– Discurso Demagogo ou Vontade Verdadeira?

Andrés Sanches, presidente do Corinthians, disse:

 

“Adriano não virá para o Corinthians”. Veio.

 

“Estamos preocupados com o Estádio do Corinthians, não interessa ser estádio da Copa”. Foi.

 

“No máximo o estádio começa dia 01 de abril”. Não começou.

 

Hoje, no Senado Federal, Andrés disse:

 

“Os dirigentes devem se preocupar com os jogadores que ganham mal (…) e em reduzir o tempo nas concentrações (…). Precisamos de uma lei mais rigorosa para responsabilizar os cartolas por seus atos nos clubes”

 

Belo discurso. Será que ele vai cumprir o que prega?

 

Extraído do Blog do Ricardo Perrone: http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/sem-categoria/discurso-no-senado-obriga-andres-a-lutar-por-jogadores-e-a-cobrar-cartolas/

 

DISCURSO NO SENADO OBRIGA ANDRÉS A LUTAR PELOS JOGADORES E A COBRAR CARTOLAS

 

Por Ricardo Perrone

 

Ao explicar os motivos que levaram o Corinthians a deixar o Clube dos 13, Andrés Sanchez pode ter se tornado refém de suas palavras. Favorito para presidir uma nova Liga, caso ela seja fundada, o cartola se comprometeu com ideais que apresentou nesta quarta no Senado. Foi na audiência pública sobre a venda dos direitos de transmissão de TV do Brasileirão.

Andrés disse que o C13 deveria ter se preocupado com a maioria dos jogadores profissionais que ganha mal. E que tinha a obrigação de tentar reduzir o número de  horas que os atletas ficam na concentração.

Segundo o corintiano, o C13 fica com cerca de 4%  do valor do contrato de TV a título de taxa de administração. Como a negociação atual provavelmente passaria de R$ 1 bilhão, ele reclama que seria muito dinheiro para uma entidade que não tem mais do que 15 funcionários, segundo ele.

O dirigente também pediu uma lei mais rigorosa para responsabilizar os cartolas por seus atos nos clubes. Um discurso para ser registrado. Se Andrés de fato virar presidente de uma nova Liga, assumirá o cargo automaticamente comprometido com essas causas. Terá de brigar muito pelos atletas e nada cobrar ou pedir menos do que o Clube dos 13 para administrar contratos. Além de apoiar leis que punam os dirigentes.

– Aclamados?

 

Se no Sindicato dos Árbitros houve 260 votos a 0, na eleição de Arthur Alves Júnior, a da Cooperativa dos Árbitros… xiiii…

 

Nem eleição houve. Simplesmente ACLAMAÇÃO. Vide (do site da COAFESP):

 

“A chapa COAFESP, TRANSPARÊNCIA E UNIÃO foi eleita por aclamação e em seguida o Presidente do Comitê Especial Jair de Godoy declarou empossado o novo Conselho de Administração da COAFESP.”

 

Silas Santana, Arthur Alves Junior e Almir Alves de Melo são os “novos-mesmos” dirigentes.

 

Curiosamente, são: Ouvidor da FPF e os 2 assessores do Cel Marinho na Comissão de Árbitros da FPF.

 

Sensacional a independência dos mesmos!

– Dilma e Hu Jintao: o Comércio e os Direitos Humanos

 

É difícil falar de ética ou de compromissos sociais e democráticos quando o assunto é dinheiro. Pelo menos, para os políticos!

 

Dilma está na China. Líbia, Afeganistão, Irã… todos são acusados de violarem os direitos humanos. Na China, que o faz com maestria, acompanhado de censura dura, tais reclamações só ficam no discurso.

 

A melhor definição para a ânsia comercial que li não veio de economista, mas de um humorista:

 

“Você já viu vendedor de shopping não vender porque o cliente bate na mãe?”

 

José Simão, Folha de São Paulo, 12/04/2011.

 

Perfeito. Não poderia ser melhor tal observação.

– Provas do Primeiro Bimestre

 

Queridos alunos, sobre as provas:

 

Primeiro Semestre: em especial sobre as sugestões de idéias para as pequenas empresas, infelizmente poucas novidades. Muita redundância do próprio texto. O mais repetido foi: “fazer marketing”. Ora bolas, o que é ”fazer marketing”? Muitas respostas extremamente subjetivas. Em compensação, alguns alunos mostraram excepcional evolução dos trabalhos de aula e responderam corretamente. Falaremos sobre tudo isso na próxima aula.

