A Revista ESPN, edição 16 (Fevereiro/2011, pg73, por Eduardo Zobaran), traz uma matéria que me assusta. O Maracanã deverá ser marcado como o Estádio mais Caro de uma Final de Copa do Mundo!
Inicialmente orçado em R$ 400 milhões, após a licitação passou a custar, oficialmente, R$ 765 milhões, e com a descoberta dos problemas da cobertura, alcançou a incrível marca de R$ 1,055 bilhão.
Compare:
1998 – Stade de France: R$ 368 mi
2002 – Yokohama International Stadium: R$ 525 mi
2006 – Berlim Olimpic Stadium: R$ 653 mi
2010 – Soccer City: R$ 806 mi
2014 – Maracanã: R$ 1,055 bi
Detalhe: a revista lembrou uma célebre frase de Ricardo Teixeira, de 1999: “O Engenhão será um estádio apto a receber uma final de Copa do Mundo já em 2006”.
Que farra com o dinheiro, não?
QUANTO VALE O SHOW?
A reforma do Maracanã se assemelha a um daqueles programas de televisão em que carros sucateados são transformados em verdadeiras máquinas. O espanto provocado pelos novos motor, pintura e acessórios faz que os telespectadores até se esqueçam do orçamento. O mesmo acontece com o estádio carioca, que foi repaginado de 1999, quando o Brasil sediou o Mundial Interclubes da Fifa, até 2007, quando o Rio recebeu os Jogos Pan-Americanos. Ao todo, o governo estadual gastou mais de R$ 350 milhões nessas obras. Com a chegada da Copa do Mundo em 2014, uma nova reforma foi encomendada. O orçamento começou na casa dos R$ 400 milhões, foi para R$ 705,6 milhões após licitação pública, e já se cogita que, com a atual estrutura da cobertura ameaçada, o valor ultrapasse R$ 1 bilhão.
Mesmo que estudos encomendados pela Secretaria Estadual de Obras revelem que a cobertura é segura, o Maracanã – que, o órgão garante, será entregue em dezembro de 2012 – entrará para a história como o estádio mais caro a receber a final de uma Copa do Mundo. E isso levando em conta somente as obras recentes. Do gigante que viu a vitória uruguaia sobre o Brasil em 1950, apenas a fachada – tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – remeterá ao estádio que fez de um bairro da Zona Norte do Rio sinônimo de futebol.
Por dentro do Maracanã, mesmo as recentes modificações foram postas abaixo. Inaugurada em 2007, a área ampliada das cadeiras numeradas, que no passado abrigava a geral, já foi demolida pelas escavadeiras que trabalham no estádio desde agosto do ano passado. “Houve uma bobeada quando decidiram investir numa reforma que não atendia às exigências da Copa do Mundo”, lamentava em fevereiro de 2007 o então secretário estadual do Esporte e Lazer, Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro.
