Alunos regulares são aprovados com nota 6. Por alguns, nota 7. Ótimos alunos conseguem mais do que isso. Talentos beiram a nota 10. Nesta tarde, Raphael Claus na arbitragem da primeira semi-final do Paulistão levou 9.
Antes da partida, analisei as características dele (até mesmo por tê-lo assistido ao vivo por algumas oportunidades e em outros jogos pela TV): deixaria o jogo correr, não daria qualquer falta boba e, principalmente, estaria atento por saber das dificuldades que poderiam lhe ocorrer.
O que pesava contra sua escala, evidentemente, era o fato da importância da partida. Já estreara em clássico, mas agora, neste, seria pra valer. Citei até exemplo que a prova de fogo seria se impor à possíveis reclamações do capitão sãopaulino Rogério Ceni (a pressão normal e inteligente em campo) e às simulações de Neymar. Passou muito bem no teste.
Vamos à partida:
A primeira impressão numa partida pode fazer com que os jogadores sintam segurança no árbitro. É isso o que aconteceu a 1 minuto de jogo, onde Ilsinho tentou cavar um pênalti ao tentar driblar Durval e Claus, próximo da jogada, passou pelo sãopaulino e mandou levantar. Se Ilsinho reclama, tem que dar amarelo. Ótimo, mostrou que estava ligado! Aos 8 min, um pisão nas costas em Zé Love muito bem interpretado como acidente de trabalho. Mas o detalhe aos 10 min foi decisivo para mostrar que havia autoridade em campo: a bronca entre Xandão e Neymar! Ali o árbitro “ganhou o jogo”, fez algo que Aurélio Sant’Anna Martins deixou de fazer e pecou na semana passada: PARTICIPOU da partida; vibrou, sentiu o clima, fez a leitura correta do jogo! Foi o momento de afirmação na partida.
Daí até o final do 1º tempo o jogo ficou morno e os jogadores colaboraram com o árbitro. Diga-se de passagem: o ótimo comportamento de Muricy Ramalho e Paulo César Carpeggiani.
Casemiro X Neymar faziam um bom e limpo duelo. Aos 37m, Casemiro fez falta em Neymar derrubando-o e matando o contra-ataque. Bem marcada e cartão amarelo bem aplicado. Mas o time inteiro do São Paulo foi reclamar e Ceni quis pressionar. Acertou Claus na marcação da falta, na aplicação do cartão, e, PRINCIPALMENTE, na bronca à Rogério Ceni. Ali o árbitro mostrou que, o que poderia ser o receio de sua escala (sentir a pressão) foi muito bem trabalhado. Parabéns!
Logo no início do segundo tempo, comentei (fiz o comentário on-line do jogo via Twitter) que Neymar houvera puxado Casemiro numa saída de bola; na sequência, falta devolvida. Seria prenúncio do segundo amarelo e a conseqüente expulsão de Casemiro? Não sei se sim, mas ato contínuo Casemiro foi substituído.
Vale lembrar: o ritmo do jogo mudou após o gol; e as características das jogadas também. Como o Santos recuou um pouco para jogar no contra-ataque, Ganso ficou mais atrás e deu um carrinho desnecessário em Carlinhos Paraíba: amarelo bem aplicado (atacante e craque não sabem mesmo marcar...)! Mas o detalhe foi: esperando o São Paulo descer para o ataque, o meia santista lançava Neymar no contra-ataque e aí o atacante fez festa na zaga: em 8 minutos, ‘cavou inteligentemente’ amarelos para ¾ da zaga sãopaulina! Aos 67m, Miranda agarrou Neymar na correria; aos 70m, Juan ‘passou o rodo’; aos 75m, foi a vez de Alex Silva. Que inferno para a defesa Tricolor! Neymar fez 3 jogadas em cima dos zagueiros e os fez tomarem 3 amarelos.
Para dizer que não esqueci: na jogada do segundo gol, Xandão toca Neymar. Seria pênalti. E não é que Neymar desequilibrou-se, não caiu, persistiu na jogada e saiu o tento? Trocar a falta pela continuidade da jogada, na carreira da Jóia Santista, é novidade para mim. Será o efeito Muricy amadurecendo o garoto?
Aos 90 minutos, falei: assisti, SEM DÚVIDA, a melhor arbitragem do Paulistão. Mas… 10 segundos depois disse: “oh-oh…” Aos 45m10s, Fernandão e Edu Dracena disputaram uma bola. O zagueiro pulou com carga sobre o sãopaulino, num lance de difícil interpretação e num momento derradeiro do jogo. Por estar vindo por trás da jogada e pelo meio do campo, Claus não viu o lance (a imagem da TV é clara). Porém, nessa sequência, a bola cai próximo ao goleiro Rafael, mas Danilo e Willian José ainda tentariam alcançá-la, mesmo a jogada não estando ao seu alcance. E não é que o santista dá um infantil empurrão no adversário? A bola estava sob o domínio do goleiro, mas está em jogo! É pênalti bobo, infantil, desnecessário, nos acréscimos… mas é pênalti! O adicional poderia de imediato informar o árbitro ou até mesmo o assistente. Vacilo total da arbitragem.
Tudo bem que estava no acréscimo; que o lance não seria decisivo; que a arbitragem foi excepcional. Mas o jogo não tinha acabado. Não se pode relaxar nesse momento! Não levou a nota 10 por esse lance. Teria sido pênalti duplo?
No frigir dos ovos, até os 90 minutos, excepcional arbitragem. A melhor do Campeonato. Nos acréscimos, um certo desgaste por descuido. Mas não tenho dúvida: Raphael Claus garantiu uma ótima atuação ao tomar os devidos cuidados com o que poderiam ser os pontos negativos citados acima.
Temos agora mais um árbitro na lista dos selecionáveis para um grupo Vip.
E você, o que achou da arbitragem de São Paulo X Santos? Deixe seu comentário:
(Àqueles que desejarem, estarei comentando o Derby desde domingo via twitter. Siga @rafaelporcari)

Ele esteve durante uma semana na granja do comary treinando. Será que isto seja um sinal de que treinar pode ajudar?
Preciso perguntar isto para ele!
Foi bem na partida e concordo com a nota 9.
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