– O Regular Desequilíbrio Emocional das Equipes Brasileiras

 

Há muito tempo percebo tal fato e talvez os últimos dias tenham permitido abordar tal tema: As equipes brasileiras de futebol, cada vez mais, estão emocionalmente desequilibradas!

Quer exemplos?

A derrota do Corinthians para o Tolima é só o primeiro mais recente, há 10 dias. Jogador brasileiro (ou melhor, equipe brasileira) parece não saber suportar mais a pressão. Se sai em desvantagem no marcador, perde logo a cabeça e se desestrutura. Ou ainda: começa a dar pontapés, fazendo a terrível confusão entre GARRA e PANCADA. Ter “raça” virou ter “raiva”, e demonstrar VIGOR virou ser VIOLENTO. 

Na última quarta-feira, Zinidine Zidane disse após o amistoso França X Brasil:

“É muito difícil vencer o Brasil, mas se você conseguir irritá-los, poderá ter sucesso”.

Tal frase pode realmente representar uma grande verdade. Agora, claro que outros fatores como o esquema de jogo adotado por ambas seleções, as convocações estranhas de Mano Meneses (que reputo como ótimo treinador de equipes limitadas, mas tenho lá minhas ressalvas quanto ao trabalho dele na Seleção), além da falta de treino, podem ter influenciado muito.

Diante disso, penso: será que a categoria dos holandeses na Copa de 2010, somada a tranquilidade, teriam conseguido desestruturar Felipe Mello e desencadear o nervosismo entre os demais? Quais os motivos que irritam jogadores brasileiros e os fazem render menos?

No Sub20, o Brasil jogou com um homem a menos mas foi melhor do que a Argentina, mesmo perdendo. O zagueirão brasileiro expulso precocemente na ocasião sentiu a pressão?

Que tal, ao invés de gastos com tantas comissões a empresários, custos elevados em algumas benesses e elencos inflados, as equipes brasileiras começassem a trabalhar mais a condição psicológica dos atletas?

Estamos diante de uma geração muito mais precoce: não se nasce Jair da Rosa Pinto, Pelé, Tostão, Didi ou Vavá; craques que além de ótimos boleiros eram cidadãos de respeitabilidade muito grande. Hoje, qualquer garoto Sub17 de clube grande já é assediado, acha-se craque e desestrutura-se na mesma proporção frente a dificuldades.

Portanto, vale a “chamada de atenção” de Zidane: “quer ganhar de brasileiros? IRRITE-OS”. E isso tem lá sua razão: há quanto tempo uma equipe brasileira não vence uma estrangeira, por exemplo, em torneios eliminatórios entre clubes (Libertadores ou Sulamericanas)? Repare que na última década há sempre derrotas e com jogador expulso (exceto nas finais domésticas…)

Ao invés de rótulos de “amarelão” ou “pipoqueiros”, evitemos o desequilíbrio emocional com um sério trabalho de profissionais da psicologia esportiva nos clubes, especialmente nas categorias de base, onde a ascensão financeira dos garotos e o assédio internacional fazem com que eles tenham uma desestruturação muito grande.

E você, o que acha disso? Os clubes de futebol precisam investir em psicólogos? Deixe seu comentário: