverá dinheiro público na Copa do Mundo”
Segundo a ONG Contas Abertas, na palavra de Gil Castelo Branco (em: http://is.gd/DibSOT) a “matriz de responsabilidades” para a Copa prevê que o seu custo seja de quase 24 bilhões de reais. Entretanto, o Tribunal de Contas da União (que fiscaliza esses gastos) não tinha um dado sequer fornecido pelo Ministério dos Esportes sobre os gastos do Itaquerão. Na teoria, não houve 1,00 real sequer de dinheiro público no Estádio do Corinthians.
Uma simples constatação: Fortaleza tem um dos piores índices sociais do país em comparação com as demais capitais (saúde, educação, segurança, saneamento…), e recentemente o Jornal Nacional (da Rede Globo) veiculou uma matéria na crise da saúde pública. Entretanto, a capital cearense festeja o fato de 6 jogos serem marcados para o Castelão, estádio oficial de lá. Mas quantos hospitais poderiam ser construídos com os gastos da Copa do Mundo? O que é melhor: gastar com futebol ou gastar com saúde pública?
É o país do pão e circo… E vamos ter que agüentar ainda mais 30 meses…
Encerro com a crônica brilhante e irônica do José Roberto Torero, na Folha de São Paulo do último sábado, remetendo à conversa do imperador Vespasiano ao seu filho Tito:
“Não pare a construção do Coliseu. Onde o povo prefere se sentar: numa privada, num banco de escola ou num estádio? No estádio, lógico...”
E você, o que pensa sobre isso? Deixe seu comentário:
