– Falência Moral do Futebol

 

Estamos perto do fim do entusiasmo e da credibilidade no mundo do futebol. Infelizmente.

 

Observem alguns dados:

 

1) O último Campeonato Paulista deu 20% a menos de audiência à Rede Globo se comparado com os 10 anos anteriores (dados da Folha de São Paulo de hoje, Ilustrada, D8).

 

2) Maradona disse que os argentinos jogaram a repescagem de 93 contra a Austrália dopados, e só por isso se classificaram para a Copa de 1994. Faz tempo, mas o presidente da AFA era o mesmo: Júlio Grondona.

 

3) A Federação Inglesa denuncia que Ricardo Teixeira e João Havelange desviaram verbas e aceitaram propinas nos anos 90. Faz tempo, mas Teixeira continua na CBF…

 

4) No Leste Europeu e no Sudeste Asiático estouram dia-a-dia denúncia de jogos arranjados para fraudes em casas de apostas. Mas ninguém é preso…

 

5) Na Argentina, ex-árbitro da 1ª Divisão denuncia esquema de corrupção para favorecer o Boca Jrs. Sabe o que aconteceu nas terras dos hermanos, após a denúncia? Nada. Quem sabe abram uma Comissão para Apuração… daquelas que nunca resultam em nada!

 

6) Passada a final do Paulistão A1, alguém assistiu ao sorteio dos árbitros? Teve sorteio “ao vivo”? Cadê a transmissão e o alarde para os jogos da Segunda Divisão? Nem a velhinha da FPF foi reclamar mais ao Coronel Marinho…

 

7) Por quê a Pallas Eventos e Transportes Esportivos continua sendo a única agência a vender passagens aos árbitros para o Brasileirão? Exclusividade da categoria?

 

8) A Arena Fonte Luminosa, de Araraquara, é uma das mais queridas pelos clubes afinados politicamente com a FPF. Por que os outros clubes não conseguem utilizá-la, como o São Paulo, por exemplo? A propósito, o Corinthians lançará a terceira camisa, que será grená, e vai estreá-la em Araraquara. É homenagem ao Torino ou à Ferroviária?

 

9) “Não haverá dinheiro público na Copa do Mundo do Brasil em 2014 – Essa frase de Ricardo Teixeira há anos nunca teve crédito no meio das pessoas mais cultas e esclarecidas. Mas por que o Ministro Orlando Silva a repete como um mantra, e ao mesmo tempo pressiona Geraldo Alckmin para investimentos no Itaquerão?

 

10) Ainda sobre o caso de corrupção na Fifa e em eventos da Copa do Mundo (citado no item 3), o programa Panorama da BBC comprova que num acordo com a Polícia Suíça devolveu-se a propina. Tablóides ingleses sugerem que o Brasil não teria condições morais de sediar a Copa do Mundo. Já que as obras estão atrasadas por aqui, por que não retribuir aos ingleses a gentileza deles ao conseguirem comprovar crimes da CBF (já que aqui ninguém consegue) e deixá-los organizar o Mundial de 14? Alguém duvida que a Inglaterra teria condições de sediar a Copa do Mundo se ela fosse amanhã?

 

E você, o que acha de tudo isso? Deixe seu comentário:

– Pão de Açúcar + Carrefour: o Maior Negócio da Economia Brasileira?

 

Repercute, ainda, a notícia de que o Pão de Açúcar pode se fundir com o Carrefour. O grupo formado por Extra, Pão de Açúcar, CompreBem, Ponto Frio, Casas Bahia (entre outros tantos investimentos), tem como acionista o grupo francês Casino (maior concorrente do Carrefour na França). A família Diniz ainda detém a maioria das ações, e assumiria a administração da marca Carrefour em nosso país. No exterior, o Carrefour continuaria independente.

 

Sabem o número financeiro das negociações divulgado lá na França? R$ 15 bilhões!

