– Pezotta, Santos X Peñarol: Considerações sobre a Atuação do Árbitro.

 

Sabe quando um craque perde um gol feito e todos dizem: “equivocou-se”, e quando o mesmo gol é perdido por um cabeça de bagre e dizemos “perdeu porque ele é ruim”?

 

Diante dessa analogia, trago ao mundo da arbitragem uma constatação: Sérgio Pezzota cometeu equívocos ou foi ruim de fato? Sim, pois algumas considerações devem ser feitas sobre sua atuação ontem na decisão da Libertadores da América.

 

Sempre tive o argentino como um bom árbitro. A verdade é que Pezzota surgiu na carreira internacional com destaque há pouco tempo. Lembro-me de em 2009, até então não tão conhecido, ter apitado a partida São Paulo X Cruzeiro e ter visto uma excepcional atuação. Porém, não o vi apitando no Campeonato Argentino (até mesmo pela visibilidade do torneio em nosso país). Até o final de 2010, tinha-o como: “bom árbitro, disciplinador, deixava o jogo correr, não se intimidava com jogador e regular tecnicamente”.

 

Em 2011, confesso que não o vi como grande árbitro. Ouvi, por exemplo, Sálvio Spínola Fagundes Filho, após o jogo de despedida de Ronaldo Fenômeno (apitado por Pezzota, com vários erros bobos na partida – irrelevantes, por ser amistoso, mas incluindo um pênalti não marcado no começo do jogo) dizer ao jornalista da Rádio Jovem Pan Wanderley Nogueira que “Pezzota era o número 1 da Argentina e houvera apitado um importante jogo envolvendo o líder contra o vice-líder do campeonato local”. Tudo bem, está gabaritado por lá, mas mesmo assim fica a dever na Libertadores neste ano, nas diversas partidas que apitou.

 

Vamos a análise da atuação?

 

Antes da partida, Pezzota atrasou o jogo se preocupando com os jornalistas que estavam de colete amarelo a beira do gramado, pois tal roupa poderia atrapalhar o bandeira 2 na marcação de impedimentos; afinal, as cores seriam parecidas com a do Penãrol. Fez certo, mas a crítica é: com tal experiência do árbitro, não era para ter visto isso antes de entrar em campo, durante a vistoria?

 

Iniciado o jogo, vimos algumas inversões de falta e não aplicações de cartões. Ganso foi atropelado logo no começo, e o adversário uruguaio não recebeu amarelo. Arouca, na sequência, matou um contra-ataque e não recebeu nada também. Pensei: “está querendo apitar uma final de Libertadores sem aplicar cartão; é um risco altíssimo”. E assim prosseguiu pelo primeiro tempo. Se posicionou mal (repare que ele corria de área-a-área, sem diagonal – e sem velocidade!) e interpretou equivocadamente alguns lances de falta ou não falta (que era o seu ponto forte até o ano passado).

 

Vejam como apitar jogo do Neymar é difícil: aos 23m, ele sofreu uma falta normal. Mas a queda dele é típica de quem simula! Explico: ao perceber que será atingido, ele já começa a fazer caretas de dor. Há uma imagem perfeita da Sportv nesse lance: ele vai ser tocado, mas se antecipa à queda. Por quê isso? Só traz animosidade a quem gosta do seu bom futebol. Dois ou três minutos depois, Neymar sofre uma faltinha boba e o juizão não dá. Logo após (34m), meteu a sola do pé na canela de um uruguaio e foi advertido corretamente (chamamos aquele lance típico de cartão amarelo de ‘ação temerária’). Nesse momento, Zé Love cansava de perder gol (desculpem-me, mas como é grosso esse cara… se for titular no Gênova será gozação) e Ganso tocava a bola como jogador de sinuca: milimetricamente ao companheiro. Dá gosto vê-lo jogar.

 

No segundo tempo, Arouca foi atingido ‘na correntinha num contra-ataque’. Cartão Vermelho para o adversário, que não recebeu! Na sequência, Neymar divide a bola com o goleiro Sousa, e “quase deixa o pé”. Se ele atinge o goleiro, teria que receber o segundo amarelo (não atingiu porque o goleiro tirou a mão a tempo). É dessas irresponsabilidades que Neymar deve tomar cuidado, pois, se expulso, o Santos jogaria com 10 atletas boa parte do jogo.

 

Aos 57m, Zé Love não fez nada e foi advertido com cartão amarelo por suposta falta não cometida. Pagou o preço por jogar excessivamente pilhado e reclamar o jogo todo?

 

Por fim, festa santista em atuação fraquinha do árbitro, que não comprometeu pois não foi tão exigido.

 

Algumas observações:

 

– Quanto teríamos de renda se o jogo fosse no Morumbi?

 

– Camarote com Kassab, Marco Polo, Serra e outros políticos de diversos partidos e interesses… não queria estar por lá. Devia estar cheirando mal.

 

– Leroy Merlin deve estar vibrando com a exposição na roupa do Muricy. O que os santistas deixaram de expor as marcas dos patrocinadores na comemoração, Muricy o fez na sua.

 

– Ridículas brigas envolvendo as equipes após o apito final. Não merece comentários.

 

– Quantos bicos durante a festa do Santos, não? Era ‘Robert’ para todo lado!

 

– Como é sem graça a premiação ao vice. Poderia ter sido dispensada tal formalidade. Não tinha clima para isso.

 

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Ops: assisti pedaços da derrota do River Plate contra o Belgrano, na repescagem argentina para a permanência na primeirona. Teve 20 minutos de paralisação por invasão de torcedores do River, lances polêmicos e um baile sofrido pelo tradicional time. Mas detesto dizer o que escreverei: mesmo com 2X0 para o Belgrano, GARFARAM o time da casa. A arbitragem fez de tudo para ajudar o River. O juizão dava tudo a favor do River Plate e nada ao Belgrano, descaradamente. Um bandeira com cabelo “a lá Xororó” via o time do Belgrano no ataque e dava impedimento em todo lance! Pavoroso. Sem contar que o treinador tirou o melhor do time, um camisa 7 que era o craque do jogo, e pôs um cabeça de bagre… Suspeito.

 

Ops2: alguém sabe o público de São Caetano 4 x 2 Duque de Caxias? Remarcar simultaneamente à final da Libertadores é gozação…

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