 

Oitavo Semestre: boas provas! Em especial, sobre o case “O que fazer com seus talentos”, ótimas respostas. Toda a turma foi muito bem. Fiquei feliz!

– Foxconn: iPad em Jundiaí ou não?

 

E a ansiedade dos detalhes da Foxconn no Brasil? Será mesmo que Jundiaí será a sede mundial dos iPads? A Apple tem com a Foxconn a sua montadora oficial de iPhones e iPads. A empresa, alíás, já tem 3 unidades aqui na cidade, montando para HP, Sony Ericson entre outras. Tê-la em seu município é o sonho de consumo de qualquer prefeito.

 

Ontem, a presidente brasileira Dilma e seu colega chinês Hu Jintao estiveram reunidos em Pequim e confirmaram que a empresa virá ao Brasil. As cidades de Jundiaí, Indaiatuba, Sorocaba e Manaus estão na briga, que é muito violenta!. Afinal, anunciou-se 100 mil empregos e 12 bilhões de dólares em investimentos!

 

O Jornal “Bom Dia Jundiaí” já houvera divulgado há dias que Jundiaí estava na briga. Hoje, o jornal descobriu que até um novo endereço na Junta Comercial foi registrado pela Foxconn (a matéria pode ser acessada em: http://is.gd/akrEus). E a surpresa: Rodovia Vice-Prefeito Hermenegildo Tonoli, km 1,5! Ou seja, no Jardim Carolina, aqui no Bairro Medeiros (quase do lado de casa…).

 

As autoridades municipais estão em festa. Afinal, será uma referência mundial. Mas…

 

Sem querer ser chato: a empresa alega que 100 mil empregos geram 400 mil pessoas próximas da empresa (afinal, conta-se a família). A Foxconn anunciou que concentrará essas pessoas numa “cidade inteligente”, uma espécie de vila criada por ela para abrigar tanta gente (Imagine uma vila Olímpica em época de Olimpíadas, mas permanente e com muito mais moradores).

 

Colocando na ponta do lápis: é uma cidade de 400 mil dentro de outra com… 350 mil (população de Jundiaí). Como comportar?

 

Aliás, o endereço é a ligação Jundiaí – Itupeva, e quem mora nesse trecho sabe o martírio que é a estrada. Se hoje é assim, imagina se estivesse a cidade inteira ‘multiplicada por 2’ tentando, por exemplo, usar o Trevo de Itupeva?

 

A Revista Época Negócios de dias atrás trouxe uma interessante matéria sobre a Foxconn, intitulada: “Uma Fábrica de Suicidas”, se referindo às péssimas condições de trabalho oferecidas e a fama de “mau patrão” da empresa (pode ser acessada em: http://is.gd/GRSvbL). Isso também é um fator complicador…

 

E você: acha que Jundiaí já ganhou a Foxconn ou ainda é cedo para comemorar? Deixe seu comentário.

 

Obs: a empresa quer montar os iPads até novembro desse ano.

– O Comércio de Chuva!

 

Um japonês de Bragança Paulista vende chuva.

 

Duvida?

 

O excepcional e inteligentíssimo Takeshi Imai, dentre tantos feitos em prol do agronegócio, agora produz chuva por um método barato, vende árvores-flechas para regiões de difícil acesso e outras soluções “malucas” mas eficazes ao campo. Abaixo:

 

Extraído de: Revista Época Negócios, Novembro/2010, pg 171-173, por Dárcio Oliveira

 

ELE FAZ CHOVER

 

Depois de produzir chuvas artificiais, o engenheiro Takeshi Imai inova com a árvore-flecha. É sua solução para reflorestar áreas devastadas e de difícil acesso.

 

O engenheiro Takeshi Imai, de 68 anos, olhou para o céu claro de Bragança Paulista, balançou a cabeça e informou, um tanto desolado: “É uma pena, mas hoje não vai dar pra fazer chover. Não tem nenhuma cumulus congestus”. Diante de minha ignorância meteorológica, foi logo explicando: “Cumulus congestus é um tipo de nuvem que lembra uma couve-flor. Costumo dizer que são as nossas matérias-primas, pois é a partir delas que conseguimos precipitar as chuvas”. Eis o ganha-pão de Imai: a produção e venda de chuvas artificiais localizadas, uma atividade que vem ganhando especial relevância em tempos de aquecimento global e constantes alterações climáticas. Diferentemente de outros métodos de precipitação, que usam substâncias químicas como cloreto de sódio e iodeto de prata, o processo patenteado pelo inventor e operado por sua empresa, a ModClima, é puramente físico, uma reação de água com água. “A adição de produtos químicos já foi banida de alguns países, por representar riscos para a saúde”, afirma Imai. “Eu criei algo eficaz e ao mesmo tempo ecológico.”