 

Claro que o nome “fusão” é apenas para não desvalorizar as ações de quem é comprado. No caso, o Pão de Açúcar está comprando o Carrefour Brasil.

 

Imaginem os fornecedores e a concorrência… Pavor imediato! Sim, os fornecedores terão que se esforçar para manter suas margens, e os concorrentes se prepararem para a agressividade.

– Realizada a 1ª. Audiência Cidadã sobre Metas Legislativas para Jundiaí

 

Por Reinaldo Oliveira

Jundiaí avançou mais em participação popular, visando o fortalecimento do Poder Legislativo. Passada a manifestação contra os 62% de aumento para os vereadores e 13% para o prefeito e secretários, para a próxima legislatura, em evento promovido pelo Movimento Voto Consciente Jundiaí, Ordem dos Advogados do Brasil e Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região, foi realizada no dia 23, a primeira Audiência Cidadã. Ela aconteceu na Sala do Relógio no Complexo FEPASA e mais de 50 pessoas participaram debatendo o tema Transparência. Iniciando, houve as falas inspiradoras do presidente da Câmara Municipal – vereador Julio Cesar de Oliveira (PSDB) e do professor universitário Rafael Alcadipani, moderada pelo Henrique Parra Parra, do Movimento Voto Consciente.  Após as falas inspiradoras foi aberto ao público para perguntas aos dois expositores ou a qualquer dos participantes. Em pouco mais de 1h30, mais de 40 perguntas foram dirigidas aos expositores, bem como aos vereadores presente – Paulo Sérgio Martins (PV), Durval Orlatto (PT), Marilena Negro (PT), ao presidente do COMDEMA – Fabio Storari e ao assessor do Conselho da Juventude, Marcio Ferrazzo. Ao final do debate, o moderador Henrique Parra Parra, declarou que foi mais um importante avanço de participação popular: “Foi bastante positivo a participação de mais nove novas organizações sociais – Associação dos Moradores do Medeiros, Sindicatos dos Alimentícios e dos Bancários, Juventude do PSDB, Movimento Jundiaí Livre, Movimento Negro Circulo Palmarino, Grupo Zama, Lijunes e Caeedis, que integraram este coletivo que busca construir soluções para melhorar a atuação da Câmara Municipal de Jundiaí. O público presente participou através de mais de 50 perguntas e apresentou 14 novas idéias para integrar o programa de Metas Legislativas O presidente da Câmara – Julio Cesar esclareceu que estas quatro audiências realizadas pelas entidades, serão acrescidas com mais quatro Audiências Publicas que serão promovidas pela Câmara Municipal, em breve. A nota destoante do dia ficou por conta do fato que dos 16 vereadores da atual Legislatura, apenas 4 compareceram para dialogar com o público presente. Da parte das entidades promotoras do evento, o Dr. Roberto Carlos Pieroni – da OAB, disse: “Estas quatro Audiências são fundamentais para a sociedade, pois é a oportunidade da população debater o que é melhor para a cidade”. Já o vice-presidente da Associação dos Aposentados – Antonio Marcos Tebom informou que no final das quatro Audiências será elaborado um relatório com as Metas Legislativas para ser entregue à Câmara Municipal: “Precisamos saber os anseios da população e melhorar a a imagem da Câmara que está desgastada para o jundiaiense”. Cleber Possani, coordenador do Movimento Voto Consciente Jundiaí, agradeceu a presença de todos e convidou para as próximas Audiências Cidadã: no dia 1º de junho na OAB, dia 10 na Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região e o ultimo debate entre os dias 13 e 16 de junho em local ainda a ser confirmado.

– Prefeitura de Campinas: Corrupção e Vexame…

 

Uau! Pega fogo a situação política em Campinas!

 

Em mega operação, a Polícia Federal e a Rota, conjuntamente, descobriram um esquema de desvio de verbas assustador, onde vereadores, políticos e pessoas próximas do prefeito Dr Hélio estavam envolvidos. Até a primeira dama do município no meio da corrupção! O golpe era dado através da Sanasa, empresa de água e esgoto da cidade.

