– Análise da Arbitragem: São Paulo X Santos, 30/04/2011 > o Pós-Jogo

 

Alunos regulares são aprovados com nota 6. Por alguns, nota 7. Ótimos alunos conseguem mais do que isso. Talentos beiram a nota 10. Nesta tarde, Raphael Claus na arbitragem da primeira semi-final do Paulistão levou 9.

 

Antes da partida, analisei as características dele (até mesmo por tê-lo assistido ao vivo por algumas oportunidades e em outros jogos pela TV): deixaria o jogo correr, não daria qualquer falta boba e, principalmente, estaria atento por saber das dificuldades que poderiam lhe ocorrer.

 

O que pesava contra sua escala, evidentemente, era o fato da importância da partida. Já estreara em clássico, mas agora, neste, seria pra valer. Citei até exemplo que a prova de fogo seria se impor à possíveis reclamações do capitão sãopaulino Rogério Ceni (a pressão normal e inteligente em campo) e às simulações de Neymar. Passou muito bem no teste.

 

Vamos à partida:

 

A primeira impressão numa partida pode fazer com que os jogadores sintam segurança no árbitro. É isso o que aconteceu a 1 minuto de jogo, onde Ilsinho tentou cavar um pênalti ao tentar driblar Durval e Claus, próximo da jogada, passou pelo sãopaulino e mandou levantar. Se Ilsinho reclama, tem que dar amarelo. Ótimo, mostrou que estava ligado! Aos 8 min, um pisão nas costas em Zé Love muito bem interpretado como acidente de trabalho. Mas o detalhe aos 10 min foi decisivo para mostrar que havia autoridade em campo: a bronca entre Xandão e Neymar! Ali o árbitro “ganhou o jogo”, fez algo que Aurélio Sant’Anna Martins deixou de fazer e pecou na semana passada: PARTICIPOU da partida; vibrou, sentiu o clima, fez a leitura correta do jogo! Foi o momento de afirmação na partida.

 

Daí até o final do 1º tempo o jogo ficou morno e os jogadores colaboraram com o árbitro. Diga-se de passagem: o ótimo comportamento de Muricy Ramalho e Paulo César Carpeggiani.

 

 Casemiro X Neymar faziam um bom e limpo duelo. Aos 37m, Casemiro fez falta em Neymar derrubando-o e matando o contra-ataque. Bem marcada e cartão amarelo bem aplicado. Mas o time inteiro do São Paulo foi reclamar e Ceni quis pressionar. Acertou Claus na marcação da falta, na aplicação do cartão, e, PRINCIPALMENTE, na bronca à Rogério Ceni. Ali o árbitro mostrou que, o que poderia ser o receio de sua escala (sentir a pressão) foi muito bem trabalhado. Parabéns!

 

Logo no início do segundo tempo, comentei (fiz o comentário on-line do jogo via Twitter) que Neymar houvera puxado Casemiro numa saída de bola; na sequência, falta devolvida. Seria prenúncio do segundo amarelo e a conseqüente expulsão de Casemiro? Não sei se sim, mas ato contínuo Casemiro foi substituído.

 

Vale lembrar: o ritmo do jogo mudou após o gol; e as características das jogadas também. Como o Santos recuou um pouco para jogar no contra-ataque, Ganso ficou mais atrás e deu um carrinho desnecessário em Carlinhos Paraíba: amarelo bem aplicado (atacante e craque não sabem mesmo marcar...)! Mas o detalhe foi: esperando o São Paulo descer para o ataque, o meia santista lançava Neymar no contra-ataque e aí o atacante fez festa na zaga: em 8 minutos, ‘cavou inteligentemente’ amarelos para ¾ da zaga sãopaulina! Aos 67m, Miranda agarrou Neymar na correria; aos 70m, Juan ‘passou o rodo’; aos 75m, foi a vez de Alex Silva. Que inferno para a defesa Tricolor! Neymar fez 3 jogadas em cima dos zagueiros e os fez tomarem 3 amarelos.

 

Para dizer que não esqueci: na jogada do segundo gol, Xandão toca Neymar. Seria pênalti. E não é que Neymar desequilibrou-se, não caiu, persistiu na jogada e saiu o tento? Trocar a falta pela continuidade da jogada, na carreira da Jóia Santista, é novidade para mim. Será o efeito Muricy amadurecendo o garoto?

 

Aos 90 minutos, falei: assisti, SEM DÚVIDA, a melhor arbitragem do Paulistão. Mas… 10 segundos depois disse: “oh-oh…” Aos 45m10s, Fernandão e Edu Dracena disputaram uma bola. O zagueiro pulou com carga sobre o sãopaulino, num lance de difícil interpretação e num momento derradeiro do jogo. Por estar vindo por trás da jogada e pelo meio do campo, Claus não viu o lance (a imagem da TV é clara). Porém, nessa sequência, a bola cai próximo ao goleiro Rafael, mas Danilo e Willian José ainda tentariam alcançá-la, mesmo a jogada não estando ao seu alcance. E não é que o santista dá um infantil empurrão no adversário? A bola estava sob o domínio do goleiro, mas está em jogo! É pênalti bobo, infantil, desnecessário, nos acréscimos… mas é pênalti! O adicional poderia de imediato informar o árbitro ou até mesmo o assistente. Vacilo total da arbitragem.

 

Tudo bem que estava no acréscimo; que o lance não seria decisivo; que a arbitragem foi excepcional. Mas o jogo não tinha acabado. Não se pode relaxar nesse momento! Não levou a nota 10 por esse lance. Teria sido pênalti duplo?

 

No frigir dos ovos, até os 90 minutos, excepcional arbitragem. A melhor do Campeonato. Nos acréscimos, um certo desgaste por descuido. Mas não tenho dúvida: Raphael Claus garantiu uma ótima atuação ao tomar os devidos cuidados com o que poderiam ser os pontos negativos citados acima.

 

Temos agora mais um árbitro na lista dos selecionáveis para um grupo Vip.

 

E você, o que achou da arbitragem de São Paulo X Santos? Deixe seu comentário:

 

(Àqueles que desejarem, estarei comentando o Derby desde domingo via twitter. Siga @rafaelporcari)

Um comentário sobre “– Análise da Arbitragem: São Paulo X Santos, 30/04/2011 > o Pós-Jogo

  1. Ele esteve durante uma semana na granja do comary treinando. Será que isto seja um sinal de que treinar pode ajudar?
    Preciso perguntar isto para ele!
    Foi bem na partida e concordo com a nota 9.

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