Um bom jogo na noite desta quarta-feira no Jayme Cintra. Vamos à algumas análises de Paulista X São Paulo?
Flávio Rodrigues Guerra, meu amigo penapolense e bom árbitro, quase comprometeu ontem. Aliás, que fase complicada ele está, não? Torço por ele, mas o momento não é bom. Durante o Campeonato Paulista, deu alguns azares em interpretações de pênaltis. Ontem, idem.
Sobre o lance reclamado pelo São Paulo sobre o Fernandinho, no primeiro tempo: pênalti claro. O zagueiro jundiaiense erra a bola e acaba calçando o sãopaulino, que já houvera sido desequilibrado na entrada da área penal. Isso é a chamada infração por imprudência, tiro livre direto sem aplicação de cartão amarelo. Como foi dentro da área, é pênalti. O árbitro auxiliar adicional (AAA) atrás do gol poderia ter ajudado; se falou ou não ao Guerra, não saberemos…
Entretanto, no segundo tempo, houve a “compensação”. Sim, compensação entre aspas pois o lance é chato. Ilsinho entra na área driblando e Rodrigo Sabiá põe a mãos nas costas do lateral, que cai e na sequência Guerra dá o pênalti. Para mim, não foi. E explico: nem toda mão nas costas é pênalti! Jogador esperto, ao sentir o toque nas costas quando ataca, deve cair mesmo, usar de malícia e se aproveitar da bobeada do zagueiro. E se o juiz entrar, azar dele. O que o árbitro deve avaliar é: a mão nas costas teve a força suficiente de desequilibrar o adversário e ocasionar o pênalti? :Ilsinho, experiente, imediatamente caiu na área. Como o lance é rápido, a maior parte dos árbitros dá pênalti em lances assim, pois a maior parte dos jogadores brasileiros se joga nessa situação. Veja na Europa ou na Libertadores: há menos lances assim, e quando ocorrem, o atacante toma Amarelo por simulação. Respeito quem interpreta como pênalti, afinal, avaliar força é algo subjetivo. Mas eu não daria. Se rever o lance mais vezes e mudar minha opinião, retificarei a análise. Como disse, o lance é chato e não se pode culpar por erro ou acerto claro…
Assim, o Paulista foi ‘beneficiado’ e ao mesmo tempo ‘prejudicado’. Ficou “elas por elas”. No fiel da balança, depois de tantos erros como contra o São Bernardo ou contra o Botafogo, o Galo continua na briga pela classificação, agora com um pouco mais de fôlego.
O que gostaria de ressaltar é: num campeonato com times ciganos, como Americana e Prudente, é muito bom ver o Paulista sendo legitimamente um clube da cidade, com raízes e história, patrimônio próprio (não nos esqueçamos de que a maior parte dos estádios do interior são municipais e o Jayme Cintra é patrimônio do clube) e o mais relevante: gente de Jundiaí no comando!
Sempre que as forças vivas da cidade administram o clube, desde os tempos de Wanderley Pires, o Tricolor jundiaiense se dá bem. Djair Bocanela e Cristiano Mingoti, além dos demais diretores, estão no caminho certo. E é motivo de alegria ver empresas da cidade anunciando na camisa (não apenas por um jogo, mas ao longo do campeonato), ter garotos da equipe de base aparecendo no time principal e a força da coletividade local engajada. Qual cidade do interior tem duas rádios atuantes, como a Cidade e a Difusora cobrindo o clube? São três jornais e as TVs locais fazendo um bom trabalho, além, claro de diversos sites na cobertura.
O fato triste ainda é a média de público. Em jogos sem apelo, são os mesmos 1500 pagantes. Tudo bem que os horários dos jogos e os confrontos não são atrativos, principalmente com uma cidade com uma série de parques e opções de lazer como a nossa que concorrem com o futebol, mas… Não dá para melhorar o público?
Por fim: Wagner Lopes, o treinador do Paulista (alguns se surpreenderam por não saber que ele é o mesmo Wagner, ex-lateral da Seleção Japonesa da Copa de 98) deu um banho no Carpegiani. Mesmo com 4 desfalques, o esquema tático foi perfeito, enquanto que Carpegiani testou algumas formações ao longo da partida. Natural, já que o Regional é uma espécie de pré-temporada para os times grandes. Mesmo assim, não dá para menosprezar a vitória do Paulista.
Domingo, o Paulistão reserva dois grandes jogos: São Paulo X Corinthians e Ponte Preta X Paulista. No primeiro, a incessante dúvida: Rogério Ceni marcará o centésimo gol ou não? No segundo, uma rivalidade preocupante: depois do Guarani, o Paulista é hoje o principal adversário da Ponte. E o histórico das brigas das torcidas é ruim, prevendo jogo tenso dentro e fora de campo.
E aí fica a dúvida: enfim os árbitros FIFA’s voltarão a apitar nessa rodada os jogos importantes? Ultimamente, o “globinho da sorte da FPF” tem sido desastroso, pois só caem as mesmas bolinhas…
E você, tem palpite para SPFC X SCCP e AAPP X PFC? Deixe seu comentário:
Ops: quase esqueci: já pensou se Rogério Ceni marca o 100º e histórico gol em Jundiaí, numa partida onde falhou (segundo alguns) em 2 gols? Seria uma triste ironia para a brilhante carreira dele.