 

Agora, os vereadores da oposição querem cassar o mandato do Dr Hélio, que jura inocência e se diz vítima.

 

Deve ter muito prefeito por aí com medo…

 

E você, tem acompanhado a confusão na nossa cidade vizinha? Deixe seu comentário:

– Dia de Nossa Senhora Auxiliadora na China!

 

Hoje é Dia Santo de Maria, sobre a invocação caridosa de “Senhora Auxiliadora”.

 

Uma curiosidade: o Papa Bento XVI pediu aos devotos marianos que rezassem hoje pela Igreja na China. Sabidamente, há perseguições religiosas contra católicos lá, ao ponto do Partido Comunista ter criado a sua Igreja Católica Chinesa (administrada pelo Governo, sem comunhão com o Vaticano). Os chineses que resistem às retaliações têm como grande devoção Nossa Senhora Auxiliadora, e costumam se reunir (muitas vezes clandestinamente) em Shensai.

 

Veja que história de fé desses devotos, extraída da Rádio Vaticana, em:

http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/articolo.asp?c=489747

– Elitização do Futebol: um Conceito Polêmico

 

Amigos, revirando a blogosfera, deparei-me com um artigo interessante de Marcos Alvito. Para quem não o conhece, ele é membro da Associação Nacional dos Torcedores. Calma, não tem nada de torcida organizada na história, ele é um legítimo representante dos torcedores-consumidores, o público de bem dos estádios. Professor de Antropologia da UFF, escreveu sobre o desejo das entidades em elitizar o acesso ao futebol.

 

A idéia é a seguinte: cobrando mais caro, o torcedor terá mais benefícios no estádio e os mais pobres se afastarão. Ora, o problema do futebol é a condição financeira ou a educação?

 

Lembro-me de Marcelo Campo Pinto, da Globoesporte, que em uma palestra que tive a oportunidade de participar, disse mais ou menos assim:

 

“ir a um estádio de futebol deve ser um evento singular; às vezes, o cidadão irá uma única vez e isso deve ser marcante”.

 

A clara idéia é: o futebol deve ser acessado pelas mídias, não presenciado nas arquibancadas…

 

Abaixo, publicado originalmente no OESP, Caderno Esporte, B2, 12/12/2010

 

AOS RICOS, O FUTEBOL

 

Por Marcos Alvito

 

Os sinais estão por toda parte. Em 2005 o Maracanã fechou a geral, talvez o setor popular mais famoso do mundo, onde durante meio século floresceu uma cultura torcedora lúdica e carnavalesca. Em seu lugar foram colocadas cadeiras de plástico com preço seis vezes maior. O Maracanã, antes “o maior de todos”, vai virar um estádio para 76 mil pessoas. Esse encolhimento – que ocorrerá também nas dimensões do gramado – custará aos cidadãos “apenas” R$ 1,2 bilhão. Com a reabertura do estádio, calcula-se que os ingressos custarão pelo menos o dobro do que custam atualmente.


Recentemente realizou-se no Rio a Soccerex, feira internacional centrada no futebol-negócio. Nela, “especialistas” afirmaram que doravante o futebol brasileiro terá a classe A como clientela alvo, deixando de lado as classes B e C. Porque as D e E há muito não sentam em uma arquibancada. É claro que o evento foi financiado com dinheiro público. Em Santa Catarina, o Avaí aumentou em 50% o preço dos ingressos neste ano, passando de R$ 40 para R$ 60. No Paraná, o recém-promovido Coritiba já anunciou que aqueles que não aderirem a seu plano de sócio torcedor terão que desembolsar R$ 100 pelo ingresso avulso. Não é de se admirar que a média de público do campeonato brasileiro em 2010 tenha sido ridiculamente baixa: 14.839 pagantes. Isso é menos que a média do campeonato alemão da segunda divisão!


