As obras da Copa do Mundo, há quase 3 anos do pontapé inicial e há 2 da Copa das Confederações, nitidamente, estão em atraso.
Alguns reclamam da demora nas licitações, outros dos entraves burocráticos. Outros, ainda, parecem querer atrasar propositalmente o processo.
A quem interessaria obras atrasadas?
Vejam que curioso: Para acelerar as obras em atraso na Copa, o Governo Federal está propondo por Medida Provisória o RDC – Regime Diferenciado de Contratações Públicas. É um processo que será exclusivo para obras que envolvam a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, e envolve desde a contratação de serviços, bens e mão–de-obra.
Dentro deste regime diferenciado (RDC), a obra que estiver com problemas de cronograma permitirá que o fator decisivo para a contratação da empreiteira / produto / pessoa será a rapidez na execução da obra. Portanto, a empresa de menor valor não será a vencedora. Detalhe: recursos contra o vencedor da licitação terá apenas uma fase com julgamento sumário pelas instâncias de fiscalização do próprio Governo.
Segundo Denise Madueño (OESP, Ed 16/04/2011,pg C7) a RDC surgiu da proposta enviada ao Governo pelo líder situacionista Cândido Vacarezza (PT-SP), já que a primeira iniciativa, que era de mudar a Lei de Licitações (8666), naufragou.
Será que tem gente querendo atrasar as obras para contratar empresas mais caras que executem mais rápido, do que empresas que cobrem menos e trabalhem de acordo com o cronograma? De novo: a quem interessaria?
Será?
Não creio. Ou creio? Será que os atrasos são necessários para licitações suspeitas?
Esse RDC é um dos motivos aos quais eu não sou a favor de uma Copa do Mundo no Brasil, respeitando quem pensa contra.
Quer um exemplo da descrença nas pessoas envolvidas na Copa do Mundo?
O estádio do Corinthians, que iniciaria as obras no final do ano a R$ 220 milhões e sem custo porque os naming rights mais caros do mundo o pagariam, teve o início das obras adiadas para 2011, que se iniciariam em fevereiro, março e até na data irônica de 1º de abril.
Hoje é 16/04, o Estádio este orçado em quase R$ 600 mil e nada de pedreiros e enxadas.
Um paralelo bom pode ser o episódio Apple & Jundiaí. Dos anunciados 12 bilhões de dólares de investimentos e 100 mil empregos com a construção da Cidade Inteligente Foxconn (aqui no Jardim Carolina, há 1 km de casa), viraram R$ 2 bi, 6.000 vagas diretas e aluguel do GR Galpões.
Coringão & FIFA está no mesmo caminho: pompa, pompa e… ao final das contas… bomba!
O amigo Rogério Bello, via Twitter, ironizou o início das obras do Estádio do Corinthians com uma tirada fantástica, ao qual ele chama de San Thomé Stadium (em alusão ao santo católico de que precisava ‘ver para crer’): postou as fotos iniciais do Itaquerão! Abaixo:

Mas pelo Fiat Panorama e as Roupas da Época, deve ser de algumas das Pedras Fundamentais de 1983. Estariam elas por lá ainda?