Funciona assim: a bordo de um Piper Asteca, um avião bimotor dotado de um reservatório de 300 litros de água potável, a equipe da ModClima despeja micropartículas de água na base de nuvens previamente identificadas por softwares especializados. Somadas às gotículas já existentes na nuvem, as tais micropartículas produzem gotas maiores que, devido ao peso, precipitam a chuva. Em outras palavras, as gotas se unem e formam os pingos. A engenhosidade de Imai está na capacidade de controlar o tamanho da gota que será “semeada”. Isto ocorre graças a quatro bicos rotativos – que também funcionam como pulverizadores – acoplados na parte externa do avião. Para cada litro de água semeada são produzidos cerca de 500 mil litros de água de chuva, o equivalente ao carregamento de 50 caminhões-pipas. “A vantagem é que podemos direcionar a chuva para locais específicos, como reservatórios, mananciais e áreas agricultáveis”, afirma Imai. As chuvas duram, em média, de uma a três horas.

Árvore-flecha

Formado em engenharia mecânica pelo Mackenzie e mestre pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, Imai trabalha e mora (sozinho) no hangar de número 3 do pequeno aeroporto de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Inquieto e falante, é capaz de passar horas explicando suas invenções – que não são poucas –, ou dissertando sobre como os inovadores brasileiros sofrem com a falta de incentivos financeiros. “Olha isso aqui”, diz, apontando para um quadro na parede da sala de reuniões do hangar. “É o certificado que representa a medalha de ouro no Simpósio Internacional da Água, em Cannes. Lá fora eu sou premiado e aqui enfrento ceticismo em relação ao meu trabalho.” Sua ModClima ainda não está no azul. O faturamento no ano passado bateu em R$ 1,8 milhão, mas o que entra no caixa dissipa-se rapidamente, sob efeito da folha de pagamento de sete funcionários, dos gastos com combustíveis e manutenção dos dois aviões (além do Piper, há um Cessna 172) ou dos custos com os projetos piloto para cada uma das novas invenções. O orçamento da empresa não acompanha o ritmo de ideias de Imai.

No momento, por exemplo, a ModClima desenvolve a árvore-flecha. É exatamente o que o nome sugere. Em breve, o Cessna cortará os céus do Brasil, sobre regiões devastadas e de difícil acesso, e lançará – por meio de um sistema de balística – diversas setas de bambu que carregam mudas nativas acondicionadas em pequenos tubos biodegradáveis feitos de papel kraft (papelão). “Demoramos um bom tempo para calibrar a velocidade de lançamento e achar o material ideal para compor a flecha e os tubetes que levam as mudas”, conta Imai. O caso do bambu é curioso. Jogado do avião, o material mantinha a direção certa, exibia boa resistência e quase sempre acertava o alvo previamente estabelecido pela equipe da ModClima. Mas a flecha descia com tal velocidade que acabava completamente enterrada no solo, o que poderia comprometer a integridade das mudas. A intenção era que apenas espetasse o solo, o suficiente para fazer com que o papelão rompesse e colocasse a planta em contato com a terra. A saída encontrada por Imai foi colocar na parte de cima da flecha uma tira de papel, à guisa de rabiola de pipas, para freá-la. O problema foi resolvido. “Pensei em usar o bambu depois de ver os espetinhos de churrasco. E a embalagem de papelão para as mudas foi inspirada no formato da embalagem das batatinhas do McDonald’s”, conta, sorrindo, o inventor.

Quanto às mudas, são espécies nativas delineadas por botânicos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Acondicionadas por dez dias em estufas, as espécies recebem um hormônio enraizador – para acelerar o processo de metabolismo – antes de seguir para a embalagem cartonada. “Já fizemos algumas experiências e o resultado foi animador”, diz Majory Imai, filha de Takeshi e diretora da ModClima. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Sabesp, gostou da ideia e vai financiar novos testes. As árvores-flechas serão lançadas neste mês em uma área de proteção de mananciais da empresa, localizada na cidade de Piracaia (SP), onde a ONG The Nature Conservancy já faz um trabalho de revegetação em larga escala. O esforço faz parte do projeto “Um Milhão de Árvores no Sistema Cantareira”, patrocinado pela estatal.