Não é o preço do ingresso o único fator para o afastamento do público. Hoje os estádios viraram estúdios para um show televisivo chamado futebol. No estádio-estúdio do Engenhão, que custou aos cofres públicos três vezes mais do que previa o orçamento, placas de publicidade impedem a visão de boa parte da linha de fundo, inclusive da linha do gol. Ingressos para esse setor “pagando pra não ver” custam, em jogo normal, R$ 30. A tabela do campeonato é alterada de uma semana para outra, modificando dias e horários sem respeito pelo torcedor. A rede de TV que monopoliza as transmissões há décadas transformou o futebol em sobremesa da novela, com jogos no meio da semana terminando por volta de meia-noite. Essa mesma rede é dona do pay-per-view, que a cada dia dá mais lucro. Ou seja: ela praticamente obriga os torcedores a se transformarem em telespectadores dos canais pagos.


Esse processo de expulsão dos torcedores mais pobres (ou menos ricos) é algo planejado e consciente. Ainda em 2004, o então presidente do Atlético Paranaense já afirmava que “o clube não precisa mais de torcedores, e sim de apreciadores do espetáculo”. Dentro dessa filosofia, proibiu a entrada de torcedores com bandeiras, tambores, faixas e camisas de torcidas organizadas. Por baixo de uma “nuvem midiática” vendendo a ideia de que estaria ocorrendo uma modernização do futebol brasileiro, o dinheiro do cidadão pobre financia, via impostos, sua própria expulsão. É um processo de Robin Hood ao contrário…


Chamar o futebol brasileiro contemporâneo de moderno, aliás, é piada de mau gosto. Por um lado temos uma estrutura política feudal mantida há décadas nos clubes, nas federações estaduais e na CBF. Por outro, o capitalismo selvagem na hora de extorquir os torcedores. A junção do atraso com a falsa modernidade é desastrosa.


Existe algo mais arcaico e tradicional que a venda de ingressos? Como vão sempre parar na mão dos cambistas? Será que as rendas reais são mesmo aquelas? Será que as gratuidades são mesmo aquelas? É um sistema obscuro que beneficia sempre os mesmos: empresas que fabricam os ingressos (e fazem adiantamentos aos clubes, presos a elas do mesmo modo que à televisão) e, mais uma vez, cartolas corruptos.


Por falar em polícia, qual é o principal instrumento de policiamento dos estádios? Investigação? Inteligência? Aparelhos sofisticados de filmagem? Acertou quem respondeu o cassetete, usado desde o Paleolítico. Em vez de prender e processar a minoria ínfima de torcedores que vai ao jogo para brigar, a polícia prefere bater. Desde quando o bom e velho porrete é sinônimo de modernidade?


A parte menos moderna, todavia, é o sistema de formação de jogadores. Milhões de jovens brasileiros sonham ser jogador de futebol. Poucos vão se tornar profissionais e, entre estes, pouquíssimos vão ganhar os altos salários que povoam o imaginário das classes populares. A formação de um jogador profissional demora em torno de 5 mil horas de treinamento em dez anos. Os clubes exploram essa mão de obra infantil sem nenhuma responsabilidade. Se o garoto de 11 ou 12 anos se machucar ou se não “servir” mais, o que ocorre? É simplesmente abandonado. Para onde vai? O Estado zela por ele? Regulação por parte do Estado, proteção aos jovens, preparação para a vida futura com ensino profissionalizante, nada disso ocorre.


Debaixo da bruma marqueteira que exalta a pseudomodernização assistimos a um processo de elitização perversa do futebol brasileiro. Perversa porque financiada com dinheiro do povo. Uma arte e cultura popular criada e mantida por gerações de brasileiros é saqueada em benefício de poucos. É o primeiro mandamento do futebol-mercadoria: dai aos ricos o futebol.